sexta-feira, 28 de maio de 2010

34401 até 34450

34401

Vagando universos
Procuro paragens
Em tantas viagens
Usando meus versos
E quando confesso
Miragens e sonhos
Às vezes bisonhos
Ao nada regresso
E tento outro espaço
E mesmo que possa
Vencer qualquer fossa
Ainda me enlaço
Nas tramas sombrias
Em busca de dias.

34402

Atroz caridade
No olhar que promete
E quando arremete
Enquanto degrade
No passo a verdade
Ou mesmo remete
Dos sonhos grumete
Comanda esta herdade
E levo distante
Qual fora meu barco
O sonho que embarco
Ou mesmo adiante
Mordendo este anzol,
Matando o meu sol.

34403

O quanto em contraste
O passo se dera
E assim primavera
Que tanto negaste
Agora sem haste
Morrendo na espera
Que tanto tempera
Enquanto desgaste
Restando o vazio
E nele este frio
Aonde me fiz,
O quanto inda resta
Da noite sem fresta
Do mundo infeliz.

34404

Sentindo este vício
E nele morrendo
A vida um adendo
Total precipício
Volvendo ao início
E nisto podendo
Do quanto perdendo
Refeito e propício
Aos fardos e sanhas
Vontades tamanhas
Em manhas e medos,
Assim me assomando
Sem ter nem mais quando
Viver meus segredos.


34405

O mundo se infando
No tanto que um dia
Pudesse sombria
A vida negando
O passo moldando
Total heresia
Assim se faria
O dia mais brando,
Resenhas e ritos
Momentos e gritos
Medonhos e vários
Meus barcos sem rumo
Aos poucos consumo
Males necessários.

34406

Um astro seguindo
Vital poesia
No quanto se cria
Ou quanto esvaindo
Momento em que brindo
Fatal fantasia
E nela a alegria
Deveres cumprindo,
Resisto ao que entranha
A sorte me ganha
E leva os segredos,
Assim se mostrara
A vida mais clara
Distantes os medos.


34407

Voando por sobre
O mundo que quero
O passo sincero
Que o sonho recobre
E quanto mais nobre
O tempo se é fero
Também desespero
Enquanto descobre
O rito sutil
E nele se viu
Cenário composto,
O vento assolando
O templo tomando
Roçando meu rosto.

34408

O quanto da dor
Pudesse sentir
Quem sabe seguir
Nos ritos a flor
E tento o calor
Que embora por vir
Já tanto pedir
Sem ter mais rancor.
Resolvo meus fardos
E tento outros bardos
Entoam-se trevas
Enquanto sombria
A sorte vadia
Aos poucos tu levas.

34409

Quando humanidade
Sentir seus encantos
E neles os prantos
Na dor que degrade
No quanto a saudade
Invade teus cantos
E neles quebrantos
Dizendo verdade,
Resolutamente
A paz se desmente
E o todo se vê
No pouco que resta
Ao menos a fresta
Traduz um por que.

34410


Os olhos sombrios
Os dias calados
Enganos traçados
Em versos vadios,
Meus olhos teus rios
E tanto jogados
Nos cantos e lados,
Velhos desafios,
Resolvo e não tento
Ainda que atento
Poder nova sorte,
Sabendo do quanto
A morte, outro tanto
Bem fundo me corte.


34411

Cenário de horrores
O mundo que vejo
E quando desejo
Nos céus outras cores
Diversos pudores
Ausente azulejo
Enquanto verdejo
Buscando os penhores
Da sorte mordaz
Do tempo voraz
Atrás nada vem
Somente a centelha
Que tanto me espelha
Somando o desdém.

34412

O quanto concentre
Meu mundo num manso
Caminho descanso
E sempre se adentre
O quanto foi entre
A vida e o remanso
Ao longe me lanço
Abrindo este ventre
Do sonho mais alto
E em cada ressalto
O peso se pende,
E o verso sonega
A sorte que é cega
De nada depende.

34413

A vida diz mágoa
Enquanto transmite
O quanto se evite
Em vão já deságua
Apaga esta frágua
Além do limite
E sem teu palpite
Andar sobre esta água
Vagando em resumo
No quanto me esfumo
E teimo sem nexo,
Além do que vês
O quanto sem quês
E dele reflexo.

34414

A sorte nefasta
O porte vulgar
A lua sem mar
O canto se afasta
E tanto desgasta
Quem tenta lutar
Ou mesmo sonhar,
A vida mais casta,
Realço num mote
O quanto se bote
Nos seios do sonho,
E tendo comigo
Além do castigo
O rosto medonho.

34415

Arrasto correntes
Nas noites vazias
E quando esvazias
As horas mais crentes
Bebendo aguardentes
Aonde sangrias
E nelas podias
Cravando teus dentes
Riscar o que traço
No sonho onde faço
Distante porvir,
E assim do não ser
Total desprazer
Sem nada a sentir.


34416

A vida se toda
Não deixa pedaços
E tento outros traços
Aonde se poda
E quando já roda
Entranham-se laços
Diversos abraços
Ardência de soda,
Armando outro bote
Ainda se esgote
Meu passo no aquém
Do quanto pudera
Se a vida diz fera
O nada retém.

34417

Da velha coberta
Puído tecido
O mundo surgido
A porta se aberta
O quanto se alerta
Tocando o sentido
De quem nunca ouvido
Agora desperta.
Resumo a conversa
Aonde se versa
As águas do rio
Deveras teu mar
Pudesse tocar
Com fúria e pavio.


34418

Da semeadora
Dos sonhos e dores
Ainda sem flores
A porta onde fora
Aberta a penhora
E nela os pendores
De quem em horrores
Também se assenhora,
Vestir este trapo
E quando eu escapo
Farrapos e sanhas
Não tendo saída
A lua servida
Além das montanhas.

34419

Por tantos carinhos
Em noites vazias
Aonde querias
Viver os caminhos
Diversos espinhos
Por onde seguias
E neles tu vias
Os dias sozinhos,
Dos sóis, luas, mares
Mergulho tocares
Vencendo os teus medos
E assim se translada
Além da calçada
Os vários enredos.

34420

Amar só revela
Os erros de quem
Buscando outro alguém
Abrindo esta vela
Pensando ser ela
Aquela que vem
Trazendo o seu bem
Aonde se atrela
O passo mais firme
Que tanto confirme
Chegadas e ritos,
Assim os meus dias
Conforme pedias
Serão mais bonitos.


34421

Ao abrir as portas
Dos sonhos audazes
Tu tanto me trazes
Enquanto deportas
E sigo entre as mortas
Manhãs mais mordazes
E tanto tenazes
As hordas que exportas
Compotas abertas
Enchentes em mim,
Vivendo o sem fim
Enquanto me alertas
Ao mesmo caminho
Retorno sozinho.

34422

Sem medos nem horas
Negando outro passo
No quanto desfaço
E quando devoras
Ourives não faço
Do sonho em pedaço
Amor que decoras
Em fartas promessas
E quando tropeças
A queda se vê
E a vida promete
Além me remete
Sem ter nem por que.

34423

As sortes já mortas
Os dias medonhos
Aquém dos meus sonhos
Palavras deportas
E beijas e cortas
Os olhos bisonhos
Em dias medonhos
No quanto me exortas
Campeio por sendas
E nelas desvendas
Momentos de glória
Assim se refaz
O quanto sem paz
Já fora uma história.


34424

O mundo inda vem
Tocando os cabelos
Viver pesadelos
Distante de alguém
A sorte em desdém,
Momentos ao vê-los
Buscando com zelos
O tanto que tem
Amar e sentir
O quanto há de vir
Ou nada virá,
Cenário diverso
No qual se inda verso
O sei desde já.

34425

Pudesse beijar
A boca, esta pele
Que tanto compele
Sem nada a negar,
Mas quando a vagar
O sonho repele
E nada se sele
Ao tanto buscar,
Vasculho tais rastros
E seguindo os astros
Encontro os anéis
E neles mergulho
Meu ermo vasculho
Em ritos fiéis.

34426

Dias pobrezinhos
Em meio aos vazios
E tantos os fios
Perdessem os ninhos,
Resumo os caminhos
E neles esguios
Os traços vadios
As ânsias e os vinhos
Renego meu erro
Em cada desterro
Apenas resquício,
E tento saída
Aonde outra vida
Traduz seu início.


34427

O quanto se torna
O quase que fui
E assim já se flui
A vida que entorna
No quanto retorna
Ou nada mais rui
O vento me pui
E a sorte contorna,
Vencer a promessa
Sentir que começa
A vida num ermo,
O tanto que possa
Viver sem a troça
Mudando este termo.

34428

Sentir das tormentas
As águas e os ventos
Beber sentimentos
Enquanto me alentas
E tanto apascentas
Negando proventos
Tocando momentos
E neles me inventas
Palavras precisas
E quando indecisas
As sortes se mudam,
Assim os meus dias
Em tais sintonias
Também nada ajudam.


34429

Pudesse ser mais
Que apenas um dia
A sorte traria
Novos rituais
Beber e demais
Do quanto podia
Sentir a alegria
Em tais vendavais,
Resisto o que posso,
Ao tanto que é nosso
E nunca se alheia,
A morte não vendo
O quadro tecendo
Diversa tal teia.


34430

Aonde em tais calmas
Os ventos não chegam
E quando navegam
Adentrando em almas
Deixando estas palmas
Por quanto sossegam
E assim mal se entregam
Enquanto me acalmas
Levando meu barco
Aos poucos num arco
Perfaço infinitos,
Os dias vindouros
Divinos tesouros
Em sonhos descritos.

34431

O quanto se ouvira
Do mar em tempesta
A vida funesta
Ao mesmo interfira
E quando esta mira
Gerando o que gesta
No quanto diz fresta
Aos poucos retira
As ânsias mais lúbricas
Em noites tão lúdicas
Momentos sutis,
E assim ao me ver
Exposto ao querer
Também sou feliz.

34432

O medo e o soluço
O risco e o mergulho
O mar seu marulho
Ao longe se eu tusso
E perco este esboço
Do quanto pudera
Vencer outra fera
Ainda sou moço,
Mas velho no peito
E tento e o repente
O corte a serpente
A cama e me deito
Nas turvas e trevas
Enquanto me elevas.


34433

O quanto do mundo
Coubesse no abismo
Aonde se cismo
Pudesse e aprofundo,
Viver vagabundo
Fatal cataclismo
Ausente otimismo
Do nada me inundo
E resto sozinho
Sem ermo, sem vinho
Sem termo e sem trégua
A sorte se afasta
Na cena tão gasta
Bem mais que uma légua.

34434

Olhando pra dentro
Dos ermos procuro
Além deste muro
Aonde concentro
O passo me adentro
Vagando no escuro
E tanto perduro
Enquanto no centro
Das ânsias e gozos
Dias pedregosos
Caminhos sortidos,
Assim ao me ver
Aquém do prazer
Além dos sentidos.

34435

Falar de um amor
Ainda que ausente
Por mais que se tente
É como um louvor,
E sem ter a cor
Do olhar que se sente
No tanto freqüente
A cena de horror
Na qual desvario
Sedento e sombrio
Refaço o começo
Do medo sem trama
Da queda e da lama
Aquém do tropeço.

34436

O quanto se abrange
O mundo sem paz
E sendo capaz
Do tempo que range
Correntes e medos
Sementes e grãos
Dos dias mais vãos
E neles enredos
Diversos dos quais
Pudesse sentir
Ausente por vir
Dias desiguais
Riscando meu nome
Palavra que some...

34437


Palavras sei todas
E tento a promessa
Que tanto em remessa
Também ditam rodas
E quando me açodas
A vida tropeça
E falsa se expressa
Negando tais podas,
As honras e as horas
As ondas demoras
E os mares afastas,
Assim minha vida
Há tanto sentida
Em faces mais gastas.

34438

Bebendo este céu
Aonde pudesse
No quanto se esquece
Além deste véu
Seguindo o cruel
Caminho sem prece
E tanto oferece
Negando este mel,
O risco patente
O mundo se ausente
Na voz do que tanto
Pudesse vencer
Além do prazer
Farto desencanto.

34439


Aonde em estrelas
Ascendo ao etéreo
O mundo sidéreo
Vontades; contê-las
E tanto bebendo
Em goles maiores
Os dias decores
Com sóis rico adendo
Percebo o vazio
E nele me engano
O quanto do dano
Também já desfio
E tento outra sorte
Diversa da morte.

34440

O quanto se veste
De sonhos a vida
Não tendo partida
A força que agreste
Regendo me deste
E nela sentida
A sorte fingida
Ou mesmo se empeste
O tempo entre brumas
E quando acostumas
Fugindo de mim,
O medo e a vergonha
Ainda se sonha
Distante do fim.

34441

Em fluidos dispersos
O meu pensamento
Tocando este vento
Bebendo dos versos
E neles perversos
Caminhos alento
E quanto mais tento
Em ritos imersos
Escrevo o que penso
E sendo mais tenso
Ou tanto suave
A bala resolve
E quando me envolve
Também já me entrave.

34442

Atroz misticismo
Rondando o pensar
E quando a vagar
Ainda se cismo
Beirando este abismo
Que tento negar
A vida a tomar
Com tal pessimismo
O rumo que traço
Perdido no espaço
Ausente de mim,
Bebera do farto
E agora descarto
Em goles o gim…

34443

Na força que vibra
O medo da queda
Pagando a moeda
Que não equilibra
Em dólar ou libra
A sorte não seda
E quanto me enreda
Tenaz esta fibra
Refaz o caminho
Nas teias e tendas
E assim em contendas
Persisto sozinho
Realço meu medo
No quanto procedo.

34444

Aonde foi nosso
Agora não creio
Além deste alheio
Caminho que endosso,
Realço se posso
E tanto recreio
Minha alma recheio
Nos olhos, destroço
O peso da vida
Herdado do quando
Pudesse tombando
Gerar a ferida
E assim serviçal
Mundo desigual.

34445

O meu organismo
Entranha o veneno
E quanto apequeno
Porquanto este abismo
Refaço e redigo
O tanto que possa
Vivendo a palhoça
Qual fora castigo
Abrigo meu sonho
E quando revelo
Sondando um castelo
Em rito bisonho,
Pereço e não vejo
Além do desejo.

34446

Atroz sentimento
Tocando de leve
E quando me eleve
Além do tormento
No quanto apascento
Sem medo se atreve
E tanto diz neve
Conforme diz vento
Refaço esta idéia
E tanto em platéia
Aplaudo o final,
Assim nesta cena
A vida apequena
E desce um degrau.

34447

Tentando alegria
Aonde não vira
Sequer outra mira
Senão fantasia
A sorte sorvia
E tanto prefira
Da velha mentira
O quanto sabia
Resisto, porquanto
Ainda me encanto
Com tanto e tão pouco,
Meu rito resume
No quanto em costume
Também me treslouco.

34448

A luz sempre acesa
A sorte não via
Em tal sintonia
A vida surpresa
E sendo tal presa
Que há tanto sabia
Da falsa agonia
Vital correnteza,
Apátrida sonho
E nele reponho
Meus ermos finitos
E quanto pudera
Tramar primavera
Em dias bonitos.


34449

As noites são nossas
Se tanto quiseres,
Mas quando interferes
Nas horas que endossas
E quando remoças
Também regeneres
As sortes, talheres
E neles me adoças,
Vestindo o passado
Diverso e negado
Do quanto mais quis,
Pensei na promessa
Que o tempo confessa
E trama infeliz.

34450

A vida às avessas
A sorte maldita
E quando acredita
Além das cabeças
Nos dias as peças
As portas, a aflita
Palavra que dita
Enquanto começas
E vences os risos
Os medos precisos
Somando afinal,
O corte e a navalha
A sorte se espalha
Num grito geral.

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