domingo, 6 de novembro de 2011

PEDAÇOS DO QUE FUI

Mergulho nos vazios que deixaste
Enquanto a casa cai, nada mais vejo,
Sequer a menor sombra de um desejo
A vida traz em si tanto contraste,

E sei que na verdade mal notaste
O tempo sem sentido, em tanto pejo,
Vagando sem saber qual novo ensejo
Pudesse transformar o quanto baste,

O verso se transforma na navalha,
A farpa se entranhando e se batalha
Apenas por um resto, este retalho,

O corte na garganta a fome e a fúria,
O tempo se desvenda e sem lamúria
Pedaços do que fui ao longe espalho...

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