domingo, 31 de outubro de 2010

15901 a 16100

1

Trazendo no bornal a lua e o sol,
Montando no cavalo da ilusão,
Abrindo esta porteira coração,
Não vejo mais neblina no arrebol.

O amor vencendo a luta, nega o atol,
Prefere este arquipélago emoção.
Não quero ser somente um intrujão
Sequer das esperanças, girassol.

Viver sem ter ciúmes de quem ama,
Não faço do meu canto um melodrama,
Eu sei que no final, serei feliz.

E bebo cada gota deste orvalho,
Se pelo alvorecer belo, eu batalho,
Inebriado, eu teimo e peço bis...


2

Trazendo na minha alma o gosto seco
Da sorte em desalinho que carrego.
Se caço meu destino, sempre peco
Se faço meu caminho, amor eu nego.

Meus passos esquecidos sem pegadas
Sem rastros que me tragam uma saída.
As noites são por certo as estreladas,
De estrelas que perdi por toda a vida.

O flanco sempre exposto quer tocaia,
Da esperança jagunça do caminho.
No toque do prazer rabo de saia
Um pouco que sobrou deste carinho

Jogado num baú sem serventia.
Tua amizade batendo ventania...


3




Trazendo imenso mar, minha esperança
Não andas ,simplesmente tu flutuas
Pelas calçadas a tarde avança
E qual um mar sonhando com mil luas
Eu fico te observando, amor-criança...
desfilando estas pernas, coxas nuas...

O vento vem lamber as tuas pernas
Causando tanta inveja e mais ciúmes...
As horas vão passando mansas, ternas
As flores espalhando seus perfumes.
As tardes são divinas, são eternas...
Misturam tantas cores, tantos lumes...

O vento rodopia o teu vestido...
O mar inteiro em ti está contido...
Marcos Loures


4

Trazendo esta beleza em profusão
Em cânticos profanos vida acresce
Momentos tão soberbos. Se eu tivesse
Ainda alguma força de expressão

Um dia entornaria a sedução
Na qual amor por vezes enlouquece
Embora em outras tantas; entristece
É nele que eu encontro a direção.

Espalho em meus canteiros, os antúrios
Sensuais que prenunciam bons augúrios
Deixando espúrios ventos mais distantes.

Injúrias ou incúrias de uma sorte
Impedem que se veja um claro norte,
Somente suas luzes, radiantes...
Marcos Loures



5


Trazendo esta alegria desde agora,
Amiga fez a festa do seu jeito.
O verso que decerto se enamora
Transita mansamente no meu peito.

Eu quero estar contigo e sem demora
Sentir as badaladas, satisfeito
Quem sabe com certeza não demora
Vem logo que este jogo foi aceito.

Na fonte da amizade inesgotável
A vida passa a ser bem mais potável
Formando esta esperança movediça.

O fogo que me queima mais me atiça
Se tem o tempo inteiro do seu lado.
No encanto da amizade extasiado.
Marcos Loures


6


Trazendo essas imagens distorcidas
De um tempo em que vivi felicidade,
Agora minhas mãos vão decididas
Na busca de um amor que, na verdade
Tramando uma esperança em nossas vidas,
Se embrenhe procurando claridade.
Embora já perceba de saída,
Que o resto disto tudo: uma saudade...
Vivi por longos anos na procura
De um cais onde eu pudesse me aportar.
Felicidade morre sem pintura
Depois de tanto tempo sem ninguém,
Pergunto por teus rastros ao luar,
Depressa, meu amor, que a noite vem...


7

Trazendo essa lembrança dentro em mim,
O tempo em que vivemos ilusões.
Percorro em um minuto vastidões
E volto num instante de onde eu vim.

O pai plantando mudas no jardim,
A primavera trouxe as florações,
Abrindo do passado, os seus portões,
A doce brincadeira não tem fim...

Aonde fora casa, um edifício,
Mergulho na velhice em precipício
Principiando agora, última etapa,

A vida se escorrendo pelos dedos,
Prazeres pueris, distantes, ledos,
O sonho se esfumaça e já me escapa...



8

Trazendo essa alegria que eu almejo
Amor, um sentimento tão intenso
Ancoro no teu colo, o meu desejo
E sinto o borbulhar do amor imenso,

Decifro teus enigmas com meu beijo,
Depois em teu prazer me recompenso.
O paraíso em vida, amor prevejo,
E toda a noite em ti, amada eu penso.

Amor igual ao nosso, eu não duvido,
Foi feito, meu amor, pra ser vivido.
O tempo na verdade não se atrasa

Por isso eu quero ter bem junto a mim
O gozo que eu buscara aonde, enfim,
Felicidade plena se extravasa...
Marcos Loures



9


Trazendo enfim um pouco de bonança
A quem por tanto tempo procurava
A cada ventania que encontrava
Distante percebia uma esperança.

Nos braços de quem quero, uma aliança
Vencendo a tempestade, forte e brava,
A sorte não se faz contada fava
Aos olhos de quem nega a contradança.

Olhando o meu passado em cinzas tons,
A melodia feita em tristes sons
Jamais permitiria algum prazer.

Ao ter tua presença do meu lado,
Matando em alegria o meu passado
Da fonte da alegria, eu vou beber...
Marcos Loures


10

Trazendo em suas mãos, velha esperança,
A moça desdentada me sorri.
Enquanto um infinito não se alcança
Percebo, solitário, eu me perdi.

Carcaças de mim mesmo, o vento leva
Antrazes e vergões adentram a alma
A noite se imergindo em densa treva,
Apenas o vazio ainda acalma.

Um ar fantasmagórico tomando
A cena, promovendo o temporal
Que aos poucos, em loucuras dominando
Gargalha sobre todos. Triunfal...

Incrivelmente eu entronizo o medo
Mortalha a recobrir sela o segredo...


11


Trazendo em suas mãos uma esperança
Que fez-se do brincar e do sorrir,
Com gosto de brinquedo e de criança,
Aos poucos começou evoluir.

Na força que é tão lúdica da dança
De novo, tanto e sempre repetir,
O mar tão infinito; já se alcança
E nada nos impede a prosseguir.

Amor não é brinquedo... Tem dois gumes,
E corta, machucando com saudade.
Por mais que fantasias sejam lumes,

Por mais que nós tentamos disfarçar,
Amor vai se tomando em realidade,
Quem brinca com o fogo vai queimar...


12


Trazendo em seu marulho uma cantiga,
O mar provoca em mim tal reboliço
Tramando em calmaria um raro viço
Tornando a paisagem mais amiga.

Dos sonhos mais audazes, base e viga,
Eu creio na esperança e vivo disso,
Saber felicidade é compromisso,
Uma alma mais tranqüila assim prossiga.

Nos termos da aliança glória e paz,
O amor nos mostra o quanto se é capaz
No céu que se deslinda encantador.

Não termos nem vitória nem derrota,
Dos seres ao seguirem nesta rota
Ao mesmo tempo presa e caçador.
Marcos Loures


13


Trazendo em ofertório um sentimento
Tranqüilo de quem sabe ser feliz,
Ajudas, companheira, num momento
A quem tanto lutou e tanto quis.

Palavras se perderam neste vento,
Mudando da esperança o seu matiz.
Mas logo em teu carinho, doce ungüento
Fechando uma ferida, em cicatriz.

Teu colo que é por certo, meu asilo,
Já traz toda a certeza de abrigar
A quem a sorte negra, num cochilo

Teimou em tantas vezes magoar.
Regaço carinhoso onde me asilo,
Fazendo a tempestade serenar..


14

Trazendo em gozo extremo, uma emoção,
As sendas da alegria, soberanas.
A vida se entregando às filigranas
Da sorte em mais completa perfeição.

Atento a qualquer forma de expressão
Palavras muitas vezes são ciganas,
No quanto fartamente desenganas
A fantasia traz compensação

A toda esta magia, eu sempre assisto,
Não deixo de apoiar um só segundo.
Depois, de camarote eu sempre assisto

Vitórias deste amor, tão prazeroso.
Nos laços deste sonho eu me aprofundo,
Ao abrigo de um mar maravilhoso...
Marcos Loures


15


Trazendo com encanto; o seu prazer
A vida se faz lúdica e sensata,
Deixando para trás qualquer bravata
Expõe na mansidão raro poder.

Durante tanto tempo sem te ver
Entregue à realidade fria, ingrata
Que o dia-a-dia amargo já retrata
Numa constância insossa: ter/não ter;

Refém dos meus anseios e receios,
Sem ter nas minhas mãos sequer os meios
Que façam da batalha um frágil muro.

Mas quando ao fim do jogo busco o empate,
Cansado deste estúpido combate
O que tenha importância, enfim, depuro...


16

Trazendo calmaria no meu mar
O quase que inda fomos pode ter
Talvez algum motivo pra viver
Depois de tolamente me entregar.

Arrancando a paisagem de um olhar,
A porta se fechando passa a ter
O bem mais necessário que ao prazer
Diz coisa que me faz arrepiar...

A pulga atrás da orelha inda me conta
Que a boca desdentada faz de conta
Sonhando com um beijo feito em língua.

Resido no casebre da esperança
Aonde a lua chega calma e mansa
Deixando a solidão morrer à míngua...


17

Trazendo ao peito amargo, uma euforia
Mesclando estes sabores mais diversos,
Eu teço este cenário com meus versos
Volvendo o meu olhar ao manso dia.

Sabendo o quanto em ti eu já teria
Juntando sentimentos mais dispersos,
Matando outros menores e perversos,
Rendido a tal poder me salvaria

De antigas emoções inconseqüentes,
Vazias tempestades tão freqüentes
Em eloqüentes sonhos professados.

Os delinqüentes dias não voltaram,
De rosas velhos liquens se pintaram
Dourando o acinzentado dos passados.
Marcos Loures


18



Trazendo ao nosso peito, plena festa
Amor já nos domina e nos completa.
A mão que se mostrando mais dileta
Em tantas alegrias nos atesta

Que a força que se entranha em cada fresta
Aberta na clareira predileta
Permite que na lira de um poeta
Felicidade em paz, sorriso gesta.

Abarco com meus olhos e meus dedos,
Certeza de um caminho mais suave
Não tendo mais decerto algum entrave

Amor faz conhecer os seus segredos,
Desenho tua imagem com ternura,
Na noite enluarada, calma e pura...
Marcos Loures


19

Trazendo algum sentido pr’os meus versos
Enfrento vigorosas tempestades,
Ouvindo plenamente tais verdades
Os dias com certeza vão dispersos...

De todos os meus sonhos, os seus berços
Cobertos pelas flores das saudades
Promete ao final, tranqüilidades,
Em gozos e prazeres mais diversos.

Nas mãos eu trago espinhos, pedregulhos,
Mas tendo a sensação de outros mergulhos
Afasto qualquer forma de perigo.

Depois que conheci amor perfeito
Matando a tempestade, e desse jeito,
Agora até sorrir em paz, consigo.
Marcos Loures



20

Trazendo a minha estrela da alegria
Encaro a tempestade mais soturna,
Minha alma se perdendo em fantasia
Vagando bebe a luz frágil, noturna.

O coração deveras já se enfurna
Beijando o que esta dor, teimosa cria,
Distante da ilusão vulgar, diuturna
A gente ainda sonha rebeldia.

Ebúrnea solidão, não a mais quero,
Se o beijo da mulher se fez mais fero
Tempero o meu sorriso com sarcasmo.

Será que não seria bem melhor
Siderúrgico sonho no altar mor
Gozando a previsão de um novo orgasmo?



21



Trazendo a luz intensa nos ocasos,
A dama desta noite, luminosa,
Mulher que sem juízo e caprichosa
Mudando de tamanho segue os prazos.

Prateia os meus canteiros, flores, vasos,
Tornando mais bonita cada rosa,
A deusa se desnuda mais formosa
E ajuda a relembrar antigos casos.

O vento se espalhando, milharal,
Bonecas balançando nesta dança,
A vida vai passando assim bem mansa,

O tempo é repetido e sempre igual,
Porém se a chuva falta, a terra é seca,
Matando o milharal, cadê boneca?


22

Trazendo a fantasia para cá
Num gesto em que se mostra este ideal
De um canto tão sublime e triunfal
No qual amor supremo nos trará

Um renovar que em paz se mostrará
Fazendo da alegria um ritual,
Deixando bem distante qualquer mal,
Com força soberana inundará.

Toando em harmonia uma cantiga
Que fale deste amor que não sacia
E entranha totalmente a poesia

Figura sem igual, amante, amiga.
Capaz de demover qualquer espinho,
Entregue sem limites ao carinho...
Marcos Loures


23


Trazendo a claridade ao belo dia,
Teus olhos são estrelas, são faróis
Ao encharcar o mundo em poesia
De ti os meus olhares, girassóis.

Decerto ao perceber quanto queria
Recebo teus clarões, perfeitos sóis,
Iluminando as fontes, fantasia
Tomando em luz intensa os arrebóis.

Um velho caminheiro, um andarilho,
Seguindo passo a passo o raro brilho
Deixado por teus olhos, sinto a glória

De poder ser tão teu e seres minha,
Uma alma que em tua alma já se aninha
Promete ao fim da luta uma vitória.


24


Travando mil batalhas contra a sorte
Que sei tão caprichosa, feminina,
Às vezes uma imagem diamantina
Em outras, revivendo antigo corte.

Sem cais aonde o barco ainda aporte
O peito enamorado desafina
E o riso desdenhoso da menina,
Transtorna; de meus sonhos, qualquer Norte.

São tolas artimanhas da emoção
As velhas armadilhas. Reconheço.
E quando ao fim da escada num tropeço

Desabo e num segundo vou ao chão.
E ao ver meu caminhar tão impreciso,
Eu prossigo entre o Inferno e o Paraíso...


25


Travamos insensata guerra atroz,
Formamos espetáculos insanos...
Obcecado segredo mais feroz
A vida não continha vagos planos.

No fundo desespero canto e voz,
A trama das mortalhas, sem enganos.
Encharco-me venenos, vidros, pós,
Esqueço dos conselhos dos arcanos...

Preciso de teu sangue, companheira...
Precisas do meu corpo, canibal!
A porta desta entrada é verdadeira

Saída mais temprana, um vendaval...
A forma que degustas beira e eira,
Teu sorriso que é mórbido, imortal!
Marcos Loures


26


Transtornos encontrados não impedem
Que o passo seja ao menos vigoroso.
O trem dos pesadelos, caprichoso
Enquanto as pedras soltas cedo cedem.

Momentos mais airosos nos concedem
Desejos de um futuro fabuloso,
Porém a realidade nega o gozo,
Distâncias gigantescas nãos se medem...

Vedando o meu olhar, soltando a voz,
Tateio sem descanso e o mesmo nada
Há tempos traduzindo a caminhada

Estende este tapete. Nada após,
Somente a solidão que impunemente
Transtorna a minha vida totalmente...


27

Transtorno em que se nega a lucidez
Viagem que se faz secretamente,
Permitindo uma espécie de prenhez,
Adentra sem licença, a nossa mente.

Arrasta em rodopio, remoendo
Na mó que perpetua a mesma história
Do nada novamente vou colhendo
O fruto apodrecido na memória.

O quanto andava só, sem pena ou dó,
Das dores, sem pendores bebo um trago,
Refeito de mim mesmo, volto ao pó,
Volátil sensação do ausente afago.

Saudade que desgasta, atrai e afasta
Às vezes em silêncio, solto um basta!


28


Transpondo os infinitos
Meus olhos te procuram,
Amores em seus ritos,
Delírios que torturam.

Vencer os meus temores
Saber dos teus segredos,
Da vida, os seus louvores
Invadem arvoredos

Transformam num segundo,
As fontes buscam mar
Nos sonhos que me inundo,
Certeza de te amar


29


Transito pelas ruas de teus sonhos
E vago em bares luas e canis;
Embora tantas vezes mais bisonhos
Os dias vão passando por um triz.

Fagulhas dos meus mares mais medonhos
Mergulham no teu corpo, chafariz,
Resíduos de outros tantos mais tristonhos
Permitem te dizer que sou feliz.

Ao decolar meus olhos nos teus portos,
Percebo os dentes frágeis, risos tortos
E a seca me impelindo para estrada

Pedindo no teu corpo uma estadia,
Quem sabe inda me reste a fantasia
Em volta desta estrela constelada...
Marcos Loures


30

Transita o vero amor, matéria fina,
Que, gerado em deslumbres de carinhos,
Retendo a qualidade de bons vinhos,
Em tempo o seu valor se determina.

Calcado em tanta paz, alabastrina,
Valora-se em detalhes, raros linhos,
Mesmo quando defronta com espinhos
Transborda em limpidez, tão cristalina.

Início que se fez luxúria e gozo,
Retoma em mansidão, mais carinhoso,
Um sentimento quase de mormaços.

No doce badalar de calmos sinos,
Depois das tempestades, desatinos,
Toda a suavidade de teus braços...


31

Transido pelo gozo do prazer,
Espero o bem da vida novamente,
O quanto que perdi, tão de repente,
Só resta sem temores, esquecer.

Percebo a maravilha de viver
Tocando com carinho a minha mente.
Não quero ser de novo um penitente
Já tendo em minha vida um bem querer.

Amiga me permita estar desperto,
Contigo o tempo inteiro aqui por perto
Sou forte e destemido, abri meu peito.

O fardo que levava em minhas costas,
Na força da amizade, tais respostas
Deixando o meu cantar mais satisfeito...
Marcos Loures


32

Transgrido qualquer ordem, liberdade!
Não temo mais teus cortes ou disparos.
Momentos que tivemos foram caros,
Mas nada se compara à realidade

Amarga que sonega a claridade
E traz dentro ao mesmo tempo desamparos
Delírios se tornando bem mais raros
Deixando no lugar, sequer saudade.

Metades que se atando jamais foram
Além de um simples tolo disparate,
No quanto nosso amor não tem resgate

Os olhos se entristecem, mas não choram,
Apenas ressuscitam o vazio
Do amor que renegou qualquer estio...
Marcos Loures


33

Transgredindo todo Norte
Se a poeira ainda guardo,
Revivendo cada cardo,
Não consigo mais a sorte

Que talvez tendo o consorte,
Meia noite e gato pardo,
A vida não fosse um fardo
Nem tampouco um louco corte.

Na coragem de quem luta,
Nos olhares dos famintos,
Os amores vão extintos

Esperança é quase puta.
Mas se a gente inda quiser,
Haja luz pro que vier...
Marcos Loures


34

Transforme todo o sim em negação
E faça do meu passo qual tropeço.
A queda não detenho e não impeço
Causando em minha pele um arranhão.

Arrasto cada sonho pelo chão
E tudo nesta vida tem seu preço,
Mudando o pensamento de endereço
A vida me permite outro portão.

Na boca tão gostosa das meninas,
Amor bicho safado e tão traquinas
Encontra com certeza um manso porto.

Saltando pelas ruas, rios, lagos,
Deseja claramente tais afagos,
Nos ócios, ossos quedas, precipícios.

O gozo que se mostra em profusão,
Causando a mais completa confusão
Já sabe e reconhece os artifícios.



35


Transformará em redenção a história
O sonho realizado feito amor
A cada novo verso que eu compor
Revivo esta presença na memória

Antigamente eu me pensava escória
Vivendo por viver, sem ter sabor.
Porém ao ver um mundo encantador
Prenunciando assim tanta vitória

Eu pude então dizer do amor que trago,
Além de simplesmente um breve afago,
Imensidão em vida, glória em paz.

Enquanto houver um sonho pra sonhar
Deitando na varanda este luar
Felicidade intensa? Sou capaz...
Marcos Loures


36

Transformar matéria quase bruta
Quem vem de outras demandas nebulosas,
Em formas mais gentis, maravilhosas,
É quase que impossível, tanta luta

Porém a mão do amor logo executa
Moldando em podridão perfeitas rosas,
Apascentando as almas belicosas
Do adubo mal cheiroso à doce fruta.

Rebentando decerto estas amarras,
Ao entranhar profundo suas garras,
Amor mostra poderes indizíveis.

Embora tantas vezes, uma esfinge,
Quem ama, na verdade, nunca finge
Recebe, sonhador, raios incríveis...
Marcos Loures


37


Transformações estúpidas que traço
Em todas as facetas da matéria.
Na ebulição do sonho em que me faço.
Apátridas poções, negra miséria.
Nas hordas que dominam cada espaço
Os homens se parecem com bactéria.

Na podridão da fome que se espalha,
Devoram as crianças recém natas.
Sórdida proteção de uma batalha
Permite que se esgarcem casas, matas.
No corte tão cruel de uma navalha,
Guerreiros e soldados, casamatas...

Nas mãos dos esmoleres da esperança,
Ganância e servidão voraz, avança...


38

Transformação bendita, pois divina
Tornando o nosso sonho satisfeito
Falando deste amor que é minha sina,
Fomento de esperanças no meu peito.

A vida do teu lado, a paz assina
E mostra ser possível o antigo pleito
De ter uma emoção que descortina
Um novo amanhecer sobre o meu leito.

Vencendo as intempéries, tempestades,
Percebo nos teus olhos, claridades
Deixando este passado tão medonho,

Um Eldorado em paz, eu já prevejo,
Tocado pelas chamas do desejo
Um tempo mais feliz, ora componho...
Marcos Loures


39

Transforma a fantasia em doce voz,
O gosto delicado que se bebe
Enquanto a poesia encontra a foz,
Um mar de imensa paz já se concebe

Nos cânticos que trazes sonhos mansos
Nas bênçãos em palavras mais gentis.
Tocando bem mais fundo. Negam ranços
Deixando que se aflore um ser feliz.

Partícipe da festa que não cessa,
Expresso com ternura o meu desejo.
Amor é muito além de uma promessa,
Na sensação exata em que prevejo

Um dia alentador em glórias feito
Vivendo do teu lado, satisfeito...
Marcos Loures


40


Transeunte que passa pelo rio,
Não percebes sentido no que digo,
Meu mundo foi ficando mais vazio,
De todas as angústias; do perigo,

Conheço tal transtorno, mas me rio.
Das vezes que sonhei, tantas contigo,
Não pude perceber quanto é vadio.
O triste coração, levo comigo...

Sonhava com teus passos, nessa guia.
Andando, me deixaste, sem ter meta.
A vida, transportada, em fantasia.

Nos traços vigorosos, linha reta.
Vou transformando em versos, poesia.
Vivendo minha sina: ser poeta!


41


Transcendental desejo, o ramo destas flores
Na tóxica ilusão, um riso se permite.
Não tendo mais caminho aguardo teus olores
E o medo não se mostra, embora tanto grite.

Não quero te seguir nem mesmo aonde fores
Nem tanto o quanto quis, nem fogo que me agite
Apenas não suporto o manto feito em dores
Que corte mais profano, e vença este palpite.

Olhando para outrora; eu vejo um arvoredo
Vencido pelo fogo, apenas troncos velhos.
E nele mal reparo, o quanto dos espelhos

Centelhas do que fui, e morri desde cedo.
Mas amo tolamente a quem nunca me quis.
E incrível que pareça. Assim eu sou feliz!


42


Transbordo, nesta vida, de emoção.
O tempo que passamos, leva o vento.
Não quero desta dor, sequer fração,
Rasgando os infinitos, pensamento...

Meu peito sem coragem, coração,
Esquece todo medo, num momento.
Arrebenta as correntes da paixão,
Mergulho nos teus braços... Contento-me!

Sou pó, simples poeira sem destino.
As tempestades levam, fina areia.
Nos sonhos, vendavais, simples menino.

Espero traduzir-te nos meus versos,
Buscando teus carinhos, universos.
Encontro-te em meu mar, linda sereia...


43

Transbordo nesse amor que me tortura
Embora na tortura é que me salvo.
Jamais esquecerei tanta ternura
Da vida, meu divino e fatal alvo.

Amar é ser feliz em largo gole,
Depois embriaguez vira saudade.
É faca que em teus beijos, já se amole,
E corta mais sutil tranqüilidade.

Amar é perceber o gosto amargo
E ter tanto prazer nesse amargor.
O peito lacrimoso que eu embargo
Repete mansamente o meu amor...

Não quero ser talvez o teu fastio,
Apenas te viver em pleno cio!


44


Transbordando em raro brilho
Um real caleidoscópio,
Apertando o meu gatilho,
Neste olhar absinto e ópio.

Mergulho vertiginoso,
Rodopios, carrosséis,
Neste enredo caprichoso
Som de milhões decibéis

Arrancando os meus abrolhos,
Vejo o encanto do arrebol,
Esperança colho aos molhos
Debulhando o velho sol.

Ser assim café pequeno
Tanto bate quanto empeno...
Marcos Loures


45

Transborda em cada verso, o sentimento
Não tendo mais saída vou assim,
Vibrando uma esperança dentro em mim,
Amor renegará qualquer tormento.

Legando à solidão, o esquecimento,
Dourando cada flor de meu jardim
Nas cordas de um plangente bandolim
A marca deste amor entregue ao vento.

Nas notas musicais e nos sorrisos,
A sorte vem chegando e sem avisos
Amor não mais sossega, toma tudo.

Destino que em teus braços sempre mudo
Deixando à minha dor, ledo vazio.
Um novo amanhecer, contigo eu crio...
Marcos Loures


46

Tranqüilidade esvai-se na fumaça.
Enquanto não houver uma esperança,
Um gesto de carinho invade a praça,
Promete uma manhã tranqüila e mansa.
Caminho benfazejo já se traça
Trazendo com mais força, a confiança;

Se a vida não tivesse a fortaleza
Do amor que ao se espalhar forja o sorriso,
Seguindo contra a forte correnteza,
Distante não se vê o paraíso.
A solidão, parceira da tristeza,
Impede um passo firme e mais preciso.

Se o amor, já descuidado, tu não cevas,
Estrelas fugidias, vão em levas...


47


Trambolhos e trombadas vida afora
Resíduos das fumaças que traguei
Partindo do princípio que pequei
Quero tua nudez comigo agora.

Remar contra a maré me revigora
No mapa do planeta me estrepei.
Se às vezes sem destino eu naveguei
O melhor que desfrutei já não tem hora.

Senhora dos meus erros e falácias
Bebendo em transfusão rubras hemácias
As cordas arrebento e sem galés

Não tenho mais espinhos nos meus pés
Facadas em teu corpo, canivete
Teu velho trombadinha amor pivete.


48


Tramando, tantas vezes, ledo engano,
Proveitos que retiras do meu sonho,
Amando sem querer, causando dano,
Em todos os meus medos me proponho.

A mesma perdição que me causara
Aquela que busquei na fantasia
Amar é cultivar pérola rara
Viver perfeito transe da alegria.

Saber que estás por certo assim sujeito
A todas as vontades mais insanas
Tentando a cada dia ser perfeito,
Escravo destas lendas soberanas.

Amar não é sequer ser só cativo,
Cative quem te adora, amor revivo!


49


Tramando um doce sonho em amargura,
Amor prepara o bote e nos domina,
Porquanto é necessária tal morfina,
Pressinto nesta dor, a minha cura.

O sonho em realidade se mistura
E torna a fantasia cristalina.
Enquanto na verdade desatina
Cravando em cicatriz a assinatura.

Arcando com meus erros, nada temo,
Sequer a força insana da paixão
Domínio sem limites do terror.

Sabendo controlar o barco e o remo,
Entrego-me à fatal navegação
Nos braços indiscretos de um amor...
Marcos Loures


15950

Tramando um dia a dia com apuro
A moça do meu lado já sorri.
O quanto que passara em trilho escuro
Até chegar agora junto a ti.

Eu quero ser feliz, isso eu te juro,
E sinto que o lugar é bem aqui
Vivendo o nosso amor sincero e puro
Felicidade, enfim, reconheci.

Mulher que me extasia em mil prazeres,
Divina criatura que é só minha,
Meu peito no teu colo assim se aninha

Rendido à divindade dos poderes
Que emanas num momento de alegria,
Trazendo ao peito amargo, uma euforia...
Marcos Loures


51

Tramando um belo e raro amanhecer
Roubando de teus olhos, claridade
Enquanto a vida traz farto prazer
Eu posso enfim dizer: felicidade.

O quanto se permite conceber
Um dia em mais perfeita liberdade
Eu posso; finalmente, te dizer
Do amor que construiu tranqüilidade...

De tua boca sinto este desejo
Tomando todo o sonho em que prevejo
Um dia em novas luzes descoberto

Sentindo esta presença que fascina
Querendo sempre aqui, bela menina,
Vivendo do teu lado, sem aperto...
Marcos Loures


52


Tramando um belo e raro amanhecer
A noite se prepara em bela prata
No claro plenilúnio eu posso ver
As folhas dançarinas nesta mata.

Convite para a festa e pro prazer
Que aos poucos, vem chegando e me arremata.
Amor que não tem fim vem me dizer
Do quanto esta paixão sempre arrebata

O peito enamorado. Rondo estrelas,
Nas asas deste sonho eu me liberto.
Contando vaga-lumes, tu atrelas

Teu barco e assim chegamos a um remanso.
Vivendo o nosso amor, em rumo certo,
Eu quero o teu carinho, e não me canso.
Marcos Loures


53


Tramando o teu prazer, amor implora
Sabendo recolher cada segundo,
Aonde o coração vil, vagabundo
Encontra uma alegria sem demora.

Se a gente tantas vezes canta ou chora,
No templo da ilusão eu me aprofundo,
Vivenciando o gozo vou ao fundo
Do mar que sem te ter já vai embora...

Falésias, pedregulhos, temporais,
Serpentes, monstros, trevas e procelas.
E quando mais distante vejo o cais

Aonde aportaria o meu saveiro
Um mundo abençoado me revelas
No amor sincero e franco, verdadeiro...


54

Tramando nesse amor já redivivo
Embora não sabia ser possível
Recebo teu carinho mais altivo
Refeito num efeito mais incrível...

Não vejo nesse amor mais o marasmo
Que havia destruído o nosso caso.
E vejo-te em brilhante entusiasmo
Como se renascesses dum ocaso...

Não sinto tais grilhões que te prendiam
Nem medos que mostravas sepulcral.
Meus carinhos também não te entediam,
Estás; como dizer? Mais sensual...

Ter falo, meu amor, rompeste o abismo.
Agora; em nossa cama, cataclismo!!!!


55

Tramando maravilhas sem igual
Eu vejo quanto eu gosto de você
Meu mundo feito em paz, por ritual
Do jeito e da maneira em que se vê

Estampa eternidade em cada verso,
Revelando o poder de uma alegria,
Juntando todo o sonho já disperso
Molduras de esperança, ele recria.

O tempo de viver é desde já
Não temo os temporais que eu sei, virão
A mão do puro amor me levará
Causando a mais sutil revolução

E assim do bem que a vida traz agora,
Felicidade imensa se assenhora....


56


Tramando em nossa vida, tal magia
Espalho o teu sorriso pelo quarto,
Partícipe da festa eu já dizia
Do quanto em nosso amor quero e reparto.
O bem se transformando em fantasia,
Espelha a maravilha feita em parto.

O peito em sentimento nobre, eu abro,
Rompendo este silêncio que atordoa,
Quem teve um pesadelo mais macabro
Percebe o quanto a vida se faz boa,
Decora a nossa casa um candelabro
Ardências preciosas da coroa.

Girando o tempo inteiro, carrossel,
Vagando pelas noites, ganha o céu...
Marcos Loures


57

Tramando em nós perfeita sincronia,
Amor em luz harmônica vigora,
O bem que se mostrou em alegria
Já sabe o que mais quer e quer agora.

Estrelas derramadas pela sala,
Irradiando lumes florescentes.
A gente vendo tudo não se cala
E beija com vontade, unhas, dentes.

Repare nesta lua na varanda,
A moça já não quer nem mais partir.
A vida recomeça essa ciranda,
E o tempo não tem tempo de impedir.

Amores se renovam noutro plano,
Qual fossem estações várias de um ano.
Marcos Loures


58


Tramando em agonia, o meu final
Irônica manhã em vento frágil,
O tempo em que buscara ser mais ágil
Perdido num temível temporal.

Um barco que se entrega num naufrágio,
Não tendo outro destino, a minha nau
Espalha nos meus passos, vil lacrau,
Da solidão recebe o vão contágio.

Uma excrescência em vida; volto à tona,
Até mesmo o vazio me abandona
Restando tão somente uma lembrança

De um dia, há tanto tempo onde talvez
Amor por um segundo em altivez
Mostrou algum resquício de esperança...
Marcos Loures


59


Tramamos solidões, nossos destinos
Se não trouxermos paz à nossas vidas,
Tocados por insânias, desatinos,
Decerto não veremos as saídas.
Mantendo o coração qual de meninos
As horas serão calmas e queridas.

Não deixe que este sonho bom se acabe,
Permita que alegria seja plena,
Castelo de emoções nunca desabe,
A vida assim prossiga mais serena.
Amor nunca é demais e sempre cabe
Tornando nossa história bem amena.

Na noite que se vai sem este brilho,
A farsa que se fez, mudando o trilho.


60

trago os olhos de quem sonha
e não vê qualquer saída,
na estrada tão enfadonha
a verdade dividida

a saudade que se imponha
e mudando a minha vida
mostre a face mais risonha
mesmo tola e distraída

de quem ceva com ternura
camponês de peito aberto
nesta noite amarga escura

eu concebo um belo dia
vou aguando o meu deserto
com inútil fantasia...
Marcos Loures


61


Trago os ói de sodade machucado,
Da tristeza d’amô que me dexô,
Pulo céu avoando, fais riscado,
Curisco carregano a minha dô

Apois bem, se calô disisperado
No sertão, tanta tráia já levô,
Meus amô trupicando ansim de lado,
É pruque marvadeza carregô!

Coração, no meu peito, faiz vexame,
Bateno, sem compasso, sem medida,
Dotô, num necessita nem de exame,

Do jeitim que esse cabra feiz da vida,
Num tem nada que sente nem reclame,
Amô discontrolô sua batida...


62


Trago minhas quimeras escondidas,
Quisera poder, último momento,
Saber sem tem segredos dessas vidas;
Que passeiam caladas num tormento.

Mar impossível, cala-se nas bridas
Meu coração mineiro solto ao vento
Nas vilas e favelas, sem saídas
Uma expressão de riso e sofrimento

Minha manhã melindra-se solar
As luas se perderam nos sertões
Caminhos não consigo mais buscar

Novo pó, refletido nos porões,
Sem porém, sem talvez, num novo altar.
Velhas jaulas, clausuras, meus leões...


63


Trago impressa, em minha alma, a tatuagem
Formada por amores impossíveis...
As tintas são por vezes invisíveis
Mas trazem os sinais da tua imagem.

Vivemos um amor de mansa aragem,
Em tempos que passamos mais incríveis.
Porém em nossas cruzes indizíveis,
As dores nunca foram qual miragem

A cicatriz que trago não se acanha.
A mão tão delicada já me arranha
O medo me transtorna totalmente.

Não deixo de sentir, por ti, desejo;
Embora em teu carinho, sem ter pejo,
As garras me feriram plenamente.


64


Traduzo o sentimento que me invade
No vento, nas palmeiras, mar, areia
No belo anoitecer, no fim da tarde,
Na lua que promete ser tão cheia.

No canto destes pássaros libertos
No riso de alegria dos amantes,
Nos passos caminheiros, sempre incertos,
Nos lumes de teus olhos deslumbrantes.

No rio que descendo em cachoeira
Prepara uma piscina natural,
Nas águas que lambendo a ribanceira
Romance bem sutil e sensual.

Na sombra que vagueia aonde eu for
Marcado em cada passo, o nosso amor...
Marcos Loures


65


Trago esse amor sentido sobre a mesa,
Degustas sem ter pena cada gota...
Minha alma foi pro fundo caiu rota,
Nem lágrima, restou por sobremesa...

Tentei permanecer qual vela acesa,
O vento e tempestade foram vis,
Nos dias em que,tolo,cri feliz,
Foram os de maior, grande tristeza...

Não quero mais saber de sina e sorte,
Nem procuro mais luzes onde cria,
Amor sem ter certezas, fantasia;

Fantasmas que perseguem e sei morte.
Quem dera se eu pudesse, ainda creio,
Viver amor intenso sem receio...
Marcos Loures


66

Trago as sombras antigas de quimeras,
Caminhando por pedras entre urzes....
As fontes desejadas, as esperas,
Já se despedaçaram, velhas cruzes...

Derradeiros prazeres, mortas eras,
Invernaram-se inteiros, negam luzes...
Soledades, tristezas, vis crateras;
Em guerra corações, setas, obuses...

Distante do castelo das perfídias,
Uma bela mulher adormecida...
Em volta da tapera, mil orquídeas.

Toda simplicidade da beleza...
És última esperança desta vida,
Betânia, teu amor, uma riqueza!


67


“Traga-me um copo d’água, tenho sede!
Dizia don Gilberto, o grande Gil.
Retrato em preto e branco na parede.
O sonho que emoldura foi gentil.

As letras vão perdendo a direção
E fazem dos poemas simples réguas,
Paralelos olhares da ambição,
Na luta sem descanso; eu peço tréguas...

Do palco iluminado, o chão de estrelas,
Apenas o vazio rompe os zincos;
O vento vai tocando estas janelas,
Reforço, temeroso, os velhos trincos.

As frases se perderam nos jornais,
O trem azul partiu pra nunca mais!
Marcos Loures


68

Traduzo o sentimento que me invade
No vento, nas palmeiras, mar, areia
No belo anoitecer, no fim da tarde,
Na lua que promete ser tão cheia.

No canto destes pássaros libertos
No riso de alegria dos amantes,
Nos passos caminheiros, sempre incertos,
Nos lumes de teus olhos deslumbrantes.

No rio que descendo em cachoeira
Prepara uma piscina natural,
Nas águas que lambendo a ribanceira
Romance bem sutil e sensual.

Na sombra que vagueia aonde eu for
Marcado em cada passo, o nosso amor.
Marcos Loures



69


Traduzirão o que desejo enfim,
Os sentimentos que carrego agora
Minha palavra um sonho comemora
Ao demonstrar o quanto existe em mim.

Um belicoso tempo mostra ao fim
Da tempestade, este temor que aflora
Ao procurar no nosso amor escora
Percebo por que tantas vezes vim

Buscar a boca delicada e farta
Da qual uma alegria não se aparta
Anunciando em glória plena a paz

Olhar farol me guiará decerto,
Trazendo o que era longe pra bem perto,
Mostrando o quão amor se faz capaz...
Marcos Loures



70


Traduzem nosso amor, mais que perfeito
O cálice em que bebo o teu prazer,
Abarca tantos sonhos, nosso leito
Na luta que não traz nenhum poder.

Escravos e vassalos vão distantes
Do bem que tantas vezes se fez claro,
Os sentimentos livres, por instantes
Permitem cada verso em que declaro

O quanto existe em nós que não se apaga
Do fogo que emoldura esta paixão.
Mulher sílfide, deusa, reina maga
Causando a mais feliz revolução.

Beijando cada beijo com ternura,
Insânia que domina enquanto cura...


71

Traduz, enamorada esta alegria,
Palavra em que se forma este poema,
Do amor as emoções em piracema
Invadem com sublime poesia

O mundo em que a paz cedo regia
Rompendo da esperança cada algema,
Trazendo a fantasia como emblema
Prazer a cada verso se anuncia.

Vagando pelas teias deste amor,
Eu sinto renascer com mais vigor
Encanto vislumbrado há tantos anos.

Meus olhos te seguindo vida afora,
Imagem tão sublime e redentora,
Sanando em mansidão antigos danos...
Marcos Loures


72


Traduz um sentimento em paz, sobejo.
Encantos deste sonho em alegria
Façanha feita em cantos num desejo
O mundo em mais completa sintonia.

Um canto mais suave eu já prevejo
Pra quem só espalhou tanta harmonia.
Receba cada verso como um beijo,
Certeza de calor em noite fria,

Amiga, tantas vezes percebi
O quão existe belo dentro em ti
Apascentando as dores, duras feras,

Entrego o pensamento à liberdade,
Vivendo o bem supremo da amizade
Encontro finalmente as novas Eras...
Marcos Loures


73


Traduz esta esperança tão benquista
Mostrando dia-a-dia um bem querer,
Amor que nos inflama e nos conquista
Chamego tão gostoso de viver,

Um sol maravilhoso já se avista
Dourando nossa vida com prazer.
Não há neste planeta quem resista
Ouvindo amor clamar num bem querer.

As pernas confundidas nos lençóis,
Abertas tais janelas vejo sóis
Faróis inebriando nossos olhos.

Eu tenho; junto a mim, uma certeza
Da vida que se faz em lauta mesa
Florindo o meu caminho em raros molhos...
Marcos Loures


74


Tracejo meu caminho em direção
Aos braços de quem amo, e não vacilo.
Tocado pelo fogo/sedução,
Felicidade intensa eu já destilo

Em cada verso meu, prazer e glória
De ser teu companheiro de viagem.
O rumo perseguido em nossa história
Não é somente um sonho, uma miragem.

É verdadeiramente um novo marco
Que traz na travessia um vento manso.
Levando para a praia o velho barco,
Regaços de quem quero; meu remanso.

Assim dois passageiros desta vida,
Encontram neste amor, rumo e saída...
Marcos Loures


15975

Tracejo em meu caminho, a direção.
Aos braços de quem amo, e não vacilo.
Tocado pelo fogo/sedução,
Felicidade intensa eu já destilo

Em cada verso meu, prazer e glória
De ser teu companheiro de viagem.
O rumo perseguido em nossa história
Não é somente um sonho, uma miragem.

É verdadeiramente um novo marco
Que traz na travessia um vento manso.
Levando para a praia o velho barco,
Regaços de quem quero; meu remanso.

Assim dois passageiros desta vida,
Encontram neste amor, rumo e saída...



76

Traçaste teus caminhos, petulante...
Os olhos esquecidos no horizonte.
A morte se demonstra dura amante,
Invade rebentando, vaza a ponte...

Não posso conceber amor farsante,
Que torna tão altiva tua fronte,
Mas demonstra esta empáfia delirante...
Da solidão, quimera, és rica fonte!

Cismando de rondar teu pensamento,
Vasculho por entranhas pegajosas.
A vida te transforma em excremento,

Mas pensas transcender perfumes, rosas...
Não sabes discernir simples objeto,
No amor que já senti, ser abjeto!
Marcos Loures


77

Tufão fremindo assim impetuoso,
Fazendo tempestade firme e forte,
Impede que se encontre mavioso
Destino em tuas mãos, serena sorte.

Assim depois de toda esta bonança
De um dia benfazejo e mais feliz,
Amor vai corroendo esta esperança
E apenas de saudade já nos diz.

Mas creio, enfim, poder dizer teu nome,
Gritar a todo mundo deste amor,
A dor da solidão, aos poucos some,
E deixa a minha vida recompor

Em versos e delícias, beijos, risos,
Levando meu cantar aos paraísos...


78

Tudo vai se acendendo dentro em mim,
Assim como se fosse a primavera
Tardia que viesse no meu fim
Depois de tanto tempo em triste espera.

De longos, maus invernos de onde vim
Refém da solidão velha quimera,
Percebo o que não quis, mas vejo assim
A garra adormecida de uma fera.

Tudo vai transformando o que se fora
Forrando todo o peito em cicatriz.
Mas nada além do vago me decora

Apenas um sorriso por disfarce
Fingindo que por fim serei feliz.
Mas já não reconheço a minha face...


79


Tudo que notas pertencente ao fado,
Verás que sempre concebeste encanto.
Quando me vires, manso assim, parado,
Não poderás sequer ouvir meu canto...

A solidão não te dará recado,
Aves daninhas te levarão meu pranto...
Amor que sei da dor passou bocado,
Buscando vai tentar roubar meu manto...

Quem ama sabe discernir amantes,
Na vastidão penetrarei espaços...
Na nossa sala esvaziar estantes.

A nossa sorte dependente insana.
No fim da noite adormecer meus braços...
O pó das penas nosso amor espana...


80


Tudo o que me mostraste foram ramas...
Minhas recordações não deixam telas.
Os pastos que passei nas velhas tramas
São maços dos cigarros onde revelas

As farpas que trocamos velhas chamas.
As tais melancolias queimam velas.
As partituras levas, não reclamas.
Minhas contas formam simples bagatelas...

Se tudo o que me deste foi restolho,
Se nada que te peço faz sentido,
A vida que prometo olho por olho.

O dente que quebrei era postiço,
O medo que me deste foi fingido.
Amor que me mentias perde o viço...
Marcos Loures


81


Tudo é possível. Basta que se creia.
O sonho nos permite a liberdade.
Do mar que se derrama em alva areia
Até a mais distinta claridade.

Nos braços delicados da sereia
O amor quando demais, felicidade...
E mesmo quando o sol forte incendeia,
O vento feito em brisa vem e invade.

Não tema, minha amada companheira,
Sigamos pareados vida afora
A glória se fazendo costumeira

Enceta um novo tempo aonde o sonho
Chegando e nos tocando sem demora,
Suprime esta aquarela que componho...


82


Tuas palavras sempre me enlouquecem,
Convidam para a festa mais profana.
As dores nos teus braços já se esquecem
A sorte de te ter jamais engana.

Os meus sentidos todos te obedecem,
Tu és a minha Fada soberana,
As pernas sensuais em rendas tecem
A noite que desejo, amor se explana.

Adentro tuas matas, teus mistérios,
Vasculho ponto a ponto teus segredos.
Amar é nunca ter sequer critérios,

Trazendo para a vida o gozo pleno,
Passeio no teu corpo, sábios dedos,
Molhados, saciando o teu sereno...


83


Tuas mãos, meus desejos e ternura...
Alucinadamente em vão, procuro...
Em meio a tempestades, céu escuro,
Em meio a frases soltas, sem candura

Tuas mãos martirizam minha cura,
A noite que não tive e sempre aturo,
Meu medo contornando esse chão duro..
Nas tuas mãos, encontro uma candura...

Sozinho, me torturo e encontro nada...
A sorte que pretendo está finada,
Nos olhos as estrelas fingem velas...

As mãos que se tornaram belas telas,
Esperam desenhar as aquarelas,
Aurora que embeleza a madrugada...
Marcos Loures


84


Tuas mãos tantas vezes caridosas,
No desespero vidas salvam, matam...
Com carinho, suaves me maltratam....
Têm espinho e também recendem rosas...

Unidas vão pedindo piedosas,
Num abraço por vezes me arrebatam.
Mas cruéis se divertem e me caçam...
Na procissão caminham andrajosas...

Ultrajes e calúnias, mãos sedentas.
Repartem solidárias, mas são lentas
Nas carícias que fazes - nosso quarto...

Ajudas nos delírios novo parto...
Tuas mãos que silentes falam tanto...
Aplacam a dor - causam todo o pranto

Marcos Loures


85




Tuas mãos são altares divinais,
Benditas mensageiras da esperança,
Quais fossem de um saveiro, o manso cais,
Que após a tempestade diz bonança.

Nos toques mais audazes, sensuais,
O paraíso em vida, uma alma alcança,
Dos sóis que tu carregas nos bornais
Anunciada glória com pujança.

E quando, o coração, tolo se cansa,
Não deixas que me cale, pois jamais
O amor que em ti transporta a temperança

E a cada novo enredo à luz avança,
Descreve maravilhas e me traz
Ao fim de toda luta, o dia em paz....



86


Tuas mãos que apascentam; estendidas
Num gesto de carinho e de perdão.
As dores que tivemos; esquecidas,
Pois trazes novamente a redenção.

Durante tanto tempo em nossas vidas
Angústias invadiram coração,
Agora estas palavras tão queridas,
Permitem que se encontre a solução.

Os ermos de minha alma solitários
Procuram por amores solidários
E encontram, com certeza farto afeto

Nas mãos de quem conhece e valoriza
A força da amizade, mansa brisa
Tornando o meu caminho mais dileto...


87

Tuas mãos em minhas mãos
Tentações que se completam
Quando os olhos buscam vãos
Emoções já se repletam.

Tento às vezes disfarçar,
Mas não nego quanto quero
O meu sonho se atrelar
Neste amor que sei sincero

Nada tenho contra o sol,
Mas prefiro ter a lua
Decifrando este farol
Nossa sanha continua

Vem chegando de mansinho,
Farto amor sem burburinho...
Marcos Loures


88

Tuas mãos carinhosas e sentidas...
São Mãos que me prometem mil carinhos.
As Mãos que são tão firmes, decididas,
Criando, decididas, nossos ninhos...

Tuas mãos delicadas, noite afora,
Carícias e delícias, me despertam...
Não deixam prá amanhã, sabem, agora.
Nossos rumos, caminhos, já se acertam.

Mãos que em tantos momentos me apoiaram;
Sem medo de enfrentar o dia a dia.
Tantos mares, nas noites, navegaram,
Tuas mãos me trazendo a fantasia...

Tuas mãos, tuas mãos... Doce perfume...
Fazendo deste amor, um bom costume...


89


Tua xaninha eu chupo com vontade,
Enfio cada dedo sem perdão
Requebras com furor à saciedade
Vadia se entregando com tesão.

A puta mais safada da cidade,
Fudendo o teu cuzinho, uma explosão
Que trague para nós felicidade,
Mulher em plena chama, um furacão.

Batendo em tua cara, nos quadris,
Rasgando em fúria insana esta buceta,
Tu pedes implorando que eu te meta

Até sangrar. Te faço assim feliz
E lambes meu caralho até que a porra
Tomando a tua boca, já se escorra..


90


Tua xaninha em fogo, desejosa
Ardendo de vontade, molhadinha.
Buceta divinal, maravilhosa,
Delícia de te ver tão abertinha
Te quero bem vadia e mais gostosa,
A deusa em perfeição, minha putinha.

Esfrega o teu grelinho no meu pau,
Fuder o teu cuzinho com meus dedos
A noite se promete em bacanal,
Penetro, descobrindo os teus segredos,
Desta mulher safada e sensual,
Eu quero muito gozo. E já, sem medos,

Fazer desta luxúria um estribilho,
Vagando nos teus portos, andarilho...


91


Tua xana em minha boca, mel e gozo,
Pedindo o meu caralho tão sedento,
Fudendo a minha fêmea assim gostoso,
No tesão que me domina, violento...

Teus seios, tua bunda teus quadris,
Arrebitados pedem o meu pau.
Que sabes te fará bem mais feliz,
Fazendo no teu cu um carnaval.

Depois neste boquete tão sacana
Vontade de fuder já recomeça,
Deitada em minha cama, esta putana,
Loucuras sem limites me confessa

E me entregando à deusa feita puta,
Mergulho minha porra em sua gruta...
Marcos Loures


92



Tua visita; aguardo toda tarde,
E não me cansarei nunca da espera,
Sentir o corte fundo, uma cratera
Aberta no meu peito, cruel, arde.

Sinto teus passos, tremo, falso alarde.
Meu coração dispara e desespera.
Mas mudo, fixo olhar e esta tapera
Vazia continua. Dor covarde.

Quero tanto os teus braços; Porém.. Nada...
Tua ausência; mortalha assim criada
Por esperanças tolas, velhas crises...

A minha boca sonha com teu beijo,
Mas te buscando, tonto, nada eu vejo
Somente o teu retrato... E nada dizes...
Marcos Loures


93



Tua visita aguardo toda tarde;
Não me cansarei, nunca dessa espera,
Pois bem sei que sentir essa cratera
Aberta no meu peito, cruel, arde...

Sinto teus passos, tremo sem alarde
Meu coração treslouca e desespera.
Mas mudo, fixo olhar, esta tapera
Vazia continua. Sou covarde!

Queria tanto teu amor, mas nada...
Tua ausência, mortalha abandonada
Por esperanças tolas; cicatrizes.

A minha boca sonha com teu beijo,
Mas te buscando tonto, nada vejo.
Restando o teu retrato, e nada dizes...
Marcos Loures


94

Tua sina, querido companheiro,
Com certeza, jamais foi invejada.
Começou, desde início, malfadada...
Teus irmãos dominaram mund’inteiro.

Te restando as profundas; foste herdeiro
Do que nunca, ninguém, quis como estrada...
Dos mortos, o teu reino era entrada,
Da grande Proserpina, amor primeiro.

O teu destino triste, desgraçado,
Achavas que seria teu legado.
De Júpiter, Netuno, foste irmão.

Dos mortos, teu reinado, e possessão.
Isso não bastaria a ti, Plutão;
Depois de tanta glória, rebaixado...


95


Tua roupa jogada no sofá,
Travesseiros, lençóis, tudo no chão.
A vida mais gostosa brilhará
Nas chamas mais intensas da paixão...

Prazer que encontro aqui, me levará
Decerto aos mares loucos da emoção.
Vem logo, que eu te espero, vem pra cá
Render-se sem limite à tentação...

Meus beijos descobrindo teus recôncavos
Atando os meus convexos e teus côncavos
Num ato tresloucado e mais complexo...

Amor que se faz quente e pede sexo
Aos poucos nos deixando sem juízo
Adentra em gozo e riso, o paraíso...
Marcos Loures


96

Tua presença sempre me fascina
E faz ferver desejos e loucuras.
Te quero a cada instante; uma menina
Clareia em força e luz, noites escuras...

Viajo no teu corpo, sede e sina,
Fazemos nossas santas diabruras;
A noite de prazer nunca termina,
Encontro na saliva, as minhas curas...

Deitados nessa noite sob a lua...
Tua presença em chama, fogo e brasa,
Tatuo meus segredos, pele nua

Total insensatez... Nos gritos roucos,
Desfruto de teu corpo, minha casa;
Amamos sem juízo, soltos... Loucos...


97


Tua presença expressa a claridade
De um tempo em que desejo ser feliz.
No corpo da mulher, felicidade
Volvendo num instante pede bis.

No quanto eu te desejo de verdade
Momento de saber o que bem quis
Vivendo com total tranqüilidade
Negando o que se fora amargo e gris.

Beijar a tua boca, colo e seios,
Caminhos que procuro, belos veios
Trazendo para mim, imensa luz.

Em meio à profusão de gozos tantos,
Espalhas maravilhas pelos cantos
Enquanto este delírio reproduz...
Marcos Loures


98

Tua presença eu sinto em cada verso
Em cada estrela solta no infinito
Andando por caminho tão diverso
Encontro nos teus braços o meu rito.

Vagando qual cometa no universo
Espero pelo sonho mais bonito
Quem teve o seu passado assim disperso
Soltando da paixão imenso grito

Percebe toda a sorte que se chega
No vento, numa estrela, neste mar.
Se deixa enfim levar por esta entrega

E nada mais procura. Só te achar
A sina se mostrara outrora cega
Agora já tem luz para enxergar...


99


Tua presença em sonhos revigora
A certeza cruel, mas verdadeira
Do quanto a dor às vezes não se esgueira
E toma toda a cena, sem demora...

Além do que plantei, quer ou não queira,
Somente a fantasia inda me escora,
Adorno os meus espectros. Senhora
Dos restos que em pedaços forram a esteira

Aonde tolamente quis regaço.
Apodrecido rumo que ora traço,
Moldando enegrecidos horizontes.

Arranco e despetalo cada flor,
Jardim onde cultivo este rancor
Que regas com desdém, fétidas fontes!


16000


Tua presença é feito um mau agouro
Prenúncio de fatal insensatez,
Enquanto o coração, sonhos, desfez
A vida não vê mais ancoradouro.

E quando em outras plagas eu me douro,
Tu crias; sem motivos, um talvez,
Refaço este traçado todo mês
E a dor vai se entranhando em nosso couro.

Chegar ao fim do dia e nada ver
Senão a ladainha enjoativa,
Há tanto que procuro te esquecer,

Porém sempre retornas, desde o início
Aonde se pensara em luz tão viva,
Encontro sem defesa, o precipício...


1



Tua presença diz de tantos sonhos
Percebo o teu perfume em cada flor,
Falar da maravilha deste amor
Que trama dias claros e risonhos,

Por mais que ande caminhos mais tristonhos,
Eu tenho uma alegria a te propor,
Tomado por tão mágico esplendor
Deixando para trás medos bisonhos.

Dedico os versos meus ao sentimento
Que unindo nossos corpos me traz paz,
Somente o teu amor me satisfaz

E tomando de assalto o pensamento
Permite que eu consiga ser feliz,
Cevando todo o bem que outrora eu quis...




2


Tua presença bela, maravilha,
Desfila em plena praia, quase nua...
No paraíso divino desta ilha

A deusa que caminha e já flutua
Transborda de beleza enquanto brilha
Transporta para a terra a clara lua...

Vivendo esta paixão o tempo inteiro
Tomando tua boca gota a gota,
Persigo o teu caminho, rastro e cheiro,
Amor que se promete além da cota...

Estou a te esperar faz tanto tempo,
Morena que encontrei em ilha bela
Que a vida não nos traga contratempo,
Do mar e do meu céu, pra sempre estrela...


3


Tua presença aqui, também eu sinto
No fogaréu imenso do desejo.
Das cores mais intensas eu me pinto
E o gozo anunciado assim prevejo.

Dizer que não te quero? Não,não minto
Anseio pela chama em que me vejo
Imerso no prazer feroz e tinto,
O teu corpo desnudo eu tanto almejo.

Rolando em tua cama a noite inteira,
Domado por uma ânsia verdadeira
Numa explosão imersa em tal loucura,

Amor que se detona num segundo,
Provoca a tempestade em que me inundo
E traz a tresloucada e santa cura...
Marcos Loures


4


Tua presença amiga me apascenta.
Mesmo distante, ouvir a tua voz
Amaina a tempestade então atroz,
Tornando a vida enfim, menos sangrenta.

Palavra carinhosa que me alenta,
Embora a solidão, cruel algoz,
Aperta na garganta estreitos nós
Uma esperança frágil inda venta

Roçando esta minha alma sonhadora,
Num átimo, um sorriso já se aflora
Permite que se creia em salvação...

As marcas que ficaram tatuadas,
Quem dera se restassem hibernadas,
Porém teimosas, sangram. Foi em vão?
Marcos Loures


5


Tua presença amável e tão formosa
Demonstra esta emoção onipresente
A vida, no passado, belicosa
Agora se demonstra mais contente.

O Amor que se irradia enquanto goza
Caminho que em delícias oriente
Aquela que se quer maravilhosa,
E quer alvorecer que se pressente

Nos braços deste sonho imorredouro,
Certeza de encontrar farto tesouro
Nas ilhas deste encanto imensurável.

Somamos nossas forças, minha amiga
Que a sorte- ser feliz, enfim se abriga
Nos braços deste sonho interminável...
Marcos Loures


6


Tua pele de louça, éter e sonho.
Vivendo por um triz a cada dia.
Marujo deste mar, meu barco ponho
Na vida dessa moça, fantasia...
Quem sabe se terei um cais risonho
Depois de naufragar tua magia.

É perigoso ter felicidade
No jogo de perder, nunca ganhar.
Não há nada no mundo que me enfade
Mais do que essa saudade a te buscar.
Por isso, por favor, por caridade,
Depressa vem comigo, mergulhar

Numa ilha bem distante, paraíso,
Perdendo todo o rumo e sem juízo...


7



Tua palavra mansa é mensageira
Das luzes divinais que me inebriam,
Minha alma seduzida, já se inteira
Da beleza que as tuas propiciam.

A sorte que se mostre verdadeira
Entende o que os sinais tanto diziam,
Quem tem uma alegria por bandeira
Estende as mãos que sanam e aliviam.

Inundo-me de tanta poesia
Que trazes nos teus olhos, nos teus versos,
No encanto de teus rastros, vão imersos

Os sonhos que a emoção sobeja cria,
Sentindo o doce aroma majestoso
Que exalas com teu verso mavioso...


8


Tua nudez, em vídeos me revelas
Deliciando assim deste cenário.
Mergulho em fantasia tantas telas
Sem medo, sem pudores, temerário...

Às vezes sonegando alguma imagem
O pensamento alçando outro momento,
Precede com certeza uma miragem,
O fogo consumindo calmo e lento.

Mas nada do que fomos, realidade,
Apenas um segundo em frágil troca,
Amor que traduzindo liberdade
Em falsas emoções já se reboca.

Tentando ser feliz de qualquer jeito,
Eu durmo em fantasia, insatisfeito...
Marcos Loures


9


Tua nudez transborda uma esperança
Que é feita tão somente do desejo,
De ter tua alegria em nossa dança
Além de todo o sonho que eu almejo.

A noite em mil delícias já se avança.
E tudo o queremos, num lampejo
Se faz em plena festa, uma aliança
De corpos que se tocam, relampejo...

Guiamos nossos passos mais precisos,
Buscando em mil delírios, fantasias...
Há tanto nossos sonhos tu querias,

Há tanto desfrutarmos dos sorrisos
Que fazem nossa noite vendaval,
Bebendo de teu corpo sensual...
Marcos Loures


10


Tua nudez tão simples, delicada...
Nas transparências todas, lisa, mansa.
Deposta sobre a cama extasiada
Exposta a plenitude, amor e dança...

Teus seios sob a blusa, belos montes,
Em meio a tais colinas, minha boca...
Beijando sutilmente, belas fontes,
Arfante, desejosa, a voz mais rouca...

Revigoras meus olhos já cansados,
Depois de tanta vida sem ter porto...
Amores que se foram... Outros fados,
Deixando uma impressão que estava morto...

Mas trazes novo sonho em transparência...
A vida vai mudando de aparência...

11


Tua nudez me chama
Pra festa mais gostosa
Acende farta chama
Mulher maravilhosa,

Orgasmo se proclama
Na pele tão sedosa
A vida agora clama
Enquanto a gente goza.

Teu corpo em convulsão
Um gêiser que me aquece
No corpo, este vulcão

Que cedo, me enlouquece
Envolto em sedução
Loucuras, sonhos tece..
Marcos Loures


12


Tua nudez inspira meus desejos
Buscando no teu corpo o meu prazer,
Cobrindo tua pele com mil beijos,
Mansamente descendo a te lamber.

A gueixa que desnudo devagar,
Mostrando uma buceta divinal,
Teu grelo endurecido irei provar,
Enquanto tu me chupas, gueixa, o pau.

Fudendo de mansinho, chego ao céu
Comendo o teu cuzinho apertadinho,
Orgasmos repetidos, carrossel,

Fornalha que nos queima, tinto vinho
E o gozo se esparrama em doce sal
No jogo que tramamos, sensual..


13

Tua nudez fantástica deslindas...
Me deixas transtornado, em ti flutuo...
As formas que me mostras, são tão lindas.
Eu que sempre fui uno, sonho duo...

Nos teus desejos, bela, as dores findas...
Ao te ver assim, queimas-me, então suo...
As noites que te busco são bem vindas,
Meus medos se esvaindo num recuo...

Tua nudez delira meu soneto.
A pele mais formosa, sem defeitos...
Mil versos em teu nome já cometo.

Procuro-te por cantos santos leitos...
Nos dias frios, tontos, me remeto
Quem dera mergulhar teus lindo peitos!


14



Tua nudez exposta em minha cama,
Teu corpo delicado, uma fogueira,
Que abrasa e me devora em louca chama
Quando tu vens comigo e dá-se inteira.

Em gozos caudalosos, nova trama
Se faz no nosso quarto, feiticeira,
Feliz de quem encontra a quem se ama,
Em noite extasiante e tão matreira...

Ardendo de paixão mil fantasias
Que assim realizamos, sem pudores,
Encharcas de emoção todos os dias,

Tocando no meu corpo com teus lábios,
Insensatez, loucuras, méis, olores,
Carinhos mais ousados, mas tão sábios...


15

Tua nudez em sede, um turbilhão,
Enlanguescente rola em minha cama,
Mostrando em cada curva a sedução,
Que traz santa loucura e assim me chama,
Ardendo de vontade e de tesão,
Meu corpo te deseja e já se inflama.

Lambendo os seios fartos, rabo e grelo,
Chegando tão faminto aos teus segredos,
A cada ponto, quero conhecê-lo
Enfio sem pudores os meus dedos,
Meu corpo no teu corpo, qual novelo,
Fazendo da luxúria meus enredos.

E a gente se entregando até que o gozo,
Exploda num momento tão gostoso...
Marcos Loures

16



Tua nudez convida para a festa
Neste bailado louco do prazer.
Toda vontade, amor à noite empresta;
Sentido-te deitada, enlanguescer

Eu quero com lascívia, aberta a fresta;
Penetrar em cada espaço, poder ter
No todo deste dia que me resta
Ver todo o teu desejo reverter

Em banhos, em sorrisos, furacões,
Em mares nunca dantes navegados;
Abrindo deste templo seus portões

E ter o teu bailado sobre mim,
Nos passos desta dança, cavalgados,
A noite vai passando toda assim...


17

Tua nudez clamando sem demora,
Um fogo mavioso que incandesce
Misturas de desejos sem ter hora
Paixão em que com fogo se umedece

Não há nada que impeça, venha agora
Que a fome de te ter nunca obedece
Juízo nem pudores, pois aflora
E vendaval intenso assim se tece.

Fazer-te toda minha, mar aberto
E pronto pra procela ensandecida
Levando tempestade pro deserto,

Um furacão que explode em gozo insano.
Depois só descansar em ti querida
As flores que colhi, num abandono...


18


Tua nudez chamando para o gozo
Entregue totalmente me convida
Ao toque mais gentil, voluptuoso,
Molhando meu prazer, cada lambida.

Abrindo este cenário mavioso,
A porta deste céu, já repartida
Espera este corcel que mais fogoso
A lava enfim derrama, derretida.

Cavalgas meus delírios, noite afora,
Suores e gemidos, num fulgor.
Entranho cada senda com ardor,

A fonte feita orvalho cedo aflora,
Tua umidade farta lubrifica
Salgando, a tua boca me adocica...
Marcos Loures


19


Tua nudez caminha pela casa,
Desejos me tomando, excitação,
Meu corpo totalmente feito em brasa,
Querendo te beber, louco tesão.

Gozar de teu prazer e dar o meu,
Bebendo cada gota do teu gozo
Delícias que o amor nos concedeu,
Fazendo nosso dia mais gostoso.

Tocando tua pele, minha língua
Descobre num vulcão, uma erupção
Matando a minha sede em cunilíngua
Enquanto me devoras, felação.

Num vício que me toma, eu me inebrio,
Fartando-me dos gozos, nosso cio...
Marcos Loures


20

Tua noite já cintilas,
Trazes luzes e fornalhas.
Nos sonhos me trazes vilas,
Cios, campos de batalhas...

Os meus medos fazem filas
Meu corte, minhas navalhas.
Venenos nem sei, destilas!
Aproveitas tontas falhas...

És bela e não te desejo.
Não restas e tudo temo.
Tantas lutas que pelejo,

Nossos ossos, torto, cremo...
Posso te pedir perdão
Na forma dessa oração!


21


Tua negra beleza; meus delírios...
Realeza gentil de chama e fogo
Espreito belos peitos, nosso jogo
Negra beleza sobre os alvos lírios.

Teus lábios, carnes.... Doces, bons martírios...
Tuas coxas roliças, peço em rogo,
Tantas preces, nas faces desafogo,
Teus olhos, claridades, meus colírios.

Venero a negritude, tua pele,
Teu andar tão sublime, me compele
A buscar nos divinos céus, sons, banjo...

Amar-te tanto, claros mansos beijos,
Saciando, assim, todos meus desejos,
Na mais bela mulher que é deusa e anjo...


22

Tua mão me acarinha, força bruta...
As noites que te vi, misteriosas,
Não posso devorar a velha fruta,
Nem posso perceber, perfume e rosas...

Um grito de saudade não se escuta.
Meus versos denegrindo tantas prosas;
Penetro por medonhas, fundas grutas.
As mãos que me maltratam, perigosas...

No quadro dos meus sonhos, és esfinge.
Não posso decifrar o teu enigma.
Muitas vezes tratante, vida finge,

Mortalhaste meus medos e canduras...
Carrego tantas dores, meu estigma,
Tua mão me maltrata com ternuras...


23



Tua luz, espetáculo de vida!
Anseio por teus olhos, claros dias!
A chama dos amores, aquecida.
Rondando nossos sonhos, melodias!

Amar-te cicatriza essa ferida
Que a vida me causou; melancolias.
A bela, que julguei, adormecida,
Clareia meu amor com honrarias!

Nas ânsias de saber onde encontrar,
Esqueço-me das dores lá de outrora...
A noite mal termina, volto ao lar

A vida qual verbena, vem, se flora...
Encantos do teu brilho sobre o mar.
Felicidade; vivo amor: Agora!


24


Tua lembrança foge entre meus dedos,
Mergulho no passado e nada vejo.
Os anos se passando e o que prevejo,
Depois de tantos sonhos, os degredos.

Expondo há muito tempo os meus segredos
Agora, em solidão, somente almejo
Ainda algum resquício de desejo
Mudando ao fim do túnel, os enredos.

As ilusões se foram, nada resta
O quase fui feliz, maltrata tanto.
O lobo que se perde na floresta

Sem dentes, desprezado em desencanto,
Um alvo que se expõe ao caçador,
Assim eu imagino o nosso amor...
Marcos Loures


16025



Em tudo está tua lembrança,
Na chuva e no sol,
Nos passos nas escadas...
Como uma noiva eu cheguei, há muito tempo,
Os seixos nas trilhas,
E as ruas de muitas cidades,
O caminhar em teus belos jardins,
Cada flor e rosa e árvore...

RÚHIYYIH RABBANI


Tua lembrança existe em cada passo
Que dou nesta procura insaciável,
Nas horas mais difíceis, no cansaço;
Em toda plenitude, insuperável

Resides no meu rosto, em cada traço.
Na lua, chuva e sol, quase tocável.
Nas ruas, campos, trilhas, praça e paço.
Em cada sentimento imaginável...

Eu sinto o teu perfume em cada flor.
Nas árvores, seus galhos, na floresta.
Por onde meu caminho simples for.

Na página esquecida que me resta,
Na voz que uma emoção sempre se empresta,


26


Tua imagem raiada já cintila,
De teus olhos a vida resplandece
Deitada em maciez tanto tranqüila
As mãos unidas trazem nova prece.

Cantando o nosso amor, cedo propaga,
Em versos tão serenos de brandura.
A vida em tais prazeres já se alaga
Tornando essa turva água em água pura.

Em todas as canções louvando flores
Que espalhas nos jardins com teu carinho
Recebo com afeto tais olores
Sabendo que jamais serei sozinho.

Assim na sutileza deste olhar,
Aprendo novamente o que é amar!


27



Tua imagem guardada num sacrário
Absorve meus estranhos sentimentos.
As pontas deste velho relicário
Penetram mais profundo por momentos.

Não quero te ofertar o meu sudário,
Nem mesmo te permito mais tormentos.
Amores caudalosos no estuário
Perecem ao sabor de fortes ventos.

Imagem reluzindo, uma visagem,
Quem dera refletisse um belo céu,
Uma alegria em forma de corcel

Saindo do meu peito, uma estalagem,
Teriam finalmente a liberdade
Alçando no final, felicidade...


28


Tua imagem distante, estrela guia,
Ausente de teus braços. Que fazer?
Apenas imagino este prazer
E a noite continua tão vazia.

Porém, mesmo que seja assim, tão fria,
Este astro tanto ajuda-me a viver,
E posso, quase insano perceber,
A luz que me trará um belo dia...

Somente fantasia? Não mais creio,
Tão viva esta presença dentro em mim.
A noite vai chegando quase ao fim,

No peito enamorado, resta anseio
Uma esperança, agora já me assalta,
Mesmo que ela se encontre,enfim, tão alta...


29


Tua doce presença querida,
Me transforma num ser mais feliz;
Modifica meu rumo na vida,
Traz meu céu com mais lindo matiz.

Se tu queres o gosto da sorte,
Te ofereço meu braço gentil.
Nunca temas nem sina nem norte,
Nossa vida se torna febril.

Cada vez que te quero comigo,
Outra vez esperando voltar.
Não mais sei de verdade ou castigo,
Eu só canto meu canto de amar.

Primavera florida divina
Na beleza da deusa menina...


30


Tua distância amiga, aconchegante;
Trazendo teu calor tão mansamente.
Ao ver-te me imagino estar diante
Da deusa que sonhara urgentemente.

Estrelas fulgurando em claro céu,
Rolando por espaços magistrais,
Procuro meu recanto no dossel
Depois de navegar dores astrais.

Teu corpo, nos contornos definidos,
Presença dos meus barcos naufragados.
Tocando tão de leve; meus sentidos.
Por mares maviosos, navegados.

Te quero, simplesmente tanto quero...
Amor que glorifica e que venero...


31


Tua dedicação, qual enfermeira
Que cuida com enlevo e tanto amor,
Trazendo no sorriso sedutor,
A mágica sensível, feiticeira;

Amiga, poder ser a vida inteira
Assim, tão dedicada e com fervor,
Ajuda a quem precisa, cura a dor,
E mostra uma alegria derradeira.

A quem já sofreu tanto desamor
Mostrando em alegria, esta bandeira
Que é plena de carinho, encanto, ardor.

A mão tão delicada e costumeira
Fazendo-se mais forte e com penhor,
O brilho da amizade verdadeira...


32


Tua buceta linda, raspadinha
Molhada e com saudade do meu pau
Que busca tão sedento esta grutinha,
Gostosa, tão cheirosa e sensual.

Te quero nesta noite bem putinha,
Fazendo em minha cama um carnaval,
Comendo devagar tua bundinha,
A porra te encharcando no final.

Rasgando esta calcinha com meus dentes,
Chupando o teu grelinho com tesão.
Prazeres e sussurros que entredentes

Provocam a vontade, uma explosão
Em todos os prazeres mais sacanas,
Orgias mais fantásticas, putanas...


33


Tua boca voraz me toma inteiro,
Pantera que me encanta e me devora.
Fazendo de meu corpo teu canteiro,
As vias do prazer, cedo decora.

E corta com as garras carinhosas,
No desejoso grito de vingança.
As noites são assim, deliciosas,
O céu em pouco tempo já se alcança...

Uivos loucos, luxúria, gozo e cio.
Nos olhos da pantera sem sarcasmos,
Prazeres se demonstram, cessa o frio,
Em bocas e sussurros, seus espasmos...

Deitada do meu lado, a dor descarta,
E dorme, calmamente, mansa e farta...


34


Tua boca vermelha carmesim,
Carnuda, desejada e tão louçã.
Invade num segundo tudo em mim,
Beijar-te é meu prazer e meu afã.

Te quero toda minha sem ter fim,
Podendo te beijar já de manhã,
Reacendendo sempre este estopim,
Reinventado o mito da maçã...

Segredos que me contas, ilusões...
Palavras vão ao vento e nada mais.
Palpitam com certeza os corações.

Mas nada do que dizes já me importa,
Apenas quero abrir de ti, a porta
Aportando meu barco no teu cais...


35


Tua boca pede beijo
Meu prazer quero te dar,
Salpicando com desejo,
Mil estrelas a brilhar.

Minha sorte assim prevejo,
Nos teus raios de luar,
Desse amor sinto o bafejo
Que me faz, demais sonhar.

Na loucura deste amor,
Desfrutar o bom da vida,
Caminhando aonde for,

Minha estrela preferida.
No teu beijo redentor,
Encontrei minha saída...
Marcos Loures



36


Tua boca me alucina
E me mostra quanto é bom
Natureza tem seu dom
Traduzido na menina

Sem saber já me domina
Vai mudando todo o tom,
Debaixo deste edredom
Dos prazeres vejo a mina.

A cabocla mais prendada
Que existiu neste sertão,
Faz do amor o seu rincão

Bebe a lua prateada
Bronzeando a formosura
Que de noite me tortura..



37


Tua boca em audácia me procura
E beija devagar a tesa glande
Com toque de malícia e de ternura,
Aos poucos o meu falo já se expande

Num misto de vontade e de aventura
Não há quem nos segure, nem quem mande
Neste desejo insano que tortura
E ao mesmo tempo aumenta, e mesmo grande

Não se compara ao gozo que virá
Depois de mil orgasmos pressentidos
Certeza de que tudo brilhará.

Na tarde, na manhã na madrugada,
Usando e abusando dos sentidos
Findando com a chuva, assim, dourada...


38


Tua boca desliza sem juízo
Passando por meu peito, meus cabelos,
Até que vislumbrando o paraíso,
Molhando, devagar, todos os pelos...

Abrindo na volúpia de um sorriso,
Não ouve mais pedidos nem apelos,
De teus dentes, num átimo, matizo
Segredos tão difíceis de contê-los.

Na generosidade desta boca,
Meu sonho prazeroso realizado.
A voz que vai grunhindo, quase louca,

Soltando mil gemidos incontestes,
Rodando o pensamento inebriado,
Começa a retirar as tuas vestes...


39



Tua boca desliza mansamente,
Roçando no meu peito, tão voraz...
Meus pelos arrepias levemente,
E mostra-se feroz e mais audaz...

Me entrego nos teus braços totalmente,
Além do que pensara ser capaz.
Sentindo tua boca, doce e quente,
Volúpias e desejos amor traz...

E aos poucos devorando cada gota,
Deitada sobre mim, sorriso branco...
A noite em mil carinhos não se esgota,

Te quero sempre mais, amor sou franco,
Depois de tanto tempo, mergulhando,
Te digo, simplesmente, estou te amando!


40


Tua beleza, um dia, acabará,
Não restará sequer uma lembrança,
A morte com certeza apagará
A chama sem deixar nenhuma herança

Por isso é que te digo desde já
Que a vida sempre trama uma vingança,
Na pútrida paisagem calará
Tua arrogância tola, vil criança.

Tu zombas de meus versos. Siga em paz.
Estúpido poeta, nada mais
Sonhando com a sorte de outro cais

Que a brisa da ilusão, teimosa traz.
Pois toda a maravilha e formosura
Extingue-se na fria sepultura...
Marcos Loures


41


Tua beleza triste, mas viçosa...
Desejo imaculado, doce boca...
Em meio a meus sentidos, caprichosa,
A dona destes olhos vaga louca...

A noite está tão clara, vai leitosa,
Mas este ar mais pesado me sufoca.
Bar que te conheci, maravilhosa,
As portas se fechando, perco a toca...

Toca dos nossos sonhos no passado...
Portas fechadas... Como nosso amor.
Todo tempo passei desesperado,

Na luta voraz contra meus medos...
Da boca maravilhas viram dor...
Não consegues negar os teus degredos....
Marcos Loures


42



Tua beleza rara e transbordante
Eflúvio da esperança em formosura;
Vibrando neste amor tão radiante
Envolto num sorriso da ternura.

Da deusa radiosa, estou diante
Num sonho tão feliz de tal brandura
Que faz do meu viver, amor constante
Coberto em alegria, beijo e cura.

Tanta luz que irradias; lua rara
Em plenilúnio eterno, sedutor.
Adoça com desejos; vida amara.

Refaz o meu caminho, sina e sorte.
Ouvindo tua voz, tanto esplendor;
Meu coração dispara e bate forte...


43


Tua beleza nua no meu quarto,
As mãos se carinhando tatuagem...
Uma força inaudita, essa visagem.
Quero, depois de tudo, morto, farto,

Usufruir prazer igual ao parto.
Explodir em orgasmos, na viagem
Deliciosa, margem contra margem,
Sabendo: solidão fera, descarto...

Aconchego de braços e prazer.
Sorrisos e cansaços, santa benção!
Neste solar momento, me deter...

Na nudez que desfilas, meu regresso
Ao mundo divinal, pleno de unção!
Estrelas que derramas, já tropeço!
Marcos Loures


44


Tua beleza negra, deslumbrante,
Deitados nesta cama, num contraste
De lua sobre o céu. Extasiante
Delírio neste amor que me ensinaste.

No nosso encontro, de ébano em marfim,
A fúria desejosa da pantera
Passeia teu amor lindo e sem fim,
Queimando em tanto ardor, flor, primavera.

Na certa, lua e noite; branco e preto,
Formando este retrato mais sublime.
Mergulho no teu corpo e me arremeto,
E tudo o que eu desejo, amor suprime...

Neste alvinegro quadro, um bom pintor,
Teceu uma obra prima ao Deus AMOR...


45



Tua beleza é mágica alquimia
Bordando com estrelas cada senda.
É fonte inesgotável que se cria
Nos braços deste encanto que desvenda.

Não andas, na verdade, tu flutuas
Desfilas em mil conchas o oceano,
Trazendo para as águas, tantas luas,
Dos deuses o maior, supremo plano

Num átimo percebo a perfeição,
Sublime tua imagem feminina
Aos pés da rara Diva, devoção,

Um templo em cada passo se deslinda
Encanto sem igual que determina
Certeza de poder dizer: és linda!
Marcos Loures


46

Tua ausência , querida, é como a morte,
A casa se esvazia num segundo.
Procuro pelo rumo, minha sorte,
O coração dispara, vagabundo...

Ferida terebrante, fundo corte,
Dos sofrimentos tolos eu me inundo.
Melancolias regem o meu norte.
Parece que fenece todo o mundo!

Estás presente em tudo que desejo;
Nos livros, nos meus versos meus poemas...
Sem a tua presença sinto pejo,

Desfaço essa corbelha, belos sonhos.
Estrelas não se mostram, diademas,
Meus olhos se avermelham, vãos, tristonhos...
Marcos Loures


47


Tua ausência causando sofrimento
Não ouço mais sequer a tua voz,
Angústia se transforma num tormento,
A vida se tornando, então, atroz.

Quem dera se eu pudesse num momento,
Distante da saudade, frio algoz,
Sentir de uma esperança, o manso vento,
Porém nada restou, enfim de nós.

As noites que passamos junto ao mar,
A lua nos servindo de lençol,
Ardente coração tal qual um sol.

Jamais eu poderia me olvidar
Do amor que já se foi e não voltou
Deixando este fantoche que hoje eu sou...



48


Tua alma transparente inda reluz
Diamantina imagem que me toma,
O velho coração assim se doma
E bebe dos teus olhos farta luz

Herética ilusão não nos conduz
Seremos muito além de simples soma,
Amor que é pura seiva, invade o estroma
Aliviando em paz, pesada cruz

Deixando bem mais leve a dura carga,
Enquanto a nossa voz, amor embarga,
O risco de sonhar se torna zero.

Teimando em ser teu par nesta ciranda,
A lua desmaiando na varanda
Trazendo em cada raio o que mais quero...


49


Tua alma tem o brilho da pureza
E sabes encantar como ninguém,
Na luz estonteante que contém
Eu vejo diamantina correnteza.

Teu verso se impregnando de leveza
Amigo e companheiro faz tão bem,
Meu canto entristecido segue aquém
Do encanto em que transmites tal beleza.

Erguendo um brinde a ti querido irmão,
A quem dedico tanta admiração,
Percebo que há no mundo uma esperança

De um tempo mais feliz e mais risonho,
Neste soneto simples que componho,
Eu louvo a tua verve, doce e mansa...


16050

Tua alma refletida, na verdade,
Demonstra o que tu negas e repeles.
Vigor que sonegando a realidade,
Na maciez sutil, carinhos peles,

Da força da mulher ensolarada,
Uma alma tão romântica que sonha
Trazendo no seu peito a madrugada,
Às vezes vaporosa, outras medonha.

Na lágrima escorrendo do teu rosto,
As marcas dos amores e receios.
No espelho que tu miras, vai exposto

O que jamais quiseste demonstrar,
Rubor que em tua face diz anseios,
Da moça que inda insiste, a se mostrar.


51



Tua alma bem merece toda a paz
Bem sei dos dissabores que carregas,
Andando tantas vezes quase às cegas,
Uma alegria é sempre tão fugaz.

Porém quem tanto quer se faz capaz
De receber a luz nestas entregas
Dos mares tão diversos que navegas,
O sonho se mostrou bem mais audaz.

Das ânsias, com certeza, a calmaria,
Um simples povoado, fantasia
Quem sabe discernir o mal do bem.

Assim numa vivenda feita em glória,
Mesmo algum sorriso diz vitória
Que ao fim, qual recompensa, agora vem...



52




Tu, para amenizar as dores tuas
Às vezes maltratava quem te adora.
Verdades tão cruéis quando são cruas
Deixando a fantasia já de fora.

Olhemos num instante para as luas
Dos sonhos delicados onde aflora
Belezas fascinantes, doces, nuas
Trilhando uma delícia que decora

As noites sonhadoras e gentis.
Permita esta alegria passageira,
Assim talvez te faça mais feliz

A chama que se espalha da lareira
Que um beijo recriou em frio inverno,
Tornando este caminho bem mais terno...

Marcos Loures


53


Tu vives dentro em mim, mesmo à distância,
Eu nunca me esqueci, por isso volto,
Amor que me acompanha desd’infância
Um grito de alegria ao ver-te, solto...

Morria todo dia sem te ter,
A voz já embargada, não saía...
Rompendo os velhos elos do meu ser
A noite entristecida já doía...

Que bom que estás aqui, nada mudou...
Apenas a alegria redobrada
De ter esta mulher amante amada,

Estrela que meu mundo iluminou
Trazendo finalmente a mansidão,
Bonança que apascenta um furacão...
Marcos Loures


54


Tu vens, eu te esperei a noite inteira,
Meus versos procuraram teu carinho...
A dor que me maltrata,mensageira...
Não posso mais viver assim, sozinho...

Vivi a triste espera, verdadeira,
Da volta de teus olhos para o ninho!
Amor que me persegue, uma bandeira
A solidão devora um ser mesquinho...

Amor de tantos sonhos, ilusões!
Amor de tantas horas sem ninguém
Amor que sempre mói os corações.

Amor que nunca deixa de marcar
Amor que simplesmente vai e vem...
Amor pra ser amor tem que sangrar!
Marcos Loures


55


Tu trazes um viver mais palpitante
Fazendo do poema um libertário
Momento mais sublime e necessário
Encanto que me entornas, fascinante.

Por mais que a solidão já se adiante
E tome em negra nuvem tal cenário
O canto tão macio de um canário
Transforma a poesia num instante.

Um pássaro que tenta enfim romper
As grades deste imenso desprazer
Que a vida me oferece a cada dia,

Usando tuas mãos, abrindo a grade
Encontro finalmente a liberdade
Que há tanto o coração, tolo, pedia...


56


Tu trazes um sorriso permanente
Que envolve-nos depressa, meu amor.
Sorriso que se dá tão inocente,
Inunda-nos o peito sonhador.

De toda a sorte grande que se sente
Quem te conhece sabe o teu valor.
No brilho de teus olhos, de repente,
A vida assim se mostra, com fulgor.

Sorriso todo pleno de esperança
Que faz de cada dia um novo sonho.
Qual fosse uma menina, uma criança,

Que expõe toda alegria com franqueza.
Em tua imagem santa já componho
Um mundo mais feliz, rara beleza...


57


Tu trazes sensações maravilhosas
Em cantos que me encantam, sedutores.
Jardim do coração recende a rosas
Rainha dos meus sonhos, belas flores...

Noites em solidão, tempestuosas,
Porém teus braços meigos, redentores.
Carícias que me fazes tão gostosas...
Irei contigo, enfim por onde fores...

Orvalho matinal, amor intenso,
Eu bebo em tua boca um paraíso...
Teu toque delicado e mais preciso

Incita-me a voar imensidão...
E cada dia mais eu me convenço
Nasci para viver esta paixão....
Marcos Loures


58



Tu trazes nos teus lábios doce aroma,
Fragrâncias delicadas, tentadoras,
Delírio ao mesmo instante já me toma,
Num beijo audacioso, me devoras.

E tudo se apascenta neste instante,
Na intensa tempestade, uma bonança,
Entornas teu perfume fascinante,
E o amor em plenitude nos alcança.

Murmúrios sensuais; um fogaréu,
Imagino um lugar paradisíaco,
Desejo se tornando o meu corcel,
No beijo, um sem igual afrodisíaco.

Inerte nos teus braços, no depois,
Neste oceano imenso de nós dois...


59


Tu trazes nos cabelos, a Medusa
Que ri em ironia dos meus atos,
Poluis com teus sorrisos tais regatos
E mostras seios fartos sob a blusa.

A boca que te morde vai confusa
E come do prazer, os mesmos pratos,
Retalhos se mostrando nos retratos,
A mão que acaricia já me acusa.

E manco, coração vai mais pesado,
Pisado pelas fartas podridões
Exposta em meu caminho, procissões

Possessos relembrando o meu passado.
Nas trevas que encontrei; debulho o sonho,
E a morte com sarcasmo, eu te proponho...
Marcos Loures


60


Tu trazes nas mãos vidas inocentes
Os párias mal paridos, infelizes.
Trazendo em nascedouro as cicatrizes
Das injustiças duras, inclementes.

Reféns destes canalhas indecentes
Que geram vagabundos, meretrizes
Floradas dos estúpidos deslizes,
De novas gerações, podres sementes.

Na corja que comanda o meu país
Apenas a falácia retumbando,
Esperança se torna uma má atriz

Matriz de podridão, tanta injustiça.
Sentindo de amizade desabando
A dentadura da alma cai; postiça...

Marcos Loures


61


Tu tomas meus sentidos por inteiro,
Completa sedução, perfume e gosto.
Na fome de te ter estou disposto
A sentir nas narinas doce cheiro

Do corpo tão gostoso e mais faceiro;
Desnudo no meu braço,assim exposto,
Beleza sensual em fino rosto.
Sabor tão delicado e costumeiro.

Passar a minha mão por tuas pernas,
Teus seios perfumados são romãs;
Palavras que me dizes, mansas, ternas

Convites que não posso recusar,
Deslumbre de alvoradas, de manhãs
Invadem meus sentidos, devagar...
Marcos Loures


62

Tu tens uma aparência angelical
De toda uma inocência cravejada
No rosto tão suave traz sinal
De uma beleza quase imaculada.

Dona de formosura sem igual
Depois de ti, amor; não vi mais nada.
Amor que coloquei num pedestal
É glória que clareia minha estrada.

Visão em candidez de pura luz.
Mostrando em teu sorriso tal doçura
Que toda uma ternura reproduz

A força que toca e me levanta.
Em tua imagem calma, leve e pura,
Nas formas femininas, uma santa...



63


Tu tens toda alegria que eu espero
Na dança prometida, vida afora,
Nos passos deste sonho, agora eu quero
O amor que a cada dia mais se aflora.

Na valsa que dançavas, no bolero,
O jeito de quem sabe desde agora
O verso que te faço, mais sincero
Permite encanto raro que decora

Meus olhos transbordando em emoções,
Além do que se mostram sensações
De um tango tão antigo de Gardel,

Gardênias perfumando nossos passos,
Amor vai ocupando os meus espaços
E leva, num balão. Ascendo ao céu...
Marcos Loures


64


Tu tens toda a beleza de uma flor,
Convite para um louco colibri
Sentindo o teu perfume encantador,
Expressa o que sonhei e vejo em ti.

Tocado por delírios, num torpor
Canteiro da esperança eu descobri,
Bebendo com vontade e com vigor
Do sonho que busquei e encontro aqui.

Rondando cada pétala da rosa
Um beija-flor eterno enamorado,
Espalha a fantasia e de bom grado

Percebe a vida plena e maviosa
Eterno apaixonado se inebria
Do amor que a flor singela me irradia...
Marcos Loures


65



Tu tens os mais flambantes fartoréus
Artífice dos nétrios ascendentes.
Heréticos poetas néscios véus
De versos andaluzes entre os dentes.

Encíclicos momentos fogaréus
Arcânticos canhestros excedentes
Alhures entre lítios escarcéus
Etéreos estribantes excedentes.

Hercúleas explosões trazem farturas
Excíntricas lixívas das ternuras
Entânicos farséus de farsas tantas.

Cenítricos portais do vão querer,
Amélicos fardúncios do poder
Que ao mesmo tempo estanas e acapantas...


66


Tu tens este poder, querida amiga,
A luz de uma esperança brilha em ti,
Permite que, mais firme já prossiga
Caminho libertário aonde eu vi

A fortaleza imensa feita em viga,
Portando um sonho nobre. Percebi
Que além do que se quer e se consiga
É sempre bom poder estar aqui.

Pois nada se realiza nesta vida,
Se a força de lutar está perdida.
E temos tão somente uma inclemência;

A força que se emana nos teus braços
Estende com carinhos, com abraços
Nos laços da amizade, a consciência
Marcos Loures


67




Tu tens este poder que me fascina
A puta delicada em gozo farto,
No corpo de mulher, bela menina
Desnuda dominando todo o quarto.

Fudendo com suprema maestria,
Tua buceta como um raro altar
Aonde com sublime putaria
Não canso de comer, de me entregar

Teu grelo latejando em minha boca,
Teu cu delicioso, um meia nove,
A santa se fazendo porra louca
Entrega-se em banquete. Quer que eu prove

Deste cenário enfim, maravilhoso,
Bebendo com tesão todo o meu gozo...


68


Tu tens este poder de plenitude
Espalhas pelas ruas, tanto charme,
O coração desanda e num alarme
Espera de seu dono uma atitude.

Quem dera se pudesse desse açude
Beber e além de tudo inda banhar-me
Sentindo o teu desejo que ao tocar-me
Demonstra toda a força da saúde...

Do jeito que se pede e que se quer
Tanto queria ser teu namorado,
Andando o tempo inteiro lado a lado,

No gozo do prazer extasiado,
Da forma e da maneira que quiser
A glória de ser teu, minha mulher.


69


Tu tens com tua força tal poder
Que faz com que eu supere qualquer dor.
E sob o teu sorriso eu posso ver
Beleza de caráter a se compor

Sincera e transparente, com calor
Humano que ensinando-me a viver
Merece muito mais do que um louvor,
Amiga que enaltece o bem querer...

Pois saibas que eu admiro cada verso
Que sabes construir com maestria.
O mundo muitas vezes é perverso,

Porém tudo superas na magia
De uma palavra sempre alentadora,
Mulher maravilhosa, encantadora....



70


Tu tens a raridade destas flores
Que a vida semeou no meu jardim.
Teu céu entorna luzes multicores
Resplandecentemente sobre mim.
Revelam-se em t’a pele mil albores
Na boca mais formosa, carmesim...

Tu és a minha estrela solitária,
Forrando esta almofada com ternura.
Quem teve um coração deveras pária
Encontra a plenitude rara e pura,
Da sorte tão mutante, sendo vária
No colo que me mostras, formosura...

Ostentas tal recato em calmo gozo,
Num sonho a explodir, libidinoso...



71


Tu tens a poesia sempre em ti.
Teus versos nos encantam, minha amiga.
Beleza no recanto é sempre ali
Na página que os cantos teus, abriga.

És solidária e plena de bondade
Com teu carinho sempre sedutor.
Demonstras para todos, amizade,
E fé no Nosso Cristo Salvador..

Amiga me permita esta homenagem
Que faço em arremedo de soneto,
É bom te ter por toda essa viagem
Do sonho em que me vejo e me arremeto.

Que o canto dessas musas sempre bise
E traga a poesia de Denise!



72


Tu tens a formosura da açucena
E todo o bom perfume da esperança.
A pele tão macia da morena
Convida para à noite, nova dança,
Na madrugada a sorte nos acena
Que a noite, sem juízo, uma criança...

Vagando sem parar, estrelas, luas...
Na paz que me ilumina, saciedade...
Nas carnes majestosas, lindas, nuas,
Amor que a gente faz em liberdade.
Voando sem ter asas, já flutuas
Desejo a nos cortar, profundidade...

Maravilhosamente a vida passa
Permita ser de novo, tua caça...


73


Tu tens a divindade em retaguarda
Delícia de orifício fabuloso.
Após a frente estar bem alagada
Atrás é uma delícia. Imenso gozo

Prometes ao me dar, assim safada
A fonte onde desfruto o mavioso
Prazer de te saber toda arrombada,
Prometo devagar, mas bem gostoso...

Pra que pensar querida, no feijão?
Almoço delicioso; já me dás.
Metendo com carinho e com paixão

Traçando devagar com toda calma.
Desejo penetrar, vem logo e traz
Eu vou meter bem fundo. Isso me acalma...


74

Tu sorves com perícia divinal
Lambendo com tesão a cabecinha,
Aos poucos no teu corpo sensual
Percebo a doce gruta molhadinha.

De quatro, nesta cama, é sem igual,
Depois tu queres tudo na boquinha
Num gozo com furor fenomenal,
Xingando, mas querendo ser só minha.

A pele bronzeada luzidia,
Suores escorrendo corpo afora,
A boca tão gostosa e sei macia,

Com tal sofreguidão, muita malícia
Eu quero esta fornalha que devora
Enchendo a tua boca. Que delícia!

16075



Tu sonhas com serpentes em flagelo,
Despurodamente em noite franca.
Entrando nas entranhas um rastelo
Que arando, descobrindo antiga tranca

Adentra pelas tocas, guizo e festa,
Recende à tentação e ao paraíso
Na insana tempestade em cada fresta,
Maçãs, doces romãs, toque preciso.

Bebendo deste vinho em belo cálice,
Tu não disfarças, gritas, alucinas...
Permite que a loucura então instale-se

E mordiscando os lábios tece a prece,
Primordial, genética: águas, minas,
E ao sacrifício; mansa, se oferece...


76


Tu sabes toda a dor duma tristeza;
E como é dolorido o caminhar
A vida se perdendo em incerteza,
O medo nos tomando sem parar.
Nadando contra a forte correnteza
Buscando tão distante a praia, o mar..

Porém ao te encontrar refeita a sorte,
A força no meu peito redobrou,
Não temo mais a vida nem o corte
Que a dor de uma saudade provocou.
Contigo, a cada dia bem mais forte
Do que fora, querida, agora estou.

Vieste como a luz mais redentora,
Por isso quero estar contigo, agora...
Marcos Loures


77


Tu sabes que te quero, lua plena,
Tu és a minha sorte benfazeja,
Meu corpo tanto, tanto te deseja,
A vida para nós em luz acena.

Cetins em nossas camas, bons lençóis,
De renda a mais formosa lingerie
Calor mais poderoso de mil sóis,
Encontro com certeza, sempre em ti.

E vejo uma obra prima bela e nua
Deitada junto a mim, raro prazer.
Nos sonhos de quem ama, sempre a lua
À noite tantos sonhos vem trazer.

E faço em serenatas, trovador,
Mil loas para a deusa – imenso amor...
Marcos Loures



78


Tu sabes quanto o amor torna-nos tolos
Volvendo de repente, a adolescência
Os prêmios que sonhamos não são bolos
Soando quais loucuras, fogo, ardência...

É mago que contendo galhardia
Já descompensa toda nossa vida.
Fazendo deste sonho, em fantasia
Verdade tão marcante, enfim doída.

Beijando a tua boca, toco os seios,
Adentro teus caminhos, num momento.
Servindo sou servido em devaneios,
Num ato de total discernimento

Sou teu, amada minha. Somos nossos
Enquanto houver em nós os sonhos moços...
Marcos Loures


79


Tu sabes quanto eu quero o teu amor,
E nisso uma certeza já se faz.
Deitar e repartir nosso calor,
Numa emoção que a vida sempre traz,
Fazendo deste canto, encantador,
Trazendo para a noite calma e paz.

No leito deste rio, feito em sonho,
Navego até chegar à fortaleza,
Mostrando em cada verso o que proponho,
Deitar minha alegria em tal beleza,
Descendo com meu barco, vou risonho,
Levado pelo amor em correnteza.

Viagem que em teus braços, determina,
Amor em perfeição quase divina...
Marcos Loures


80


Tu sabes quanto eu quero estar sempre contigo
Meu verso mais honesto é feito em teu louvor
Alvíssaras da sorte; ao teu lado, persigo
Cantado imensidade e pureza do amor

Com toda esta certeza é que com força eu digo
Do sonho de te ter – estrela com fulgor
Raríssimo e perfeito. Um pobre sonhador
Encontrar um bom abrigo em horas de perigo.

Por tanto tempo só, decerto não sabia
Que a vida preparava um canto de magia
Depois de longa senda em noites solitárias

Agora encontro as mãos carinhosas da sorte
Mostrando quanto é belo amor que nos faz forte
E as noites antes sós se tornam solidárias...


81


Tu sabes quanto eu quero estar ao lado
De quem amo deveras e não nego.
Jardim que com carinho foi regado
Jamais irá morrer, por isso entrego

Meu verso mais feliz, extasiado,
Na busca de teu mar que enfim navego.
Um mundo que se faz iluminado
Deixando quem não ama, frio e cego.

Nirvana? Eu alcancei, não foi miragem
Tampouco uma loucura, insensatez.
Depois de perceber nesta viagem

Que a luz da eternidade já se fez
Colado no teu corpo qual bandagem
Caminho passo a passo, em lucidez..


82


Tu sabes o que eu penso,
Tu tens a paciência
Aonde um mundo tenso
Transborda em coerência

Carinho tão imenso
Não é coincidência
Na sorte em que repenso
Tu trazes a clemência.

Teu braço companheiro,
Num mundo solitário
É firme e verdadeiro.

Por isso meu amigo,
Em teu aniversário
Que bom estar contigo!


83


Tu sabes muito bem quantas vezes ficamos
Desnudos neste rio amando em cachoeira
E com imenso prazer, sempre nos amamos
Uma vontade louca, intensa e verdadeira.

Nas horas mais sutis, carinhos atrevidos
As bocas procurando, a pele arrepiada.
O som desta cascata abafando os gemidos
Neste momento insano, em hora desejada;

Agora ao me dizer que não me lembro disso
Parece que não vês o quanto te desejo.
Eternamente estou atado ao teu feitiço
E quero sem limite amando em cada beijo

O corpo sedutor, carícias, convulsões,
Entregue a teu desejo, imerso nas paixões...
Marcos Loures



84


Tu sabes minha amiga quanto eu quero
Fazer de cada dia inesquecível,
O amor quando se mostra perecível
Condena ao sentimento amargo e fero.

Se às vezes, tão distante destempero
É por saber em ti, pessoa incrível,
E tudo que quiseres é possível
Se o sonho já se der puro e sincero.

Não posso me calar quando eu te vejo
Refém das variantes do desejo,
Mulher maravilhosa que tu és

Precisa caminhar com fronte erguida,
Assim terás mais sorte em tua vida
Rompendo estes grilhões, duras galés...


85


Tu sabes a nobreza de um soneto
E nela tens refino e galhardia.
Se, às vezes entre os sábios me intrometo
É pra melhor sorver a poesia

Permita-me dizer, num poemeto
Da luz que em fartos raios se irradia,
Meu verso tão ignóbil e incorreto
Embebe-se de sonho e fantasia.

Dos bardos, sinto a lira enquanto leio
E tento prosseguir no mesmo veio,
Ouvindo num solfejo cada acorde

Que, solto pelos ares, ganha brilho
Toando na ilusão deste andarilho
Bem antes que dos sonhos, ele acorde
Marcos Loures


86


Tu recebeste a carta que mandei?
Pois nela eu me declaro totalmente.
Tu és a redenção que procurei
O amor que a gente quer e que se sente

Deixando a sensação de ser um rei,
Tomando com vontade a minha mente.
Castelos nos meus sonhos eu criei,
Tocando um coração antes carente.

Sentindo desde já teus belos seios
Espero a competência dos correios.
Por quanto que aprendi ( é dura-lex)

O amor quando é demais nos tira a paz
Tua resposta; aguardo. O nada traz
Agora eu vou mandar pelo Sedex.


87


Tu queres que meu verso seja hermético
Talvez seja difícil de entender
Que agora eu só procuro o meu prazer
Por mais que isso não seja tão poético.

Não sou, posso dizer, quem sabe, cético,
Mas quero na verdade ver pra crer,
Periga, por tão grande, não caber
No que definirias como estético.

Sem crises ou crisálidas, morri.
E restando o cadáver, eis aqui
O todo transformado pelo fogo.

Cristão ferrenho; nunca fui ateu,
O sol que dentro da alma se escondeu
Cansou de batalhar no falso jogo...



88

Tu queres que eu balance este coqueiro
E fale prontamente uma verdade.
Do quanto nada fui, mergulho inteiro
Sou íntimo do medo e da saudade.

Porém quando quebrei o meu tinteiro
Não soube mais pintar com qualidade,
Meu verso vai saindo traiçoeiro
E morde enquanto assopra a tempestade.

Sou vesgo e a miopia me consome,
Um dia em diabetes fico cego.
A sombra do que tive vai e some

Mentindo vou dizer que já me apego
Ao último resquício do que fui
Enquanto o meu castelo inda não rui...


89




Tu queres a finesse onde não tenho,
Apenas sou um grosso lavrador
Da terra mais ignóbil de onde venho,
Não aprendi nem tive professor.

Desculpe se te firo, me contenho,
E sei não ter um verso encantador.
Nas costas maltratadas, tanto lenho,
Mas tenho outras ofertas a propor...

Que tal tu me ensinares a lição
De quem sabe ser fina ou educada,
Assim talvez entenda a procissão

De versos que compõem um quase nada.
Nos Glaucos, nos Bocages, tentação
Contida na palavra disfarçada...


90


Tu quando me levaste pelas ruas,
Andando quase sempre lado a lado.
Depois nas nossas bodas, bocas cruas,
O tempo de viver, tão separado...

Eu via em tua boca o meu desejo,
Mas nada do que vinha em recompensa.
Apenas negação de cada beijo,
A vida se fazia vaga e tensa...

As horas se passando, sem amor...
Os dias derrotados, todos brancos;
Quem fora meu amor, perde o fulgor,
Sorrisos disfarçados, meio aos trancos...

Depois de certo tempo continuas,
Nesse infinito amor de vocês duas...


91


Tu podes ter certeza do que eu sinto,
A cada novo dia reforçando
Amor que vem depressa me tomando,
Nas cores da esperança então me pinto

E bebo deste amor qual um absinto
No qual eu me inebrio desde quando
Meu coração ao teu se aproximando
Trazendo um mundo novo que pressinto

Virá com toda a paz que merecemos,
Depois de quanto tempo padecemos
Nos braços mais cruéis da solidão.

Ó Musa de meus versos, prenda bela,
Quem dera se eu pudesse ser a estrela
Que guia cada passo. Ah! Ilusão...


92



Tu podes ter certeza do que eu sinto,
A cada novo dia reforçando
Amor que vem depressa me tomando,
Nas cores da esperança então me pinto

E bebo deste amor qual um absinto
No qual eu me inebrio desde quando
Meu coração ao teu se aproximando
Trazendo um mundo novo que pressinto

Virá com toda a paz que merecemos,
Depois de quanto tempo padecemos
Nos braços mais cruéis da solidão.

Ó Musa de meus versos, prenda bela,
Quem dera se eu pudesse ser a estrela
Que guia cada passo. Ah! Ilusão...
Marcos Loures


93


Tu podes me tirar o que quiseres,
Deveras sou um frágil sonhador.
A ceia que se faz sem os talheres
Ainda me permite algum sabor.

Mas saiba, não me exponho; se vieres
Aos gozos de teu pálido calor,
Por mais que em falsos sonhos tu me deres
Em conta-gotas frio e gris amor

Eu não permitirei que isso componha
A vida. Eu não mendigo riso e pão.
Ainda resta um pouco de vergonha

Na cara deste estúpido idiota.
E saibas que jamais serei o cão
Que segue em cada rastro, tua rota...


94


Tu perdes tanto tempo, amiga minha,
Não vês que ele não sabe usufruir
Delícia que cansado de pedir,
Distantes de meu braço já se alinha.

Não quero que tu banques pobrezinha,
Foi tu que preferiste este porvir,
Há tempos que eu alerto e te impedir
É coisa que tentei. Não perco a linha;

O tempo pode ser bom conselheiro,
O amor quando sincero e verdadeiro
Enfrenta uma aridez e pensa em chuva.

Porém vou te dizer, não mais me calo,
Se tens em tuas mãos, ferida e calo,
Esse amor coube em ti como uma luva...
Marcos Loures


95


Tu pensas que me espanta em água fria?
O que te fez assim logo pensar?
Eu gosto que me enrosco na bacia
Desde que tenha alguém a me molhar.

Se engana quando diz que estou miando
Cachorro vira lata late à toa.
Nem pensa que isto está já me humilhando
Eu sei tu és morena muito boa.

Bem vale tua vinda na janela
Na camisola vejo a transparência
E um seio tão polpudo se revela

Valeu a pena ter tomado banho,
Só por poder ter visto esta potência
Meu dia, esteja certa já foi ganho...



96


Tu ouvirás o canto da esperança
Batendo em tua porta, meu amor.
Por certo já não tens mais a lembrança
Dos dias tão silentes, sem temor.

Escute minha voz solta no vento.
Espere que te toque, desejoso.
Findando desta vida, o sofrimento,
Amor que reconheço poderoso...

Eu quero te tocar, suavemente
Despir-te destes medos que carregas.
Fazer amor passou a ser urgente,
Bem sei que esta verdade nunca negas.

Tu ouvirás meu canto, em teu quarto,
Até dormirmos nus, amor tão farto...


97


Tu não terás prometo, decepção
Eu te farei gozar por todo lado,
Eu quero te comer, presta atenção,
Entrando no buraco tão molhado.

Lambendo o teu cuzinho e tua xana,
Depois ir devagar- não sou gabola,
Quem fala com vontade não se engana,
Em teus peitos, fazer uma espanhola,

E depois de um gostoso meia nove,
Trepar contigo sempre que quiseres,
De tudo o que imaginas, venha e prove
Sou prato que se serve em mil talheres.

Espero te encontrar toda abertinha,
A boca, o belo cu e a bocetinha...

98

Tu não sabes quem sou eu afinal?
De tanto que rondei tua janela
Na busca do teu corpo sem igual,
Na fome em tempestades, em procela.

Vivendo o tempo inteiro nesta cela,
Meu coração ferido, em dor fatal,
Procura tua boca e no final,
Apenas a tristeza se revela...

Mas te amo, não neguei esta loucura
De te querer assim, mesmo distante,
Amor quando demais e tão constante

Invés de solução, vira amargura.
Um dia, talvez veja em meu semblante
Amor que me redime e me tortura...


99

Tu namoraste um japa no passado,
E eu sei que ele marcou a tua vida,
Por mais que tentes vir sempre a meu lado
Às vezes eu te pego distraída

Pensando neste antigo namorado.
Percebo quanto é dura a despedida
O dia que pensaste anunciado
Denota uma esperança já perdida.

Eu tento disfarçar os meus ciúmes
E faço, em solilóquio estes queixumes
Do amor que em fantasia se declara.

Não posso competir, o riso some
Também o que fazer contra esse nome:
Kutuka Oteucuzinho Kumtakuara...
Marcos Loures

16100

Tu me tens feito tanto bem, querida,
Só posso agradecer o teu carinho.
Durante quase toda a minha vida,
Andei por tantas sendas, vão, sozinho...

Agora que encontrei felicidade
Nos braços desta amiga tão dileta.
Viver passou a ter tranqüilidade
A vida, refeição mais que completa...

Não sei se tu percebes, companheira,
Sorriso já voltou, não quer sair,
Ganhando uma amizade verdadeira,
O velho coração vive a sorrir.

E digo a todo mundo, tenho alguém,
Que nessa dura vida, me faz bem!

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