domingo, 17 de junho de 2012

Inútil Ave

Inútil Ave


Em avidez desdobro o quanto houvera
Dos mais diversos passos entre trevas
E sei da solidão que ora tu cevas
Marcada em sensação atroz e austera.

Das criptas mais medonhas, vejo a fera,
E nela o quanto tento, mas em levas,
As dores que ora agregas tão longevas
Enquanto a própria luz se degenera.

Meu grito se calando na garganta,
A sorte se estancando não garanta
Sequer o que pudesse ser suave,

Carcaça carcomida, uma ilusão,
Enfrenta a mais temida sensação
Buscando a liberdade, inútil ave.

Marcos Loures

Um comentário:

soninha disse...

Muito bonito!parabéns...
abraços e muita paz.