quinta-feira, 27 de maio de 2010

34251 até 34300

34251

O som que retumba
A voz que se cala
A senda a senzala
A morte diz tumba,
A porta fechada
A sorte desfeita
Palavra se aceita
Ou quando diz nada
Revela o que eu sei
E nunca faria
Atroz fantasia
Tomando esta grei
Além do que fosse
Assim, agridoce...

34252

O doce da vida
A morte não cala
A sorte é vassala
Enquanto servida
Nas ânsias perdida
O mergulho avassala
No canto da sala
A mesma ferida,
Relido caminho
Gerando outro espinho
E dele me entranho,
Restando somente
Do quanto é semente
O medo de antanho.

34253

A vida canhestra
O tempo fugaz
Assim sem a paz
Domina esta orquestra
O quanto ser destra
Ou mesmo mordaz
A sorte se audaz
No fundo me adestra,
Perdido ao relento
Bebendo do vento
Servido à fartura,
A morte eu revelo
No canto em que zelo
Aquém da procura.

34254

Palavra que se ousa
No tempo jogada
O risco outra alçada
O giz nesta lousa
A morte me usando
Ou mesmo se esboça
Além desta fossa
Um gesto nefando,
O peso do tempo
O corte maior
A fonte o suor
A dor passatempo
E o velho excremento
De que me alimento.

34255

Quem quis proclamar
Vitórias ao vento
Num olhar atento
Exposto ao luar
Não vê mais vagar
Sequer o provento
E quando me aumento
Não posso me achar,
Vestira a promessa
E quando começa
A sorte maldiz
E tanto pudera
Gerar primavera
E ser mais feliz.

34256

Assombros diversos
Em noites doridas
Assim nossas vidas
Perdidas em versos
Ou mesmo dispersos
Caminhos e lidas
Aonde as saídas
Matando universos
Entranho no nada
E beijo a alvorada
Sonhando com sol,
Mas quando se vê
Sem nada ou por que
Brumoso arrebol.

34257

Pudesse ideal
Caminho sem medo
E quando concedo
À vida sinal
Percorro fatal
Delírio e se ledo
O tanto em segredo
Gerando outro igual
Repasso ao vazio
O tempo que espio
E expira-se a sorte
Quem sabe o começo
Vestindo o adereço
Que ainda conforte.

34258

Em duplas visões
Momentos e ritos
Às vezes finitos
Ou noutras senões,
Resisto aos verões
E bebo teus gritos
Porquanto em aflitos
Caminhos, serões,
Vestindo este afeto
Por vezes repleto
Em outras vazio,
E tento seguir
Assim meu porvir
Nas curvas do rio.


34259

Ainda perpasso
Meu mundo no não
E beijo o senão
Em farto cansaço
Seguindo este traço
Aonde se vão
Momentos de então
Ou nada refaço
Realço este vago
Aonde me afago
E bebo o vazio,
Soubesse do quanto
A vida em encanto
Da morte é pavio.


34260

Os dias são vagos
Os olhos sem nexo,
O tempo complexo
Ausência de afagos,
Os medos, os lagos
Os ritos o anexo
Assim meu reflexo
Em templos tão magos,
Ou magros caminhos
E neles sozinhos
Os vinhos não quero
O quanto pudesse
Ainda soubesse
Se fosse sincero...

34261

Dispersos os sons
Em noite final
O quanto é venal
Aonde dos bons
Momentos em tons
Pudessem o astral
Gerar desigual
Caminhos e dons,
Não resta do quanto
Ainda se tanto
Um canto qualquer
Aberto o meu leito
Deveras aceito
O amor que vier.

34262

Ouvindo de uma harpa
O quanto pudesse
Em sonho e benesse
Além desta escarpa
O tempo não deixa
Momento maior
E quando de cor
Conheço tal queixa
Resumo com nadas
Os medos e as tramas
Porquanto me clamas
Nas vãs madrugadas
As horas se esvaem
E os sonhos nos traem.

34263

Pudesse o mistério
Da vida sentido
No quarto no ouvido
O vento mais sério
Do frio minério
Ao quanto bebido
Do todo sorvido
Sem rumo ou critério,
Assino meu ponto
O mesmo desconto
O corte e o passado,
Levando ao vazio
O tempo eu procrio
Do velho legado.

34264

Sentindo sem quando
Nem tanto nem menos
Os velhos venenos
Aos poucos tomando
Ou mesmo enganando
Os dias amenos
E neles serenos
Rendidos tocando.
A carne padece
O vento enfurece
E a morte se vê
No espelho esta ruga
A sorte na fuga
Não deixa um por que.

34265

Aqui, além, lá
O verso não tento
Sabendo do intento
Que não vingará
O passo trará
Apenas provento
A quem não sustento
Meu medo fará
O risco do quase
O tempo que atrase
A mão que apedreja
Que tanto se trama
Uma alma sem drama
A sorte sobeja.

34266

Proscênio no amor
Vislumbro o detalhe
E quando me entalhe
Maior sofredor
Em canto a compor
O quadro que talhe
E quando retalhe
Uma alma sem dor,
Marcando o compasso
O fato se escasso
Permite outra cena,
Mas fardos imensos
E neles intensos
No quanto envenena.

34267

Enquanto ao fim ergues
E aplaudes este ato
No quanto retrato
Diversos albergues
E neles vazios
Os olhos sem rumo,
No tempo eu me esfumo
Em ritos e rios
E sei destas vozes
Entranho o passado
Deixando o recado
Rondando os algozes
E sinto por fim,
A mortalha em mim.

34268

No quanto imperando
O mundo pudera
Saber primavera
Ou mesmo mais brando
E agora nevando
A mesma quimera
Aonde se espera
O tempo rondando
O passo final,
O bote fatal
O corte profundo
Do tanto que pude
Sem ter atitude
Nas vagas me inundo.


34269

Um ser magistral
Começo do fim,
O rosto o carmim,
O templo irreal
Escada e degrau
A queda que em mim,
Fizera estopim
Num tiro venal,
Respondo ao vazio
E tanto me esguio
Até perceber
As ânsias dolosas
Ou quanto viscosas
Tomando o meu ser.


34270


Vagasse no mundo
Rondando esta cena
Bebendo a pequena
Manhã em que inundo
O gole profundo
A sorte apequena
A boca serena
Neste beijo imundo
O quanto que quero
E sendo sincero
A morte desvendo
No espelho o retrato
E sei ser ingrato
Aonde me vendo.

34271

Sidérea esperança
Vagando sem rumo
E quando me assumo
Ao nada se lança
A voz a aliança
O tempo sem prumo
O quanto que esfumo
O resto que avança
Mortalha tecida
Nas ânsias da vida
Porquanto se faz
O passo em falsete
O mundo arremete
E mata esta paz.

34272

Dos dias de então
Os medos de agora
O canto de outrora
Em outro verão
Trazendo o perdão
Ou quando devora
A sorte sem hora
O corpo diz não,
Além do futuro
O quanto procuro
E nada mais vejo,
Assim também sigo
Em tal desabrigo
Ausente desejo.

34273

Desta imensidade
Olhando pra trás
O tempo é voraz
O quanto degrade
O passo que invade
O mundo mordaz
Além do que traz
Sem sinceridade,
Eu quero esta morte
Que tanto conforte
E mesmo sossegue
O peito de quem
Já sabe o que tem
E nada renegue.

34274

Pudesse em audaz
Caminho sentir
O bom do por vir
Ou quanto desfaz
A vida sem paz
Ausente pedir
No tanto a mentir
O parto tenaz,
Resido no fato
Do quando destrato
Também sei sonhar,
Mesquinha tal voz
E nela este atroz
E imenso luar.

34275

Nos céus revoando
As asas libertas
E quando despertas
Amores em bando
O corte negando
Palavras incertas
Exatas desertas
O tempo negando
Passada mais firme
No quanto confirme
Ou mesmo me afaste
Assim face a face
Percebo o que trace
E nisto o contraste.

34276

Apenas as palmas
Os olhos vazios
E neles os fios
Ainda em vis traumas
Ausência das almas
Aonde vadios
Totais desafios
Se tanto me acalmas
Também não me dás
Momento de paz
Em guerra sem tréguas
Distante do sonho,
O quanto proponho,
Milhares de léguas...

34277

Sentindo o tufão
Destroços e escória
A vida esta inglória
Não tem solução
Bebendo o senão
Morrendo a vitória
O corte a memória
O vento a aversão,
Seguindo sem nexo
Olhando perplexo
O que poderia
Gerar outro sonho
Por vezes risonho
Em noite sombria.

34278

No quanto veloz
Meu passo ao futuro
Vencendo este escuro
Não escuto a voz
De quem fora algoz
E agora procuro
No quanto perduro
Outrora em tais nós,
Resumo da cena
Minha alma serena
Apenas ao vê-la
Desnuda promessa
Que assim se confessa
Distante, esta estrela.

34279

O sonho febril
O vento me açoda
O tempo que roda
O passo se viu
No quanto serviu
Ou mesmo outra moda,
O corte na poda
Abraço gentil,
Resumo sem nada
A voz mais calada
De quem se mostrara
Além desta vida
À parte sentida
Ausente uma escara.

34280

A noite já cai
E toma o cenário
O amor temporário
Aos poucos se trai
A vida se esvai
E neste fadário
Meu itinerário
O nervo contrai,
E o quando pudera
Saber sendo fera
Da fera em tocaia,
Olhando o futuro
Etéreo e maduro
Distante da praia...

34281

Clâmide sobejo
Tocando esta pele
Que tanto compele
Que insano desejo
E quando te vejo
O sonho se apele
A vida atropele
Além de um lampejo
Riscando este espaço
O mundo que traço
Vagando infinito,
E ao tê-la comigo,
Do quanto persigo
Jamais foi proscrito.

34282

Na voz peregrina
De quem busca a paz
E quanto se faz
Além já fascina
E tanto domina
Do quanto é capaz
O passo se traz
Seguro na crina
Corcel da esperança
Ao quanto se lança
O sonho onde busco
Viver cada instante
Porquanto agigante
O outrora vil, brusco.

34283

O quanto irradias
Nos olhos o brilho
E quando assim trilho
Além dos meus dias
Vitais fantasias
Vitrais eu me pilho
Bebendo andarilho
Nas ondas que havias
E sei dos meus passos
E neles espaços
Rondando sem medo,
O amor sem fronteira
A sorte é bandeira
À qual me concedo.

34284

O quanto em celeste
Caminho se trama
A vida sem drama
O mundo sem peste,
Porquanto vieste
Trazer nesta lama
A fonte que inflama
E quando reveste
Os passos de quem
Buscara e contém
Além do vazio,
Saber do que tento
Viver sentimento
Vencer desvario.

34285

Se tudo sei disso
E sei muito além
Vazio contém
O quanto cobiço,
Mas sei que castiço
O sonho de alguém
No quanto convém
Solo movediço,
Beber cada trago
E assim se me alago
De fúria e de gim,
No farto da vida
A sorte perdida,
Negando ao que vim.


34286

Do todo sem prova
Do medo sem luz
O fardo produz
E quando se prova
A fome renova
E tanto conduz
Na ausência, na cruz
A morte desova,
Revolvo o passado
Buscando o presente
E quando se sente
O todo negado,
Futuro não veio,
Apenas receio...

34287

Fatal, singular
O canto em resposta
A face composta
O medo a vagar
Riscando o luar
A boca deposta,
O corte outra posta
O peso a rondar
A presa que emana
O quanto é profana
Uma alma sem rumo,
E bebo outro gole
A vida me engole
E assim me consumo.

34288

O quanto não deste
Do passo negado
O mundo sedado
A porta reveste
E o quanto se investe
Na força do fado,
Na dor, neste enfado,
Um solo que agreste
Renega o meu passo
E assim quando grasso
Nos vãos deste mundo,
Assisto ao final
E vendo o chacal
Dos ermos me inundo.

34289

O tempo sorvendo
A vida aos pouquinhos
Na falta de ninhos
O dia estupendo
Aos poucos perdendo
Assim meus caminhos
E os dias carinhos
Apenas adendo
O corte, a senzala
Uma alma se cala
E cabe no vago,
Do tempo mais forte
À sombra da morte
Resulto em estrago.

34290

Amor divinal
Momento sem glória
Resgate em memória
Ausência de nau,
Fartura fatal
Aonde esta história
Tanto merencória
Encara o degrau
Resido no quando
Vivera negando
O quanto pudesse
E sei do vazio
E nele recrio
A sorte, esta messe.


34291

Quem sabe feliz
O dia que vem
E nele outro alguém
Diverso matiz
No quanto refiz
O passo ou além
Do todo contém
Apenas um triz,
Resumo de vida
A sorte a partida
A fonte o segredo
E quando mergulho
No corte, um entulho
Ali me concedo.

34292

No quanto assevero
A quem perguntasse
A vida outra face
Olhar mais sincero
Ou mesmo se fero
Porquanto tocasse
Além deste impasse
O sonho onde eu quero
Mergulhos e risos,
Abismos, juízos
E mortes além
O tanto que um dia
A sorte traria
Reduz-se em ninguém.

34293

No quanto é bem vinda
A sorte que tento
Olhar mais atento
Aos poucos se brinda
E quando é ainda
Um dia sedento
Ou mesmo sangrento
A paz se deslinda,
Mas sei do meu fim
E quanto de mim
Não resta afinal,
O vento levando
O sonho mais brando
Ultima o degrau.

34294

Aonde tu vais
E vês esta marca
No quanto se abarca
Os meus vendavais
Assim noutro cais
A sorte outra barca
E nela tão parca
Palavra em astrais
Diversos do sonho
Aonde proponho
Ao menos a paz,
Quem sabe outro dia
Ou tanta agonia
A vida refaz...

34295

O todo tornando
O quanto tentara
A porta se ampara
No vento mais brando
E assim se nefando
A noite mais rara
No peso da vara
Nas mãos contrabando
O corpo se extingue
A vida estilingue
Levando meu sonho,
E morto na vida
Apenas ferida
Jamais recomponho.

34296

A vida é qualquer
Caminho sem rumo
E tanto acostumo
Ao que mais vier
E sei se puder
Sentindo outro prumo
Beber todo o sumo,
Da morte que quer
Rondando esta noite
Ainda me açoite
E rosna sombria,
Eu sei não verei
Além desta grei
O nascer do dia.

34297

Não sei nem se sinto
Ou mesmo sentira
O quanto da pira
O fogo que extinto
Gerado no instinto
Na face que mira
Na terra que gira
No fardo pressinto
O fim da conversa
Minha alma se imersa
Não vê mais saída
A porta cerrada
A sorte do nada,
Ausência de vida.

34298

Aonde transportes
Meus passos ou quando
O mundo rondando
As horas e os cortes,
Assim não suportes
O tempo roubando
A cena num brando
Momento confortes,
E sei do que ausenta
Ou mesmo a sedenta
Manhã poderia,
Mas nada desnuda
A sorte miúda
A noite vazia.

34299

Dias fervorosos
Momentos finais
Dos velhos jograis
Sonhos caprichosos
E sei pavorosos
Tormentos astrais
Rondando os fatais
Caminhos jocosos,
Mergulho no templo
E assim se contemplo
Alguma heresia
A morte prepara
A noite mais clara
Gerando alegria.

34300

Os olhos tão ledos
Os passos ao nada,
Espero uma estrada
E sei seus segredos
Os velhos enredos
O corte, outra alçada
Lua na calçada
Bebendo os meus medos,
Restando afinal
O bote fatal
O corte profundo,
Do todo que fora
Alma sofredora
De morte me inundo.

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