Não posso e nem tentara ser além
Do mundo mais atroz e nada pude
E quando esta saudade volta, vem,
O tempo tanto marca quanto ilude
E sei que na verdade sou ninguém
Apenas trovador amargo e rude,
E quando na verdade o tempo rude
Determinando a vida ou muito além
O prazo se transita e ora ninguém
Ainda se permite ao que já pude,
E sei do quanto amor agora ilude,
E o medo tão somente o que inda vem,
Meu tempo se perdendo e nada vem,
Embora tantas vezes seja rude
O canto de minha alma quando ilude
Expressa o que pudera e sigo além
Desejo acreditar no quanto eu pude
Embora no final seja ninguém,
O tanto desenhasse este ninguém
Que a vida preparara e quando vem
Traduz o meu anseio e nele pude
Viver este caminho tosco e rude
Ainda que tentasse ir mais além,
A vida nos maltrata enquanto ilude,
O verso que deveras nos ilude
O pranto derramado e mais ninguém
O canto desejado segue além
E o mundo sem sentido ainda vem
Enquanto prosseguindo amargo e rude
O tempo de sonhar; jamais eu pude,
E sei do que em verdade tanto pude
E nisto o caminhar que agora ilude
Marcasse o dia a dia bem mais rude,
E nele o que se veja diz ninguém
Trazendo o que deveras quando vem
Expressa outro caminho, bem além,
E sei que mesmo além, jamais eu pude,
Traçar o quanto vem e tanto ilude
Tornando ser ninguém muito mais rude...
MARCOS LOURES
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