domingo, 6 de maio de 2018

JÁ NÃO COMPARTARIA

Já não comportaria novo tempo
Aonde o que se perde não se veja
E sinto a solidão rondando a casa
No tempo mais atroz onde se encerra
A vida na verdade traz apenas
O quanto poderia ter sem medo,

E quando se derrama a vida em medo
Trazendo a cada espaço um rude tempo
E nisto outro cenário sei apenas
Vagando contra tudo que inda veja
Marcando o que se tente e já se encerra
Tomando com furor inteira a casa,

Ainda quando vejo a velha casa
E nela estas paredes, caos e medo,
Enquanto a solidão além se encerra
O verso dita a fúria deste tempo
E nada após a queda ora se veja
Ou siga noutro passo, sendo apenas.

O tanto que pudera quando apenas
A luta se mostrara em toda a casa
E quando a solidão agora veja
Encontro no final o tosco medo
De quem se desenhara noutro tempo
E agora no vazio enfim se encerra.

O passo num cansaço onde se encerra
A luta sem sentido dita apenas
O tanto se esvaindo em vago tempo
E nisto o que pudera nesta casa
Expressa com razão diverso medo,
Enquanto na verdade o fim se veja,

O todo sem sentido algum não veja
Sequer a fantasia que ora encerra
E vago sem saber se existe medo
E quando imaginasse o fim apenas
O vento ao adentrar a nossa casa
Expressa a imprecisão do velho tempo

E quando já sem tempo nada veja
Ousando nesta casa o quanto encerra
A sorte segue apenas em dor e medo.


MARCOS LOURES

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