A ESPÚRIA DIVINDADE
Filho de Zeus com Hera, Ares, o deus da guerra
E da carnificina, em atos mais atrozes
Nos olhos deste deus, deveras quase algozes,
A fúria sem descanso, ali jamais se encerra.
Em sua violência assusta a traz a morte,
Atrocidade tanta expressando este Marte
Toando avermelhado, em toda e leda porte
Trazendo em suas mãos, a dor em turva sorte,
Abutres, cães, chacais, em rapineiras sendas,
Deveras feras vis, irmanam-se no deus
E nisto se anuncia o mundo em farto adeus
E nele outro terror aos poucos tu desvendas,
Domina além do medo e gera a tempestade,
Dos campos de batalha, a espúria divindade.
MARCOS LOURES
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