Ouvindo na janela, a sua voz,
Longínqua e tão distante, como um eco.
Surgindo do passado, manso, atroz.
Tal qual se fora um baque, meio seco.
O som se repetia claramente
Chamava por meu nome, me assustei.
De tanto que sonhara, num repente,
Um sinal de quem tanto, tanto amei...
Só meu nome dizia nada mais,
Numa doce armadilha da saudade...
Como a dizer do amor que foi demais,
Como a falar em toda eternidade...
A voz do meu amor, meus desenganos,
A voz de quem morreu, há tantos anos...
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