sábado, 12 de maio de 2018

VER ALÉM


Não quero e nem devo ver além
Das tantas curvas feitas no abandono
Do sonho que se molde a cada instante
E nesta solidão, meu barco vem,
Ainda que se tente noutro norte
O prazo mais suave em que se expresse.

O tanto que deveras já se expresse
No canto que pudera ser além
Do muito que se tente em raro norte
Gerando o que restasse em abandono
E nisto o quanto agora teima e vem
Jamais se poderia noutro instante,

E sei do quanto a vida num instante
Encontra o que se possa e a vida expresse
Tomando este sentido que ora vem
Marcando dia a dia e muito além
Do traço mais audaz onde abandono
O que se traduzisse nalgum norte,

E sei do quanto pude neste norte
Sentir a solidão em rude instante,
Vestindo a sordidez deste abandono,
E tanto quanto possa agora expresse
O todo quando a vida segue além,
E nisto se pudera e sei que vem

O mundo quanto em fúria agora vem
E trama na verdade um novo norte
Expressa o quanto quero e sigo além
Do tanto neste fato que no instante
Produza a sensação na qual se expresse
Ousando muito mais que no abandono,

E o barco quando apenas abandono,
Encontro esta incerteza que ora vem,
Vagando sobre o quanto ainda expresse
Ou mesmo transcorrendo além o norte
E nisto se perdendo algum instante
Remete ao quanto possa e segue além,

O tanto sendo além deste abandono,
Pudesse num instante quando vem
Trazer um novo norte aonde expresse.


MARCOS LOURES

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