NADA RESTA
Sem degredos, sem
medos, nada resta
Somente o meu
anseio sem sentido
E bebo cada passo
dividido
Envolto pela trama
mais funesta
E quando a solidão
enfim se atesta
Furor noutro
caminho presumido,
O tempo noutro
instante resumido,
Aproveitando enfim
a menor fresta,
Resumos do que
fomos num passado
Distante do que
trago e lado a lado
Alados corações,
versos e motes,
Depositando além da
tempestade
A força mais sutil
que vem e invade
Embora na verdade
nem me notes.
MARCOS LOURES
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