Restando ao sonhador somente o verso
Que possa traduzir o que buscara,
A vida se transcorre em cada escara
E o tempo noutro rumo mais diverso,
Ousando acreditar no que disperso,
A sorte sem limites nada amara,
O fonte da esperança tanto amara
E o prazo determina o quanto verso
Lutando pela sorte que disperso
E nisto outro cenário em paz buscara
E sei do meu anseio mais diverso
Ainda que eclodisse numa escara,
Tramando a cada ausência nova escara
O todo se mostrara e quando amara
A via se perdera em tom diverso
Gerando com angústia último verso
De quem uma esperança vã buscara
E sabe do cenário mais disperso,
O tanto que se mostre ora disperso
Aumenta a cada dia a velha escara
E o tempo sem sentido quando verso
Expressa o que pudera e mesmo amara
Ainda que se veja ali um verso
O sonho da verdade é tão diverso,
O passo sobre o qual tento diverso
Caminho que me leve onde o disperso
Tramando com ternura o quanto verso
Ousando acreditar que a velha escara
Pudesse na verdade enquanto amara
Traçar este caminho que eu buscara,
O todo que deveras eu buscara
No tempo sem sentido e mais diverso
Ainda que em sonho o amor; amara,
Seguindo o quanto possa e até disperso
Marcando com ternura cada escara
Que possa traduzir o rude verso,
E sei do quanto o verso se buscara,
Na noite sem escara onde é diverso
O mundo que disperso e tanto amara.
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário