ADORMECENDO
A lâmina que corta tão profundo
Serena adormecendo nas mentiras.
Gerando tantas dores num segundo
Recorta uma esperança em finas tiras.
Nas voltas que percebo, pelo mundo,
A faca nas senzalas caipiras
Assim como em favelas soberanas
Repetem o retrato travestido
Noutras senzalas/dores suburbanas.
Na saia levantada, no vestido,
No corte, nas queimadas, fomes, canas
No sonho sem pendão, prostituído...
Mas quem sabe amizade bastaria
Para nós renascermos outro dia?
MARCOS LOURES
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