O QUANTO CONSTATO.
Nada tenho do meu canto
Nem depois do que pudera
Ao viver em desencanto
O que a vida destempera
Já não posso além do pranto
Renascer a primavera
E no fim o que garanto
Noutro instante degenera,
Procurando o quanto pude
Torço os pés e me maltrato
O que vejo e desilude
Traz o quanto ora constato
Num cenário em atitude,
Num momento em rude fato.
MARCOS LOURES
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