UM NINHO DE SERPENTES
Um ninho de serpentes se mostrando
Aonde um dia quis ter mais tranqüilo
O dia em que sereno e em paz desfilo,
Tentando ser ao menos bem mais brando,
Mas desde que percebo, aonde e quando
O tempo não se mostra em tal estilo,
E quando desatino, e enfim destilo
Veneno que recebo, retornando,
Traduzo a realidade deste mundo
Aonde com terror eu me aprofundo
E vejo especular retrato meu.
Porquanto poderia ser sereno
Aos pouco eu também já me enveneno
Bebendo o que decerto a sorte deu.
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