sexta-feira, 11 de maio de 2018

QUALQUER CENÁRIO


Jamais imaginei qualquer cenário
Diverso do que a vida me trouxera
E sei que na verdade o quanto espera
A vida torna o tempo temerário,
E vago sem sentido contra a sorte
Que trame a cada instante a mais, a morte.

Sabendo a solidão da torpe morte
E nisto desenhando este cenário
Procuro desvendar a leda sorte
E sei do quanto a vida me trouxera
Nas tramas deste sonho temerário
Apenas o que resta ou tanto espera,

O sonho que deveras já se espera
A luta sem sentido e a minha morte
Que possa mesmo em rumo temerário
Traçar a imensidão deste cenário
E nele se aproxima o que trouxera
A vida numa vaga e turva sorte,

O tanto que se mostre além da sorte
Que possa resumir a velha espera
O mundo se traduz onde trouxera
Certeza tão suprema, é certa a morte,
E quando se imagina outro cenário,
Apenas o vazio, temerário,

E sigo o descaminho temerário
No todo que se faça à própria sorte
E nisto cada instante este cenário
Tramasse o que se faça em rude espera
E nada além da luta e enfim da morte
A vida num momento me trouxera.

E quando no final tanto trouxera
E vendo este caminho temerário
O tempo se traduz em medo e morte
Navego contra a fúria desta sorte
Que possa me mostrar além da espera
O sonho mais atroz em vão cenário,

E quando este cenário me trouxera
O quanto ora se espera, temerário,
O sonho nega a sorte e dita a morte.


MARCOS LOURES

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