segunda-feira, 3 de junho de 2013

CONFRARIAS

CONFRARIAS

Cadáveres de gentes inocentes
Repasto para abutres mais cordatos,
Cravando nos defuntos finos dentes
Esbalda-se a canalha em belos pratos.

Enquanto a fome espalham entrementes,
Olhando com meiguice os seus retratos,
Migalhas distribuem aos dementes,
Depois vão descansar em ricos quartos.

Esquartejando em golpes de caneta,
Fazendo nos Congressos a vendeta
Amores e sonoras putarias,

A vaca do presépio principal
Expõe a genitália sensual
Amigos tão iguais nas confrarias...

MARCOS LOURES

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