sábado, 10 de dezembro de 2011

TROVEJOS

O meu mundo de poeta
Não será tão verdadeiro,
Mas agora se completa
Quando, escuta-te, Sameiro,

Outras vezes tento a sorte
Que pudesse ser inteira
Emoção ditando o norte
Da palavra companheira,

O meu peito se explodindo
De alegria a te escutar
Ouço a voz de um canto lindo
Que se entoa no além-mar

Coração bate feliz,
Nesta força que me dás,
Tendo agora o que mais quis,
Encontrando a minha paz,

O meu verso se transforma
Com total felicidade
Quando agrada, traz a forma,
Do que possa em liberdade,

Num clarão a lua cheia
Invadindo esta certeza
Traz a musa que incendeia,
Vence qualquer correnteza.

Brasileiro sonhador
Com meu sangue lusitano,
Procurando o grande amor
Sem saber qualquer engano.

O meu mundo se aproxima
Do que possa ser além,
Vou ousando em cada rima,
Procurando o imenso bem.

Agradeço cada passo
Que permite nosso Pai,
Meu caminho sempre traço
Sei que o canto não me trai,

Versejando o tempo inteiro
Sem temer o que virá,
Coração, bicho matreiro,
Busca a sorte aqui ou lá.

Nos meus olhos a lembrança
De outros tempos que passei,
Na verdade fui criança
E criança fui um rei.

Jamais pude perceber
A alegria que domina
A vontade de viver
Traduzindo a minha sina.

Onde possa um repentista
Ou quem sabe um trovador,
O meu sonho equilibrista
Entre o medo e o grande amor.

Na palavra que se expressa
No caminho sem receio,
Coração bate depressa
Mergulhando em devaneio...

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