quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SEXTINA 0001

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Ainda quando pude ter no olhar
Os dias mais felizes ou quem sabe
A sorte noutra face já desabe
Ou mude meu caminho devagar,
Restando dentro em mim o que não cabe
Sequer eu poderia imaginar.

Ainda que quisesse imaginar
Não trago qualquer luz em meu olhar
E sei da solidão e quanto cabe
Do todo sem sentido e não se sabe
O rumo se moldando devagar
No todo quanto possa e ali desabe.

Meu tempo este castelo que desabe
Já não comporta mais o imaginar
Seguindo o meu caminho devagar
Mantendo esta esperança em teu olhar
Tramando o que deveras não se sabe
Trazendo o quanto quer e nunca cabe,

O sonho dentro da alma sempre cabe
E mesmo que esta estrada assim desabe
Resumos do cenário e já se sabe
Ousando num suave imaginar
Somente poderia ao ver e olhar
Singrar este oceano devagar.

O passo mesmo sendo devagar
Traduz o que decerto ainda cabe
Moldando a rara luz em meu olhar
Repare neste encanto que desabe
E busque o que pudesse imaginar
E o tempo noutro encanto nada sabe.

O tanto quanto pude e não mais sabe
Quem luta contra a fúria devagar
Ainda que pudesse imaginar
Ao fim de certo tempo não mais cabe
E o mundo desejado enfim desabe
Negando o que pudesse em cada olhar.

Traçasse a cada olhar o que se sabe
E o todo não desabe, devagar
Amor; somente cabe imaginar.

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