NADA TEMA
Aonde na verdade nada tema,
O peso do viver pendendo em fúria,
Não posso com temor sequer lamúria
Minha alma não suporta alguma algema
E quando mais feroz já se blasfema
Sabendo tão somente desta incúria
A sorte se demonstra agora espúria
E sabe discernir diversa gema.
Pepitas entre falsas pedrarias
Assim a cada tempo mais adias
Herdades que trouxeste em farto gozo,
Meu mundo não se vê nem mesmo cabe
O quanto dentro em mim já se desabe
Outrora num cenário majestoso...
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