sexta-feira, 28 de maio de 2010

34351 até 34400

34351

Meu olhar fitando
O horizonte além
Bebendo alguém
Nisto teu quando
Noutro rezando
O que já vem
Ou nunca tem
Se fero ou brando
Apenas sendo
O quanto tendo
E sei que assim
O mundo traz
O canto em paz
Dentro de mim...

34352

A terra preparando esta semente
Dos trigos e dos pães a eternidade
No quanto se programa à saciedade
A vida noutra vida plenamente
Ouvindo cada voz que se apresente
No todo que deveras já me invade
O quanto poderia da verdade
Ou mesmo do futuro que nos mente,
Revendo cada fato após o fato
E tendo este momento em que retrato
O mel deste delírio em vida e gozo,
O cio se estendendo além do todo,
A vida na verdade mesmo engodo
Promete novo tempo majestoso.

34353

O quanto desta terra se procria
E gera novo tempo atemporal,
Refaz a cada novo ritual
A festa de sobeja fantasia,
E assim ao mesmo tempo esta alegria
Trazendo para a terra este trigal
Embora amor se mostre tão frugal
E nele que se faz luz e agonia,
Milagre do nascer, crescer morrer
Voltando noutra esfera a conhecer
A eterna maravilha em luz imensa,
Assim ao quanto posso e me renego
Por vezes noutro tanto já navego,
No todo que decerto nos convença.

34354

A moça com a face mais jocosa
Gostando de outro tanto em festa e gozo,
Assim ao se mostrar maravilhoso
Caminho dita espinho e reza a rosa,
No quanto poderia ser fogosa
Traçando outro caminho pedregoso,
Não vejo outro momento caprichoso
Bebendo desta moça fabulosa,
Ao mesmo tempo engana e me seduz
Na falsa fantasia beija a luz
E queixa do passado e traz agora
A clara insensatez de quem domina,
Ao mesmo tempo turva e cristalina
A sorte desdenhosa trama e ancora.

34355

Etéreo caminhar em noite escusa
Vestindo noutra face a mesma dita,
Assim a cada noite entranha e grita
Tirando desde agora calça e blusa
E quando do desejo teime e abusa,
A sempre se desnuda tão bonita
E teima contra a sorte se bendita
Deixando a minha musa mais confusa,
Rodando pela noite sem sossego,
Ainda quando perco meu emprego
Transcende à fantasia e vai à luta
De dia a santa moça em seu pudor
De noite barganhando algum amor
A santa se vestindo enfim de puta.

34356

Prepara cada alçada em alçapão
Negando qualquer dia ou tempestade
Enquanto a fúria imensa toma e invade
Procura sem saber a direção,
Vagando pela noite sempre em vão
Bebendo o que pudesse ansiedade
Riscando já do mapa a dimensão
E nela se fartando sem juízo
Ao fim acumulando prejuízo
Encontro faces várias, desoladas
E sei das noites altas mares rios
E dentre tantos sonhos desafios,
As almas entre luas decoradas.

34357

Constando nas palavras de quem sonha
A porta recebendo o vendaval
E tanto sem tramela ou desigual
No quanto meu destino se proponha,
Separo cada noite em luz medonha
E bebo desta vida o imenso sal,
Resisto o quanto posso em luz final,
Enquanto na verdade decomponha,
Seguros portos, mortos os meus dias
E neles cada canto ventanias
E tendo em minhas mãos conselhos, erros
Brindando com cristais este vazio,
O tempo quando insano desafio,
Condeno-me ao vagar dos meus desterros.

34358

Relendo cada página da vida
O mesmo enredo muda esta questão
E nele se percebe a tentação
Há tanto preparando a despedida,
A sorte mesmo quando mais sortida
Revela no final a sedução
De quem se procurando num verão
Percebe a sua estada já perdida,
Resumo meu complexo em verso e sonho,
Beijando o meu caminho eu me componho
Da face mais escura desta vida
Riscando já do mapa a minha história
Inebriado em goles da memória.

34359

No quanto este abismo
Viceja mil cores
E bebo das flores
Enquanto não cismo
Realço o otimismo
E sigo onde fores
Tramando em albores
Aquém cataclismo,
Refém do que um dia
Portanto devia
Ser mais que promessa
A sorte fartando
O corpo dourando
Em novo começa.

34360

Olhar sepulcral
Em sendas dispersas
E quando tu versas
A sorte outro astral,
Refaz o jogral
E nela conversas
E mesmo diversas
Mudando este grau,
Gracejos e ritos
Momentos bonitos
Aflitos sentidos,
Esqueço o que tanto
Pudera num canto
Dourar as libidos.

34361

No quanto se erguera
O céu dos meus sonhos
Em dias risonhos
Ou mesmo perdera
O quanto pudera
Vencer os bisonhos
Cenários tristonhos
Da vida em quimera,
Saber da saída
Por vezes urdida
Em trama complexa
A sorte se erguendo
Em ar estupendo
Um desejo anexa.

34362

Ainda se voa
Meu sonho no encanto
Pudesse em tal manto
Seguindo-te à toa
A vida tão boa
Ou nela me espanto
E tanto num canto
A voz inda ecoa
Gerando a conversa
Por vezes dispersa
Imersa no tempo,
Olhando em soslaio
O quanto me extraio
De algum contratempo.

34363

A sorte se eleva
E trama outro prado
Do sonho o recado,
Vagando na ceva
Que tanto diz treva
Ou mesmo pecado,
Assim meu legado
Ainda se leva
Nas ânsias da vida
Feliz ou sortida
Servida num ato,
Percorro finito
Caminho e se grito
Ali me desato.

34364

A vida se busca
Na falta de espaço
No olhar velho e lasso
Na força que é brusca
A fonte chamusca
O beijo outro laço
O risco o cansaço
No quanto me ofusca
A fala diversa
A paz que se versa
Por sobre esta estrela
Dos céus que entranhara
A noite mais clara
Não posso retê-la.

34365

Alçando o infinito
No tempo e no quando
O vento tocando
Ainda se grito
Percebo este mito
Aos poucos mudando
O quanto nevando
Em sonho bonito,
Restando algum ermo
Aonde num termo
Pudesse sentir
A mão sobrepeso
O dia que ileso
Permite o por vir.

34366

Assim despertar
Em noite sombria
E tendo outro dia
Distante lugar
Vestindo o sonhar
Que a sorte traria
E nele faria
Algum caminhar,
Dos meus madrigais
Os dias iguais
As noites diversas,
E sei do que possa
Vencer qualquer troça
Por onde dispersas.

34367


O quanto me estranho
Nas noites em medo
E se me concedo
No quanto do ganho
Perdido num lanho
Risonho degredo
E sei desde cedo
Num mundo tamanho,
Vencido ou cansado
O corpo suado
Marcado por fúria,
Arcando com erros
Diversos enterros
Imensa penúria.

34368

No tanto que omito
Ou mesmo pudera
Ainda na fera
Gerando outro mito
Que assim se finito
Percorre e tempera
Além desta espera
Aquém deste rito,
O verso profano
A vida num dano
Refeito aos pedaços,
Juntando os meus dias
E neles trarias
Os olhos mais lassos.

34369

Revendo esta aurora
Aonde não pude
Viver juventude
Que ainda demora
E sei quanto ancora
A falsa atitude
Por nada se mude
Nem mesmo devora,
A porta se abrindo
Enquanto não brindo
Com sonhos e sangue,
Arfando em detalhes
No quanto me entalhes
Expressas o mangue.

34370

Natureza humana
Em ares vagando
O tempo nefando
A sorte que engana,
A morte profana
O verso calando
O medo tramando
A porta que empana
O passo de quem
Pudesse de alguém
Sentir calmaria,
Mas tudo se alerta
Na face deserta
Na tez mais sombria.

34371

Vital consciência
E nela o prenúncio
Do tempo em anúncio
Da farta ciência
E quando versejo
Por ventos e mares
Ainda ao tocares
Imenso desejo
Realças com luzes
Os olhos de quem
Aos poucos contém
O que reproduzes
Em cenas e fatos,
Diversos retratos.

34372

A lua tão cheia
A sorte não nega
O peito sossega
Em sonhos recheia
Uma alma se alheia
Dispersa-se cega
E tanto se emprega
A voz que incendeia,
Sonho comandante
No quanto se avante
Pudesse beber
O gim da promessa
E assim se professa
O enorme prazer.

34373

O quanto de luz
Entranha na sala
O sonho se cala
Enquanto produz
O corte eu repus
Numa alma vassala
E assim já se exala
O cheiro de pus
Amor roedor
No quanto diz dor
Também profecia
O medo vindouro
A sorte em que douro
Adorno meu dia.

34374

Assim cintilar
Em meio aos cometas
E quando prometas
Estrela a vagar
Sabendo o lugar
Vislumbro lunetas
E nelas planetas
Diverso luar,
Servindo de estrada
A quem tanto ou nada
Pretende outro espaço,
O verso se faz
No quanto mordaz
O sonho que traço.

34375

Alçando algum astro
Em meio aos espaços
Vagando sem laços
Perdendo este lastro
Assim se me alastro
Deixando tais traços
Os dias mais lassos
Bandeiras e mastro,
Fagulhas e brasa
O tempo se atrasa
E a farsa promete,
No pouso suave
Aos poucos a nave
Ao chão se arremete.

34376

O quando se deixa
Ou mesmo se quer
Num tempo qualquer
A vida sem queixa
A morte outra sanha
E nela o verter
Do sonho a perder
A paz e a montanha
Arcando com isto
O beijo não nego,
E mesmo se cego
Jamais eu desisto
E tento o sentido
Aonde esquecido.

34377

Pudesse te ver
Além deste traço
Aonde refaço
O quanto quis ter
Não vejo o poder
De quem dita o passo
E sendo embaraço
A trama a se crer
Nos ócios e vagos
Assim mansos lagos
Eu pude sentir
E tento outro abrigo
Vivendo contigo
Sem nada pedir.

34378

Amor em fulgência
Arando este solo
A vida sem dolo,
Fatal inocência
Pudesse clemência
Aonde me assolo,
E busco outro colo
Onde coerência
Gerasse o desejo
Além do que vejo
Momento sutil,
Sementes do quanto
O tempo que espanto
O nada previu.

34379


O todo que é teu
Também poderia
Ser meu, mas o dia
Deveras perdeu
O rumo e esqueceu
Fatal harmonia
Nesta sintonia
Aonde se ergueu
Castelos de areia
E a lua incendeia
Gerando outro brilho,
Assim neste tanto
O amor doce encanto
Nos antros polvilho.

34380


Fatal trajetória
Da vida em pedaços
E tanto dos laços
A sorte se inglória
Dita a merencória
Manhã em cansaços
Os olhos bagaços
A sombra a vanglória
Escória de vida
À parte seguida
Sem ter mais paragem,
O amante segredo
No qual me concedo
É tola miragem.

34381

Pudesse esta augusta
Palavra sincera
Aonde se espera
Ou quanto me custa
Enquanto robusta
A sorte tempera
A vida esta fera
Aonde me incrusta
A porta fechada
A lua tomada
Em brumas diversas
E assim em neblinas
No quanto dominas
Também te dispersas.

34382

O sonho meu filho
Não tem mais presença
No quanto compensa
Seguir este trilho
E quanto empecilho
Realça esta crença
Que tanto convença
Aonde eu palmilho
Vencer meus lamentos
Beber destes ventos
Singrar em procelas
Assim tão distante
Do quanto agigante
O nada revelas.

34383

O quanto não tem
Quem pode sentir
O vento a bramir
A ausência do bem
Audaz o desdém
E quando há de vir
O quase pedir
Ou mesmo retém
Nas mãos o vazio
E o medo recrio
No verso que faço,
Escutando a voz
E o canto do algoz
Gerando outro traço.

34384

Palavra, eu sei desta
Que tanto disseste
Num tempo reveste
A sorte funesta
E quando da festa
Meu solo se agreste
Perdendo se ateste
No quarto tal fresta
Restando o que um dia
Pudesse alegria
E agora não veio,
Eu tento outro intento
E quando me invento
Adentro o receio.

34385

A vida conserve
Quem tanto porfia
No dia após dia
A sorte se serve
E nada preserve
Da dura agonia
Viver a utopia
Ditada em tal verve,
Resume este fato
Aonde resgato
O quanto perdi
E sei da verdade
E nela mais brade
O amor que há em ti.

34386

Não tendo empecilho
O mundo pudesse
Viver esta messe
E nela se trilho
Encontro e polvilho
O amor que merece
Quem tanto se tece
Distante o gatilho,
Resolvo este engano
Enquanto me dano
E tento outra sorte,
A vida não pára
O corte prepara
A sorte pra morte.

34387

No passo preciso
Na falta de rumo,
O tempo se aprumo
Diverso juízo
O canto, outro siso
O beijo em consumo
A sorte em que esfumo
E assim inda biso,
Vergando no peso
Do amor sempre preso
Atado com fios
Divinas heranças
Aonde te lanças
Sem ter desafios.

34388

Não posso cortá-la
Nem mesmo cevar
O quanto a lutar
A vida avassala
Restando na sala
Apenas lugar
E tanto a tramar
A boca se cala,
E beijo o vazio
E teimo no estio
Tentando a promessa
De um tempo melhor
Aonde o maior
Assim recomeça.

34389

O quanto separa
A vida do vago
E tanto me alago
Aonde se ampara
A sorte mais rara
E dela inda trago
Algum doce afago
E beijo a seara
Risonha e sutil
Aonde se viu
O toque mais claro
De quem se mostrando
Além deste brando
Momento tão raro.

34390

Ainda que tenha
Nas mãos o futuro
O passo no escuro
Já não me convenha
A vida diz senha
E dela procuro
Saltar sobre o muro
E mesmo que venha
A sorte sombria
Saber fantasia
Libertando uma alma
Em álamos, risos
Vitais paraísos
A sanha se acalma.

34391

Chegando a velhice
O tempo se escoa
Ausente canoa
O mar se desdisse
E quanto mais visse
A sorte se é boa
Ou mesmo se entoa
O que não se ouvisse
Distante do passo
Aonde refaço
O mundo onde eu quis
Vencer os meus medos
Diversos segredos
E ser mais feliz.

34392

O quanto diz calma
A vida em brandura
Diversa loucura
Também tanto acalma
Quem traz em sua alma
Além desta cura
A intensa procura
Distante do trauma
Do passo vazio
Do medo sombrio
Do frio tenaz
E assim caminhando
Ou mesmo negando
O mundo sem paz.


34393

Lembrando meu pai
O tempo passara
A vida de clara
Agora se esvai
E o tanto que trai
E mesmo me ampara
Gerando outra apara
No todo retrai
Caminho distante
E quando adiante
O passo se trama
No falso dilema
E também algema
Quem sonha e reclama.

34394


A fúria em tal ira
Ateia este incêndio
E no vilipêndio
O quanto interfira
Enquanto ali gira
O tempo, um compêndio
Sem nada que entende-o
Meu mundo se atira
Nos ermos vulcões
Em tais explosões
E nada restara
Somente a ferida
Amarga da vida,
Terrível escara.

34395

Ouvindo este não
Aonde tentara
A sorte mais clara
Sem ter um senão
O dia de então
A noite prepara
E a morte me ampara
Talvez solução
Resisto o que posso
O mundo se é nosso
Também poderia
Vencer com ternura,
Mas tanta loucura
Regendo meu dia.

34396

O quanto se vê
Do todo ou bem menos
Em tantos venenos
Algum sem por que
O mundo não crê
Nos dias amenos
Tampouco serenos
Momentos. Cadê?
O resto do todo
Agora vil lodo
Engodo final,
Assisto ao que fosse
Talvez bem mais doce
E apenas diz sal.

34397


Do quanto me iludo
No peso da vida
Por vezes sentida
Ou tanto, contudo
Recebo de tudo,
A voz sendo urdida
Numa ânsia perdida
No rumo miúdo,
O parto insucesso
O quanto em progresso
O nada me trama
E assim levo a sina
Porquanto ladina
Enquanto reclama.

34398

O sonho que existe
Nos olhos de quem
Procura outro bem
E quando se insiste
Caminho mais triste
E dele provém
O quanto não tem,
Ou tanto despiste,
Resisto se pude
E ter atitude
Talvez possa dar
Ao menos um rastro
Do quanto me alastro
Sem nunca encontrar.

34399

Procuro algum brilho
No prisma da vida
E quando duvida
A sorte outro trilho,
Resumo e palmilho
Atrás da saída
Por vezes sentida
Em outras polvilho
O beijo da fera
As unhas e garras
E quando me agarras
A sorte tempera
A morte em desvelo,
Fatal pesadelo.


34400

Um mundo sem Deus
Os olhos ausentes
E quando pressentes
Esta hora em adeus,
Os dias tão meus
E neles ressentes
Dos olhos mais crentes
Enfrentando os breus,
Relida esta história
Revejo em memória
O tanto sofrido,
Recolho os pedaços
E tento outros traços
Diverso sentido.

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