Miragem
Murchando pouco a pouco a velha flor
Que um dia decorara o meu jardim,
E paulatinamente vejo o fim
Ainda que tentasse em vão me opor.
A morte se desenha enquanto eu for
Bebendo a solidão, e de onde eu vim
Encontro o que restara inda de mim,
Na farsa quando feita em desamor,
Desabrochara em falsa primavera
O tempo destroçando não espera
E gera tão somente a mesma imagem
De um tempo mais sofrível, mesmo inglório,
E o corte se mostrando peremptório,
Fazendo da esperança uma miragem.
Marcos Loures
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