sexta-feira, 11 de maio de 2018

NÃO SEI SE NA VERDADE


Não sei se na verdade ainda existe
Um tempo mais diverso em luz ou medo,
E sei deste arremedo de ilusão
Que tanto ora persiste solitário
Gerando noutro tom o mesmo passo
Que seja tão audaz quanto o não ser,

E quando poderia neste ser
Traçar o quanto busco e quando existe
Marcando com ternura o quanto passo
E nisto se anuncia imenso medo,
E quando se mostrasse solitário
O amor se moldaria em ilusão,

O quanto se anuncia em ilusão
Tramasse o que pudera mesmo ser,
E o verso se anuncia solitário,
E tanto que pudera mesmo existe
O mundo em descaminho, velho medo,
Que possa traduzir um rude passo,

Pressinto na verdade o que este passo
Traduza no que possa em ilusão
Ainda vislumbrando o quanto em medo
O prazo se anuncia e possa ser
O tanto que deveras quando existe
Exprime o caminhar mais solitário,

O mundo que se faça solitário
E nele o meu anseio dita o passo,
Vagando sem saber o quanto existe
Ou mesmo no cenário em ilusão
Tomando já de assalto cada ser
E nisto outro momento dita o medo,

E quando me envolvesse tanto medo
O risco se moldara e solitário
Nas tramas onde possa cada ser
Gerar o que deveras trama o passo
Reinando sobre nós tal ilusão
E nela o que deveras tanto existe.

O verso quando existe dita o medo
E sinto uma ilusão que, solitário,
Apenas neste passo dite o ser.

MARCOS LOURES

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