MENSAGEIRO
Um velho mensageiro do passado,
Qual fora algum anseio inda expressivo,
Traçando o quanto possa e mesmo vivo
Ousando neste quadro desdenhado,
No falso quadro o medo desenhado
E o vento noutro instante e não me privo
Do tanto que pudera em vão motivo
E sigo sem levar nada ao meu lado,
Encontraria restos do que um dia
Marcasse o tosco fado e não veria
Nem mesmo do que fomos, mera sombra,
Angustiadamente a vida escorre
E apenas o meu verso me socorre,
Enquanto o mensageiro ainda assombra.
Marcos Loures
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