quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CONVULSO

 CONVULSO


O riso que se escarra em minha face
Fazendo-me um palhaço sem futuro,
Tristíssimo motivo num disfarce
Abraça-me convulso, torpe e impuro.

Satânicos delírios neste esgarce
Que lambem meu sentido, opaco, escuro,
Bisonhos estandartes onde espace
O manto mais vetusto quase puro...

Num estertor agônico me entrego,
Na mão trago a fornalha que te queima,
Ao menos o diabo que eu carrego

Retesa-se num riso qual sardônico,
O meu cadáver lúbrico não teima,
Implode em um formato arquitetônico!

MARCOS LOURES

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