quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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28/09/2011


Vencendo os desafios, refazendo
O tempo não traduz o quanto eu quis
E sei do meu caminho em tom mais gris
Praguejo e na verdade sou remendo.

O prazo noutro rumo sem adendo
A luta que pudesse; esta infeliz
Deixar o quanto mesmo contradiz
Nesta incerteza toda se prevendo.

Audaciosamente eu quero o todo
E sei que no final o charco e o lodo
Serão meros presentes de outra sorte.

No quanto poderia ser diverso
Apenas tão somente desconverso
E sei do quanto tento e desconforte.


2

As sendas que vislumbram tal clarão
Ousando até viver na libertária
Manhã que se mostrara necessária
Embora cada passo seja em vão.

Os dias sonegando desde então
A luta que presume esta alimária
E nela cada passo em luminária
Programa no final a decepção.

Ousando acreditar no que não venha
Ainda se produz a velha ordenha
Nos ermos de minha alma sem proveito,

E tanto quanto possa desta forma
A vida no final já não conforma
E mata todo o sonho que inda aceito.

3

Espaços benfazejos dizem tanto
Que eu pude perceber qualquer sinal
Do vento noutro rumo desigual
E sei que na verdade já me espanto,

Mergulho no passado em desencanto
E quando se desdenha bem ou mal
A luta se aproxima do final
Nem mesmo a minha paz hoje a garanto.

Espero e não consigo melhor sina,
A mão que com certeza me fascina
A mesma que apedreja quando eu sonho,

A farsa se deslinda a cada instante
E nada do cenário se adiante
Num único desnível tão medonho.

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