DELÍCIAS E PRAZERES
O sol qual fosse um deus mais ciumento,
Sabendo das delícias e prazeres,
Com inveja profunda de dois seres,
Invade nosso quarto num momento.
Às vezes eu percebo e mal aguento,
E fecho esta cortina, se quiseres,
Assim restituindo estes quereres,
De nosso amor, divino e santo unguento.
De minha pele, dona e soberana,
Em nossos jogos sinto esta vontade
Que vem e do desejo assim se emana,
-Ó sol que em nosso corpo, enfim, quando arde
Decerto, violento, em claridade,
Não venha me acordar, volte mais tarde.
MARCOS LOURES
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