FLORAIS
Florais deixados mortos no caminho,
Postergo tão somente o fim de tudo,
Enquanto a cada verso me amiúdo
Ao fim da rude estrada estou sozinho,
Das tantas ilusões, restara espinho,
E mesmo quanto tolo em vão me iludo,
Espalho o mais sofrível conteúdo
Em carcomida farsa ora me aninho.
Enquanto se preparam meus degredos,
Os ermos que se fazem sempre ledos
Enredos entre escórias, cravo os dentes,
Adentro nos desertos que cultivo,
E sei do meu anseio e sou cativo
Exposto aos definhares mais dementes.
Marcos Loures
Nenhum comentário:
Postar um comentário