terça-feira, 2 de novembro de 2010

18801 a 18900

1

Se num beco sem saída
Tu me deixas toda tarde,
A minha alma distraída
Já não faz qualquer alarde,

Não tem força nesta vida
Que o caminho em vão retarde.
Se a paixão não for vivida
Sem pimenta amor não arde.

Mas talvez já sem tempero,
Pra que quero tanto esmero
Se não vivo insensatez.

Todo caso que se amorna,
Se mormaço nunca adorna
Vai perdendo a sua vez...
Marcos Loures


2

Se num beco sem saída
Encontrei um grande amigo,
Minha estrada já perdida
Numa espreita, em desabrigo

A minha alma distraída
Sem saber deste perigo,
Preparando a despedida
Vou tentando e não consigo.

Mas se tenho o braço forte
De quem sabe me acolher,
Logo muda a minha sorte,

Vai cessando a tempestade,
Na bonança eu posso ver
O poder desta amizade...

Marcos Loures


3

Se nada mais restar o que farei?
Seguirei meu caminho tolamente,
Em busca do que sempre imaginei,
Sabendo que não trago nem semente...

Bastam-me sentimentos, meio a esmo,
Vivendo o que não tenho, nem teria.
Não sou e não serei mais o mesmo,
Adormecido e curtido em noite fria...

Não falo mais de certezas que não tenho,
Nunca tive e sequer poderei ter.
Do mundo sem futuro de onde venho,
Apenas a certeza de morrer.

Abraço teu fantasma, mas não vejo.
Amor que tanto fora meu desejo!


4


se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade

quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo

o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez

que a cada instante, doce insensatez
trasmudando-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...

5

Se falo deste amor, tu sempre calas,
Não pense que com isso, eu desista.
Aberto o coração, janelas, salas,
Distante do que sentes, alma avista.

Percebo que não queres meu amor,
Somente uma amizade te interessa.
Desculpe se te cause algum terror,
A vida vai passando, eu tenho pressa...

Quem sabe, noutros dias, no futuro,
Amor sintas por mim, inda te espero.
No fino sentimento que eu apuro,
Às vezes, solitário, desespero...

Mas tenho uma certeza, minha amada,
Se tu não me quiseres, resta o nada!
Marcos Loures


6



Se falo da morena, minha amada,
Talvez seja por força de expressão.
Tu és uma Iracema disfarçada
Branquinha mas morena em coração.

Da terra de Alencar, mas importada
Do Rio de Janeiro no verão.
Tua alma com certeza, amorenada,
Trazendo dentro em si, a sedução.

Bebendo tua boca, doce mel
Que os lábios tão carnudos sempre encantam.
Contigo caminhando para o céu,

Os males e tristezas já se espantam.
Tu tens a brejeirice e a beleza
Dos mares, verdes mares, Fortaleza...
Marcos Loures


7

Se falas que me adoras e me queres
Agora é que terei minha resposta
Meu mundo dilacera tudo em posta
E não promete luzes nem talheres.

Alhures encontrei tantas mulheres
Perdendo no final qualquer aposta,
O beijo que acarinha e aos poucos tosta
Tosando uma esperança, se preferes.

Não posso suportar mais tais arengas
Do jeito que teimosa inda me dengas
Adentro as mais confusas emoções.

E faço da mentira, o canivete
Que corta enquanto teima e já repete
De novo insuportáveis, teus bordões...


8

Se encantas tanto quanto encanto tem
Aquela que me canta em noite clara,
Meu pranto vou secando em tanto bem
Que entranho em nosso amor, que é jóia rara.

Expondo e pondo logo a minha cara
Não vejo mais desejo de quem vem
Se a pedra que me atiras já prepara
Amparo a vida, amaro e sem ninguém.

Mas tenho a lenha e o feixe que me deste
Com gestos e carinhos feitos lenhas,
Por isso é que o cortiço sente a peste

E o viço sem vigor morrendo lento.
Eu peço e não impeço que tu venhas
Nem que seja somente num momento...


9

Se amor é feito em chama e me incendeia
Preciso de um cantinho em outra rede,
Toando com vontade, sangra a veia,
E mato no meu canto toda a sede
A lua se mostrando em noite cheia
Reflete bela imagem na parede.

Ao ver esta miragem refletida
Pressinto que talvez vague sozinho.
Andei já vasculhando pela vida
Em ávida esperança ter um ninho
Que seja para a seca uma saída.
Mas não camuflo a fome por carinho.

Cometa faz a festa em livre vôo
No braço de quem queira, um canto entôo..
Marcos Loures


10



Se, pelos cinco mil alto-falantes
Que um dia, a Tropicália anunciava
Bradando pelas sendas mais distantes,
Enfrento esta maré terrível, brava

É possível prever que fascinantes
Momentos; tanto sonho emoldurava
Nos versos que me fazes, provocantes,
Anúncio de verão, vulcão e lava.

E neste Turbilhão; vou me perder,
Parodiando quem farto prazer
Distribui a todos os que sabem

Do amor que é pura entrega, sem delongas.
E a prosa tão gostosa quando alongas
Impede que ilusões morram; desabem...

11

Se, às vezes vou distante, amor não chie.
Apenas cultivando uma saudade.
Não deixo que este amor bem cedo esfrie,
Eu não falseio nunca, eis a verdade...

Que a mão que me entorpece já me guie
Vencendo todo o medo e tempestade.
Remédios necessários se me avie
A cota transtornou feliz cidade.

Se sou pessoa errada ou se vou certo,
Não vejo outro retrato aqui no peito.
Bem antes de viver qualquer deserto

Sou teu e te esperava para eterno.
Vencida a tempestade, satisfeito,
Deitado no teu colo, manso e terno...


12

Se “a porca de pesada já não anda”
E a gente se perdeu sem rumo ou nexo,
O assunto me parece ser complexo,
Por isso o coração anda de banda.

E quando a maionese assim desanda,
Valores que decidem, poder, sexo,
O côncavo procura em vão convexo
Quem nada no dinheiro, sempre manda.

Cabrito quando berra, está errado,
O lobo de tocaia enchendo a pança.
Porém eu imagino uma vingança

Eu tenho ultimamente, assim sonhado,
Sertão virando mar; a solução
Eu creio ser o mar virar sertão...
Marcos Loures


13


Se, às vezes, silencio é porque, rouco
Cansado de bradar, chamar teu nome,
Enquanto o véu dos sonhos, foge e some,
Deixando o coração sofrido e mouco.

Fingindo mais que surdo, muito pouco
Daquilo que tentei, restando a fome
Sem ter uma ilusão que ainda dome,
Não quero ser demais, sequer tampouco.

Matar os meus tormentos e buscar
Nos versos quando outrem, vago, sussurra
Enchendo de emoções a antiga burra

Escalo as cordilheiras, salto ao mar
E nisso, ao perceber que estás aqui,
Ouvindo este chamado, vou a ti...
Marcos Loures


14

Se “o pulso ainda pulsa” com repulsa
Eu compro o meu cadáver nada mais.
Minha alma solitária segue avulsa
Convulso no concurso de outro cais.
Diabo no meu corpo não se expulsa
Usando estas palavras tão banais.

Se tanto teimo ou tento tal recurso
No ventre do vazio fui parido,
O rio que reduz aos poucos curso
Não faz em cachoeiras, alarido.
Amigo não pretendo ser qual urso,
O beijo sonegado, o mais doído.

Se a vaca foi pro brejo e me danei,
Na terra de cegueta não fui rei...
Marcos Loures



15

Saudades são as bênçãos da tristeza,
Da forma que me ferem já me osculam,
Vontades incessantes que pululam
Da frágil solidão, a correnteza.

Lembrando deste amor que com destreza,
Delícias e desejos se vinculam,
As dores e vazios se regulam
Formando um raro quadro em tal beleza.

Pressinto que terei de novo os beijos
Que deste com perícia e com traquejos,
Neste momento em glória, num festim,

Depois de tanto tempo em tal desordem,
Que os tempos delicados se recordem
Trazendo nova vida para mim..


16

Saudades que granaram esperanças.
Nos dias outonais de minha vida,
Revejo quantos risos, quantas danças
Deixadas em minha alma em despedida...

Mas vejo, neste brilho que me trazes,
Sorriso encantador, menina linda.
Percebo que tal lua trama fases,
Talvez a lua nova volte ainda...

E traga ao velho peito novo lume,
Esparramando um sonho no jardim.
Nas flores que virão; doce perfume,
O mundo nascerá dentro de mim...

Tua doce presença em tanta espera,
Reluz nesta explosão da primavera!
Marcos Loures


17

Saudades que carrego em minha vida
Do quanto não sabia e era feliz.
Paisagem na memória vai perdida,
De todos os meus sonhos, aprendiz,
Agora a vida passa, distraída,
Mostrando num relâmpago o que eu fiz.

Saudade do calor do braço amigo,
Num tempo em que existia uma esperança,
Distante do que trago aqui comigo,
A vida prometia uma festança,
Bebê-la novamente não consigo
Somente em cicatriz, doce lembrança.

Saudade de viver o que não tive,
Cadáver do que fui, e ainda vive..
Marcos Loures


18

Saudades dos romances na pracinha,
Dos tempos que passaram sem ter traumas.
Amando esses amores nossas almas,
Qual lua que com sol no eclipse alinha.

Vivemos cada dia sem ter medo,
Embora tantas vezes nos perdemos.
Amor que sem querer tanto queremos
Conhece com certeza o meu segredo.

Crescemos e deixamos que a saudade
Não faça as artimanhas costumeiras.
Na praça nossas luzes verdadeiras
De um tempo em que existiu felicidade.

A praça continua e pouco muda,
Meu coração procura a tua ajuda!
Marcos Loures


19

Saudades de você tomando a cena,
Vontade de poder estar consigo,
A vida do seu lado fora amena
Deixando para trás qualquer perigo,

Eu quero e na verdade até consigo
Um sol que em manhã clara já me acena
Dizendo deste sonho que persigo,
Seu corpo no meu corpo em lua plena.

Voltar a ser de novo o seu amante,
Seguindo estrela clara e deslumbrante
Que mostra com certeza um novo tempo.

O amor que traz saudades nascerá
Enquanto o novo dia nos trará
A plenitude em paz, sem contratempo.
Marcos Loures


20

Saudades de você tomando a cena
Não deixo de pensar um só instante
Amor que se tornando fascinante
Agora tão distante já me apena.

A vida que eu tivera, outrora, plena
Transforma cada passo em vacilante
O sol que me tocara, radiante
Durante a nossa vida, calma, amena

Esconde-se detrás do nevoeiro
Deixando vislumbrar triste mormaço.
Nos elos do passado eu já me enlaço

Mergulho no que fomos por inteiro.
Restando no peito essa saudade
Negando o que pensei ser liberdade...
Marcos Loures


21

Saudades de teu corpo junto ao meu
Reféns deste desejo interminável,
O solo tantas vezes sendo arável
Demonstra o que este encanto concebeu.

O coração vazio segue ateu
Distante do teu beijo. Um gesto amável
Mostrando ser o amor inesgotável,
Buscando o que julgara, se perdeu...

Porém ouvindo a voz mansa e macia
Que tantas esperanças propicia
Eu vejo que é possível ser feliz.

Retorno à nossa casa e te procuro,
E mesmo que este céu esteja escuro
O brilho de teus olhos tudo diz...
Marcos Loures


22


Saudades de teu corpo junto ao meu
Nas noites mais audazes e felizes.
Cultivo no meu peito as cicatrizes
De um mundo que, distante, se perdeu...

Em ti eu encontrei meu apogeu,
Porém ao cometer tantos deslizes
Eu permiti, estúpido, tais crises
E invés da claridade, encontro o breu.

Delícias desfrutadas nos lençóis,
Tu tinhas nos teus olhos tantos sóis
Nublei cada manhã, trazendo as trevas...

Infaustos que cevei com meu orgulho,
E agora no vazio em que mergulho
As esperanças fogem, vão em levas...


23

Saudades de teu corpo junto ao meu,
Delicadeza extrema, gozo em festa
Beleza tão suprema que se empresta
Caminho em que o desejo se perdeu.

Ao adentrar contigo, um Eldorado,
Entendo os teus tesouros sem igual,
Molejo tão sutil e sensual
Bebemos infinitos lado a lado.

Saudades de poder gritar ao mundo
Do quanto eu necessito cada toque
De todo este prazer eu já me inundo

E quero repetir à exaustão
Trazendo a fantasia de reboque
Estendes sobre nós tanta emoção...
Marcos Loures


24

Saudades de teu corpo junto ao meu,
Sentir o teu perfume, ser teu par.
A noite sem te ter, terrível breu,
Vontade de mansinho te abraçar.

O sonho com certeza não morreu,
Mergulho no vazio e bebo o mar
Que mostra num segundo que sou teu...
E nele irei decerto me afogar...

Qual fora um condenado em fria algema
Masmorras das lembranças, falsos lumes.
Lanterna da esperança inda brilhando

Permite-me vencer este dilema,
A vida não trará sempre os queixumes,
O sol renascerá me iluminando...
Marcos Loures


18825

Saudades de outras eras desfrutadas
Aonde as ilusões não torturavam,
As lágrimas sequer inda regavam
Canteiros pueris, belas jornadas.

Das vespas tão distantes ferroadas,
Apenas doce mel; decerto, davam,
Agora as mãos feridas, calejadas,
Os olhos, sem ter brilho, desbotavam.

Saudades destes rios, suas margens
As alegrias vinham num cardume,
A sorte que se perde em mim, miragens

De luzes que morreram, sem perfume,
Sorríamos de todas as bobagens.
Agora um simples não tudo resume...


26

Saudades da menina tão bonita
Que sabe conquistar como ninguém,
Depressa o coração logo se agita
Enquanto em fantasia, o amor vem.

Iluminando a vida outrora aflita
Um mundo mavioso eu sei que tem
Na luz que tão intensa- uma pepita-
Dourando a minha vida em tanto bem.

Quem dera se pudesse estar agora,
Ao lado da menina/fantasia,
Vagando o pensamento, mundo afora.

Raiando a madrugada em poesia,
Seria tão feliz. Como seria!
Porém uma ilusão, somente aflora...
Marcos Loures


27

Saudade. Um sentimento que devora
Decora nossa vida em riso e pranto.
Vencendo todo o medo desde agora
Saudade também tem o seu encanto.

É fonte de tristeza e de alegria,
É doce que traduz tanto amargor,
É fogo que se aquece em noite fria,
Vibrante em tempestade, diz amor.

Saudade do que um dia nunca fui,
Castelo em que criei uma ilusão
Que aos poucos, de saudade já se rui,
Deixando as marcas todas pelo chão.

Saudade da morena mais gostosa,
Que um dia se entregou, espinho e rosa...
Marcos Loures


28

Saudade vem trazendo este desejo
Do beijo e do carinho necessário
Amor já vai cumprindo itinerário
Nesta estação querida que prevejo;

Morena; a sensação do todo beijo
Que é dado sem motivo e sem horário
Fazendo ressoar um campanário,
O coração batendo numa trovejo.

Que coisa mais gostosa que o amor tem,
Não deixa ficar pedra sobre pedra,
Homem apaixonado nunca medra;

Tampouco, te garanto perde o trem.
Por isso estou chegando e sou ligeiro
Pedindo o teu carinho, dê-me um cheiro


29

Saudade latejando no meu peito,
Tristeza dominando toda a cena.
Pensara no amor como um direito,
Porém a solidão agora acena

E muda minha história, e deste jeito,
A vida não será, jamais, serena.
Olhando para a lua contrafeito
Eu lembro dos carinhos da morena.

A dor já se assanhando toma conta,
Minha alma dolorida, andando tonta
Buscando por quem foi e não voltou.

Sem teu amor, querida, não sou nada,
Insone, já são três da madrugada
De tudo, só saudade, o que restou...

Marcos Loures


30

Saudade latejando no meu peito
Rasgando a minha carne se entranhando
Matando devagar, e deste jeito
O sonho deste amor, amortalhando.

Saudade é como a morte em frio leito
Aos poucos coração vai se invernando
No mofo de minha alma, insatisfeito
Saudade em louca insânia trucidando.

Acordos, desacordos, cortes, sangue,
Mortalha que se fez em podre mangue
Deixando tão somente este vazio.

O corpo que sonhara vai exangue
Secando em nascedouro fonte e rio,
Meu verso vai sem brilho e tão sombrio...


31

Saudade deste toque em minha boca
Dos lábios tão macios, desejosos...
A noite vai passando... Fria e louca,
Sem ter os teus carinhos maviosos...

Eu vejo o teu olhar em cada canto,
E sinto o teu perfume nos meus dedos.
Ao ver-me tão sozinho, eu já me espanto,
Onde foi que perdi nossos enredos?

Vontade de voltar, Ah se eu pudesse!
Sentir a maciez de tua pele,
Erguendo as suplico em triste prece,
Porém a solidão vem e repele

Os meus desejos, toda essa vontade,
Sobrando simplesmente uma saudade....
Marcos Loures


32


Saudade deste amor que já partiu

Envolto numa estrela, ganha espaço...

Amor que se perdera, tão sutil,

Ah! Quem me dera estar, no teu abraço...



Pergunto onde te escondes; ninguém viu...

Apalpando o vazio estendo o braço,

Apenas o silêncio... Nada ouviu

Quem se foi, não deixou um simples traço...



Eu quero imaginar que ela me queira:

“Olhando a mesma estrela vê também

Teu corpo deitadinho em minha beira”



Espero que tu voltes para mim,

Me deixa ser teu derradeiro bem,

Estrela: não me deixe triste assim...


33


Saudade deste amor que já partiu

Envolto numa estrela, ganha espaço...

Amor que se perdera, tão sutil,

Ah! Quem me dera estar, no teu abraço...



Pergunto onde te escondes; ninguém viu...

Apalpando o vazio estendo o braço,

Apenas o silêncio... Nada ouviu

Quem se foi, não deixou um simples traço...



Eu quero imaginar que ela me queira:

“Olhando a mesma estrela vê também

Teu corpo deitadinho em minha beira”



Espero que tu voltes para mim,

Me deixa ser teu derradeiro bem,

Estrela: não me deixe triste assim...


34

Saudade de teus versos, minha amada,
Palavras que me tocam, benfazejas.
Estrada em alegrias vai trilhada
No céu que em fantasias azulejas.

Amor é feito em glória e nesta estrada
Encontras toda a luz que tu desejas.
Vencendo a tempestade em alvorada
Rocio de emoções; cedo porejas.

Percebo a perfeição em galhardia
Vencendo toda inglória que encontrara.
Tua beleza imensa, perla rara

Promessa alvissareira de outro dia.
Recebo em cada verso que me fazes,
A lua imaginária em várias fases...
Marcos Loures


35

Saudade de teu corpo junto ao meu,
Deixaste o teu perfume em minha pele.
O amor que há tanto tempo se perdeu
Em louca fantasia me compele.

A lua que sufoca em luz o breu,
Já faz com que meu sonho em ti se atrele.
Da fonte que ilusão antes bebeu
Destino em solidão, assim se sele.

Mas tendo a sensação desta presença,
Decerto ainda tenho uma esperança
Por mais que a noite fria me convença

Eu creio ser possível ser feliz.
O cheiro tão gostoso inda me alcança
De um sonho mavioso, ele me diz...
Marcos Loures


36

Saudade de teu corpo junto ao meu,
Rolando sem juízo e sem limites.
Depois que tu partiste, resta o breu,
Apenas a saudade a dar palpites

Refaço o brilho intenso, que era o teu,
E nisso tudo quero que acredites,
Do quanto que eu te quis, nada perdeu,
Por isso é que te peço: não me evites.

De tudo o que carrego nesta vida,
Tu és a parte nobre, mas sofrida.
Aquela que não posso repartir.

Das crises aprendendo pouco a pouco,
Cansado de gritar, qual fora um louco
Não quero mais falar; quero sentir


37


Saudade de quem foi e não voltou
Deixando este vazio no meu peito,
O frio toma posto no meu leito
Somente a nostalgia aqui restou.

Quem tanto nos teus braços mergulhou,
Agora num deserto insatisfeito,
Ainda crê no amor como um direito,
Mas sabe que seu barco naufragou.

Pedaços entre escombros e cascalhos,
Entulhos dentro da alma sofredora,
As horas desfilando solidão.

Estremecendo as bases, assoalhos,
Sonhar com teus carinhos revigora,
Porém ao acordar: só decepção...
Marcos Loures


38

Saudade de quem foi e não voltou
Deixando simples sombra no caminho.
De tudo o que eu pensei nada restou,
Somente esta saudade onde me aninho.

O canto deste sonho me chamou
De volta a percorrer velho caminho
Mudando a direção só encontrou
Invés da rosa bela, amargo espinho

Que leva, num instante à mesma cama
Aonde em toda noite ardia em chama
E agora já renega este himeneu.

Enquanto a vida passa em sofrimento,
Eu sinto como fosse um vão tormento
Saudade de teu corpo junto ao meu,
Marcos Loures


39

Saudade de poder estar contigo;
Com beijos e carinhos transbordantes
Estar dentro de ti e por instantes
Sentir a maravilha deste abrigo.

Teus lábios, meu amor tanto persigo
E quero que tu saibas como eu antes
Sozinho sem teus gozos deslumbrantes
Sentindo a solidão, cruel perigo

Batendo em minha porta toda noite,
O frio, este vazio duro açoite;
Porém ao perceber tua chegada,

A vida já vai dando uma guinada
E a noite com certeza em louco brilho,
Vagando por teu corpo, cada trilho...
Marcos Loures


40



Saudade, libertar-me de ti, quando?
Cavalgas todo dia meus martírios,
Sorvendo cruelmente meus delírios,
Me libertar de ti, sair voando...

Novos caminhos, livre irei buscando,
Procuro pelos campos, alvos lírios.
Nas procissões, minha alma traz os círios...
Mas a saudade sabe vir matando...

Muitas vezes, me engana essa farsante,
Acredito esquecer mas, nesse instante;
Ressurge fatalmente, me tortura...

Momentos que, pensei, minha loucura
Tivesse terminado, eis que domina,
Saudade, minha amarga vitamina...

41



Saudade, sentinela da paixão,
Alarma, toda vez que sente dor...
Dispara, sinaliza o coração.
Taquicardilizando, chama amor!

Nas voltas da noturna solidão,
Vasculha, procurando pela flor
Teimosa, que não deita a floração,
Nos campos onde amor foi plantador...

As armas apontadas para o peito,
Fingindo-se de morta, perde tino.
Quem planta tempestade, satisfeito,

Batuca o coração desse menino...
Saudade, sentinela faz alarde,
Viver sem ter amor, é crueldade!


42

Saudade, frágil senda que percorro
Revendo cada passo mesmo inútil.
Nas águas que se foram me socorro,
Sabendo desde já, retorno fútil...

Sutilmente eu me perco dentro em mim,
Na serpente lasciva e sorridente.
Num ato repetido e que sem fim
Expõe um coração, vão penitente...

Esqueço deste sol, revejo a lua,
Madrugada corrói, volta e lateja.
A roda vida eterna continua

Trazendo novamente o que se foi.
Distante liberdade que alma almeja
Rumina- ato contínuo, feito um boi...
Marcos Loures


43

Saudade, meu amor é tão treteira
Fazendo uma arruaça sem limite.
Por mais que a gente fuja, é dinamite
Que toma a nossa noite, a feiticeira.

Talvez até quem sabe não mais queira,
E nisso, até concordo que acredite,
Mas quando esta saudade não se omite
O coração dispara, que bandeira...

Beijar a tua boca, ser teu homem,
Nos gozos que nos tomam e consomem
O verso vira o Verbo e se recria.

Eu quero desfrutar de cada gota
Da fonte que em delírios não se esgota
Forjada pelas mãos da fantasia.
Marcos Loures


44


Saudade, um sentimento lusitano
Que tanto nos maltrata quanto alenta.
Aplaca com a fúria violenta
Ao mesmo tempo é luz no desengano.

Ao mesmo tempo lúdico ou insano
É brisa que se toma por tormenta,
Furor que nas procelas apascenta
Aquece enquanto esfria um vivo plano.

Saudades de você, lembranças nossas.
Das chuvas que escorreram, fartas poças,
Lateja, mas agrada enquanto dói.

Fazendo deste sonho, o seu pendor,
Justificando assim, o nosso amor
Saudade nos erige e nos destrói...
Marcos Loures


45

Saudade, um sentimento soberano
Que toma a nossa vida sem descanso,
Olhando para a porta; o desengano
Chegando devagar, cruel e manso.

Ausente de meus braços não te vejo
Embora te procure em cada face.
Aumenta a cada dia o meu desejo
Aguardo em desencanto o desenlace

Da trama que talvez não poderia
Ser mais do que um poema simplesmente.
Regido pela insana fantasia
O quanto eu te procuro, amor pressente

Que tudo não passando de miragem
Meu barco sem saber de uma ancoragem...


46

Saudade... Sentimento algoz e doce
Marcante no perfil de quem contém
Amor intensidade; como fosse
A sorte desairosa em raro bem.

Tocando o paladar, qual agridoce
Exuberante forma de desejo.
Saudade tantas vezes já nos trouxe
A força imaginária feita em beijo.

Carrasco que maltrata com carinho,
Vilão que nos redime e nos transforma,
Saudade em multicores toma a forma

De alívio e de distância. Em seu caminho
Nós somos passageiros, condutores,
Neste caleidoscópio amor e dores...


47


Saudade, ancoradouro do passado
Mostrando que o naufrágio não resiste
Ao sonho que nos toma e assim persiste,
Por mais que seja forte este tornado.

Qual fora um bumerangue, traz o dardo
Lançado num momento atroz e triste,
Embora da verdade ela se diste
Sepulta o que julgávamos ser cardo.

Lembrar do teu perfume, doce aroma,
Pacífica emoção seduz e doma
Corcel das ilusões antes bravio.

Vivendo esta fantástica ternura,
Reavivando a lúdica procura
Num mágico momento reinicio...


48

Saudade, crudelíssimo carrasco
Formada em tão terríveis vendavais,
Veneno que se entorna em frio frasco,
Sem nada construir, tão contumaz.
Reduz a minha vida a um fiasco.
Resseca todo o sonho, mata a paz.

As bocas que beijei, ledo passado,
Sorrindo e penetrando outros desejos.
Recado recebido e disfarçado
Em forma de ironias ou de beijos.
Felicidade nunca foi meu Fado,
Os dados mal jogados, os despejos.

Meus dias vãos passando; cegos, tensos.
Os vales da saudade são extensos...

Marcos Loures


49

Sargaços e bagaços, ossos soltos,
Expostos em meus olhos, fome e riso.
Meus versos contrafeitos vão revoltos,
Ascetas não adentram paraíso.

Nas metas que se encetam, amor/gozo,
Facilidade a prazo no cartão.
Vencendo o chato karma pedregoso,
Acendo a estupidez do coração.

Ao ver coxa morena e tão roliça
A flor do meu desejo já se ouriça
E vem fazer bagunça no meu peito

Dos bagos e bagaços faço desta
Palavra que bagunça e vira festa
Deixando para trás qualquer conceito.
Marcos Loures


18850


São tantos os meus medos
De ter e me perder
Tecendo meus enredos
Buscando o teu prazer

Ascendo aos arvoredos
E passo logo a ler
Nos cofres os segredos
Na vida o bem querer.

A noite vem ainda
Trazer estrela e lua
Esta mulher deslinda

Uma beleza nua.
Porém minha alma finda
Sozinha em plena rua...


51

São tantos os meus medos, meus receios...
Quem sabe poderemos transformar
A dor que se propõe em meus anseios
Numa alegria imensa. Quero amar

Mas temores derrubam meus esteios
Impedem meu acesso ao teu luar,
Meus rios se perdendo dos seus veios,
Jamais encontrarão, foz em teu mar...

Eu sei que isso não passa de defesa
Que a mente preparou sem perceber.
Que o medo não proíba esta beleza

Vinda da esperança mais risonha
De sempre nos teus braços me esconder
Quando a vida,maltrata e vem medonha...
52

São duros os caminhos de quem ama,
São tristes as estradas de quem sonha.
A vida que oferece abrigo e chama,
Ao mesmo tempo é fria e tão medonha.

Não vejo outra saída, sendo assim,
Senão buscar, na vida, uma alegria.
Um sol que queime lento; mas, assim,
Permita que inda exista a fantasia.

Um sol que não maltrate, mas que aqueça;
Que nunca seja a causa do cansaço.
Que faz com que tristeza a gente esqueça
Na mansa calidez deste mormaço.

Um sol que traga luz e claridade,
Na força tão gentil duma amizade!


53

Surgindo nos meus olhos, poesia,
Espalho um canto alegre pelos ares.
Viceja toda a glória que se erguia
Cevando em fantasia estes pomares.

Crivando em luzes calmas passos claros,
Estende ao infinito, o pensamento,
Momentos mais felizes são tão raros,
Vivamos, pois o pleno sentimento

O quase tantas vezes foi meu hino.
Num estribilho insano e dolorido.
Agora ao perceber amor-menino
Destino do teu lado está cumprido.

Sou teu e nada mais importará
Te quero a cada instante, desde já...
Marcos Loures


54

Surgindo nos meus olhos, poesia;
Fazendo rebrilhar um sonho bom,
A lua se espalhando invade o dia,
E mostra a claridade em mesmo tom.

O quanto a noite em luzes principia
Garante ao manso dia o raro dom
Que é feito da beleza em fantasia,
A melodia acalma; suave som.

Trazendo para a vida a sensação
Da eterna juventude, inesgotável;
Aos poucos vem raiando uma emoção

Que entorna sobre nós felicidade,
Tornando o nosso solo mais arável
Verdeja em nosso peito, a liberdade...


55

Sublime sentimento que, divino,
Jamais se ocultará de quem se entrega.
O sol que nos domina estando a pino,
As cores mais sombrias já sonega.

Mas tendo a claridade, com certeza,
Um ágil coração não teme a noite;
Quem sabe deslindar toda a destreza
Despreza a mão que apossa-se do açoite.

O fardo fica leve se divides
O peso da amargura, solidão.
A cada novo tempo tu decides
Qual é, da ventania, a direção.

E assim, com tal poder em tuas mãos,
Semeias de alegrias raros grãos...
Marcos Loures


56

Sublime sentimento que, divino,
Invade o coração sem desengano,
Reflexo deste sonho cristalino,
No gesto mais altivo e soberano,

Numa amizade imensa, eu descortino,
Ungindo cada passo, cada plano.
Meu coração se mostra qual menino
No canto em esperança que me ufano

Teu nome na lembrança sempre vem,
Divina companheira, amada Kathleen,
Estar contigo a cada novo instante

Tornando a minha vida triunfante,
Certeza de que encontrei um raro bem:
Tua amizade é mais que diamante!
Marcos Loures


57

Sozinho, sem ter Lara, vida segue...
Tantas vezes percebo esse lamento,
Me silencio, quieto, mudo...Tento
Seguir em frente, quero quem carregue

Meus baús tão pesados. Mas prossegue
Meu martírio, persigo mais sedento.
Um bar, uma luz, mares que navegue;
Somente nas mortalhas, meu assento...

Lara foi um soneto, simples verso,
Mas dói, frutificando no universo.
Sem Lara, mortifico cada instante;

Mas Lara nunca veio nem virá.
O brilho de teus olhos, onde está?
Procuro em minha vida, cada estante!


58

Sozinho, tão distante, num rincão

Longínquo sem saber por onde andaste.

Meu verso se entregando em emoção

Do jeito que vieste me deixaste...



Não sou tua semente morro em chão,

Também não sou um simples velho, traste.

Apenas retornei deste verão

Trazendo o meu outono, nem notaste



Nas folhas que caídas semimortas

Após a tempestade se refazem,

Abrindo em primavera minhas portas.



Nem tempo percebeu quanto te assombras

Ao ver que as minhas mãos não se comprazem

Salpicando estrelas, venço as sombras
Marcos Loures


59

Sozinho, o que me resta? Nada além
Do riso em ironia que hoje escuto,
Por vezes na verdade até reluto
E finjo que encontrei um outro alguém.

Porém olhos pros lados e ninguém,
O amor sempre cruel, temível, bruto,
Um leporino audaz, sagaz e hirsuto
Dizendo do que sou decerto vem.

Falando do vazio que carrego,
Fingindo muitas vezes, não sou cego
E vejo a gargalhada do destino.

Soando pela noite sem respostas,
A faca penetrando pelas costas
Hemorrágicos sonhos, desatino...
Marcos Loures


60

Sou vão, sou véu sou âmbar e marfim,
Déspota de mim mesmo, me condeno
E ganho este infinito sendo assim;
O vago que se enverga nada ameno.

Carpindo os meus velórios, cedo; enfim
E mato-me da forma que enveneno;
Parindo desta sombra o que há em mim,
Um nada que se sente quase pleno...

Perfurando teus olhos com as garras
E os cascos que afiei ao fim da tarde.
Nos óstios que me abriste vivo amarras;

Os dentes com que mordes ao sorrir.
Teu beijo viperino que sopra, arde,
Ao ver-me; os teus vermes vêm pedir...

61

Sou ermo, andando a esmo, vivo os erros
Que em tramas tão diversas eu teci.
Arranco meus pedaços, chego a ti
Inimigo dos sonhos, meus desterros

Traduzem com sufoco fáceis berros
Que nada me dirão do que pedi.
E sei que fatalmente, eu te perdi
Atado pelos elos, frios ferros.

Tentando me livrar desta degola
Degluto meus fantasmas e vomito
O aperto que me enlaça, velha gola

E enquanto me estrangulo, me liberto.
Um último tormento solto em grito
Já diz que me caminho, agora é certo...
Marcos Loures


62

Sou ermo, vou a esmo e sou feliz
Por ter a minha cara bexiguenta.
Um corte mais profundo já me diz
Tornando esta palavra virulenta.

A sorte se transforma em meretriz
E nada, nem silêncio me apascenta.
O sangue vai brotando em chafariz
Duma alma que se torna purulenta.

Vendida nas esquinas, nos bordéis,
A vida se perdendo pouco a pouco
Os olhos viperinos e cruéis

O amor não serve mais sequer pra troco
Entupo este Cupido com meus féis,
Na cara do boçal já dou um soco.


63

Sonho que eu sou – do amor – um ser eleito,
Redimindo as tristezas que acumulo,
Tocado por vontades, belo pleito
Nos mares dos desejos onde ondulo

Aporto os teus carinhos, cara amiga,
E bebo de teus lábios, fonte e méis,
Meu barco nos teus braços não periga,
Encontra na verdade o seu convés.

Recendes ao perfume que, oloroso,
Decifro no rosal de uma paixão.
Passado que deixei, tempestuoso,
Atraca em manso cais, teu coração.

Agouros malfadados, olvidados
Prenúncios de outro dia, enamorados...
Marcos Loures

64



Sonhei contigo, esferas diferentes;
As feras que encarnavas, repelia...
Quisera conhecer a poesia
Cantada assim por mim, todas as gentes...

Teus olhos refletiam novas lentes,
Brilhavam, sem me ver, um solar dia.
Dançavas levemente, a fantasia
Crivava-nos de loucos sons, dementes...

Sonhei contigo, vidas já passadas,
Eu era então, moderno sonhador,
Nas flautas que tocavas, toda a dor,

Nas horas que tentavas, sou disperso...
As mãos seladas, velhas, tão cansadas,
Roubavam toda luz desse universo!


65


Sonhei contigo
Em noite clara
Amor abrigo
Sensação rara

Quero e persigo
A mão que ampara
Que sei, consigo
Que me antepara

E me protege
Enquanto cura
Amor se rege

Pela ternura,
Na luz que almeje,
Clarão/ brandura.
Marcos Loures


66

Sonhei contigo; velha chaga amiga...
Buscava, em vão, a paz que nunca tive;
Por lares, bares, onde sempre estive.
Na excelsa febre, vida inda periga...

Teus látegos cortando sem fadiga;
Expondo a carne, rasgos, inclusive.
Faziam de meus olhos, um aclive,
Por onde devoravam cada espiga,

Gotejando sanguíneas as demências...
Pedi a esmo aos deuses, por clemências,
Restavam-me somente, velhos medos...

A velha chaga ria-se de tudo.
num corte tão sutil inda me iludo
E tendo desfazer os meus enredos.


67

Sonhar contigo é sempre ser feliz
Menina que eu adoro, minha amiga.
O amor já fez comigo o que bem quis
A sorte acostumada, nem mais liga,
Se da alegria fui um aprendiz
A dor da solidão me desabriga...

Bem sei que estás distante. Bem distante...
Mas guardo dentro aqui o teu sorriso.
Sereno, mavioso, deslumbrante...
Por isso é que eu repito e sempre friso
Quem dera se pudesse ser constante
Tua presença amiga, um paraíso...

Mas sei que isso é um sonho e nada mais....
Talvez eu viveria amor em paz...


68

Sonhar com nosso amor em turbilhão,
Tocando a tua pele, os teus sentidos.
Passeio no teu corpo uma emoção,
Meus dedos te percorrem, decididos...

Viajo pelos sonhos, na amplidão
Distante dos meus dias desvalidos,
Tomado por loucura e por paixão,
Os medos e os anseios já vencidos...

Querer-te sem limites ou fronteiras,
Sem cercas, sem domínios, ser só teu.
As flechas dos desejos tão certeiras

Invadem cada ponto de teu cais.
Amor assim gostoso convenceu
Querendo muito e sempre, sempre mais...
Marcos Loures


69

Sonhando que este verso em claridade
Alcance o meu amor que está distante
Alçando um infinito em liberdade
Permite que meu mundo se agigante

E adentre pelas sendas mais bonitas
Aonde preparei minha ilusão
Dos mais ricos tesouros , de pepitas
Douradas pelo fogo da paixão.

E quero te falar de tal beleza,
Em frases e palavras carinhosas,
Envolvo nosso amor em tal pureza
Que possa transbordar jasmins e rosas

Sou teu e ninguém pode me calar
Meu verso nos teus braços, clarear...
Marcos Loures


70

Sonhando com teus braços, teu carinho,

Eu tantas vezes fico alucinado,

Querendo te encontrar, te dou meu ninho,

Te quero aqui, deitada, do meu lado...


A boca procurando tua boca

Sedenta desta sede que me traz

Vontade de gritar com voz mais rouca,

E ser bem mais vivendo amor e paz,


Se quero mergulhar em manso lago,

Também quero a tempesta e as procelas,

Depois de ter delícias de um afago,

Eu quero o fogo ardente em nossas telas


Pintadas com fulgor, insensatez,

Delícias deste amor que a gente fez..


71

Somando o que nós somos, chegaremos
Ao máximo que os sonhos nos permitem,
Sabendo o que decerto já queremos,
Não temos mais quem fale ou nos limitem;

Destinos que em verdade nós cumprimos
De sermos um só ser, e nada mais.
As águas que correndo negam limos
Encontram nos teus braços os meus cais.

Eu penso a cada dia no que quero
E disso faça a profissão de fé.
O amor que tantas vezes fora fero
Rompendo estes grilhões, liberta o pé

Permite no final a caminhada
Que leva sempre a ti meu rumo e estrada.
Marcos Loures


72

Somando o que nós somos, saberemos
Levar os nossos barcos mar a fora,
De todos os momentos que vivemos
A vida é bem melhor, decerto agora,

Nos braços de quem sempre nós queremos
Prazeres e desejos sem ter hora
Em todos os lugares que estivemos
O tempo de sonhar não se demora.

Bebendo da alegria de viver
Vagamos noite afora com prazer
De sermos o que somos, dois amantes.

Extremas sensações que desfrutamos
Do quanto somos unos quando amamos
Bem mais do que pensamos sermos antes.
Marcos Loures


73

Somamos nossas forças, companheira,
Na busca de um futuro mais repleto
De sonhos e desejo. A vida inteira
Quis teu sorriso manso e predileto.

Vivendo no teu colo, tanto afeto,
A noite se demora, feiticeira,
Em ti, querida um sonho que completo
Mostrando uma alegria lisonjeira.

Vieste, uma menina tão bonita
Vestida de esperança, em minha vida.
A sorte há muito tempo estava escrita

Em todos os oráculos, estrelas.
As dores? Não! Jamais vou revivê-las
Pois encontrei enfim, uma saída...


74

Solidão; fúnebre maltrata tanto...
Não deixa pedra sobre pedra em mim,
Cruel fantasma és um sinal d’espanto
que me persegue, feroz, destrata assim,

Causando o medo, recebendo o sim
Como prenúncio do não, nunca canto,
Meu principal sonho seria, enfim;
Poder voar livre, tirar seu manto...

A solidão, feroz arma, corta. Sabre
Pairando sobre meus sentidos, mata...
Nem sequer sabe que tal chaga s’abre...

Nos meus delírios, solidão, matando,
Marcando todos meus momentos. Ando
Nessa procura, insanamente ingrata.


18875

Solidão, mar cruel onde navego,
Transito meus segredos e tempestas...
As noites que passei, se foram festas,
Agora morrem luzes, mas sou cego!

Nas tantas tentativas, não me entrego.
As rodas da fortuna, não têm frestas,
Somente a solidão, amiga, restas...
A morte mais bisonha, é o que carrego!

Nas horas mais soturnas, as carícias;
A cusparada cala, tais primícias
São herança d’amor desilusão...

A porta escancarada, fico só.
Nem a morte, fiel, me tem mais dó.
Acolhe-me somente a solidão!!


76

Sobre teu corpo, deito meu prazer,
Vasculho-te querida, por inteiro,
Aos poucos vou tentando revolver
Sentindo tua pele e o teu cheiro.

Na fonte do desejo te beber
Tomando os teus sentidos, costumeiro,
Sabendo quanto quero o teu querer,
Amor da gente explode, verdadeiro...

Matando o teu desejo, te tomando,
Adentro tuas matas, tuas sendas,
Cobrindo-te com fúria, demonstrando

As rotas que percebes e desvendas,
Numa explosão divina, correnteza,
Tomando cada ponto, com certeza...


77


Só sei que te procuro a cada instante
Entorno meu desejo no teu quarto,
Num sentimento lúdico e vibrante
Trazendo a sensação; divino parto.

A luz que nos rodeia é deslumbrante
De ti, minha querida, não me aparto
E vivo por saber estar adiante
De tudo o que sonhei. Eu já não parto

Em busca de outros sonhos; és meu céu
Em plêiades (teus rastros) te procuro
A via láctea estende um branco véu

Por onde passarás, estrela guia.
O fruto do desejo está maduro,
Vem logo antes que rompa o novo dia!


78

Só sei que nada sei e isso me basta,
A par deste vazio sigo em frente,
Imagem que se fez e se desgasta
Não quero nem saber o que se sente

Apenas procurando a cena gasta
Vendida como nova, tolamente.
O meu olhar com luzes se contrasta
Por isso vou tentando, cegamente.

Matizes do que fomos se tornaram
Opacas tão somente e nada mais.
Castelos dos meus sonhos desabaram

O barco se perdeu sem astrolábios
Agora o que fazer? Não tendo cais
Eu beijo sem amor diversos lábios...
Marcos Loures


79

Só sei que nada sei e isso me basta,
A vida muitas vezes faz a festa
O coração em fogo não se afasta
De todo esta emoção que já me gesta

Meu tempo- ser feliz, assim se empresta
E tanto quanto quero não desgasta
Amor que na verdade sempre resta
Numa alma que desejo e não se afasta.

Batendo bem mais forte o coração
É como se nascesse rara flor
Que ao perfumar traz sempre a sensação

De toda a plenitude deste amor
Gerando um novo mundo mais contente
Trazendo uma alegria por semente.


80

Só quero esta delícia de querer-te
Poder ter teu carinho e te abraçar;
Meus braços em teus braços, envolver-te
E sempre que puder, poder te amar...

Me nina se quiseres, meu amor,
Menina, se quiseres, sou feliz.
Eu quero esta beleza, mansa flor,
Fazendo-me, do amor, um aprendiz...

Eu quero o vento doce do cerrado
Trazendo uma esperança pro meu canto.
Quem dera se por ti eu fosse amado,
Quem dera inebriado em teu encanto,

Meus versos não seriam mais tristonhos,
Meus sonhos, sem temor, bem mais risonhos!


81

Só peço, por favor, não encha o saco;
O trem descarrilou, perdeu o rumo.
Do jogo que se fez, quebrando o taco
Em sinuca de bico, caço o prumo.

Assumo os meus pecados, erros, vícios,
Também o que fazer se sou à toa;
Os ossos fraturados, dos ofícios
Chuvisca me minha vida esta garoa.

Coroa que se fez em moça bela,
Vendendo com sarcasmo tal burrice,
Morrendo sem destino a pobre estrela
Não sabe nem sequer o que me disse.

Apenas vai rolando no porão
Pensando ser ainda a solução...
Marcos Loures


82

Só peço, por favor, que tenhas piedade
Daquele que, sonhando, apenas encontrou
O nada por resposta. Ao querer liberdade
Em luta desumana, o quanto se abortou.

Apenas procurando alguma suavidade
Nas mãos que concebera o parto não chegou
Matando em nascedouro a própria mocidade
Inútil sofrimento, o meu sonho acabou...

Talvez inda me reste um último lamento,
Quem sabe em algum canto, a mágica palavra
Que faça ressurgir um resto de esperança.

No amor que agora encontro, a mansidão de um vento
Tocando devagar, ao adubar a lavra
Granando e prometendo um dia em temperança


83

Sinto tua boca e tua língua
Em meu corpo, tesando em arrepio.
Tocando-te com fogo em cunilíngua
Matando meus desejos em teu cio.

Teus seios, tuas coxas, teu pescoço.
Lambendo calmamente, invado o céu.
Ardências convulsas, alvoroço
Numa explosão divina, gozo e mel.

Sugando cada gota que ofereces,
Nas gulas e ganâncias, liberdade.
Na teia das vontades em que teces

As preces que tramamos com destreza.
A mesma sedução que assim te invade,
Inunda nossos corpos, sem defesa...


84

Sinto o meu prazer, pulso dentro em ti,
Molhado pelo gozo que esparramas.
Fêmea que em volúpia eu percebi,
Ardendo em delicadas, quentes chamas.

Teu corpo em loucas danças, penetrar,
No intenso requebrar de teus quadris,
Entrar com sutileza, devagar,
Fazendo e sendo assim, muito feliz.

Dois corpos tão suados, exauridos,
Entregues à dolência nos lençóis.
Depois de tantos gozos divididos,

Atados por momentos, firmes nós,
Entramos nas manhãs, ardentes sóis
Que adentram nas janelas sobre nós...
Marcos Loures


85

Sinto do teu corpo tal frescor
Que vence um duro estio tropical,
Trazendo em cada verso sensual
Vontade de poder já te propor

Toda esta maravilha feita amor,
Carinho que percebo sem igual,
O gozo deste amor sensacional
Deixando-nos querida em tal torpor

Vencendo, com desejos o receio
O gosto de teu beijo, eu saboreio
E peço novamente quero o bis.

E tomo-te em meus braços, feiticeira
Paixão que nos tomando a vida inteira
Demonstra quanto a gente é tão feliz...
Marcos Loures


86

Sinto-me talvez menos que pensara
Correndo de mim mesmo, nada achei.
Nem mesmo o que te digo me antepara,
Apenas sei que nada, amada, sei.

Sou pouco, quero menos. Minha cara
Exposta a tapas, risos, dor e lei.
Que mais desejaria? Noite rara
Aquela em que, esparsa; eu te encontrei.

Vieste sem pensar, nisso acredito,
De súbito te encontro. Sei de mim,
Um esmo que se encontra neste rito

Do amor residual no velho pote
Quebrado no silêncio, vejo o fim,
E a sorte de te ter, último mote...


87

Sinto-me frágil, ágil, imbecil.
Impropérios, carinhos que me dizes...
Na certa, pensará: fomos felizes,
Amor, quando inconstante, é muito vil...

Não tentes enganar, não sou servil,
Descoramos portanto esses matizes...
Eu apenas ganhei mais cicatrizes,
Nas ondas que perdemos, dor pariu...

Caçoas dos meus versos, sou estúpido,
Não quero mais sorver, nem restar cúpido...
Apenas navegar, pois é preciso...

As bocas escancaras, nada sinto...
Embriaguez igual, nem com absinto!
Nem venha sugerir que dramatizo!
Marcos Loures


88

Singrando por teu corpo, o meu saveiro,
Encontra as maravilhas feitas cais,
Tocando com jeitinho, vou inteiro
Querendo e te pedindo sempre mais.

Sentindo o teu perfume, doce cheiro,
Certezas de prazeres bons demais.
Adentro tuas matas, tuas sendas,
Enquanto os meus segredos já desvendas.

As fozes destes rios, cachoeiras,
Os gozos repartidos e somados,
Nas camas, nos jardins ou nas esteiras,

Desejos tão queridos, conquistados,
As horas se passando, alvissareiras,
Encontro meus caminhos nos teus prados
Marcos Loures


89

Sim! Desde aquela noite, os meus sonhos deixaste.
Eu nunca imaginei, um dia em esquecer-te.
Por tanto que te quis jamais pude entender-te;
Amor que já morria; em vão, não renovaste.

No mundo caminhando, apenas sou um traste.
Por certo não consigo o prazer de entreter-te.
Desculpe se, talvez, eu venho aborrecer-te;
O certo é que não amo, e por isto, magoaste.

Nesta noite passada, em perfeita harmonia,
Dormi sem ter problema, a noite não foi fria.
No manto que me cobre a alvura dum lençol.

O mar que já não tempesta. A mansidão da paz.
Um vento tão macio, a noite sempre traz...
Olhar que me queimava agora é um farol...
Marcos Loures


90

Sim, decididamente não me queres!
Os teus olhos trazendo esta verdade.
Tantas vezes carrego meus halteres
Tentando convencer-te. Vaidade

E suplícios. Em vão! Sei que preferes
Palavras envolventes, claridade,
Os lumes estrelares. Caracteres
Mais concisos, assim, restou saudade!

Que poderei fazer? Não faço verso!
Meu mundo se resume: academia!
Nos músculos está meu universo!

Cátia, estarei buscando um claro dia,
Torrente caudalosa e tão completa,
Que me faça acordar, livre, poeta!


91

Sim, querida, eu estou apaixonado,
Nem penso mais em nada, vivo assim,
Olhando para ti, extasiado,
Querendo que tu olhes para mim...

Eu sonho com teus lábios, com teus seios,
Não tenho outro motivo pra viver,
Estás nos meus desejos, meus anseios,
Meu Deus! Nunca permita amor morrer...

Se penso em cada instante desta vida
Apenas na mulher que eu encontrei
Quase que no final, na despedida,
Com teu amor, querida, remocei...

E volto a ser feliz depois de tanto,
Me pego até cantando, e não me espanto...


92

Sim, apague meu nome do caderno
Dos amores que guardas qual diário...
Amor que se julgavas ser eterno
Morrendo sem carinhos, temerário...

A vida se transforma em pleno inferno,
Os dias se arrastando. O calendário
Mostrando para sempre um frio inverno
Amor que assim se foi, sempre contrário...

Amor que se esfumou sem primavera,
Negando todo o bem de uma alegria.
Amor que maltratou, velha quimera,

Do sonho que pensara, só fracasso.
Morrendo em triste areia sem magia,
Não deixa nem a marca de um abraço...

Baseado em Risque Ari Barroso


93

Sim, nada mais sincero que teu não,
Aprendi que viver sem ter promessa,
É como conviver sem dor ou pressa,
Na falta de sentido e de razão...

Deixei as minhas sílabas em vão,
Passei por essa via tão expressa,
Desconhecendo ritmo que se meça
Na dança que começa no salão...

No sal da festa, fresta dessa porta,
A moça mostra a teta, nem me importa,
Queria ter a boca dessa noite;

Deixando minha marca num pernoite;
Mas corta lábio sábio, faz açoite;
De quem nunca queria ver tão morta..


94

Silêncios, tantas vezes, dizem tudo,
Palavras? Não preciso pra mostrar
Todo esse amor que tenho pra te dar,
Portanto, amor, não ligue se estou mudo.

Meus versos na verdade, um bom escudo
Que sempre me protegem. Do luar
Eu roubo a claridade pra te dar
No sonho mais feliz em que me iludo.

Percebo em teu sorriso, tão maroto,
As lúbricas vontades... silencio.
De desejos também assim me loto

E rondo teu querer a noite inteira.
Acendo, num momento, este pavio;
Conversa mais gostosa e verdadeira..
Marcos Loures


95

Seu moço, quando vim do meu sertão
Ouvi tantas histórias e é por isso
Que agora já não quero compromisso,
Me espalho sem pensar na plantação.

Depressa eu aprendi lidar com Cão
Um bicho xexelento, puro enguiço;
A peste do danado este catiço
Demônio encapetado, porcalhão

Cutuca quem ponteia uma viola,
Um velho repentista não se amola
E puxa da peixeira, faz um rombo.

Se eu gosto ou se não gosto da mulher
Só peço que não meta essa colher,
Quem se acha o melhor, maior o tombo!
Marcos Loures


96

Seu moço, te pregunto, me arresponda
Pruquê tem tanta inveja nesse mundo.
Se a lua lá no céu brilha redonda
Crareia toda a terra num segundo.

Murdido por corar ou anaconda
O corte do invejoso é bem profundo.
Pru mais qui o rabo grande ele inda esconda
A cauda apareceno nesse fundo.

Qui Deus nos dê a sorte merecida,
Sem vê pros lado, fico mais contente.
A Bunda se demais aparecida

Dá logo um resfriado para a gente;
Inveja que faz mal pru toda a vida,
Dexano esse caboco, ansim, duente...


97

Seu moço, eu venho aqui nestes meus versos
Falar dessa cabrocha que partiu,
Os passos depois disso tão dispersos
Demonstram atitude dura e vil

De quem ouvindo sonhos mais diversos,
Em outro amanhecer já se iludiu,
Momentos tão cruéis, mesmo perversos
Matando deste modo assim sutil.

Não tendo outro caminho em minha vida,
Meus olhos vão buscando aquela estrela
Que em noite iluminada se revela,

Dizendo da tristeza da partida
De quem, ao perceber meu grande amor,
Deixou todo este céu desolador...
Marcos Loures


98

Ser tudo, ser seu sol, sobreviver.
Sortido sentimento sem sentido,
Serei sempre sonhado, sem saber.
Sou sombra, sombreando, sou sabido.

Sei sinas sei sinais, sobreviver.
Soltando sem saber, sem ser sorvido,
Soldado, sem serpentes, sem sorver,
Sol sem sertão, sorvete sim, servido...

Saberia ser sonho, se soubesse.
Sentiria saudades se sonhasse,
Sei, são somente sonhos, são sentidos.

Sonatas soltas, sórdidas... Sofridos,
Solidão sentimento; seus sonidos,
Seriam serenata, se sentisse...


99

Ser teu! Que doce sonho
Que vivo dia a dia
Nesta louca magia
Amor demais; proponho...

No verso que componho
Exprimo esta alegria
Do amor que me vicia
E me faz ser risonho.

Eu gosto de querer
A boca mais gostosa,
Roçando o teu prazer,

Mulher tão ardorosa,
Eu quero te beber,
Qual fonte sequiosa..
Marcos Loures


18900

Sussurro em teus ouvidos
Palavras desejosas,
Entrego-me aos sentidos
Espinhos, doces rosas,

Meus olhos combalidos
Na busca por formosas
Vontades e gemidos
Em noites prazerosas.

Sem rumo e sem juízo
Teu corpo ancoradouro,
Viver o paraíso

Saber deste tesouro
No toque mais preciso
Teu corpo, um sumidouro...

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