1
Sussurro em teus ouvidos, mansamente,
Falando bem baixinho deste amor.
Que toma nossa vida num repente,
Transbordando; incessante e sedutor...
Tomaste devagar, a minha mente,
Não tenho outro desejo que não for
Estar contigo; amada. Bem mais quente
O dia em que vivemos. Faz calor
Embora a chuva caia. Primavera
Nascida neste sonho faz fluir
Já todo o sentimento que se espera
Na flor que recém nasce um passarinho
Ouvindo tua voz, mansa a pedir...
Amor; quando falar; fale baixinho...
Marcos Loures
2
“Suspiro quando passas pelas ruas”
Em tantas maravilhas me embebedo,
Percebo que ao andares, tu flutuas,
Um anjo que tomou todo o meu credo.
É bela tua carne tão macia,
Tuas pernas são atos de promessa.
Minha alma, mais tremente, tudo espia,
Amando tal beleza, se confessa.
Não vejo mais sentido se não tenho
A doce sensação de tanto amar,
Do mundo de ilusões, aonde venho,
Areia quer sereia em pleno mar...
A vida não seria tão sozinha
Se essa rua... Essa rua, fosse minha!
3
Suspiro quando passas pelas ruas
E vejo nos teus olhos, meu amor.
Nos versos que componho sempre atuas
Nas nuas madrugadas, esplendor.
Em tudo que não creio, nem desvendo,
Sentir teus mansos passos, que ventura!
Aos píncaros divinos quando ascendo
Encontro tantos laivos de ternura.
Amada, sou feliz por te querer,
E tanto quanto mais alma respira
Esse ar que não pudera prometer,
É musa, sou poeta, amor é lira.
Venha que em meus braços te farei,
Os versos de paixão que procurei!
4
Teus olhos mais formosos, de alegria,
Inundam os meus olhos sonhadores.
Se valem de perfumes, roubam flores
E marcam minha vida em poesia
Olhos que trazendo sempre o dia
Avalizam os sonhos, meus, amores;
Recebo satisfeito tais pendores
E marcho rumo à glória em fantasia...
Amores quais olhares sempre vejo
Nos mares entranhados de desejo
Espero a mansidão, ternura plena.
E sempre que te vejo e não me vês
Escuso, por ser bela, uma altivez,
Pois sei que valerá, decerto, a pena!
5
Teus olhos, rutilantes são perfeitos,
São feitos de pepitas preciosas,
Pupilas transcendendo maviosas ,
Das luzes, tantos prismas sem defeitos...
A lua, procurando novos pleitos,
Cansada de roubar as fabulosas
Cores solares, vaga, quer das rosas
Que Deus criou, saber os preceitos
Que permitam brilhar com suavidade,
Depois, de tantos meses procurar,
Quem desse mais beleza e claridade,
No universo, mil versos e versões,
Tentando encontrar ricas soluções,
Reflexos nos teus olhos foi buscar...
6
Teus olhos, melancólicos, distantes,
Quando nos meus imersos, se refletem.
Néons se apresentam deslumbrantes
E versos tão diversos se repetem...
Espaços que encontrei nos teus abraços,
Cabendo meus desejos e loucuras...
Subindo nas alturas dos terraços
Os laços que vivemos; as ternuras...
Eu quero a maciez que me alucina,
Na sina de te ter perto de mim.
Assim, devagarinho me domina,
Explode todo amor que tenho, enfim...
E viva nosso amor, nossa alegria,
Dos sonhos, esperanças, melodia...
7
Teus olhos, minha amiga, luzes plenas
Trazendo tanta sorte pra quem guiam,
Jamais as noites mansas e serenas
Se perdem quando neles fantasiam
Canteiros e jardins, tílias, verbenas.
Caminhos mais divinos já desfiam...
Seguindo cada rastro luminoso,
Dos olhos mais bonitos que já vi,
Prenúncio verdadeiro e mavioso
De, num dia, encontrar o que perdi.
Amiga, não descanso um só segundo
De a Deus agradecer tua amizade,
Na força tão gigante me aprofundo
E vejo, finalmente, a claridade...
8
Teus olhos, meus faróis, e meu destino...
Na mansidão da noite que ilumina
A vida perseguindo nossa sina
O mundo que me fez o teu menino...
Se posso, meu compasso é desatino
Na tua mão tão fria determina
Estrada que se fez em fonte e mina.
Novo sonho, verdade não domino,
Apenas viverei a cada dia
O dia que não tive nem teria
Se não fossem teus olhos dominantes;
Meu barco e minha lua, um horizonte
Perdido e recontado, seio e monte;
Quando nessa noite somos dois amantes!
Marcos Loures
9
Teus olhos... São tão belos, sedutores,
Me sinto hipnotizado quando os vejo,
Como luzeiros acariciadores,
Faróis que sintonizam teu desejo...
As minhas mãos, meus lábios buscam flores
Em cada novo toque e doce beijo,
Deitando em teu amor, os meus amores,
Fixado neste olhar, cada lampejo
É como desnudar-te por inteiro,
É ver tua alma intensa e desejosa.
Conhecer o diamante verdadeiro
Que tenho em minhas mãos, arrepiada...
Sentindo na loucura voluptuosa
Tua beleza infinda, minha amada...
10
Teus olhos, toda a fonte de magia
Que torna a minha vida mais feliz.
Vertendo num lampejo, a fantasia
Mudando toda a sorte que se diz
Tomando minha vida em alegria
Curando qualquer dor em cicatriz.
Nos mares de ternura em que mergulho
Meus olhos tão cansados e sem brilho.
Tu fazes neste mar vital marulho
Do qual felicidade, um estribilho,
Vibrando em minha vida tanto orgulho,
No qual já me espelhando, maravilho
Um dia mais alegre sem temor
Vivendo em plena glória o nosso amor..
11
Teus mamilos rosáceos, caramelos,
Num arrepio doce pedem lábios
Que sugam com carinho, pelos, velos,
E dedos que percorrem, mansos sábios...
Seios exuberantes, belos cais
Esfrego em minha face, pedem falo.
A língua passeando desce mais
Encontra a bela vulva, e no gargalo
Tu bebes minha fonte enquanto a tua
Sugada com voraz tenacidade,
Até que em paraíso a gruta sua
E molhando o meu rosto na umidade
Enquanto a nossa festa continua
Encharco-me em teu néctar com vontade...
Marcos Loures
12
Teus lábios, framboesa amora e mel,
Delícias delicadas delirantes...
Meu sonho num barquinho de papel
Descendo corredeiras tão gigantes
Chegando finalmente ao belo céu,
Tomando nossa noite, dois amantes...
Subindo estas montanhas, lindos seios,
Passando por caminhos divinais,
Ao aportar feliz, os meus anseios,
Vontade de ficar, querendo mais...
Assim nossa viagem recomeça
Nos sonhos perfumados dos lençóis...
Amar demais sem ter nenhuma pressa.
Entregue ao teu calor de lumes, sóis..
13
Teus lábios entornando um doce vinho
Licores e delícias que propões
Nos braços generosos, teu carinho
Parecem maravilhas, alçapões
Chegando em noite clara, eu já me aninho
E bebo de teu corpo mil poções
No porto dos prazeres, fonte e ninho
Na fome em que se encontram explosões.
No amor que não permite mais censuras
Adentro sem juízo belas furnas
E nelas me esbaldando, vou ao Céu.
Adentro teus caminhos, sou corcel
E faço de meus lábios doce açoite
Singrando tuas tocas toda noite...
Marcos Loures
14
Teus dedos escorregam no piano...
As sonatas que tocas, os noturnos...
Me levam ascendendo a novo plano,
Acalmam pensamentos mais soturnos...
Nos alegros, adágios, cançonetas,
Meus sentidos encantos e magias...
Vejo sóis, os luares e cometas,
Enternecendo a dor, as melodias...
Teus dedos prometendo tanta paz,
Abandonos, lembranças e promessas...
Meu mundo, das tristezas, se refaz...
Nos arranjos, os anjos me procuram...
As mágoas se reviram às avessas,
As dores que maltratam já se curam...
15
Teus dedos escorregam no piano,
Acordes dissonantes; meu destino.
Apenas encontrando desengano,
Matando em nascedouro amor menino.
A vida se perdendo em cada plano
Deixando tão somente o desatino.
Cerrando desta peça, último pano,
O nosso sol jamais esteve a pino.
Às vezes me iludindo com carinhos
Que, soube bem depois, eram tão falsos,
Ao preparar assim os cadafalsos,
Apodreceste todos os meus vinhos.
Não tendo mais ninguém que me socorra
Emparedei meus sonhos na masmorra...
16
Teus dedos escorregam no piano,
Acordes dissonantes formam hinos;
Perdido vou seguindo desatinos,
Minhas manhãs sequer seguem um plano...
Ronrona o coração, pobre bichano,
Espera a vez de ter asas e sinos.
Nas pernas, tantas pedras e meninos,
As vidas se são sete, ledo engano...
Quis ser assim conforme tu querias;
Beijavas por um lado, outro mordias.
Nas vezes que sonhei com teu carinho,
Nas horas me enganavas com um beijo.
Transpus a vida, fui atrás do queijo
Que envenenaste mansa, nosso ninho...
Marcos Loures
17
Teus claros olhos, bela enamorada
Que parte sem talvez dizer adeus.
São rumos que se perdem leda estrada,
Se perdem espelhando os olhos meus...
Não trago na memória como ou quando
Perdi os meus caminhos de alegria.
Agora sem teus olhos fulgurando,
Pergunto ao meu amor onde andaria?
As horas esquecidas, vãos momentos,
Perdidas sem saber onde encontrar.
Espero te encontrar, rosa dos ventos,
Olhares que me guiam pelo mar...
Nos mares dos teus braços e carinhos,
Teus olhos que me levam, meus caminhos...
18
Teus cabelos, novelos belos, breu...
Nas sensações noturnas, meu prazer.
Julguei por tantas vezes fosse meu
O olhar que sempre teimas esconder...
Confundes a cabeça deste ateu!
Nas negativas muitas pude crer,
Que o brilho desta estrela se perdeu
Envolto na beleza do viver...
Nas negras cabeleiras, vasto céu
Derrama sem estrelas noite mansa.
O gosto delicado, puro mel,
Derramas nestes sonhos, todos meus.
Selando uma fantástica aliança,
A provar: Neste mundo existe Deus!
Marcos Loures
19
Teus cabelos, soltas crinas
Representam liberdade
Incrustados nas retinas
Revoam, velocidade...
E soltos sobre o corcel
Negra e bela montaria
Me elevando até o céu
Nesta mágica alegria...
Nas garras que me cravaste
Desejos e rebeldias
Aos delírios me levaste
Levantes e fantasias...
Teus cabelos, tuas presas,
Vencendo minhas defesas...
20
Teu rosto emoldurado no meu peito
Em telas de desejo e sedução.
Bem sei que, meu amor, sou imperfeito
E tento achar em ti a solução,
Às vezes se pareço contrafeito
A culpa é deste louco coração,
Que busca num caminho tão estreito
Saída para o mar. Tanta aflição!
Mas saiba o quanto espero deste amor
Que é mais do que desejo simplesmente,
Rompendo estas barreiras. Sem temor,
Deitar-me nos teus braços; te levar
A um mágico momento, quando a mente
Se eleva flutuando sobre o mar.
Marcos Loures
21
Teu olhar invadindo o coração
Abrindo as velhas portas da esperança,
Rondando com serena tentação,
Formando em glória plena esta aliança
Que é feita de emoção e de carinho,
Profundamente imerso nos teus braços.
Esqueço duras pedras, e os espinhos,
Meus passos não serão jamais tão lassos.
E assim ao embrenhar-me em tuas matas
Caminharei até o amanhecer,
Em meio a cachoeiras e cascatas
Até que o amor já venha nos render.
Apaixonadamente chego a ti,
Porteira dos meus sonhos, eu abri...
Marcos Loures
22
Teu gozo, teu prazer, minha delícia.
Atiças com teus lábios, as vontades.
Em cada novo toque com malícia,
Gemidos e sussurros. Vem e brades
Com fúria e com delírio. Vou buscando
Colher o teu prazer e gota a gota
Beber e por completo, te adorando
Rolar contigo até perder a rota.
Teus seios, tuas pernas, tua boca,
Singrar teu mar, entrar na doce fonte
Com todo o turbilhão que amor provoca,
Sentir teu gozo e dele me fartar,
Fazer amor até que o sol desponte,
Depois de um breve instante, começar...
Marcos Loures
23
Teu fantasma rondando a minha cama,
Ouço tua voz, tétrica, me chama...
Bem que tento fugir, mas não consigo.
Pois me persegues tanto, estás comigo;
Desde o primeiro instante, feito chama
Que me queima, me fere, enfim, inflama.
Eu muito te conheço, és um perigo.
Bem sei de ti; jamais, contudo, digo.
Se és amiga, convives, companheira.
Mas quando me maltratas, sem perdão,
Dilacera o que fora vida inteira.
Eu conheço teus passos nesse chão,
Na minha vida sempre, verdadeira,
Foste minha parceira, SOLIDÃO!
24
Teu corpo, meu altar, bela vereda
Aonde percorrendo num momento,
Percebo em teu calor o sentimento,
Que queima em maravilha, labareda.
Eu peço que o amor já nos conceda
A fome de se ter fogoso vento
Ardendo em nossa vida, forte e lento,
Impedindo que chegue qualquer queda.
Vontade de te ter aqui; desnuda;
Beleza emoldurada nos lençóis,
Voracidade agora, antes e após,
Eternidade em fúria que me acuda
E marque meu pescoço com teus dentes,
Sinais do amor profano que já sentes...
Marcos Loures
18925
Teu corpo emoldurado nos meus sonhos,
Não deixa que eu permita pesadelos,
Teus olhos maviosos e risonhos,
Beleza sensual de teus cabelos...
Uma lembrança dorme no meu peito
De um tempo mais feliz que não voltou,
Perfume que me toca, do seu jeito,
Na ansiedade imensa que restou;
Saudade já me chama pela fresta
Entreaberta da porta do meu quarto,
A noite solitária é o que me resta,
Meu mundo desolado; não reparto...
Ao ver-te caminhando mal percebo,
O sopro da esperança que recebo..
Marcos Loures
26
Teu corpo desejado e tão lascivo,
Deitando em mil carícias violentas,
Num gozo tão terrível e aflitivo,
Em magos sentimentos, me arrebentas.
Teu corpo que possuo, e nisso vivo,
Mostrando estas vontades mais sangrentas,
Hedônico, sedento e convulsivo,
Na força que demonstras e me ostentas...
Num sôfrego fascínio, uma demente,
Um hálito sedento, doce e quente.
Um toque mais audaz, voluptuoso,
Recebo teus carinhos, teus afagos,
Em aguardentes goles, grandes tragos
Que explodem sem limites no teu gozo...
27
Teu corpo delicado,
Desejos que se somam,
Vivendo do teu lado
Prazeres que me domam,
Te quero, apaixonado,
Carícias que se assomam,
Querer sempre encantado,
Vontades já me tomam
De ter tua nudez
Deitada em minha cama,
Amor que a gente fez
Acende logo a chama,
A vida se refez
Num gozo que me inflama..
Marcos Loures
28
Teu corpo delicado e tão lascivo
Deitando esta paixão mais violenta.
Num átimo explodindo já rebenta
E mostra este desejo imperativo
De ter tua nudez, ser compulsivo,
Enlanguescente vem e me apascenta
A noite ao derredor passando lenta,
Em tua pele amor em fogo, eu crivo.
Nas atrações insanas, louco gozo,
Derramo no teu corpo, em afluentes,
Os néctares profanos da luxúria.
O tempo do teu lado, precioso,
Total penetração em lagos quentes,
Volvendo num momento, a plena fúria...
29
Teu corpo, tentação que me domina,
Nas curvas, nos quadris, tanto desejo.
A boca sensual me descortina
A louca sensação de mais um beijo.
Tua nudez na cama que sonhei,
É com toda certeza, uma obra prima.
Em toda a minha vida, não achei,
Um verso tão bonito, sequer rima.
Eu quero te sentir, junto comigo,
Eu quero te querer, a vida inteira.
Sabendo que terei no teu abrigo
A tentação mais forte e verdadeira.
Não posso resistir; a solução
Mergulhar de corpo, alma em tentação...
30
Teu corpo, deslumbrante maravilha;
Perfeita sensação; belo absoluto.
De Afrodite, estou certo, tu és filha;
De raridade imensa, forma e vulto.
Pairando em minha cama esta beleza
Qual fosse um sonho cheio de magia,
Ao fim de minha história esta surpresa
Repleta de ternura. Quem diria?
Minha alma adormecida se refaz
E volta, num momento; à mocidade.
Bebendo desta fonte sou capaz
De retornar sem medo à tênue idade
Dos sonhos e desejos mais febris.
E digo, em destemor: Eu sou feliz!
31
Teu corpo, vai galgando a eternidade,
Nas chamas, no clarão de tais estrelas,
Procuro sem saber, onde bebê-las,
Vagando vou vivendo essa saudade...
Dos astros reluzentes, claridade,
As luzes que produzes tento vê-las,
Quem sabe se abrirá para envolvê-las
Olhar a procurar imensidade!
Satélites? Criou Nosso Senhor,
Ao ver a solidão desses planetas,
Num átimo, ultimou seu Deus d’amor.
E Eros com sua seta mais certeira,
Gerou de forma lírica cometas,
E tal flecha, roçou-te, companheira...
32
Teu corpo, minha casa e meu destino,
Desnudo; mais parece um santo altar.
Aonde irei decerto enfim louvar
A doce sensação de um desatino...
Meus lábios te procuram quando inclino
Nas ânsias incontidas de mostrar
O quanto é precioso te adorar,
Românticos desejos de um menino
Aos pés de tua imagem, redentora,
Jogar-me nos teus braços, ser fiel.
Tocando com meu gozo, imenso céu
Ao qual me deparando, enfim esbanjo
Toda a loucura intensa que se aflora
Das pernas, coxas, seios de tal anjo...
Marcos Loures
33
Teu corpo, catedral canção e prece
Altar ao qual dedico minha fé,
Aos gozos e prazeres obedece
Rogando o sentimento imensa Sé.
A boca que em desejos se oferece,
Rompendo estes grilhões, nega a galé
E o sonho claro em vida, amor já tece
Irei sempre contigo aonde e até.
As algas e corais, estrelas, mares,
Nas conchas, caracóis, belezas raras.
Buscando o teu amor, qual fosse Páris.
Lutando por Helena sem descanso.
As horas benfazejas me são caras
Contêm os paraísos que eu alcanço.
Marcos Loures
34
Teu corpo; a mais divina das molduras
Espalha em minha cama mil prazeres,
Ao ter a mais perfeita das mulheres
Esqueço antigas dores, amarguras.
Enquanto a noite é plena de ternuras
Marcada pelo gozo dos quereres
Misturas que se fazem de dois seres
Promessas mais sublimes de loucuras.
No encanto que irradias; sol profano,
O tempo de viver vai soberano,
Permite vislumbrar, da terra o Céu.
E sinto o quanto quero o teu querer,
Enovelando os corpos, posso ver:
Galopa em liberdade o meu corcel!
Marcos Loures
35
Teu corpo, delicada maravilha
Que traz todo o prazer que necessito,
Enquanto meu desejo já te trilha
Pressinto um dia claro e tão bonito.
As pernas, belos pés, na morenice
Os quês incomparáveis que procuro,
Do amor feito loucura que me disse
Um jogo delicado, eu te asseguro.
Nas minhas mãos, eu sinto o teu fremir,
Na lúbrica vontade, cada espasmo,
Sabendo da certeza de sentir
Em louca convulsão, divino orgasmo.
No templo dedicado ao deus Amor,
Altares que profano, num louvor.
Marcos Loures
36
Teu coração servindo de barcaça
Levando o meu amor ao infinito
Descendo deste céu em belo rito,
Amar é na verdade uma cachaça.
Naufrago nos teus braços, na fumaça
Dos olhos de quem amo já me excito
E um sonho, ser feliz, logo exercito
No exército em delírios, presa e caça.
Na prata de meus pelos, teu marrom,
No bronze desta pele, sou refém
Do amor que madrugou em sonho bom
E trouxe para a vida, tanto bem.
Fantástico desejo agora vem
Roubar da bela boca, o teu batom...
Marcos Loures
37
Teu colo tão macio me recebe
Encantos e ternuras desfrutamos.
E todo esse desejo se concebe
À medida que, loucos, nos amamos...
Prazeres, turbilhões percorro as sebes
Dos gozos que nos tomam, nossos amos...
Em cada novo beijo que me dás,
Toda a sofreguidão já se revela.
Insanas sensações. Feliz, em paz,
Navego no teu corpo, linda tela
E todo este prazer nos satisfaz
Singrando sem parar, paisagem bela.
Guardando dentro em ti, mil explosões.
A noite se tomando de emoções...
38
Teu cheiro delicado e sensual,
Roçando a minha pele, traz desejos,
Vontade de verter suor e sal
Rolando a noite inteira, ter teus beijos.
Amor que a gente faz, fenomenal,
Na cama tempestades, relampejos,
Prazer que se emoldura triunfal,
Sem medos, sem pudores, dores, pejos.
Na doce sensação de um frenesi
Frenéticas viagens, infinitos...
Amores que tornam nossos ritos,
O sonho mais bonito que vivi,
Numa explosão sem tréguas sem ter fim,
Amor se derramando dentro em mim...
Marcos Loures
39
Teu canto em despedida aqui recebo
Trazendo tanto encanto quanto eu sei,
Quem dera se eu pudesse ser um Febo,
E ter toda a magia que sonhei.
Talvez assim pudesse, isso eu concebo,
Mudar o pensamento. Já tentei.
Porém tua distância, aqui percebo
Aumenta enquanto louco, eu te busquei.
Não quero nem altar nem catedral,
Nem mesmo esculturado em verso e guizo.
Prefiro a sensação deste sorriso,
Que embora em ironia, é sensual.
Se amor bateu na porta, num aviso,
Que seja eterno e nunca factual...
Marcos Loures
40
Teu canto de sereia contagia
E traz uma alegria que não nego.
Sabendo deste canto, com magia,
Transformo todo o mundo que carrego.
Sem ter o teu cantar o que seria?
Meu mundo se passando triste e cego
Encarcerado em lágrima, agonia,
Pois és a salvação na qual me apego.
Um elo de esperança, uma luz,
Que acende em meu caminho, duras sebes.
Teu braço sempre forte me conduz
Embora até pareça, não percebes...
Tu és em emoção, à flor da pele
O lume que me guia e me compele..
41
Teu amor traz minha cura,
Remedia todo o mal
Do teu jeito sensual,
Com carinho e com ternura.
Minha vida se depura
Neste bem fenomenal,
Que me dá perfeito aval
Do amanhã que se procura.
Vou buscando em cada verso
Mil palavras pra dizer
Como é grande o bem querer;
Num sentido tão diverso
Amor é nosso caminho
No qual; querida, eu me aninho...
Marcos Loures
42
Tento fugir, fingir quem nada temo;
Noites e manhãs, luzes mais sombrias...
Repare bem, verás quanto vadias
As nossas travessias sem um remo...
Em todos madrigais, louco, blasfemo,
Procuro versejar tais melodias,
Mas nada restará, nem os meus dias...
A vida verterá demônios, demos...
Queria sossegar os meus tormentos,
Queria conseguir meus pensamentos,
Reinando, soberanos...Fantasia...
A vida preparou sua armadilha,
Tantas vezes a noite vem, me pilha;
Abraçando, abnegado, essa agonia...
43
Tens a força , gigante tão sereno,
Pois sabes conquistar sem ser tirano.
Carinho, sentimento que sei pleno,
Amores que já tive, ledo engano.
Tantos colos, jamais um tão ameno.
Em meus tropeços tuas mãos. Insano
Sentimento que nunca concateno
Encontrando, deveras, abandono...
Eu sei, sempre estiveste me esperando,
Teu apoio, na queda, me levanta.
Pois quanto mais a vida, magoando,
Mais a tua presença a mim, encanta.
A teu nome, meus versos, dedicando;
Pai nesse dia teu, minha’alma canta!
44
Tenha certeza querida,
Toda vez que me chamar
Meu amor vai encontrar
Quem conhece não duvida.
Se durante minha vida,
Eu andei a procurar,
Em céus, terras, lua e mar;
Já pensava em ter perdida
Toda a chance de prazer;
Mas foi logo conhecer
Ester mulher tão divina,
Meu mundo se transformou,
Minha sorte então mudou,
Transformando a minha sina...
Marcos Loures
45
Temível solidão que me persegue,
Sacrários, praças, sés, nada me importa...
Verdade majestosa, quem a negue?
A lua se escondeu, tão fria, morta!
Seus plenilúnios fogem... Sigo entregue
Às terebrantes chagas, tosca porta
Aberta ao mar cruel. Há quem navegue?
Só a minha alma antálgica se corta...
Espreito este festim da natureza,
Os ventos, mansas brumas, lindo sol...
Perfume dos incensos da beleza...
Ocasos, sinfonias magistrais...
Estrelas, oceanos, um farol...
Somente na minha alma: nunca mais!
Marcos Loures
46
Tecendo meu futuro em nosso enredo,
Na tela multicor que Deus me deu,
Sabia que era assim e desde cedo
Meu mundo neste sonho se verteu.
Amor que já conhece esse segredo,
Concebe o teu porvir bem junto ao meu...
Brotando nos jardins do paraíso,
A flor que enfim recende uma esperança
De um dia mais preciso e mais conciso,
Jogando qual um barco que balança
Meu braço no teu corpo sem ter siso,
Formando em cada toque uma aliança...
Tu és tudo o que quis, o meu melhor,
Amor que nos retrata, é bem maior...
47
Te quero, fêmea arisca, mais fogosa,
Ardendo em chamas loucas, me cedendo
A fonte do prazer, onde se goza,
Sentindo esta volúpia sem adendo.
Bebendo do meu gozo, meu prazer
Enquanto eu bebo o teu, sem ter pudores.
Cavalgas que eu irei te obedecer
Do jeito que quiseres, como fores.
Na esteira; em nosso quarto, no quintal,
Mexendo os teus quadris, num remelexo
Frenético, gostoso e sensual,
Até chegar o orgasmo. No desfecho.
Vencendo o medo, imerso na nudez,
Trazendo para o amor, insensatez...
48
Te quero menina
Bonita, te quero,
Prazer que alucina,
Amor que venero
Te ter – minha sina,
Assim eu espero,
Que a vida domina
Um medo tão fero.
Jardim que plantei
Rosa que colhi,
Bem mais do que sei
Amor que vivi,
Fazendo-me rei,
Meu reino é aqui...
Marcos Loures
49
Te quero bem safada em minha cama,
Tua buceta aberta sobre mim,
Lambendo o teu grelinho posto em chama,
Fudendo o teu cuzinho até o fim.
A puta mais sacana, bem vadia,
Tocando uma punheta no teu macho,
Enquanto vai chupando em maestria,
Trepando de ladinho, cima, abaixo,
De quatro arregaçando o cu rosado,
Sentindo o meu caralho já melado,
Entrando com vontade e com tesão;
Depois de nossa foda, em recomeço,
A noite sem limites, tentação,
Meu leite em tua boca, eu ofereço...
18950
Te quero bem safada em minha cama,
A puta mais gostosa da cidade.
Na fome que me toma, a saciedade
Encontro em tuas tocas, se derrama
O gozo sobre nós, incêndio e chama,
Na fúria que indomável nos invade,
Fazendo do prazer a tempestade
Mudando a cada instante a louca trama.
Fuder tua buceta, ter teu cu
Teu corpo à minha frente belo e nu,
Chamando para a transa, tão guloso.
Coloco com furor em cada loca,
Gozando em explosão na tua boca
O leite te salgando em farto gozo...
Marcos Loures
51
Te quero bem além do simples fato
De ter uma esperança de te ser,
Não és somente espelho nem retrato,
És muito mais que sempre pensei ter...
Não és a sensação do intenso beijo,
És mais e sempre mais que simples caso,
Vivemos noutra esfera do desejo
Que nunca se permite um triste ocaso.
Quando irmanamos sonhos e vontades
Estamos bem acima disto tudo,
Não medimos no amor intensidades,
Entrega bem mais forte e sem contudo.
Amor que não precisa-se explicar
Tão simples; quatro letras: só AMAR...
52
Te quero, minha amada, a cada dia,
Na forma mais suave e desejosa.
Nos versos que fazemos, poesia,
Em meu jardim, inteira, rubra rosa.
Te quero na solar, bela alvorada,
Desnuda do meu lado, nossa cama.
Vivendo deste amor, minha adorada
No fogo que nos queima, branda chama.
Que sempre se apimenta, no teu mel,
Que sempre se adoçando na garapa.
Me leva, sem juízo, para o céu,
Aos poucos, penetrando a dura capa.
Expondo, coração como se quer,
Nesta beleza enfim, minha mulher!
53
Te procuro, nevoeiros...
Onde estás que não te vejo?
De janeiros a janeiros,
Só aumenta meu desejo!
Campos, mares verdadeiros,
Nas palomas do teu beijo,
Nas baixadas, rios, beiros...
Nessa sorte que pelejo!!!
Te procuro, triste sina.
Não te tenho então, entoa;
A certeza perde crina,
O que tramo é só remendo...
Minha vida cai, garoa...
Nevoeiro vai chovendo...
Marcos Loures
54
Por mais que eu ande down, ouvir teu nome
Permite que inda reste uma esperança.
Sem lua mentirosa que me embrome
O vento da loucura já me alcança.
E quando a fantasia torpe some,
Procuro com insânia uma aliança.
Correndo; se ficar o bicho come
Enchendo de ilusão a gorda pança.
Batendo uma carteira; amor se esconde
E eu perco com certeza trem e bonde
Seguindo em passeata rumo ao sol.
Amar, farta benesse que percorro,
Enquanto a poesia em meu socorro
Espalha-se sem pressa no arrebol.
55
Te imagino no brilho da manhã...
Aurora boreal, um rico encanto...
És fonte de ilusão, num louco afã,
Amanhecer sonoro, lindo canto...
A vida sem te ter, é pobre e vã;
É rio que derrama um mar de pranto.
A vida não será triste e malsã,
O mundo não trará somente espanto.
És sábia, disso sei e te venero,
As mãos derramam tapas de pelica.
Amor que desconheces quando fero,
Na dor que silencia, não desfralda,
Por certo tantos erros nada explica,
Perdoe meus enganos, sábia Alda!
56
Te darei este sol que raiará,
Mesmo que não mais raia sequer sol,
Pois tua própria estrela brilhará
Fazendo de mim pobre girassol.
Que assim girando roda em carrossel,
Tentando ver a estrela que me guia,
Alçando o pensamento vou ao céu,
Atrás de tua voz e poesia...
Acenas com teus rastros luminosos,
Pegadas espalhadas em cometas.
Meus olhos pobrezinhos andrajosos,
Em noite acetinada quer lunetas
Feitas de esperanças, pirilampos,
Refaço cada passo nos teus campos...
Marcos Loures
57
Tão longe de meus olhos, tão distante...
Vagando pelos sonhos, um cometa.
Querendo o seu carinho a cada instante
Do nada que me resta se completa
A dor que me tomando num rompante,
Penetra no meu peito, fria seta,
De tudo o pensara, estonteante;
Mulher que tanto quis não se repleta
E foge dos meus dedos, minhas mãos,
Mostrando que estes sonhos, todos vãos,
Se foram sem sequer dizer seu nome.
A sorte benfazeja não restou,
Nem mesma uma esperança aqui ficou,
A vida, num segundo, longe, some...
58
Tão bom poder sentir teu beijo; amada,
Carinhos delicados e serenos.
Vagando como estrela em madrugada
Trazendo para a sorte bons acenos,
Seguindo calmamente nessa estrada
Que leva aos devaneios, belos, plenos.
Roubando uma emoção em cavalgada
Por mares e oceanos mais amenos.
Poder cobrir a boca com meus beijos,
Sentir toque suave de teus lábios,
Os dias nascerão decerto sábios,
Em sol intenso e raro, relampejos
Da nova aurora assim enternecida
Que traga a claridade em nossa vida...
59
TANTOS AMARES SÃO TODOS LUGARES
SE NOS MEUS PRÓPRIOS MARES NAVEGAR
BUSCANDO NO MEU CANTO TANTO MAR
TANTO QUANTO, POSSÍVEL NAVEGARES
TANTO QUANTO SERIAM TEUS LUARES
NOS TEUS MARES, MEUS SONHOS NAUFRAGAR
COMER TODAS AS FRUTAS DO POMAR
TANTO QUANTO IMPOSSÍVEL, MEU SONHARES.
COM PERDIDAS MANHÃS PARA HABITARES
NESSE MEU MUNDO PÁLIDO, SANGRIAS
AO BUSCAR EM LOUCURA VELHOS PARES
VOU PROCURANDO ESPELHOS, FANTASIAS
ROLANDO NOITE INSANA NESSES BARES
AONDE DERRAMASTE POESIAS...
60
Tanto sorriso exposto sem ter senso,
Em tal sentido inverso aos meus desejos.
Se eu quis, não fora simples, nem imenso,
Teve essa dimensão nestes ensejos.
Nos ínfimos detalhes, sempre penso,
No que não poderia falsos beijos,
Por onde ela andaria? Fico tenso
Imaginando luzes, teus lampejos...
Se nesse gargalhar, me trazes luto,
É que, embora vagão; conheço o trem.
Não me venha dizer que sou tão bruto,
Bem sei que depois, sabes o que vem,
Minhas melancolias; sei, amputo...
Não restando mais nada nem ninguém...
61
Tanto quero o teu querer
Que não canso de pedir
No teu canto o meu prazer
Encantando o meu porvir
Sem vontade de partir,
Do teu lado irei viver
Passo a passo te seguir
Sem jamais eu me esconder.
Venha logo sem temores
Desfrutar deste alvores
Que o amor nos prometeu
Nosso céu tem bem mais cores,
Meu canteiro, tantas flores
Coração somente teu...
62
Tanto desejo doma o pensamento
Vontade de te ter aqui comigo.
Depois que esta poeira tome assento
Verás que já não há qualquer perigo.
Matar nossos desejos, sentimento,
Nos corpos que se buscam, nosso abrigo,
Aos mínimos detalhes estar atento
Cuidando com carinho, assim prossigo
Qual rio que se entrega ao grande mar,
Salgando suas águas se entranhando,
Dois corpos se misturam e, suando,
Invadem com prazer maravilhoso,
Com força nos teus portos adentrar
Fluindo com deságüe caudaloso...
Marcos Loures
63
Tantas vezes, sozinho quando eu vinha
Cruzando fontes, rios e pinguelas,
A natureza- morta em vivas telas
Sorrindo no momento em que se aninha
Emoldurando em luz – quem dera minha,
Trazendo em cada verso que revelas
A glória feita em flores tão singelas,
No campo em sedução, pomar e vinha.
E te via passar, u’a campesina
Mais bela do que tudo o que circunda.
No remelexo doce desta bunda
Eu percebia o gosto feito em mina
E uma vontade insana e mais profunda
Mais forte que este sol, já me ilumina...
Marcos Loures
64
Tantas vezes minha alma assim perdida,
Vagando por espaços, solta e breve.
Vestindo uma esperança passo a vida
Distante do que o sonho já se atreve.
Vertendo em meus caminhos, desespero,
Arfantes caminhadas sem futuro.
Porém ao pressentir doce tempero
Na boca que sonhara e que procuro
Ascendo, num momento, eternidade,
Refém do amor imenso que pressinto.
Teu canto me embalando, na verdade
Um gosto que inebria, o meu absinto.
Assim, ao encontrar tua beleza,
O sonho se transborda em correnteza....
Marcos Loures
65
Tantas vezes jurei ser fiel
Mas a vida me impede de ser.
Cada abelha produz o seu mel,
Sem teu mel como posso viver?
Não procuro fugir de quem amo,
Nem disfarço se te quero bem.
O meu canto que tanto reclamo
Quantas vezes vivi sem ninguém.
Não mais quero a saudade maldita
Nem pretendo viver solidão.
Tantas noites sentindo a desdita
De viver sem qualquer emoção.
Eu não minto se falo contigo
Deste amor que por tanto, persigo...
6.6
Tantas vezes errei... Mas isso eu reconheço
Tudo em minhas mãos queria num segundo;
Se as falhas que carrego invadem nosso mundo,
O teu olhar mordaz, eu bem sei que mereço.
Às vezes perturbando, ao me virar do avesso,
Jogando-me num mar tão negro e mais profundo
Aprofundas assim o meu erro, o tropeço
Gerando tempestade em simples copo d’água;
Sem perceber, querida, isso me trará mágoa.
Peço-te a caridade, enfim de perdoar.
Perdendo pouco a pouco, o nosso amor sem paz.
Eu não quero verdugo e nenhum capataz.
Perdendo, em julgamento, o tempo que é pr’a amar!
67
Tantas vezes deixado aguardo pelo vento...
Nos céus um belo astro, o manto constelar...
Nas mãos o teu carinho, o poder desse ungüento.
Nas asas que me deste espero enfim achar
Num gesto mais feliz, poder do pensamento...
Na vida peço bis: como é gostoso amar!
Um coração palpita esvai-se num momento,
Batendo, não se cansa, avança sem parar!
Deixaste sempre alerta um coração que sonha...
Não quero teu perdão, me basta teu carinho...
A noite sem te ter, matando-me, é medonha...
Crepuscular, minha alma, aguarda esta pepita,
Que nunca vou achar, sem ter o nosso ninho...
Princesa do meu sonho: Ah! Como és tão bonita!!
Marcos Loures
68
Tantas vezes andei no mundo, em vão, perdido
Não tendo nem sequer ao menos algum norte.
A vida em descaminho, amarga e dura sorte
Meu verso condenado a ser tão dolorido...
Quem dera se eu tivesse ao menos um sentido
Não buscaria assim, a solução na morte...
Recebo em vento frio o passo decidido
Aprofundando mais o doloroso corte.
O tempo vai passando e quase ninguém vê
A lágrima rolando, aguando este canteiro
Adubo de agonia aos cravos, tristes lírios...
Na morte anunciada, eu sinto ninguém crê
No quanto é doloroso amor que trapaceiro
Deixando em sua herança, ardumes e martírios..
69
Talvez, no suicídio, a solução.
Depois das noites loucas, farsas, tramas,
Vencido pelos medos, velhos dramas,
Encontro novamente a negação.
Do corpo que buscando ebulição
Entranha tão vazias, vagas chamas
E bebe das mentiras que proclamas
Vencido pelos ermos da paixão...
Apenas um momento de alegria
Risível tempestade em copo d´água,
Na foz da solidão, quando deságua
Sem mágoas, ludibrio a fantasia
Embarco nestes pântanos que dás,
Procuro no vazio, a antiga paz...
Marcos Loures
70
Tantas vezes, nas noites constelares,
Teus rastros pelos astros, eu procuro.
Vagando em tantos brilhos, nos luares,
Iluminando assim um mundo escuro
Aonde me encontrei por tanto tempo,
Os passos se perdendo nesta estrada,
A cada nova curva e contratempo,
O medo de não ter nova alvorada...
Surgiste como um sol queimando lento,
Na aurora divinal, uma esperança,
Amada, não me sais do pensamento,
O teu olhar, teu lume sempre alcança
E traz; a cada dia, uma certeza,
A vida do teu lado; uma beleza...
71
Tantas vezes, querida; inquieto eu me recolho
E deixo em liberdade asas do pensamento
Chegando tão distante em um simples momento
Ao encharcar o medo em impávido molho
Percebo que a tristeza estendendo o seu olho
Invade esta janela e traz duro tormento
Mas antes que ela venha e mostre o sofrimento
Eu vou correndo à porta e tranco com ferrolho.
Muitas vezes previ a morte em solidão...
Não quero que isso seja a verdade absoluta.
Por isso todo dia, eu travo dura luta
Às vezes derrotado em outras tantas não
Esboço num sorriso um único desejo
Do amor que distraído em teus olhos eu vejo...
72
Talvez, querida amiga, a solução
Se mostre bem mais fácil que pensavas.
Por mais que triste esteja o coração
Nos vôos que sonhavas e tentavas,
A sorte vem trazendo o seu quinhão
Queimando como fossem quentes lavas.
Neste vulcão enorme que nos cerca
As dores e os tormentos são freqüentes
Mas peço, do teu rumo não se perca,
As alegrias são decerto, urgentes.
Saltando uma ilusão por sobre a cerca,
Veremos que não somos penitentes...
Por isso, amada amiga não desista,
Por Deus e pelos homens és benquista...
73
Talvez, um dia eu possa ser feliz,
Cansaço de viver a solidão,
No visgo de teus olhos sempre quis
Sentir profundidade da emoção.
De todos os sonetos que já fiz
Colhendo tão somente uma ilusão
Do amor, principiante, um aprendiz
Que sonha simplesmente, e segue em vão.
Um romântico arcaico não tem vez,
Mosaicos que, diversos, me hipnotizam,
As noites solitárias já me avisam
Que ao fim terei completa insensatez
Ladrando enamorado para a lua,
Sonhando com a deusa desta rua...
74
Teus sonhos em meus sonhos são iguais,
E galgo, sem receios, altos cumes
Quando em realidade transformais
As esperanças plenas de perfumes.
Te quero, meu amor e digo mais,
Adoro quando gritas e me assumes.
Meus versos são completos em teus versos,
Nós somos as metades da maçã;
Juntamos velhos sonhos tão dispersos,
Fazendo renascer clara manhã;
Não somos nem contrários nem reversos
Trilhar num só caminho, nosso afã.
Vestidos de esperança, nossa guia,
Amor em paz é tudo o que eu queria!
Marcos Loures
18975
Teus seios, minha boca
As mãos se vasculhando
A noite segue louca
Delírios se entregando
Amor que nos treslouca
Pudores desabando
A voz ficando rouca
Caminhos se mostrando
Insânia já desvenda
As sendas mais profanas
Sobre cetins e renda
Carinhos tão audazes
Vontades soberanas
Nos gozos que me trazes
Marcos Loures
76
Teus seios em meu rosto; língua audaz
Roçando teus mamilos, desejosa
Delícias sem pudores já nos traz
E mostra-se feroz desfolha a rosa,
Abrinco o fecho éclair, sigo voraz
E soltas teu vestido, tão charmosa.
Do fogo mais insano sou capaz
No jogo em que só vence quando goza.
E transito em teus mares o meu barco,
De todo este prazer enquanto abarco
Revoluções em olhos, óleos, méis
Num beijo mais intenso, noite avança,
E o ápice divino já se alcança
Em gritos, em milhões de decibéis...
Marcos Loures
77
Teus seios aflorando no decote,
Deixando maravilhas antever.
A boca tão sedenta dando o bote,
Vontade de beber do teu prazer.
Canção e poesia pedem mote
Aonde vou buscar meu bem querer.
Nos rios do desejo adentra um bote
Na forte correnteza a percorrer
Até chegar à fonte luminosa,
Perfeição absoluta. Maravilha.
Minha alma tão sedenta e andarilha
Acossa tua senda mais gostosa
E molda no teu corpo, tatuagem,
No mapa do tesouro, esta viagem...
Marcos Loures
78
Teus seios, doces seios, tão macios...
Quem dera poder neles me perder;
Eu saberia então o que é viver!
Jamais eu sentiria tantos frios
As coxas já deflagram qual pavios
Numa explosão difícil de conter;
Delicioso campo do prazer.
Quem dera misturar os nossos cios!
Penetrando com calma, devagar,
Essa estrada tão bela lembra o mar;
Neste úmido desejo, meu caminho.
Venceria, feliz, o meu complexo,
Viveria contigo: seu anexo...
Explodindo os dois juntos num carinho...
79
Teus seios: delicada perfeição,
Aonde meus desejos naufragando
Encontram tal poder de sedução
Na cama, com volúpia me esfregando...
Montículos de fogo e de vontades,
Percebo em teu decote mais ousado,
Arfando de quereres, ansiedades
E fico num momento extasiado
Sonhando com meus lábios mais audazes
Rondando cada aréola com vagar,
Do leite que produzem, outros fazes
Em mim, em tal fogueira a se ordenhar
E bebo enquanto bebes doce leite,
Delícia que nos traz todo o deleite...
80
Teus seios, teus mamilos, arrepio
Com minha língua audaz. Depois no grelo
Atiço em putaria o louco cio,
Tomando tuas pernas num novelo.
Deixando-te de quatro, assim preparo,
Teu rabo para a foda inesquecível,
Sentindo o teu tesão, apuro o faro,
Tesão vai invadido, fogo incrível.
Abrindo o teu cuzinho com meus dedos,
Enquanto fodo a xana com meu pau,
Saber de tuas taras e segredos,
Fazer da nossa noite um bacanal,
Aonde em cada gozo peço mais,
Na boca, na buceta, frente, atrás
81
Teus passos em meus passos refletidos
Espaços que vagamos, lua e estrela,
Os dias com certeza são cumpridos
Nos braços da ilusão sincera e bela.
Em tempos diferentes conduzidos
Por mão tão carinhosa que revela,
Os medos que carregas; repartidos,
Não podem figurar em nossa tela.
As urzes, reconheço, são constantes
No peito de quem ama, isto é concreto,
Quem dera se meu passo fosse reto,
Talvez não sofreria; porém, antes
Mesmo de receber o teu carinho,
Às vezes cismo à toa em pedra e espinho..
82
Teus olhos, belos sacrários,
Distantes me trazem lua...
Amores, eu tive vários,
Tua beleza flutua...
As dores formam sudários,
Voas singela, nua...
Caminho para estuários
O teu corpo se insinua...
Teus olhos, meu doce lume...
As portas abrem, do céu...
Abelhas fabricam mel
Das flores que te conhecem...
Tens sutileza e perfume
Teus olhos me fortalecem...
Persigo a cor destes magos...
Quem me dera teus afagos,
Me perder teus mansos lagos...
Marcos Loures
83
Tua sensualidade quase exótica,
Na nudez desavisada e transparente...
Na palidez da pele nua, gótica,
Sorriso sensual, adolescente.
Dolente sensação divina, erótica
Lambendo com prazeres de serpente
A noite sem te ter passa estrambótica
E cura-se em teu sexo, de repente...
Revisto tua entranha, adentro gruta,
Num grito gutural esvai-se em muco.
As carnes são os cernes desta luta
Que encerra-se em esplêndidos espasmos,
Bebemos gota a gota todo o suco
Extraídos dos pântanos-orgasmos...
84
Tua presença, eu guardo dentro em mim,
Qual fora cicatriz abençoada.
No arroubo deste encanto, que sem fim
Adentra com carícias; madrugada.
Liberto coração se entrega à lua
Serestas em minha alma sonhadora.
Imagem de mulher que bela e nua
Cenário em fantasia assim decora.
No alento de teus lábios, os sentidos
Aguças com carinhos e desejos.
No vento dos prazeres percebido
A noite vai passando em relampejos
De raios maviosos, deslumbrantes,
Prateia com delírios, dois amantes...
Marcos Loures
85
Tua presença aqui tão esperada,
Portando uma alegria que sem fim
Invade minha casa e na alvorada
Rebrilha como um sol dentro de mim.
Por vezes minha vida abandonada,
Sem ter uma esperança vai assim.
Mas quando enfim pressinto que virás
A vida se ilumina em tal matiz
Mostrando num momento total paz
Deixando meu sorriso mais feliz,
Pois sei que quando chegas me trarás
Encanto que eu sonhara, o que mais quis.
E assim a cada instante me imagino,
Homem com coração feito um menino.
Marcos Loures
86
Tua presença, angélica figura,
Rondando cada sonho que preparo,
É mostra mais real de uma ternura
Num sentimento belo, porém raro...
Impede com clareza, a noite escura,
O teu sorriso manso, que me é caro,
Certeza, em tantas lutas, da brandura,
Nas quedas, me servido de anteparo.
Tua presença amada foi-me dada
Por um anjo feliz, num sonho em paz;
Na natural beleza da alvorada,
A promessa do fim das noites brancas...
Agora em tuas asas sou capaz
De voar pelas rotas do céu, francas...
87
Tua presença; amor logo reclama
Chamando para a noite tão vadia,
Arrisco e se petisco vem e chama
Mistura de loucuras e magia.
Teu corpo se entregando à festa plena
Bailando em minha pele escrava e musa
Alucinante mágica serena
Debaixo desta saia e desta blusa.
Na cicatriz profunda em ferro e fogo
Marcada eternamente nas entranhas.
Buscando este mergulho desde logo
Sangrando nas delícias, risos manhas,
As bocas se procuram; doces, cruas
As peles se vasculham, frágeis, nuas...
Marcos Loures
88
Tua palavra mansa suaviza
O peito em fogaréu que agora trago,
Bebendo em tua boca cada trago
De um mel que tantas vezes ameniza.
O vento tão gostoso feito em brisa
Conserta de repente um duro estrago
Amor é na verdade, o sentir mago
Na feiticeira luz que me matiza.
De estrelas, diademas constelares
Queria, minha amada, te trazer.
Por onde, com leveza tu andares
Espalharei nenúfares e rosas,
Verbenas no teu corpo vou colher
Carícias que me dás, maravilhosas...
Marcos Loures
89
Tua nudez se mostra deslumbrante
Em toda a transparência, camisola,
Olhando pra teu corpo num instante
Vontade de tocar, já vem e assola.
Fazendo uma arruaça em tua alcova
Bebendo deste fogo que incendeia,
Quer faça sol querida ou mesmo chova
Minha cabeça logo devaneia
E vendo-te desnuda na janela,
Atiça meu desejo canibal
De devorar beleza sem igual,
Que toda noite, amada se revela
Aguardo o teu chamado para a festa
Olhando da janela, pela fresta...
Marcos Loures
90
Tua nudez desfila pela casa,
Recebo o forte brilho que transbordas,
Tomado pelo fogo desta brasa,
Desejos mais audazes já me acordas,
Vontades e quereres, tudo abrasa,
Voracidade imensa, assim recordas
Rompendo velhos nós, esquece as cordas
E o tempo de viver jamais se atrasa
E volto à juventude num segundo,
De teu prazer intenso enfim me inundo.
Permitindo decerto uma guinada
A sorte procurando ancoradouro
Estampando promessas de tesouro
Reféns desta loucura, minha amada.
Marcos Loures
91
Tua nudez desfila pela casa,
anseio te tocar, mas foges logo,
deixando um rastro fogo feito em brasa
chamando para a festa em belo jogo.
Conjugo nossos corpos, sede e fome,
volúpia, insanidade, insensatez.
O medo em solidão, depressa some
e deixa uma luxúria tomar vez.
Meus lábios procurando cada porto
adentram sem fronteiras tuas sendas,
depois de transformado em semi-morto,
deitado sob as sedas, cetins, rendas,
eu sonho colorido, coxa e perna..
carícias e carinhos, vida eterna...
92
Tua nudez deitada sobre mim,
Dois corpos que procuram por prazer
Na noite em fantasia, vão assim,
Vivendo esta alegria de querer
Colhendo em tua boca carmesim,
Loucuras e desejos. Quero ter,
Sentir em tua pele este arrepio,
Suave sensação de amor intenso.
Negando à noite imenso e duro frio.
Amor no qual- querida, sempre penso;
A cada novo sonho em desvario
Do amor que tanto quero eu me convenço
Do quanto que eu desejo em cada gozo,
Certeza de um prazer delicioso...
Marcos Loures
93
Tua nudez caminha pelo quarto,
Exposta maravilha do desejo.
Depois deste prazer, audaz e farto
A sensação suprema em que prevejo
As gulas satisfeitas e vorazes,
Entrando em tuas sendas com vontade.
Te satisfaço enquanto satisfazes,
Chegamos desta forma à saciedade.
Olhando a silhueta magistral
Da bela ninfa nua, sensual
Que finge nem percebe o meu olhar,
Sentindo este arrepio que a beleza
Provoca incendiando com certeza,
Percebo quão sublime é te adorar...
Marcos Loures
94
Tua imagem refletida neste espelho
Vagando pelo quarto, nua e bela.
Sentindo o teu perfume me assemelho
Ao passageiro imerso nesta estrela
Que ronda meus desejos e me guia,
Um cavaleiro alado em seu corcel
Rondando num momento a fantasia,
Adentro em teu caminho, rasgo o céu.
E vamos à procura de um cometa
Riscando a nossa noite iluminada.
Cupido vai mirando a sua seta,
Atinge os meus desejos. Resta nada
Senão esta vontade de poder
Atar meu sonho em ti, total prazer...
Marcos Loures
95
Tua distância, companheira minha,
Traz o conforto e a solidão feroz
Me silencio, sem ouvir a voz
Dos meus desejos, o meu peito aninha...
Quem poderá negar então tal linha
Que nos uniu e se rompeu veloz.
Na confusão dum sentimento atroz,
Amigamor na dor igual vizinha...
Te confessei meus desalentos todos,
Não vou querer jamais os teus engodos
Irão roubar o que senti. Venero
Cada momento que tivemos luz.
Não poderia carregar tal cruz;
Desculpe; irei te confessar: Te quero!
Marcos Loures
96
tua distância, companheira amada,
Demonstra sem disfarce e sem pecado
O quando que sem ti, já não sou nada;
Meu canto vai seguindo, atropelado...
Tua distância, amiga, quanto enfada!
Se estás mais perto, estou abençoado.
Te espero em cada curva desta estrada
Onde sigo perdido, apaixonado...
Mas no fundo, estas milhas, tantas milhas
Vão me tornando, aos poucos, sem sentido...
Somente tu querida, forte; brilhas...
E longe, bem distante, essa esperança
Na curva desta estrada. Não duvido
Jamais pois meu olhar sempre te alcança!
97
Tua distância, companheira amada;
Retrata esse disfarce tão usado,
Vou teimando ser tudo, sem ser nada.
O meu canto seguindo, atropelado.
Tua distância amiga, vai calada.
Cortando meu silêncio, abençoado,
Forjando minha crença, nesta estrada
Onde sigo perdido, enamorado.
Mas, no fundo, pós milhas, tantas milhas,
Onde me encontro vago, sem sentido,
Nem no que poderia ser mais brilhas.
O cálice d’amor, está partido.
Amor; irei tentando novas trilhas,
Cansado de viver assim perdido...
98
Tua alma, então, ficando a observar
Reparo num detalhe, em sutileza,
Que mesmo que pareça te importar,
Não dás ao companheiro uma grandeza
Que possa pelo menos demonstrar
Carinho de quem senta à mesma mesa
Ou nada juntamente num só mar.
Será que não se trata de defesa?
Tu tens todo este aspecto de rainha
Narcísica presença em minha vida,
Chegando, em egoísmo, à crueldade.
Mesmo quando a tristeza se avizinha,
Tu finges caminhar mais distraída.
Percebo no teu caso, insanidade.
99
Tua alma, com certeza, boa e pura
Transborda uma ventura mais sagrada.
Matando qualquer dor e desventura
Tu sabes quanto quero e que me agrada
A mão que me estendendo com ternura,
Transforma-te num átimo em fada...
Ao acolheres sonhos mais gentis
Demonstras um futuro promissor.
Meus dias sem te ter foram tão vis,
Agora sem aviso, vem o amor
Cauterizando velha cicatriz
Numa vontade imensa de repor
A sorte que se fora; desditosa,
Mostrando um novo sonho cor de rosa...
19000
Tu tens em mim amante qual escravo
Que entrega-se em volúpia aos teus desejos.
Teus pés se for preciso, querida eu lavo
E cubro cada dedo com mil beijos.
Lambendo tuas coxas, pernas, sexo,
Eu faço o que quiseres, sou teu par.
E perco meu juízo e já sem nexo
Penetro cada furna devagar.
Estou, querida, enfim sempre disposto
A fazer com vontade o que tu queres.
Sentir teu gozo entranhando meu rosto
Beber e me esbaldar nos teus orgasmos
Ser amo ou ser cativo; o que preferes?
Apenas não suporto mais marasmos...
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