CARCAÇA
Um velho caricato e nada além,
Mergulha na masmorra inutilmente,
A morte de tal vida ora fomente
Derrama o quanto escorra e sabe bem
Do tanto que se planta onde convém
E nisto insana sorte marca a mente
Daquele que se faça imprevidente
Ou mesmo sendo enfim outro ninguém,
Depositado corpo sobre larvas,
As noites que me restam seguem parvas,
Escravo do que um dia sonhei versos,
A cada novo engano, a voz escassa,
Prepara tão somente esta carcaça
E nela os tantos vermes, sinto imersos.
Marcos Loures
Nenhum comentário:
Postar um comentário