Em teus lábios vorazes um veneno
Que traz em agridoce tal prazer
Da sorte que eu desejo; um leve aceno
A fome que é gostosa de se ter.
Vontade de beber da fonte e pleno;
Inebriadamente me perder
No fogaréu divino, em brasa e ameno
Numa avidez insana, um bem querer.
No rastro de teus olhos sou falena
Num louco suicídio, a claridade
Que em chama e labareda já me acena
Chamando para o gozo mais cruel
Fartura em que se dá felicidade,
Pecado que me arrasta para o Céu...
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