Jamais se imaginasse qualquer tom
Diverso deste sonho que alimento
E sei que na verdade este tormento
Encontra na esperança um lenitivo
E sinto que mantenho sempre vivo
O tempo de sonhar, um manso alento,
E quando no final já não me alento
E vivo outro caminho em rude tom,
Sensível delirar mantenha vivo
O todo que deveras alimento
E quando se imagina um lenitivo
Apenas adentrasse este tormento,
O mundo se desenha em tal tormento,
E o verso se mostrara em vago alento
Qual fosse no final meu lenitivo,
E sei quanto buscasse neste tom
O mundo aonde o sonho eu alimento
E mesmo sem motivos inda vivo,
O todo que pudera estar bem vivo
No velho coração em tal tormento
Marcando com terror o que alimento
E sinto o quanto possa ter alento
No tempo se mostrando em novo tom
Gerando o quanto quero, um lenitivo,
Buscasse pelo menos lenitivo
No vago caminhar enquanto vivo
A sorte desejada em torpe tom,
O mundo se desenha e no tormento
Bebesse o quanto quero em novo alento
E o sonho fora em paz meu alimento,
Assim quando em verdade me alimento
Do passo que se mostre em lenitivo
O tanto anunciando um raro alento,
Moldando o quanto resta e quero vivo,
Traçando este cenário em vão tormento,
E nisto se perdendo o rumo e o tom,
O quanto noutro tom, vago alimento,
Encontro num tormento, o lenitivo,
Trouxesse sempre vivo um manso alento...
MARCOS LOURES
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