sábado, 26 de junho de 2010

38801 até 38900

1

Por mais que te quisesse
Durante meses, anos
Os vários desenganos
O quanto não se esquece
Negando a sorte houvesse
Aonde sem tais danos
Pudessem soberanos
Enquanto o não se tece.
Resvalo nos vazios
E bebo em desafios
Luares divergentes,
Sentidos quase opostos
Caminhos já propostos,
Porém nada apresentes.

2

Fazer do meu caminho
O mesmo que pudera
Sentir além da espera
Em canto tão mesquinho
O doce e nobre vinho,
Mas tudo degenera
E sinto noutra esfera
Delírio que adivinho.
Arcando com meu passo
Decerto já desfaço
O quanto ainda havia
Do vasto sentimento,
Agora embora atento,
Somente fantasia.

3

Embora te procure
Vagando alheio céu,
O tempo em carrossel
Deveras não mais cure
E tanto já perdure
Na boca o mesmo fel,
Agrisalhado céu
Solar raio depure.
Aprendo e não contesto,
Somente em cada gesto
A mesma face ingrata,
O roto e vão desenho
E nele se eu detenho
A fúria não desata.

4

A vida me apresenta
Ocasos vez em quando
E tudo se mostrando
Em face mais sangrenta
O amor gera a tormenta
O vento derrubando
Enchente destroçando
Enquanto o medo aumenta.
Um bélico delírio
Em tons de vão martírio
Alheia barricada,
Aonde quis a sorte
Sem mais quem trague aporte
Não resta então mais nada...

5

As ruas que prometo
O medo após a queda
O sonho já se veda
E nega algum soneto,
O mar onde arremeto
Mergulho onde se enreda
Diversa enquanto seda
Este erro que cometo,
Vencido, mas nem tanto
Ainda assim garanto
A mim nova morada,
Depois do terremoto
O sonho antes remoto
Traduz outra jornada?

6

Mas brilho de outros sóis
Não pude e nem tentara
Porquanto mesmo clara
A sorte em maus lençóis
Deprime os girassóis
E o fim já se prepara
Aonde se depara
Ausência de faróis…
Ocaso dentro em mim
Os sonhos de festim,
A morte ganha aposta
E sei quanto teria
Não fosse alegoria
O encanto em vã resposta.

7


Quem pensa ter luz tenta
Vencer a escuridão,
Seus olhos não verão
Manhã onde apascenta
A vida em tal tormenta
Faltando direção
Fatal embarcação
Em tez dura e sedenta.
Enquanto inda se crê
No mundo sem um quê
Diverso do que eu sinto
O parto dita o aborto
O sonho agora morto
No amor, alheio e extinto.

8


Mesmo que carregasse
O olhar além do mar,
Sorvendo devagar
Mostrando a nova face,
Ainda que tentasse
Deveras navegar
Sentindo o naufragar
Aonde a morte grasse,
Escaras dentro da alma
E sei que nada acalma
Quem tenta ter além
O mundo em desvario
E quando o desafio
O nada me contém.

9

Pensava que podia
Depois do vendaval
Um dia menos mal
Ou mesmo uma alegria,
Porém dissintonia
Gerando o desigual
Caminho até a fatal
Mera idiossincrasia.
Ascendo ao meu anseio
E o quando o vão rodeio
Arrecadando o fim,
Negando uma existência
Sol gera incoerência
E mata o resto em mim.

10

Ser feliz, ser feliz!
A vida não me traz
Sequer a mera paz
Aonde o todo eu quis;
Se o rumo já desfiz
Ou fora mais audaz,
O coração falaz
Não sabe o quanto diz.
Renego a dita enquanto
Ainda tento e canto
Diversa melodia,
O manto se desnuda
E sei quanto é miúda
A vida que ora via.

11

Dos beijos que mentiste
Gerando este vazio
Aonde alheio rio
Em vão inda persiste,
E sei do quanto é triste
E nisto desafio
O rumo onde desvio
O pouco que resiste.
Reservo-me afinal
Ao dia mais venal
E sei do quanto pude.
Agora a morte ronda
O mar ditando esta onda
Não trouxe a juventude...

12

Desejo ter fulgor
Aonde sou tão mero,
E sei quanto mais quero
Maior o dissabor,
Matando em mim a flor
Se tanto fui sincero,
Aos poucos desespero
E morro em franca dor.
Assumo cada engano
E quando meço o dano
Imenso e nada atrelo
Ao quanto pude outrora
O barco desancora
Em rumo paralelo.

13

No rastro das estrelas
Olhar embevecido
E quando mais provido
De luzes ao contê-las
Sabendo como possa
Traçar novo amanhã
Vivendo o duro afã
A sorte nunca nossa,
A fome o medo e o corte
O peso de uma vida
Já tanto desvalida
Sem ter como conforte
Um velho caminheiro
Além ainda esgueiro...

14

Na espera deste amor
Jorrando em tepidez
O quanto ainda vês
Ou mesmo dita a flor,
Não deixa que o rancor
Gerando insensatez
Tornando desta vez
Grisalha a nossa cor.
Adentro e me concedo,
Vencendo este penedo
E as rocas, sei do cais,
Arrisco o ancoradouro
Nos sonhos onde eu douro,
Vencendo os vendavais.

15

Não posso mais temer
A antiga tempestade
E quando desagrade
A vida em desprazer
Não posso amanhecer
Aonde sei a grade
E tento sem saudade
O sonho reviver.
Pudesse ser feliz,
O quanto tento e quis
Durante estas procelas,
O medo diz das celas
E nelas cicatriz
Aonde o não revelas.

16


Decerto me percebes
Vagando em noite escusa
E quanto mais confusa
Diversas são as sebes
E quando me recebes
Do amor jamais se abusa
Um sonho se entrecruza
Além do que concebes.
E sendo desta forma
A vida se transforma
Reformo o pensamento,
E quanto mais eu tento
Divirjo do passado
Num passo anunciado.

17

Não temo nem sequer
Quem mais se fez cruel,
Seguindo sempre ao léu
Do quanto inda puder
Gestando o que vier,
O mel, o medo e o fel,
Resumo noutro véu
O todo que se quer,
Aprendo a cada anseio
E nada mais receio
Senão este vazio.
O tanto mesmo em dor
A poda dita a flor
Calor endossa o frio.

18

A minha vida passa
Alheia às atitudes
E mesmo se transmudes
Visível tal fumaça.
A vida, a festa, a praça
Antigas plenitudes
E quanto mais me iludes
Maior sei a trapaça,
Mas gosto deste enredo
E nele então procedo
Qual fosse meramente
Um torpe pária exposto
E quanto mais deposto
Reinando em corpo e mente...

19

Recebo enfim a grande
Mortalha já tecida
Durante a minha vida
Aonde a dor tanto demande
O corte, a fúria, mande
E trace em despedida
A sorte refulgida
Ou tudo em vão desande.
Restara dentro em mim
À sombra de um jardim
O risco de sonhar.
Mas sei deste terror
E mato qualquer flor,
Desfaço o meu pomar.

20

Que o vento da saudade
Não faça desta senda
O quanto não atenda
Nem mesmo desagrade,
O risco, a realidade
O nada se desvenda
E tanto gera emenda
Na fúria que ora invade.
Apertos, medos, ermos
E sei dos velhos termos
Aonde a sorte expressa
O fim e não começa
A vida noutra vida
Finita esta avenida...

21

De novo, pois, passeias
Em tantos sonhos meus,
Meus dias sem adeus
As horas vão alheias
E quando então rodeias
Os passos entre os breus,
Os ritos mais ateus
As luas não mais cheias,
Arisco caminhante
Aonde se adiante
O passo nada versa,
A sombra dominando
O quadro desde quando
Findara esta conversa.

22


Pensava tanta vez
No dia aonde outrora
A sorte desarvora
E gera insensatez,
Assim tanto desfez
O passo onde demora
A dita e me apavora
O quanto ainda vês.
Gastando em verso e prosa
A vida sinuosa
Em curvas e desníveis,
Os ermos que eu carrego
Em passo ou num nó cego
Jamais serão visíveis.

23


Quem tanto amou implora
Por pelos menos, sonho
E quando isto eu proponho
A quem fora senhora
Da vida e se demora
Aonde sei medonho,
O passo onde reponho
O corte revigora.
Ausência de esperança
Aprendo enquanto avança
O mundo rumo ao vão,
E nesta forma insisto
Sabendo sempre disto:
Da imensa escuridão...

24

Verdades que esquecidas
Não deixam que se veja
O quanto em mais sobeja
Angústia gera as vidas.
Os medos, as partidas
O passo onde preveja
Ou nada se reveja
Apenas meras idas
E nestas aventuras,
Cenários que procuras
Já não consigo vê-los,
Meus sonhos ermos são
E neles se verão
Somente os pesadelos.


25

Destinos que se tocam
Enquanto se procuram
Os corpos se torturam
E os medos se retocam,
Navego por teus braços
Invado os teus destinos,
Os sonhos cristalinos
Os dias jamais baços,
Acordo e se te vejo
Acende em mim tal frágua
Desejo já deságua
E um dia em azulejo
Deitando sobre nós
Macio, mas feroz...

26

Quem fora amargurada
Durante a vida inteira
Ao ver esta bandeira
Aonde outra alvorada
Pudesse anunciada
E nela a verdadeira
Seara costumeira
Gerada pelo nada,
Sementes deste tempo
Alheio ao contratempo
Adentro o mais festivo
Caminho onde pudera
Vencer a tola espera
Nos sonhos que eu cultivo.

27

Quem sabe agora amores
Desvenda os dias vis,
E quanto mais te quis
Bebendo tais albores,
Sem nada mais propores
Eu sendo enfim feliz
O mundo por um triz
E nele espinhos, flores,
Acrescentando em brilho
O tanto onde palmilho
Deveras se traduz
Na própria natureza
A sorte em tal nobreza
Gestando em si a luz.

28

Nos versos que dedico
A quem se fez bastante
O amor sempre garante
E nele exemplifico
O dia onde dedico
Caminho deslumbrante
Revejo o teu semblante
Num dia intenso e rico,
O vago caminhar
Aonde procurar
O sol tão generoso,
Depois deste vazio
O tempo desafio
E nele a dor e o gozo.

29

Prevejo minha sorte
Aonde possa além
E quando a noite vem
Sem nada que conforte
O quanto me comporte
Ou mesmo sem ninguém
Dos sonhos vou aquém,
Ainda sem meu norte.
Acordo em madrugada
A vida desgrenhada
O passo em falso, o medo...
E quando vejo o rosto
Do amor a ser exposto
Um brilho enfim, concedo...

30

A treva do viver
Já não mais poderia
Reinar no dia a dia
E tudo esmorecer.
O passo volta a ter
Ao menos a alegria
Que há tanto mais queria
E nisto posso crer.
Efêmero, mas tanto
O amor onde agiganto
Permite a claridade,
E sinto na verdade
O brilho onde garanto
A paz que agora invade...

30

Água que me bendiz
Dos rios da esperança
Enquanto o tempo avança
E sei ser mais feliz,
Dos sonhos o aprendiz
Que ao tanto ora se lança
O vento em paz alcança
O quanto mais te quis.
Erijo em homenagem
Além desta paisagem
Com brilho em meu cinzel
Imagem fabulosa
Aonde se antegoza
Um mundo em raro céu.

31

Na fronte da mulher
O brilho aonde um dia
Em paz mergulharia
Sabendo o que se quer
Havendo o quanto houver
Intensa fantasia
Gerando esta alegria
Ou tudo e se vier,
O risco de sonhar
Pudesse anunciar
O tempo mais sensato,
Mas quando estou alheio
O passo em vão; permeio
E ao fim já me maltrato...

32

As dores se esvaindo,
O tempo renascendo
O sei que se estupendo
O dia em paz, mais lindo,
O todo distraindo
A vida se tecendo
Caminho obedecendo
O quanto em ti deslindo,
Anunciando a glória
Mudando a minha história
Gerando um raro sol,
E nele esta certeza
Do amor em tal beleza
Domina este arrebol.

33

Em busca de outro templo
Pudesse ainda crer
Aonde o amanhecer
Em paz hoje eu contemplo
Resumo a fantasia
Em plena liberdade
E sei desta saudade
Aonde amor havia,
Arisco pensamento
Por vezes dita a sorte
E nada mais suporte
Quem bebe o desalento,
E eu creio no futuro
Por mais que eu me torturo...

34

Nos páramos distantes
Os riscos; já não tento
E quando em sofrimento
Deveras me garantes
Os dias terebrantes
Os medos sem ungüento
E sei deste sedento
Momento em tons farsantes.
Eu posso acreditar
Enfim neste luar
Deitando o brilho intenso
E bebo à minha sorte
Aonde o amor comporte
O todo que ora penso.

35

O manto que a verdade
Não mais esconderia
Trouxesse um novo dia
Matando esta saudade
Que agora torpe invade
E traça em poesia
O quanto não podia
Além da realidade.
Esteio de outra vida
A luz reproduzida
No olhar de quem anseio,
Aonde houvera treva
Caminho que me leva
Ao tanto sem receio.

36

Marmorizado brilho
Estende no horizonte
Aonde além aponte
O rumo onde andarilho
Ainda vou, palmilho
E sei da vera fonte
E tramo onde desponte
O sol em raro trilho.
Vestindo esta ilusão
Já sei da direção
Por onde possa ver
Além deste grisalho
Cenário onde me espalho,
Um raro amanhecer...

37

Que nas constelações
Nos brilhos convergentes
Ainda que apresentes
Diversas soluções
A que decerto expões
Raros clarividentes
Momentos evidentes
E neles sem senões,
Resumo em lua imensa
O quanto se compensa
A vida após a queda,
Cenário iridescente
Aonde se apresente
O sonho que me seda.

38

É tempo de tentar
Depois da chuva, o sol,
E sei quanto em farol
Aprendo a caminhar,
Adentro então teu mar
Dos sonhos o lençol,
O rumo agora em prol
Do tanto desejar.
Restauro a fantasia
E nela não teria
Sequer outro tormento,
Vencido em dor e farsa
Meu peito não disfarça
E um novo dia eu tento...

40


Amor que se desfez
Depois da tarde enquanto
A noite em turvo manto
Gestando o que ora vês,
E nesta insensatez
O beijo não garanto
E o corte agora é tanto
E nada mais se fez,
Somente este vazio
E nele se desfio
O rumo em tom grisalho,
A poda da esperança
Aonde em vão se lança
Decerto inda batalho.

41


Renasce nos teus olhos
O brilho constelar
Pudesse adivinhar
Em meio aos vãos abrolhos
As flores mais felizes
E nelas claridade
Aonde esta saudade
Transcende aos meus deslizes,
Eu sei e sinto ainda
O tanto quanto posso,
Do encanto todo nosso
E nele a vida brinda
Com rara maravilha
E o sonho se polvilha.

42

Me leva nos pendores
Os sonhos mais sutis
E quero ou já desfiz
O manto em dissabores,
Morrendo sem as cores
Aonde fui feliz
E o peso em chamariz
Transcende aos vãos amores,
A sorte ditando isca
O passo não se arrisca
A queda se anuncia,
E vejo em turbulência
O amor sem ingerência
Alguma deste dia...

43
Eu cri no vaticano, hipocrisia!
Eu não queria ensinamentos errados,
Desolados! Pelas frestas se espia,
Deuses e demônios sendo usados.

São tantos vendilhões imunizados
Dizendo-se de Deus serem a cria,
No púlpito, no altar, na sacristia,
As mãos tão sujas dizem-se abençoadas.

E se negado o dízimo, não se cria...
É imposição da Santa Ironia
Ludibriando os pobres indefesos.

“Em nome de Jesus” e saem ilesos,
Fazendo da miséria seu altar.
Rebanho aprisionado a cantar...

Josérobertopalácio
Apenas percebendo a geração
De tantas heresias se percebe
Além do que pudesse outrora em sebe
Diversa da moldada em confissão,
Princípios desconexos moldarão
O que se vê decerto e se concebe
Domínio do poder por sobre a plebe
Dinheiro, hipocrisia e pregação?
O dano se produz e nada mais
Impedirá tal ermo caminhar
Envolto em ritos tétricos, formais,
Enquanto a liberdade é reduzida
O pasto não se esgota num altar
Negando o essencial da própria vida.


44

A noite me convida
O tempo não resiste
E quando além se insiste
Na sorte desprovida
A morte dita a vida
Cenário duro e triste
O mundo agora assiste
À trágica partida
Dos sonhos para além
E nada mais retém
O passo destas feras,
Sangrentas, virulentas
Enquanto as alimentas
Com medos que em ti geras.

45

Sob as belas estrelas
Olhando de soslaio
Sou mero e sou lacaio
Enquanto quero tê-las
E vendo em claro espaço
O olhar de quem se dera
Moldando além da espera
O tempo aonde eu traço
O passo rumo ao quanto
Pudera imaginar
Ainda este lugar
E nele não me espanto
Seguindo este tropel
De estrelas bebo o céu.


46


A luz que se reflete
No olhar enamorado
Um rumo vislumbrado
Aonde se complete
O mundo me arremete
E vejo iluminado
Caminho ora traçado
Em luz, sombra e confete.
Apraz-me perceber
O claro do teu ser
No meu já refletido,
Assim entranho em ti
O amor que ora senti
Além desta libido.

47

Emana da princesa
A deusa ou bela diva,
E quanto mais cultiva
Em ti minha alma presa,
Vencendo e tendo à mesa
A vida nada priva
Curando esta ferida
Sem medo e sem surpresa,
Negociar a paz?
Não sou nem mais capaz
De crer neste instrumento
Vencer a guerra em mim,
Chegando ao manso fim,
Se é farto o desalento?

48

Nas ruas onde passo
Ou mesmo ainda tento
Sentindo em provimento
O rumo em novo traço,
Depois deste cansaço
O farto e violento
Delírio em sofrimento
Num sonho mero e escasso,
Exemplo em minha vida
A sorte permitida
E mesmo permissiva,
No quanto se coleta
A vida de um poeta
Palavra ara e cultiva.

49

E como desfrutar
Depois do temporal
De um dia sem igual
Imerso em luz solar,
Depois ao divagar
Vencer o ritual
E ter noutro sinal
Um quanto a navegar.
Embaralhando as cartas
As horas não descartas
E os dias bebes pazes,
E desces dos altares
E quando me tocares
Perdão dos céus me trazes.

50

Bela noite passando
O dia se aproxima
E sinto em novo clima
Um tempo bem mais brando
E sei que desde quando
Amor ditando a rima
O porte já se estima
E o mundo desbravando
Caminhos dentro em mim
Cevando este jardim
E nele flórea luz,
O tempo não se esgota
Na turva ou clara rota
Aonde o pé; já pus.

51

Cometas; desfilaste
Aos olhos promissores
E ainda onde tu fores
Sem medo e sem contraste
O nada que geraste
Ou mesmo dissabores
E neles sem rancores
A vida não tem haste,
O prazo determina
E vejo em nova mina
A cristalina senda
Aonde o meu amparo
Em sonho já declaro
E a paz enfim se atenda.

52

Nos cantos mais bonitos
Olhando mansamente
Quem quer que se apresente
Ou trace novos ritos,
Os dias infinitos
Os medos, minha mente
O canto se desmente
E diz dos velhos ritos,
Aflitos caminhares
E neles ao tocares
O fim com olhos, pele,
O todo que se aflora
Domina e desde agora
Ao máximo compele.


53

Rainha dos meus sonhos
Divina fantasia
Aonde a poesia
Diria em tons risonhos
Dos dias onde possa
Viver a plenitude
E nada mais se mude,
A sorte dita é nossa,
Vencer os meus anseios
Seguir os teus caminhos
Sem tréguas nem daninhos
Sabendo destes meios
Em devaneios vago
Cevando o teu afago.

54

A boca que me toca
Com lábios, dentes, risos
Em tantos prejuízos
O corte já se aloca
Adentro em furna e toca
E teimo em paraísos
Em toques mais precisos
O amor em si provoca
Desnuda a fera e a diva
O quanto me cativa
Cogita novo templo,
A pele bronzeada
A cena desejada,
Em êxtase contemplo.

55

Não sabe do prazer
Quem não se dando inteiro
Esquece o verdadeiro
Caminho a percorrer,
Vencido se vencer
Gerando este estradeiro
Mergulho mensageiro
Das sendas do prazer,
Eu quero e bebo assim
Não deixo nada enfim
E teimo em novo engate,
Aos poucos se resgate
O quanto a vida deve
Outrora em frio e neve.

56

Da noite de luar
Do corpo em pele nua
A senda se cultua
E nela pude amar,
Além do mergulhar
Ascendo enfim à lua
E vago pela rua
Buscando o teu olhar.
Não teimo contra a sorte
Nem nada mais suporte
O passo senão isto
E quanto mais me dou,
Deveras se mostrou
No amor que agora insisto.


57

Nos braços delicados
De quem se fez sublime
O quanto já se estime
Dos dias vãos, legados
E neles mergulhados
Apenas mal redime
O corte e a dor suprime
Encontro tais enfados.
Eu vejo a sorte em ti
E quanto mais senti
O gozo incomparável,
O mundo se mostrara
Em lua imensa e clara
Além do imaginável...

58


Sons etéreos, divinos
Enquanto te procuro
E bebo e me asseguro
De dias cristalinos,
Desnudo devagar
Beleza incomparável
Mulher tão desejável,
Vontade de entranhar
Sem medos e defesas
As furnas, ermos, tocas
E quando em mim te alocas
As pernas ora presas,
Inundações, rocios
Em doces desafios...


59

As folhas balançando
Os olhos contra o vento
O tempo ainda eu tento
Enquanto houvesse o quando
O rumo desolado
O corte prenuncia
A sorte ora vazia
O termo desenhado
Nos ermos de minha alma
Vacância em plena treva
O quanto já se ceva
Colheita que me acalma,
Ou meras ilusões
Em sórdidos senões?


60

À beira das cascatas
Em dissonantes sons
Diversos dias bons
Aonde me arrebatas
E sinto esta certeza
Imerso em teu caminho,
E quando me avizinho
Da imensa correnteza
O farto então se dá
Sem nada me conter,
Começando a colher
Agora aqui ou lá
A sorte que bendiz
E me faz mais feliz.

61

Divino...libertário
O canto de quem sonha
A vida não se oponha
Além do necessário
Seguindo itinerário
Em luz clara e risonha
O manso se componha
Bem mais que o temerário,
Arrisco um passo além
E quando nos detém
O amor não mais sossega,
Uma alma bebe a luz
Aonde outrora eu pus
A sorte amarga e cega.

62

Canto da cachoeira
Ouvindo o teu chamado
Estendo este recado
Aonde mais se queira
E vivo agora à beira
Do templo imaginado
E quanto a ser fadado
A lua é mensageira
Dos tantos brilhos teus
E sem saber de adeus
Deveras me entreguei
E sento sempre assim
O amor jamais tem fim,
E reina em nossa grei.

63

Transcorre neste rio
O tempo em claridade
E quando a dor invade
Vencendo o desafio
Embora em desvario
O todo se degrade,
Além da realidade
Um novo tempo eu crio,
E vejo neste tanto
O quanto me adianto
E chego enfim a ti.
Sorvendo cada gota
A senda outrora rota
Em luz intensa eu vi.

64


Tão distante, esqueci
O fardo que deveras
Gerando em mim as eras
Diversas onde eu vi
O mundo já sem ti
E neles destemperas
Enquanto a dor tu geras
O rumo enfim perdi,
Mas quando estás comigo
O tempo que persigo
Encontro ao lado teu,
O mundo se desenha
E nele em brasa e lenha
O fogo nos prendeu.

65

Na imensidão profunda
O manto aonde um dia
Usara em alegria
A sorte que me inunda,
A morte se oriunda
Do corte em luz sombria,
Mas quando se daria
A paz já se aprofunda
E reina sem surpresas
As horas sendo presas
Dos gozos mais audazes
Não temo qualquer sombra
Se eu tenho em ti a alfombra
Onde prazer me trazes.

66

Nessas águas tão claras
Desejos se desenham
E nada mais contenham
Aquém do que declaras
E sem temor encaras
As dores quando venham
E em ti luzes embrenham
Tomando tais searas,
Arisco pensamento
Aonde num momento
Pudesse ainda ver
O brilho deste olhar
E nele navegar
Nas ânsias do prazer.

67

Perfumes doces, flores,
Delírios mais audazes
E sei que tu me trazes
Diversos dissabores,
Mas quando tu te fores
Os dias mais mordazes
E neles os vorazes
Carinhos redentores
O amor paradoxal
Jamais seria igual
E nesta variedade
Eu bebo e não sacio,
O quanto sou vadio
Também sei que te agrade.

68

Lembrar do que vivi
Depois do temporal
O corpo sensual,
Belíssimo que em ti
Um dia descobri
E neste ritual
O amor sem outro igual
Enfim sentira aqui,
Restando do passado
Apenas recortado
Um frágil e vão remendo
E quando no futuro
O passo eu asseguro
No amor que agora estendo.

69

Imagem benfazeja
Diversa maravilha
Aonde o corpo trilha
E tanto mais deseja
Belezas são tão ternas
E nelas me entranhando
O todo desejando
Começo pelas pernas,
Desnudo mansamente
O corpo desta diva,
E quando mais se criva
O amor domina a mente
E gera sem juízo
Em nós um paraíso...


70

Criatura, distante,
Dos olhos ansiosos
Aonde desejosos
Caminhos adiante
O risco se agigante
O medo em tenebrosos
Olhares pedregosos
Um dia angustiante...
Mas quando estás comigo
O todo que persigo
Encontro em todo espaço
E o vértice do sonho
Em ti quero e componho
No quanto em gozo enlaço.

71

Lavínia calmamente
Nos ermos de meu sonho
Enquanto recomponho
O passo não desmente
E o gesto persistente
Em rito mais risonho,
Agora não me oponho
Por mais que ainda tente.
Vencido em plenitude
No quanto ainda ilude
O riso, a dor e a prece,
Meu prazo não se esgota
Se em ti encontro a rota
Delírio então se tece...

72



Ouço o doce e
Irrecusável chamado,
Abundantes fluidos
suplicam por ti,
Língua, mãos,
O corpo...
Roçando a pele
Como um óleo essencial,
Tudo junto & misturado
A desafiar a física,
Ocupar ao mesmo tempo
O mesmo espaço;
Viajar para lua,
Passear pelo céu;
Sussurros e gemidos,
De fundo musical.

REGINA COSTA

Meu coração, em festa
Celebra com ternura
A fonte clara e pura
Aonde amor se empresta
Sonhando ter comigo
A bela divindade
E nela tanto agrade
O quanto ora persigo
Em gozo em brilho e luz
A vida sem marasmo
Em farto e bom orgasmo
O máximo reluz,
Amor insaciável
Delírio imaginável?

73

Notícias que recebo
Do mundo onde eu tentara
Vencer e ter a rara
Sensação que ora bebo
E quando te percebo
E a vida se escancara
O passo já se ampara
Aonde amor; concebo,
Vestindo este delírio
Ausente algum martírio
Esgoto-me no quanto
Bebera com certeza
A sorte em tal beleza
E assim eu me agiganto.

74

A vida que teimava
Ser quase atroz um dia
Agora poderia
Gerar além da lava
Palavra se lavrava
Na senda fantasia
E tudo poderia
Além do que pensava,
Regendo cada passo
Enquanto além eu grasso
Vestindo esta emoção
Meu canto te tocando
E agora sei bem quando
Os sonhos moldarão...

75

Ressurge destas mortes
O sonho mais audaz
E nele já se traz
O passo onde me aportes
E sei que em tais suportes
O corte não se faz
E o norte mais audaz
Além do que confortes,
Gerando do abandono
O canto onde me abono
Ou mesmo satisfaço
Edênico desejo
Em ti querida eu vejo
E sigo cada traço.

76

A boca melindrosa
A sede não sacia
A sorte dita o dia
Em clara e bela rosa
Assim tão majestosa
A bela se daria
Em farta melodia
O amor que o sonho goza,
Teus pés tão delicados,
Delírios desenhados
Por deus embevecido,
E quando te desnudo
A luz domina tudo
E entranha na libido.

77

Beijava-me com fúria
Quem tanto outrora eu quis,
E agora sou feliz,
Já não penso em penúria
A vida em dor e incúria
Gerando a cicatriz
O tempo a contradiz
Esqueço a vã lamúria
E bebo em beijo audaz
O quanto a vida traz
Em fonte incomparável,
O mar se inunda em brilho
Enquanto em ti palmilho
Caminho insaciável.

78

Paraíso é viver contigo
Sensações que aos céus
Fazem-se alcançar em segundos,
Perco a mim e a noção de tudo,
Marasmo? Orgasmo!
Dos mais intensos e demorados...
REGINA COSTA

Fornalha que incendeia
E toma o pensamento,
Aonde encontro atento
O amor em luz permeia
E quando vejo a teia
Aonde em sentimento
Caminho novo eu tento
Além do que se creia,
Num farto e demorado
Delírio desenhado
Inundações em ti,
E cada gota eu bebo
Do gozo que recebo
No gozo que eu senti.

79

Escondeu-se depressa
A luz onde eu pudera
Sonhar com primavera
Que ainda não começa
E o passo em vão tropeça
A sorte dita espera,
O farto degenera
E nada mais impeça
Caminho aonde pude
Viver em plenitude
O tanto quanto eu quis,
E sei quanto alucino
Um gozo cristalino,
Talvez faça feliz.

80

Mas hoje, por capricho
A vida não permite
Além deste limite
E nisto vejo o nicho
Aonde mergulhara
Em noite magistral
E agora bem ou mal,
Já não mais vejo clara,
O pranto o medo e o frio
Apenas desconforto
Aonde quis o porto
Agora é tão vazio
Desvios matam foz
E o medo doma a voz.

81

Regressa novamente
Ao nada aonde outrora
A sorte desarvora
E doma a minha mente,
O todo se apresente
Aonde desancora
O barco e sem ter hora
A vida nos desmente,
Remeto-me ao passado
E tendo o sonho ao lado
Já nada mais comporte
O canto aonde eu pude
Mudando de atitude
Encontrar algum norte.


82

A boca que entre risos
Entoa em ironia
O quanto poderia
Tramar em paraísos,
Agora prejuízos
Dominam cada dia
E nesta vilania
Ausentes meus sorrisos,
Ardente madrugada
Somente não diz nada,
Apenas adivinha,
Mas sei que tanto atroz
O amor reinando em nós
Gestara esta daninha.

83

Muitas vezes o vento
Assoprando o teu nome,
Mas quando vejo some
Embora siga atento,
Domina o pensamento
Aos poucos me consome,
E nisto nada dome
Sequer o sentimento,
Alhures vejo a luz
E nela se conduz
O passo mais audaz,
O mundo dentro em mim
Trouxesse até o fim
O quanto amor nos traz.

84

Procura dentre tantos
Delírios sensuais
Querendo muito mais
Que meros desencantos,
O beijo se promete
Em raro carmesim
E sinto dentro em mim
Ao quanto me remete,
O sonho num anseio
Desejo não sacia,
E trama em fantasia
O gozo sem receio,
Dessedento a vontade
No encanto que ora invade.

85

Voltando aos sonhos meus
Momentos sem igual
O corpo sensual
Não sabe mais adeus,
E gero esta alegria
E nela não se vendo
A dor, qualquer remendo
Bem mais do que traria
O verso em luz profana
A sorte mais atroz,
Ouvindo a nossa voz,
O todo não se engana
E bebo com loucura
O amor que se afigura.

86

Sua beleza rara
Domina o meu olhar
Enquanto te buscar
O amor já se prepara
Reina sobre a seara
Gerando outro luar
Pudesse navegar
No mar que se escancara
Adentro paraísos
E sei quanto precisos
Os passos que ora traço
Vertendo em majestade
O quanto nos agrade
E tome todo o espaço.

87

Nas ruas que ilumina
Com olhos magistrais
Dispersas teus cristais
Beldade feminina
E quanto mais fascina
Desejos são fatais
Mergulho muito mais
O amor já nos domina
Vencido e sem defesa
De ti sou mera presa
E quero estar assim
Colado junto a ti
Deveras me perdi
Num mar de amor sem fim.

88

Os olhos desejosos
Procuram na nudez
De quem tanto se fez
Além de meros gozos
Os passos andrajosos
De outrora insensatez
Agora em nova tez
São bem mais luminosos
Desvendo os teus segredos
E bebo dos enredos
Aonde perpetuas
Vontades, teus anseios
Divinos belos seios
Imagens claras, nuas...

89

Em busca de encontrar
O quanto havia outrora
O sonho já se ancora
Em belo e raro mar,
Até poder vagar
Sem rumo e sem demora
O tanto que te explora
Até fazer gozar.
Numa ânsia delicada
A sorte desenhada
Permite muito além
E sei do quanto posso
De um mundo apenas nosso
Que tanto brilho tem...


90

Beleza fascinante
Da incomparável diva
E quando em sonhos criva
O passo em que adiante
O mundo deslumbrante
E nele sobreviva
A sorte mais altiva
Que tento a cada instante,
Navego por teus veios
E bebo sem receios
Os cios mais audazes,
Assim em belos braços
O amor ocupa espaços
Enquanto a luz me trazes.

91


Amar é necessário
Bem mais do que pudesse
Ainda sob a messe
De um rito imaginário
Não vendo um adversário
O rumo se obedece
E nele o sonho tece
Um manto incendiário
Vestindo em tal loucura
O quanto se assegura
Deste envolvente chama,
Na transparente e nua
Beleza amor cultua
Enquanto em sonhos clama.

92


O mel que minha abelha
Produz deliciada,
A messe desejada
Além desta centelha,
O quanto navegasse
Por tantas maravilhas
E quando além polvilhas
O gozo aonde trace
O rumo de um sedento
E sonhador voraz,
No tanto que se traz
Além do sentimento,
Amor gera outra senda
E um claro deus se atenda.

93

É raro e mavioso
O mundo onde penetro
E tendo em ti o cetro
O reino é fabuloso
Em loucas incursões
Diversas luas bebo
E mais do que concebo
Em ti as direções
Dos sonhos mais vorazes
Ou tanto quero além
Do amor quando ele vem
E luzes tu me trazes
Chamando por quem amo
O sonho em brilho, eu tramo...

94

Vencido pela pele
Na minha mal tocando
O corpo divisando
E nele se revele
O gozo onde se atrele
O mundo bem mais brando,
Vislumbro delirando
Amor que a vida sele,
Cenário em perfeição
Divina majestade
Aonde o sonho invade
E noites se farão
Em claro provimento
E enfim eu me apascento.

95


Minha alma dolorida
Procura algum amparo
E sei do quanto é raro
O gozo em outra vida
Diversa e distraída
O corte e o despreparo
O beijo em raro faro
A trama presumida,
O manto nos recobre
De fino e belo e nobre
Caminho aonde eu sinto
Fulgores sem igual
E neste ritual
Sou mais do que um instinto.

96


Pergunto aonde está
Quem tanto desejei
Buscando grei em grei
Aqui, ali ou lá
Até se desvendar
Mistério desta ausência
Aonde em inclemência
Não resta luz solar,
Mergulho no vazio
E quando em tal abismo
Às vezes teimo e cismo,
No todo mais sombrio,
Alcanço após; o imenso
Caminho em que ora penso.

97

A deusa que desfila
Desnuda em minha cama,
Enquanto ali me chama
O coração perfila
Desejos e delírios
Além do imaginário
O tempo necessário
E nele sem martírios
Desvendo cada anseio
E bebo até não mais
Momentos pontuais
Adentro e me incendeio
No todo se gerando
Um mundo transbordando.

98

Tudo que escorre em mim
É para ti,
Mel do mais puro e doce;
Boca e sorriso anseiam
Por um beijo,
O mais demorado,
Não menos molhado,
Igualmente quente,
Silente até que seu
Ousado toque percorra
Meu corpo em larvas
De desejo e paixão,
Ofegante e ensandecida
Tatuo tua pele com a minha,
Encaixo teu caule
Na minha flor,
Na mais doce sedução.
Regina Costa

Teu toque sensual
Delírio ensandecendo
A vida nos provendo
Do amor sem ter igual,
Teu corpo em magistral
Desejo me envolvendo
E tudo se tecendo
Em raro ritual,
Teu gozo nos meus lábios
Os dedos astrolábios
Decifram rumo e então
A boca adentra as furnas
Em ânsias que diuturnas
Meus dias mudarão.

99

A vida sem seus braços,
O corpo não permite
O quanto delimite
Em dias meros, lassos,
E sinto nos teus passos
Amor que sem limite
É mais do que acredite
Se adentro vãos espaços,
Olhando para trás
O quanto fui audaz
E agora reticente.
O manto desnudando
A sorte desejando
Amor que a gente sente.

100

Permita-me lhe amar
E crer na divindade
Aonde a realidade
Pudesse adivinhar
E ser e me somar
Ao todo quando invade
E sem saber de grade
Em sonhos libertar
Ao menos sei que assim
Desvendo em seu jardim
Caminhos sem igual,
Aonde fora atroz
Agora em tom feroz
Incêndio sensual.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Vim te ler e me encantar. Lindo demais !!! Obrigada por nos proporcionar estes momentos de leitura. Beijo, querido amigo. Olhos de Boneca.