QUANDO...
Quando restar apenas simples luz,
Quando nos olhos nem sequer reflexo;
Quando a beleza se tornar sem nexo,
Quando a delícia transformar-se em cruz.
Quando a saudade transtornada, blues...
Quando o côncavo vago sem convexo;
Quando não me restar nem sequer sexo,
Quando a seca aflorar, só restar pus;
Quando meu verso não tiver sentido,
Quando um abraço for mordaz, perdido,
Quando a saudade me negar querer,
Quando meus passos forem tontos, vários...
Quando o nada restar, calar canários;
Se estiveres aqui, quero viver!
MARCOS LOURES
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