1
Em tua delicada formosura
Gerada neste etéreo sentimento.
Rompendo toda a dor duma clausura
Com a força impassível deste vento.
Não sinto mais os dramas da vivência
Nas forças indizíveis que bloqueiam
Causando tantos medos, inclemência,
Nas amplas armadilhas que incendeiam.
Maravilhosamente embriagado
Pelas fontes divinas, dolorosas,
Que trazem os espectros do passado
E forjam novas noites mais saudosas.
Mas sinto que na luz deste luar,
Poderei novamente me encontrar...
Marcos Loures
2
Em teu amor, por certo eu já me afogo,
Não quero solução pra esse naufrágio.
Mergulho no teu corpo em brasa e fogo,
Expondo o coração audaz, mas frágil.
Percorro os teus caminhos, passo a passo,
Acendo o doce encanto da ilusão,
O quanto te acompanho no compasso
Ascendo mais depressa à imensidão.
Arcanas tempestades, nem as vejo.
O manto da emoção já me recobre,
Toando toda noite este desejo,
Formata o sentimento vero e nobre.
Partícipe da festa, riso insano,
O amor que se faz santo em mar profano...
Marcos Loures
3
Em teu amor, decerto, a salvação
Depois de ter vagado qual cometa.
Ardera tantas vezes na paixão
Porém jamais andei em linha reta.
O fogo da saudade disse o não
De forma mais concisa e tão direta
E quase ao terminar minha esperança
Vieste com teu braço redentor.
Trazendo para a vida, a temperança
Que é feita calmaria em pleno ardor.
Nas noites sem tormentas, tal festança
Já relevou pra sempre um amargor.
Tu és tudo o que eu quero e não mais nego,
Sem teu amor vagueio, quase cego...
Marcos Loures
4
Em sua alcova, nua em leda espera
Aguarda o cavaleiro que não veio,
Sonhando com carinhos no seu seio,
Morrendo sem sentir, a primavera.
A solidão temível, u’a pantera
Deitando as frias garras acha o veio
Rasgando cruelmente, dura fera,
Matando em nascedouro cada anseio.
Amor em emboscada já prepara
Tocaia das mentiras e dos risos,
Dos corações, palhaços e seus guizos
Na noite solitária, desampara
A moça se desnuda da esperança
E a liberdade plena, enfim, alcança!
5
Em sílabas perfeitas, versos mansos,
Vivemos em conjunto, namorados.
O dia permitindo tais avanços
Aos poucos nos tornou mais agrupados.
Quem ama não precisa de altos brados,
Apenas se acolhendo em bons remansos,
Conhece seu destino, louros, fados,
Deitando toda a glória em seus descansos.
Por isso, companheira de viagem,
Estamos par em par há tanto tempo,
Não vemos nesta vida contratempo
Que impeça nosso amor sem ter paragem.
Beijando tua boca tão macia,
Eternidade amor, é nosso dia!
6
Em meio a tempestades, fúrias, ventos,
Rajadas e trovões raios, coriscos,
Tornados, furacões nos sentimentos,
Que aos poucos vão ficando mais ariscos.
Os dias se transformam em tormentos,
E passo simplesmente a correr riscos,
Não restam mais pomares nem hibiscos
De tudo o que plantei? Só sofrimentos.
Num torvelinho a vida se arrastando
Amor em solidão se transformando,
Jogado nos penedos da saudade.
Quem dera se esta chuva não caísse,
E o amor nunca deixasse nem partisse,
Conheceria enfim, felicidade...
7
Em meio a tempestades, chuva e frio;
Trazendo tantos medos, tanta enchente.
O tempo revoltoso e mais sombrio,
Mudando todo o curso, de repente.
As nuvens se dissipam, vem o sol;
Seus raios inundando toda a terra.
Seguindo, com meus olhos, seu farol...
Depois que esta tormenta já se encerra.
Encontro tanto brilho que me cega
Por um momento apenas, nada vejo.
Do poderoso lume que carrega
Potência de paixão e de desejo.
E sigo teu olhar de luz tão plena,
Seguindo como ao lume, uma falena...
8
Em meio a peripécias dessa sorte,
Que muitas vezes nega meu futuro,
Sem ter nem mais espreita que m’aporte
As velhas condições: saltar o muro.
Nas minhas sentinelas, sei o corte,
Profundo, cáustico, feroz, perjuro.
Adaga remoendo traz a morte,
Meu mote serpenteia, cai maduro.
Não quero mais a dama de vermelho,
Nem quero mais a luta sem descanso,
Em prol daquilo tudo me assemelho,
Ao penetrar do bico, tenaz ganso...
Não quero perguntar ao meu espelho,
Se fui, quem fui, serei, terei remanso...
9
Em loucas estratégias doce guerra
Que é feita entre delícias e prazeres,
Soldado reconhece os seus deveres
E todas as vontades; já descerra,
Invade devagar divina terra
Aonde desfrutar dos teus quereres,
Nesta batalha ousada de dois seres,
Caminha pelo vale e sobe a serra
Até chegar aos montes, grutas, vales,
Nas meigas sensações em que me embales
Não quero mais dar tréguas aos sentidos.
E com manso carinho sou refém,
Do amor que nos assalta, tanto bem,
Os saques são decerto repartidos....
Marcos Loures
10
Em lágrimas, tormentos, tua farsa,
Se mostra tentadora e mais cruel...
A mão que te procura segue esparsa
Buscando neste inferno, pelo Céu...
Um mandrião terrível, teu comparsa,
Expõe caricaturas num bordel.
Volúpia tão banal, logo disfarça,
Na burla que demonstra teu papel...
(És zero, puro zero, nada mais, )
Punhais, botes, venenos, brinquedos...
Pois carregas ofídicos pendores.
Tua essência vital, estes segredos...
Voluptuosamente dilacera...
Acerba, podridões, finos horrores
Tuas presas letais, ó vil pantera!
Marcos Loures
11
Em esplendor supremo, o bem de amar,
Não pode se calar, isto eu garanto.
O manto que nos cobre vem brilhar
Moldando devagar, calando o pranto.
A sede de poder estar contigo
Em todos os momentos desta vida,
Buscando no teu corpo, um porto, abrigo,
Deixando a solidão já de partida.
Vencendo as tempestades que virão,
Decerto de verão, pois passageiras,
Ao sol que nos banhando em emoção,
Denota as sensações mais verdadeiras
Eu quero, amor, por isso, te dizer,
De toda esta alegria em bel prazer...
12
Em busca da pantera dos seus sonhos,
Corcel desesperado alça um vôo
Por sobre tantos mares mais risonhos,
Os sonhos do corcel, cedo eu perdôo...
São sonhos como os meus, minha querida,
Envoltos em total ansiedade...
Esqueço destes males, salvo a vida,
Aguardo tanto sonho, liberdade...
Amor como nas tramas mais sutis,
Não cabe mais nos sonhos do corcel,
Que em toda sua vida sempre quis
Alçar um manso vôo pelo céu...
Pantera mostra as garras delirantes
Amor doma o corcel bem cedo e antes...
13
Ela, a mulher que sempre desejei...
Entrego meu amor completamente.
Estrela que, nos céus, eu procurei.
Vivendo seus caminhos, minha mente...
Agrado que à natura, fez Bom Deus,
As formas mais perfeitas, formosura...
Quem dera se esses olhos fossem meus.
Teria em minha vida, uma ternura...
Ela, que ao caminhar recende rosas...
Que traz, nas suas mãos, os meus segredos.
Destila em sua boca as olorosas
Manhãs que se prometem sem ter medos...
A luz que dentro da alma se revela,
Mostrando os meus destinos, todos: Ela!
14
E Vênus procurava quem seria;
Aquela que por ter delicadezas
E formas que gerassem alegria,
Dentre todas as damas e princesas.
Encontrou teu sorriso mais dileto,
Encontrou tuas formas, maviosas.
Percebendo que amor pra ser completo
Traz espinho e perfume, lembra rosas...
Por isso, minha amada, te escolhi,
Companheira das dores, fantasias;
Da doçura que mostras, percebi,
Amargura que trazes noutros dias...
A beleza que emanas, corpo e alma,
Ao mesmo tempo dói, mas logo acalma
15
E Vênus procurava quem seria,
Dentre todas as damas e princesas
Aquela que por ter delicadezas
E formas que gerassem alegria,
Pudesse competir com ela, um dia...
Em todos os momentos, incertezas
Criadas pelas várias naturezas
Que fazem da mulher a fantasia;
(Encontrou na beleza de Sofia...)
Porém, no momento de vingança
Uma deusa detém a dura lança
E pára com tamanha rebeldia...
Minerva ao ver a sua protegida
Salvou a preciosa e bela vida.
No belo também há sabedoria!
Marcos Loures
16
E vejo como eu fui um idiota
Ao crer numa amizade que se esvai
Rondando toda noite em minha porta,
Quem é um bom amigo nunca trai,
Quem dera não ouvisse mais um ai
Daquela que me disse que se importa
Com todos que padecem. Mas não vai
Chegar num belo cais, antes aborta
Quem mata uma esperança mais capaz
Secando a bela fonte da amizade,
Deixando tanta coisa para trás.
Com olhar de quem seca a pimenteira
Amiga em minha vida, traiçoeira,
Achei que em ti teria lealdade...
17
E vamos de mãos dadas ao futuro
Que a curva da esperança preparou,
Se o tempo que vivemos, tão escuro,
Por certo depois disso, o céu brilhou...
O chão que percorremos, ledo e duro,
Mostrando uma tristeza que restou,
Amiga estando juntos, salto o muro,
E encontro o que amizade preparou.
A festa maviosa noutras sendas,
Com gozo e com total felicidade,
Fazendo das angústias meras lendas,
De um tempo que jamais retornará,
Contigo, amada amiga, brilhará
A força tão gentil de uma amizade...
18
É tão tarde amor, não vá embora...
A noite está tão fria, fique aqui.
Minha alma na tua alma se decora,
Depois que te encontrei, eu me perdi...
Eu vejo pelos olhos que me guiam,
Nos olhos da esperança que persiste
As dores no meu peito não me esfriam,
Meu mundo no teu mundo já resiste...
E quando a solidão bate na porta,
Lembro-me dos teus olhos, minha amada,
Sinto que nessa vida nada importa,
Pois trazes minha sina iluminada,
Mas saiba que a saudade cruel, arde,
Por isso fique aqui, já é tão tarde...
Marcos Loures
19
É tanto amor assim que me alucina
As bocas se procuram, tiram saias.
Encontro de diversa melanina
Meus mares invadindo as tuas praias.
Vivemos nos encontros, noites-dias
O brilho do meu sol em tua lua.
Criamos desse amor, as fantasias
Belezas dessa deusa intensa e nua
Minha rainha d’ébano, ternura...
Dessa boca vermelha e tão carnuda
O beijo mais voraz; atroz brandura
Atiça todo sonho e se desnuda...
Nas garras dessa deusa, mansa fera,
Um misto de princesa e de pantera...
Marcos Loures
20
E sinto o respirar doce e macio,
Da boca que desejo tanto, tanto;
Envolto nos teus braços, perco o fio,
E sinto teu amor, teu louco encanto...
As roupas esquecidas na cadeira,
Nessa espetacular nudez, belezas.
Paixão que nos assola, verdadeira,
Intensa pois coberta de certezas.
Eu quero descobrir cada detalhe
Desta divina deusa, escultural.
Na preciosidade deste entalhe
Perfeito na moldura sensual.
E vivo, meu amor, cada momento,
Todo o furor que traz o sentimento...
Marcos Loures
21
É por amor que tento te encontrar,
Em meio a tantas flores no jardim.
Guiado pelos raios do luar
O brilho que estribilha dentro em mim...
É por amor que sigo tua trilha,
Estrela que ilumina minha vida...
És tudo no meu céu que maravilha,
Trazendo uma ilusão que sei perdida...
É por amor que singro tantos mares
Em busca de teus cantos, u’a sereia...
Vivendo nosso amor nesses sonhares
Enterro o coração na branca areia...
E faço meus castelos mais altivo.
Decerto é por amor que inda estou vivo
22
E poesia intensa, leve e pura.
Nos versos que me embalam, nosso amor;
Que em meio a tanta dor me traz a cura,
É vida que renasce em bela flor...
Falar do sentimento que te trago
Nas mãos tão machucadas por espinhos.
Embora calejadas, meu afago
Virá na mansidão dos meus carinhos...
Sentir o meu amor, viva explosão,
Tomando, sem segredo, todo o mar,
Alaga de esperanças, o sertão
Criado pelo medo de te amar...
Falar de amor... Meus versos não se cansam,
Os sonhos, liberdade, sempre alcançam...
Marcos Loures
21
É pimenta demais pro vatapá
Saudade que maltrata um sonhador,
Vontade de trazer meu bem pra cá,
Vivendo a sensação do intenso amor.
O dia mais brilhante nascerá
Nos braços deste sonho encantador.
Amor que vem chegando em correnteza
Trazendo inundação e tempestade,
Refaz a nossa vida da incerteza,
Tramando ao fim do dia, a claridade.
Permite que se veja esta beleza
Redimindo a tristeza na verdade.
Abraços e carinhos sem ter fim,
Amor que vem nascendo dentro em mim...
Marcos Loures
22
Eu peço: não condenes o andarilho
Que um dia num disfarce se fez luz.
Na falsa sensação de um raro brilho,
Pesava a cada passo, amarga cruz.
A morte traz nas mãos este gatilho
Que insano, tantos gozos reproduz,
Por vezes, delirante, céus eu trilho,
Negando a realidade, duro obus.
Ônus da verdade, estar sozinho,
Agora, finalmente quero e pago.
Um cão que busca, inútil, algum afago
Lambendo suas patas, forjo o vinho
Que nunca degustei, ausência plena.
O fim, sórdido infausto já me acena...
23
Eu peço, por favor ninguém me leia!
Senão acorda a corja que invejosa
Não sabe discernir poema e prosa
Metendo o seu nariz numa obra alheia.
Aranha que caduca tece a teia
Na crítica boçal e vergonhosa
Latindo sem porque, rosnando goza
E ao dar tanto piti, bicha esperneia...
E mesmo que tu gostes de bom grado
De um verso que bem sei açucarado
Porém feito com técnica apurada
Eu peço e até suplico este favor,
Não faça e nem mais pense num amor
Que a vida ficará – eca!- melada...
Marcos Loures
24
Eu não quero dizer medo de morte,
A sorte de viver não mais me encanta.
Me encanta simplesmente minha sorte
O canto que trouxeste, me agiganta!
Garganta milagrosa, canto forte,
A força do teu mundo, na garganta.
Um forte sentimento me levanta,
Levantes que trouxeste, grande porte...
Comportas tantas portas e saídas
Sorvidas minhas sortes já confortas.
Compostas de respostas divididas,
As vidas que divides, vão ao norte.
Norteio meu amor por tuas portas,
Conforta-me não ter medo de morte!
Marcos Loures
17425
Eu já te dei meus sonhos, fantasias,
Eu já te dei meu canto e minha voz.
Eu já te dei meus olhos, alegrias,
Teus braços eu busquei, estreitos nós.
Sabendo que tu trazes poesias
A mão já te procura mais veloz.
Eu não me importo enfim, com nada após
O tempo em que vivemos nossos dias.
Estar sempre ao teu lado, eu te confesso,
É tudo que mais quero e sempre peço
Sem medo algum de dor ou sofrimento.
Feliz no teu abraço, eu vou vivendo,
Distante do cansaço percebendo
Que enfim eu vou viver sem ter tormento...
Marcos Loures
26
“Eu já conheço os passos desta estrada”
Velha estrada em que planto a fantasia
Que embora tantas vezes dê em nada
Permite algum resquício de alegria.
A faca da saudade aprofundada
Nos gumes mais diversos me dizia
Do quanto é renascer na madrugada
A lua que de tarde inda luzia...
Amar e ser feliz. Um pleonasmo?
Quem dera se soubesse do mormaço,
Brincando de ilusão a cada orgasmo,
Esqueço toda a dor deste cansaço,
A vida em pleno limbo, num marasmo,
Vagando sem ninguém passo após passo...
Marcos Loures
27
Eu guardo essa beleza entronizada,
Num altar soberano da lembrança.
Te procurando, te encontrei guardada,
No retrato escondido, por vingança,
Numa noite longínqua. Aquela dança
Que negavas, fingias seres nada.
Pois eu tentei quebrar aquela lança,
Então riste, zombaste, desgraçada...
Em um segundo, estavas morta, rastos...
Meus sonhos se tornaram mais nefastos...
A natureza artífice perfeita;
Teus restos embalados no porão,
A vida me negando embarcação.
A morte também logo vem, me espreita...
Marcos Loures
28
Eu bem que te avisei, tome cuidado!
Serpente no recanto se procria,
Não pode ver sujeito enamorado
Que tenta dar o bote, esta vadia.
A bicha com seu rabo achocalhado,
Jamais suportará uma alegria,
Quem anda pelo chão, num rebolado
Rasteja com suprema “valentia”
Porém além de ter o seu veneno,
Nas presas, como sempre concateno,
Como o Bom Deus criou em sua lauda,
Na metade traseira do bichão,
Como se fosse assim escorpião,
A bicha tem arpão em sua cauda!
29
Eu bem que te avisei; sou mesmo assim,
Um pássaro liberto sem paragem,
Por mais que seja bela uma paisagem
Eu volto novamente ao meu jardim.
E quando a fantasia está no fim,
Eu teimo em procurar por nova aragem
Não venha me dizer que é pilantragem,
Jamais serei um anjo ou querubim.
Nas margens do meu rio de janeiro,
Deixei o coração de batuqueiro
E fui dançar contigo, o vanerão.
No bugio rasgado, eu fiz a festa,
Porém uma asa branca é o que me resta
E volto após a seca, ao meu sertão...
30
Eu amo o teu amor, amada minha,
e neste amor concebo uma alegria
que além de todo o sonho que continha
chegou em salvação, um belo dia.
Trazendo uma esperança em que se aninha
o coração que vive a fantasia
de ter a sorte plena que avizinha
mostrando todo amor que eu bem queria.
Somamos nossos cantos, sempre unidos,
erguendo ao nosso amor, um brinde em festa.
Os dias do teu lado vão ungidos
por esta glória imensa de poder
viver contigo o tempo que me resta,
e ter ao fim da vida, este prazer...
Marcos Loures
31
Eu amo
Te digo
Reclamo
Abrigo
Sem amo,
Não ligo,
Exclamo
Prossigo.
E falo
Do amor
Não calo,
Senhor,
Regalo,
Calor...
32
Eu agradeço a Deus por ter me dado
O ritmo necessário pro soneto.
Escrevo tão somente de bom grado
No espaço quando traço me arremeto.
Quero mudar este formato agora
Sáfico para heróico e vice-versa,
Petrarquiano, inglês, e sem demora
Não quero perder tempo em má conversa.
Brincar de poesia e ser feliz,
Usando com vigor a tal finesse.
Benesses do Senhor que assim o quis,
E o coração sem mágoas obedece.
As rimas ricas sendo as preferidas
Permitem desvendar minhas ermidas..
33
Eu agradeço a Deus por ter me dado
Bem mais do que talvez eu merecesse,
Um sonhador se mostra enamorado
E ao coração indócil, obedece.
A sorte se mostrando de bom grado
Fazendo da alegria, a minha prece.
Meus filhos, um caminho iluminado
Que a cada novo tempo em paz se tece.
Marquinhos, Gabriel, com muito orgulho
O velho pai louvando em oração
Arranca dos seus olhos, pedregulho
E pode ver enfim com perfeição
Vinícius e Dimitri, todos Marcos
À mágica do amor, sublimes barcos...
AOS MEUS FILHOS
MARCOS GABRIEL
MARCOS VALÉRIO - Marquinhos
MARCOS DIMITRI
E MARCOS VINÍCIUS
OS MEUS ETERNOS NAMORADOS.
34
Eu, contigo aprendi a não sonhar,
A acreditar na dor, cruel saudade...
Olhar estrelas, cega claridade,
E nada mais, jamais poder amar!
Me ensinaste mentiras ao luar...
Fantasias cruéis, “felicidade”,
Coragem pra saber tal falsidade...
As marcas que deixaste, vou saudar!
Jamais t’ esquecerei, estejas certa...
Agradeço-te enfim, o ser poeta...
Saber cantar tristezas, assim rindo...
Ver as cores do mar, as fases da lua...
Muito obrigado, sinto-te tão tua,
A vida passa, então me vês sorrindo..
35
Eternidade encontro nos seus braços,
Amor; meu companheiro predileto.
Meus olhos; tantas vezes, os vi baços,
Agora em seu sorriso eu me completo.
Na fortaleza intensa de seus passos,
A vida me retorna e qual um feto
Encontro uma esperança e sigo os traços
Deste caminho puro, calmo e reto.
Ouvindo a tua voz, amada, eu sinto
Que o mundo me trará nova jornada,
Na embriaguez de um sonho feito absinto
Na boca sedutora da mulher
Amante companheira e bem amada,
Do jeito e da maneira que vier...
Marcos Loures
36
Estrelas mergulhando em nosso céu
Pequenos vaga-lumes salpicando
A noite colorida por pincel
Beleza de teus olhos transportando.
Quem dera se pudesse qual corcel
Nos campos gauchescos galopando
Chegar já de noitinha em teu dossel
E aos poucos, mansamente vislumbrando
Teus olhos, meus faróis, estrelas guias...
Poder estar contigo a noite inteira
Em sonhos deslumbrantes, alegrias...
Até que o sol raiando nos flagrasse
Juntinhos, de manhã, e nos tocar,
E tudo novamente, começar...
Marcos Loures
37
Estrelas emolduram esta cena
A lua penetrando no telhado,
Do zinco farto brilho que espalhado
Entorna maravilha em noite amena.
Na lúdica presença que se acena
Da mágica emoção, eu sigo ao lado
Do encanto deste sonho imaginado,
Luzindo sobre nós a luz serena.
Eu vejo-te poesia, Musa e Diva,
Que em diamantes raros vem e criva
O quarto em que descansas bela e nua.
Bebendo a claridade deste olhar,
O pensamento chega, devagar,
Aos braços desta imensa e clara lua...
Marcos Loures
38
Estrela tão distante, espero tua vinda...
Recebo um tíbio raio, aviso de chegada.
Na noite do meu sonho, é muito cedo ainda.
O resto da promessa aguarda a madrugada.
Vida de minha vida, a noite não se finda
Enquanto não chegar o fim desta jornada.
Espero toda noite, estrela jovem, linda.
Nas guias desta estrela os brilhos de uma fada!
Estrela graciosa, em vão tanto te quis..
Na graça do teu corpo, os mapas da esperança.
No iluminar deste astro, aguardo ser feliz.
Vazante deste rio, as águas em cascata.
O canto desta espera, a noite em serenata.
Ao som de tal folia, a natureza dança!
Marcos Loures
39
Estrela radiante em pleno dia,
Rainha de meus versos, minha amante,
A deusa de meus sonhos, poesia
Bebendo em tua boca neste instante
Já sabe quanto é boa esta alegria
De um dia poder ter tão radiante
Mulher que me enobrece em cantoria
E deixa o meu caminho mais brilhante.
Na gênese dos fatos, quero o beijo
Ardente desta boca sensual.
Tocado pelo fogo do desejo,
Sentindo o teu carinho sem igual,
As iguarias postas nesta mesa,
Embalam minha vida em tal beleza....
Marcos Loures
40
Estrela que me guia, amor profundo,
Que busco pelos céus de uma alegria.
Vagando o coração tão vagabundo
Estrela que sonhei em fantasia.
Bebendo desta boca um giramundo
Encontra tanta paz que bem queria,
Não deixo de te amar um só segundo
Razão maravilhosa do meu dia.
estrela que me trouxe uma esperança
de um dia, finalmente ser feliz.
convida para a festa, imensa dança
um gosto delicado de maçã
amor que, sem pecados, ontem fiz
encharca de prazer cada manhã...
41
Estrela matutina, já raiada
Espalha pelos céus rastros de luz.
Ao ver a maravilha em alvorada,
O vento da esperança me conduz
Ao colo da mulher amante amada
Fartura de alegrias reproduz
Desertos que encontrei, sem ter oásis,
Indômitos corcéis que cavalguei.
A vida vai mudando, tramas, fases,
Estrelas frágeis, vãs; emoldurei.
O movediço sonho sem ter bases,
Durante muito tempo, eu me entreguei.
Encontro este retrato feito em paz,
Do amor que se mostrou ser mais capaz.
Marcos Loures
42
Estrela matutina
Brilhando no jardim,
Teu rosto de menina,
Trazendo amor assim,
A sorte me domina,
Amor que não tem fim,
Vencendo a triste sina,
Todinha para mim.
No teu desabrochar,
Ó rosa tão querida,
Se faz belo luar,
Encharcas minha vida,
Assim tu vens curar,
Em mim, qualquer ferida...
Marcos Loures
43
Estreito nossos laços com pujança
Alcanço os infinitos que eu quisera.
Amor nos traz em glória esta esperança
O canto enamorado nos tempera
E faz amor vencer com temperança
Abrindo o meu jardim em primavera.
A vida com certeza será mansa
Nesta alameda bela em que se gera
Amor além do amor; em perfeição
Matando a morte em vida, solidão.
O quanto que te quero, sabes bem.
Prazer imaginável, sem igual,
No canto que se fez consensual
O vento em calmaria, cedo, vem...
Marcos Loures
44
Estrada tão comprida... Longa espera,
A vida sonegando uma esperança
Quem dera conhecesse a primavera,
Porém nem mesmo o sonho dá fiança.
Deixando o meu passado para trás,
Seguindo por caminhos tão distantes
Destino, como amargo capataz
Mentindo, os meus olhares confiantes.
No lombo do cavalo, arreios, selas,
O gado se espalhando pelos pastos,
Em meio a tal cenário, belas telas,
Os ritos da esperança bem mais gastos
Não deixam que se pense em liberdade,
Nem mesmo alguma luz ou claridade...
Marcos Loures
45
Estrada tão comprida, amor imenso,
Que leva para um sonho quase infindo...
Por vezes imagino e logo penso
No amor que se fez raro e assim tão lindo.
Meus passos te buscando em brilho intenso
No céu desta esperança, prosseguindo.
Amor que é companheiro mais constante
Dos pensamentos todos que dedico,
Estar contigo, amada, a cada instante;
Não sei e nem pretendo, nunca explico
Apenas conquistaste, amor radiante,
O sonho que apascenta e, gosto; fico...
Desejo incontrolável, ser teu par
E a vida inteira, contigo, namorar...
46
Estou sempre contigo; não percebes?
Seguindo pareados jamais canso
De ter toda ternura que ora alcanço
Nesta flor que embeleza minhas sebes.
Fazendo tanta inveja assim às plebes,
Causando maremoto num remanso,
Eu quero teu carinho e sem descanso,
Beber da poesia em que embebes.
Não ligue para intrigas, eu te peço,
Pois todo o grande amor que a ti confesso
Gerado bem no fundo do meu peito.
Quem ama sabe dar e receber,
No amor a magnitude de um poder
Que em luzes tão perfeitas sempre é feito...
47
Estou sempre contigo, bar em bar.
Nas ruas, nas esquinas, madrugadas;
Na praia, nos quiosques ao luar,
Nas ondas e nas noites estreladas.
Tu sabes meus caminhos encontrar
Conheces os meus passos e pegadas;
Estou sempre contigo a cada dia,
Nas músicas que escuto, nas estrelas,
No sopro deste vento em poesia,
Nos barcos e nos mares, marés, velas.
Em todos os momentos de alegria
Na sorte que concebes e revelas.
Estou contigo amor e, na verdade,
Iremos sempre assim, eternidade...
Marcos Loures
48
Estou dentro de ti faz tanto tempo
Guardado pela fome dos desejos.
Não és amada só um passatempo
A toda noite sinto os doces beijos
Tocando a tua pele devagar,
Sentindo o teu perfume junto a mim.
Refaço a mesma estrada a te buscar,
Deitar o teu amor que sei sem fim.
Fazendo desta festa prometida
Razão para viver e querer bem.
Querendo o teu prazer, minha querida,
Eu chamo toda noite a ti também.
Não quero o sofrimento e sim o gozo
No amor que a gente faz, sempre gostoso...
Marcos Loures
49
Este amor vem nos tomando
Cada dia bem mais forte.
Não há dor que não conforte
Sem sequer pergunta quando,
Meu amor, estou te amando,
Sem temer mais nenhum corte
Já não temo mais a morte
Em ti sempre me inspirando.
Dominaste o pensamento;
Eu não penso mais em nada
Só na sorte abençoada
De te ter cada momento.
Amor – uma profecia
De paz, de luz, de alegria..
Marcos Loures
17450
Este amor que sonhei e não sustenta
Que é praga e minha droga, minha fome.
Amor que por si só já não se agüenta
Sangrando, pouco a pouco, me consome.
Meu vício e precipício, início e fim.
Tremor que inda fascina e não renego.
Eu quero tanto amor que teimo em mim,
Na opacidade dágua que carrego.
Eu quero alucinar-me de prazer
Vibrando no veneno do teu gozo;
Vinhos celestiais quero beber,
No cálice em teu corpo mavioso...
O tremer que virá dos longos beijos
Sequiosos delírios dos desejos...
Marcos Loures
51
Este amor que me deste, esquizofrênico,
Às vezes distraído, outras vulcânico,
Nas tuas variantes, pensei cênico.
Quantas vezes traduzo assim, tetânico!
Este amor que se fez mais paranóico,
Quantas vezes machuca-me platônico...
Muitas vezes preciso ser estóico,
Outras, inerte, sinto estar atônico...
Este amor pedregulho sem falácias...
Sangue se anemiando sem hemácias...
Riso solto, meu risco sem esperas...
Um amor mentiroso que temperas...
Esquizóides maneiras de se amar.
Te tenho, não me tens, onde parar?
52
Estava com saudades de você
Menina delicada e tão gostosa.
Buscava por seus olhos, mas cadê?
Jardim ia morrendo sem a rosa
Divina encantadora e maviosa
Que sempre desejei pudesse ter,
Quietinha em minha cama, tão cheirosa,
Certeza de alegria e de prazer.
Vem logo que esta noite é toda nossa
E vamos mergulhar sem ter limites,
Não ouça mais mentiras nem palpites
A noite é genial para quem possa
Fazer amor divino. Vem depressa
Que a gente quando quer é bom à beça!
Marcos Loures
53
Estátua divinal, perfeita musa;
Os orgasmos celestes te fizeram...
Em teu corpo, tais mágicas imperam..
Me fazes delirar... Tira essa blusa...
Poder fazer rodar, deixar confusa.
Criatura forjada onde deram
Para sonhar, os deuses. Lá puderam
Pedir a Zeus, paixão, da dor reclusa...
Quando mal terminava essa obra prima,
E procurando só encontrar u’a rima
Que pudesse fazer lembrar de ti.
Vasculhou dicionários, inventou
Palavras... Nada encontrando, pensou:
A maior obra prima está aqui...
54
Estás em cada brilho de uma estrela
Reluzindo em fantástica magia.
Na mão que te acarinha a recebê-la,
Meu gesto mais suave de alegria.
Na noite que nos clama, quero vê-la,
Num misto de ilusão e fantasia.
Neste aconchego todo, minha bela,
A vida da maneira que eu queria...
Cintilantes delícias delicadas,
Refletem os meus sonhos mais risonhos.
As mãos que me acarinha, quais de fadas,
Nos olhos que me tocam, santidade,
Amor que repercute raros sonhos,
De ser feliz em plena liberdade...
Marcos Loures
55
Estar sempre ao teu lado; dia-a-dia...
Fazendo da alegria, um estribilho,
O velho coração deste andarilho
Encontra nos teus olhos, poesia.
Teu corpo delicado me vicia,
E sigo toda noite o mesmo trilho,
Não tendo, nesta estrada, um empecilho,
Eu sei nestes desejos a alforria.
Vivendo a liberdade de saber
Que tudo o que mereço é teu prazer,
Ungindo nosso caso em bentas águas.
Deixando para trás o sofrimento,
Navego neste mar, meu sentimento,
No mesmo mar que agora tu deságuas...
56
Estar sempre ao teu lado, amada amiga
Vencer qualquer distância num segundo,
Alçando o pensamento, amor profundo
Que se torna decerto, nossa viga.
Paixão que o coração deseja e abriga
Gritando sem temor a todo mundo,
Dos sonhos mais audazes eu me inundo
Que a vida sempre assim, amor prossiga
Trazendo todo o lume que preciso,
Vivendo em alegrias, o sorriso
Que sempre traduziu nossa aliança.
Bebendo desta fonte inesgotável,
O amor que se mostrou insuperável
Eternidade em vida quer e alcança...
Marcos Loures
57
Esses teus olhos, mares que pretendo.
Em doce mansidão já me torturam...
No brilho que transtorna me vencendo,
As cores e os lumes se procuram...
Os olhos cor da mata que penetro,
Nos sonhos que deliro, sem te ter...
Do reino dos amores, peço o cetro,
Em busca do teu canto, vou viver...
Mas nada destes olhos, minhas ilhas,
Distantes não consigo mais tocar...
Os olhos iluminam tantas trilhas,
Agora só me resta esse luar...
Teus olhos de vital, rara beleza,
Além duma esperança, uma tristeza.
Marcos Loures
58
Essências indianas, pantanais...
Sacrários cristalinos, alabastros...
Vertiginosamente caem astros,
A vida se reforma e quer bem mais...
Nos templos elegidos, tais cristais,
Persigo teus presságios nos teus rastros,
Quem fora tal bandeira, simples mastros,
Vagando procurei por teus sinais!
Noctâmbulos vampiros bebem sangue.
Crustáceos diversos, podre mangue.
Te quero, meu suor transpiro essa alma!
Pudesse, simplesmente, tua calma...
Respiro teu bafejo, pira e fogo.
Minh’alma se perdendo no teu jogo!
Marcos Loures
59
Esse amor tão verdadeiro
Que nos faz acreditar
Que outro dia vai chegar
Mais feliz e companheiro.
Num mundo mau, trapaceiro,
Encontrei em ti meu par
Para sempre caminhar,
Num rumo claro e certeiro.
Não esqueço de dizer
Quanto o amor me dá prazer
Em ser contigo, afinal
O canto mais benfazejo
De amor, de luz e desejo,
Romântico e sensual...
60
Esse amô abriu portêra
Qui tava ansim bem fechada
Pércurei a vida entêra
Pur vancê, que é bem amada.
Us meus vérso nun esprico
Nem ao menos sei falá
Amô quano me comprico
Apelo para o luá.
Eu ti truxe lá do norte
Espero qui ocê aceite
Tá guardadim nesse pote
Cheim de doce de leite
É feito com cum munto amô
Aceite, ansim, faiz favô!
Para quem acha que a vida pode ser mais doce..
Marcos Loures
61
Esplêndida emoção em verso e brisa
Chegando mansamente, traz o beijo
De quem há tanto tempo eu já desejo
Perfume que este céu aromatiza.
O vento se aproxima e assim me avisa
De toda esta alegria que eu prevejo,
Mostrando um Eldorado em que me vejo
Contigo na manhã que o sonho frisa.
Um sono mais tranqüilo, o vento traz,
Decerto não terei mais pesadelos,
O vento emaranhando os teus cabelos
Delícia de carinho mais audaz,
Apascentando um velho coração,
O vento tão suave da paixão...
Marcos Loures
62
Espero, não precises, mas estou
Sempre a teu lado, amiga e companheira.
Por mais que a vida às vezes dê rasteira,
Uma alegria a mais se desfraldou
Nos olhos de quem tanto imaginou
Colher cada perfume da roseira,
Espinha, mas garante a verdadeira
Delícia pra quem sempre cultivou.
Não deixe que a amargura impeça o mel,
Tropece nas belezas deste céu
Mergulhe neste mar que é feito em glória.
A sorte é benfazeja pra quem planta,
Uma alma libertária que se encanta
Prepara o bom caminho da vitória!
Marcos Loures
63
Espero uma manhã que nunca vem
Nas asas deste sonho que não quero.
Depois de tantos anos, vem alguém,
Tramando o mesmo rumo, que eu espero.
Sonatas, cançonetas, serenatas...
A noite tem promessas de esperança
No ritmo desses rios e cascatas
A noite tão silente já se avança...
Amiga, não te falo mais que sinto
Saudades do que fui e não mais sou.
Amor que eu já senti, se vai, extinto,
Não deixa nem mais marcas que trilhou...
Só resta uma certeza: cedo ou tarde
O que me salvará; tua amizade!
64
Espero te encontrar depois da chuva,
Molhada e tão suada, moça bela...
E te abraçar com calma em cada curva
Delícia transparente se revela...
Os seios demarcados sob a blusa
Acendem neste frio uma vontade,
Mistura destas línguas mais confusas
Depois da chuva vem a tempestade
Ardente inundação cega e faminta
De dois apaixonados transeuntes.
Teu corpo no meu corpo já se pinta
E douro meu prazer em tua tez.
Eu quero que comigo sempre ajuntes
Desejos com total insensatez...
Marcos Loures
65
Espero o teu amor como a criança
Que sonha com brinquedos no Natal.
Na vívida ilusão de uma esperança
Tão próximo do bem, longe do mal.
Na festa que virá; sorriso e dança
Vontade de voar, correr astral...
A vida em emoção, por certo avança
Transformada em eterno carnaval...
Eu quero o teu amor com fome e sede,
Com fúria e com carinho; mar e sol.
Deitar nosso desejo em uma rede
À sombra de um frondoso jatobá.
Tu és o meu caminho; eu, girassol.
Sonhando com teu beijo... Que virá?B
66
Espero-te, sozinho no meu quarto,
Meu pinho está chorando tua ausência.
De tanta solidão, por certo farto,
Perdendo totalmente a paciência.
Escadas, tanto andar, moro no quarto.
Subir escadaria é penitência,
Senão vier amor, depressa eu parto,
Então querida, venha por clemência.
Se quero o teu amor já não disfarço,
Compasso passo a passo com teu passo,
Espero esta presença mais depressa.
O sol já quer se por e eu tenho pressa,
A noite não chegou, meu bem, ainda...
Mas saiba a qualquer hora és tão bem vinda
67
Espero-te, pressinto essa presença.
Nas minhas insensatas madrugadas,
Sonhando, tantas vezes ansiadas
As mãos que me trariam recompensa.
Nas torturas definho. Me convença
Que estás aqui, manhãs nem bem raiadas,
Procuro em cada espaço... Das geladas
Noites em claro, amor tudo compensa!
Não consigo dormir, noites insones,
Procuro-te ao tocar de telefones,
Em todas cercanias dessa casa.
Mas, em vão, nunca estás! Por onde vais?
Sem ter mais nem notícias, perco a paz.
Ansiedade queima em fogo e brasa...
68
Espero-te querida, nos meus braços.
Deitada mansamente, tão gostoso...
Teus olhos penetrantes firmes aços,
Num brilho cristalino, mavioso...
Aqui neste meu quarto escuto os passos;
Teu corpo tão bonito e mais cheiroso...
Eu quero-te comigo, não se esqueça,
Fazer estripulias... quente chama..
Quem sabe nossa noite se enlouqueça
E traga em mil loucuras, nossa trama.
Mergulho nesse amor, vou de cabeça,
Vem cá; minha menina, a noite chama...
Beber de teus carinhos cada gota...
A senda que entranhamos.. nos esgota...
Marcos Loures
69
Espero-te em meus braços esta noite
Podermos repetir outros momentos
A solidão, queimando feito açoite
Os dias vão passando tristes, lentos.
Prolonga-se e sem fim cada pernoite
Envolto nas tempestas, sofrimentos.
Um coração sem ninho que o acoite
Repete, tão vazio, estes lamentos...
Faremos deste amor ícone e manto
Que nos aqueça sempre em verso e sonho.
Ouvindo tão mais próximo teu canto
A vida com certeza se faz bela,
No toque de teu corpo, te proponho
A luz que ao nos tomar já te revela.
70
Espero-te no horizonte, de manhã.
Traga teus desejos no cantil.
Buscar felicidade, doce afã,
As horas que vivemos mais de mil.
O céu que nos encontra, todo anil,
A barca dos meus sonhos, temporã,
O mote que te trago, varonil,
A vida não se esquece do amanhã!
Repetidas mentiras, são verdades,
Meus bares e buris, meus canivetes...
Os olhos embargados de saudades...
A mulher agridoce paladar...
Aos beijos e carinhos me remetes,
Horizonte te traga céu e mar...
Marcos Loures
71
Esperança, meu último verdugo
Arrancando dos olhos qualquer brilho.
O resto do que fomos inda sugo
Sem nexo teus caminhos quero e trilho.
Olhando com sarcasmo cada passo
Que tento em multimídica expressão
A mímica ganhando algum espaço
Tecnologia esgarça o coração.
É pertinente um canto feito amor?
Impertinente verso não sossega.
Um barco inda movido por vapor
Em águas tenebrosas não navega.
Pleno de incertezas vejo o vago
Tentando depois disso algum afago...
Marcos Loures
72
Esperança. Palavra que me guia
Por entre as curvas tortas do caminho.
Bem sei que tantas vezes a alegria
Não passa de um momento. Mas, sozinho
Não vejo solução. Tanto eu queria
Poder saber do amor que, de mansinho
Viesse transformar, feito em carinho,
O mundo que bem sei, já se perdia
Em meio a tempestades, vago e só.
Vieste e ressurgi do negro pó,
Qual fênix em divina redenção.
De uma esperança audaz, fizeste vida,
Direcionando estrada que, perdida,
Seguia rumo à dor da solidão...
Marcos Loures
73
Espelhas todo amor que trago em mim,
e neste refletir vejo uma imagem
meus olhos neste espelho que sem fim,
se perde no infinito, qual miragem.
Neste caleidoscópio vou assim;
um velho navegante faz viagem
por mares que entranhaste. Encontro, enfim
dentro em teu coração, mesma roupagem.
Nós somos quais reflexos que entrelaçam
dois rumos diferentes num só passo.
Parece que ocupamos mesmo espaço,
pois somos convergentes, companheiros,
metades que se encontram e se compassam
formando muito mais que dois inteiros...
Marcos Loures
74
Esparsos sentimentos quando juntos
Revigoram a vida, isso é verdade.
Dispersos os desejos e os assuntos,
Impedem com certeza, a claridade.
Atando nosso caso em fortes nós,
Seremos invencíveis, minha amada.
Teremos depois disso, logo após
Mais firmes nossos passos nesta estrada
Que leva ao infinito em alegria,
Com toda uma clareza, esteja certa.
Além do que se fez e poderia,
A porta da esperança estando aberta
Permite que anteveja esta vitória
Do amor que é nosso guia, em plena glória.
17475
Espalho pelo vento um doce canto
Alçando num momento, a liberdade,
Roubando da manhã seu raro encanto,
Um velho coração busca a verdade
Embora o sofrimento seja tanto
Prefere vislumbrar felicidade,
A dor em agonia traz seu manto,
Meu mantra quer universalidade.
Amar e ser amado, uma ilusão?
Apenas eu repito que te quero,
Vibrando de alegria e de emoção
Singrando verdes mares vou liberto,
Temendo a solidão, amor que gero
Deixando um peito amargo, agora aberto...
Marcos Loures
76
Espalhas teus perfumes pela casa
Nos rastros que tu deixas, meu desejo...
Lareira dos prazeres, chama e brasa.
Augúrios e carinhos que tracejo
Na busca por teus passos, teus encantos.
Num cálice divino, corpo santo,
Bebendo pela casa, pelos cantos,
Meu corpo te cobrindo, nosso manto.
Na guerra sempre vil do dia a dia,
Certezas de momentos aprazíveis
Roçando em nossa cama a fantasia
Orgasmos e delícias mais incríveis.
Escrito em nossos corpos, cicatriz,
Gritando: finalmente eu sou feliz!
Marcos Loures
77
Espalhas pelos campos da emoção
Sementes de um amor inesgotável
Na frutificação de um mundo amável
Perfumes me invadindo o coração.
Quem dera se arrastasse a multidão
O sentimento nobre e tão louvável,
Amor que não concebe a depressão
Nem solidão cruel e lamentável.
Nas ondas emanadas pelos versos,
Tracejas infinitos universos
E fazes dos desejos obra prima.
Amar é permitir-se e nada mais,
Saber do quanto e quando desejais
Vibrando intensamente em doce estima...
Marcos Loures
78
Esdrúxulos caminhos percorrera
Aquele que não teve uma esperança
A solidão terrível, dura fera
Quem sonha, na verdade, nunca alcança.
Amor que em tanto amor, amores gera,
Tramando contra a dor cruel vingança
Repete eternamente a primavera
Transforma um velho peito na criança
Que dança e não se cansa deste jogo,
Brincando displicente sem temores,
Não sabe de receios, vai ao fogo
E leve, flutuando, alça aos céus
Buscando nos jardins, encontra as flores
Perfuma-se liberto, rompe os véus...
Marcos Loures
79
Escrevo-te esta carta via e-mail
Dizendo do que quanto não diz nada
Amor já me deixou de saco cheio,
Por mais que a gente queira, é palhaçada.
Nas setas do moleque já não creio,
Nem mesmo nesta boca mal pintada,
Veneno que destilas cedo veio
Matando em noite amarga, uma alvorada.
As emoções ficaram num arquivo,
Porém ao formatar, eu as perdi.
Eu ando na verdade meio esquivo.
Se eu dei com burros n’água, que eu me dane.
Depois de tanto tempo eu percebi
Que o amor que a gente quis morreu em pane...
Marcos Loures
80
Escrevo tão somente por prazer,
O verso sempre sai do coração,
Enquanto houver vontade de escrever
Terei bem mais distante a solidão.
Um bólido perdido, posso ver
Nos olhos de quem teme uma emoção,
O jogo de ganhar e de perder,
Extravasando insere a floração.
Não tenho qualquer forma de cobiça,
Por mais que a fantasia mostre a liça
Jamais batalharei. Vou liberdade.
Uso a tecnologia do meu lado,
Embora o verso seja ultrapassado,
Soneto em prol do amor e da amizade...
Marcos Loures
81
Escrevo tão somente por prazer, -
Para a opinião pública não ligo,
Usando do soneto como abrigo,
Entre as palavras posso me esconder.
Varando a madrugada; amanhecer
Entre mil frases tolas; eu consigo
Não importando o tanto quanto digo;
A cor da fantasia; posso ver.
Batalhas e quimeras, tons sombrios,
Sorrisos e vitórias, dias frios
Girando um carrossel de sentimentos.
Criando outro universo; outro país,
Sinceramente finjo ser feliz
Detenho em minhas mãos: rosa dos ventos...
82
Escrevo, não pensando em fama ou glória,
Apenas por prazer e nada mais,
Um trovador que guarda na memória
Lembranças de outros dias magistrais
Sabendo destes mundos desiguais
Não vê mais nesta vida uma vitória
Que aguarde no final, difícil cais
Aonde uma amizade vire escória.
Quem dera se estas trovas em que penso
Escrevo tão somente como um louco
Fizessem pelo menos algo, um pouco
Lembrando que há algum tempo, um ser imenso
Trazido qual cordeiro, na verdade
Nos ensinando amor em amizade..
Marcos Loures
83
Escrever simplesmente rebuscado
De forma que pareça mais solene.
Não posso permitir que meu estado,
Pensamentos perdidos, me condene...
Não vi nem quero ver o meu passado
Exposto em galeria que me apene.
Rarefeito sentido passa ao lado,
Não vou mais por caminho que envenene.
Espero por fantasmas trás da curva
Decerto vão trazer o teu aval.
Visão que titubeia fica turva
As algas poluindo o vasto mar...
Desejo que não temo, pois carnal.
Nas ondas do teu corpo, navegar...
Marcos Loures
84
Escondo-me em montanhas e cavernas
Depois desta explosão que provocaste.
O barco se perdendo num contraste
Adentra pelo meio destas pernas.
Às vezes mal fingindo, tu hibernas
Um sonho que talvez não realizaste
É tudo o que pra mim, louca, deixaste
Nas tramas mais profundas, quase internas.
Ourives do vazio em que me dou,
Nem mesmo na verdade sei quem sou
Senão o fato insólito que vivo
De ser o que deseja e mais não quer
Vivendo esta emoção, quero a mulher
Embora dos sorrisos tenha o clivo...
Marcos Loures
85
Escondo-te dos raios desta lua;
Entranho no teu corpo, minha amada.
Deitada do meu lado; deusa nua;
E sinto tua pele extasiada...
Minha alma, ao te tocar, logo flutua;
Percorro os teus caminhos, minha estrada...
Viagem pela noite continua,
Rompendo uma manhã ensolarada...
Bem sei que a bela lua, com ciúmes,
Não pode perceber tua presença
Nem mesmo rastrear os teus perfumes...
A cor de tua roupa, tua tez...
A lua já partiu, não fique tensa...
Mas; meu amor... Não cubra esta nudez...
86
Escoltam meus desejos, teus feitiços,
Em mágicas palavras que me enleiam.
As luzes em meu peito ganham viços,
As sendas que procuro em ti; clareiam.
Quem teve os olhos tristes e mortiços
Percebe tantas brasas que incendeiam.
Meus versos já não podem ser omissos
Por isso te agradecem e te anseiam...
Desnuda de qualquer ressentimento
Encontro-te feliz em ser assim,
Amor que assim domina o pensamento
Reflete meu desejo em mil centelhas,
No rubro deste lábio carmesim
Felicidade imensa já me espelhas...
87
Ergamos belas taças de cristal
Iremos, depois disso ao infinito,
Fazendo da emoção o nosso rito,
Navego espaço aberto, sideral.
O beijo que transforma, sem igual,
Ao ter o teu carinho, o céu eu fito,
Derretes a dureza do granito,
Tu és da minha vida, sol e sal.
Eu tenho os olhos tristes de quem teve
A vida num inverno feito em neve,
Porém a primaveras se pressente
Ao ver nos olhos claros, meu farol,
Tocado dentro da alma, um girassol
Levado pela luz numa torrente
88
Era destino meu- o de encontrar-
Teus rastros e pegadas no caminho,
Vagando a vida inteira sem parar
Distante da esperança, tão sozinho
Guardando nos meus olhos, os resquícios
De um tempo que julgara ser feliz,
Depois das penedias, precipícios,
Um coração repleto em cicatriz
Ao ver tua chegada, mansamente,
Não pude disfarçar o meu desejo.
E o mundo transformado, de repente,
Num vivo paraíso em que prevejo
O gozo da alegria de poder
Viver o que me resta com prazer...
Marcos Loures
89
Equilibrando dores, alegrias
Respiro sentimentos diferentes.
Coração escraviza-se em folias.
Meus medos e quimeras são urgentes...
No picadeiro trago as fantasias,
Dançando sobre luas e vertentes.
As ruas prometem cantorias,
Amores sais refletem tantas gentes...
Palavra e pensamento vêm à tona.
Rodopiar da saia da morena,
A vida me promete não ter pena.
O canto que te trago, de carícia,
Nem medo nem quimera falastrona
Felicidade a se explodir: delícia...
90
Eu posso enfim dizer: eu pude amar!
E mesmo sendo apenas virtual
Amor veio chegando devagar,
De um jeito tão gostoso e sensual.
Vontade de poder te namorar,
Carinho assim sublime e sem igual,
Na boca com prazer imaginar
O beijo que se faz quase real.
Assim, esta alegria eu quero e tento,
Perigo; sei que existe. O que fazer?
Mais forte do que tudo, o sentimento
No qual eu sem limites quero ter,
Felicidade ao menos num momento.
Tocado pelas ondas do prazer...
Marcos Loures
91
Eu perco meus sentidos em querer-te
Da forma que sonhei mas não sabias.
Amor que em tal tristeza se converte
Nublando faz morrer as fantasias...
Se sentimentalmente vamos mal,
Decerto não vivemos nossos sonhos...
Amar a quem perdemos, afinal,
Converte nossos dias em medonhos...
Levamos nosso barco sem naufrágios,
Embora se arrastando até o cais...
Amores sem amores viram plágios,
Assim felicidade, nunca mais...
Melhor seguirmos outras primaveras,
Que transformarmos sonhos em tais feras...
92
Eu peço: não maltrate quem te adora,
Eu sei que não mereço teu desprezo,
Vivendo a te buscar, sem ter nem hora,
Aos poucos me tornando um indefeso.
Amor quando demais, ninguém respeita,
Destrata o tempo inteiro e nem percebe.
A minha dor te deixa satisfeita?
Amor tu me dás, menos que recebe.
Se não te causo medo nem temor,
Não é motivo, amor pra maltratar.
Não quero que tu tenhas minha dor,
Nem quero, sem motivos, sufocar.
Por isso, minha amada, me perdoa,
Merece só amor, quem amor doa...
Marcos Loures
93
Eu peço que declares nosso amor
Sem medo do que venha em tempestade.
Vibrando nessas cordas com vigor
Cansei de te dizer que é amizade.
Se te desejo sempre, em teu calor
Encontro sempre assim, felicidade.
Na mão com que me afagas; esplendor
Teus olhos repercutem claridade...
Meus versos não se cansam de clamar
A todos os que passam, quanto quero
Poder na tua vida me entregar
Vivendo em nosso amor tanta ternura
Que é tudo que desejo e que eu espero
Promessa de milagres e de cura...
Marcos Loures
94
Eu peço-te que cuide deste amor
Com toda essa presteza que anuncias,
Fazendo como faz o bom pastor
Proteja nosso amor nas noites frias.
E seja meu humano cobertor,
Aqueça sempre, todos os meus dias,
Preciso do carinho protetor
Que trame nosso amor em harmonias...
Perceba que cuidar dos sentimentos
É como preservar as alegrias,
Em todos os difíceis, maus momentos,
Permita que se encontrem fantasias
Que submergindo tantos sofrimentos,
Nos traga aos corações, as sinfonias...
95
Eu peço-te clemência, minha amiga,
De tanto que eu errei, peço desculpas.
Não deixe que a saudade, em vão prossiga,
Perdoe, por favor, todas as culpas
Que sei que hoje carrego, fui cruel,
Por vezes egoísta; outras, boçal,
Tentando te impedir de ver o céu
Em atitude estúpida e banal...
Eu sei que sempre posso confiar
Nesta amizade imensa que me dás,
Sei também; é difícil perdoar,
Mas creio minha amiga, que és capaz...
Mesmo que não consigas, eu te digo,
Terás sempre meu braço mais amigo...
96
Eu peço, nunca mais de mim apartas
O sonho mavioso em que vieste.
A sorte que em teus braços me reveste
Promete noites plenas, mesas fartas.
As dores tão terríveis que descartas
Na sorte delicada em que se veste
O mundo em alegria em que se ateste
Previsto há tanto tempo em outras cartas.
Marcando cada passo do caminho
Com flores, guloseimas e delícias.
Agora que não sigo mais sozinho,
Percebo que consigo ser feliz,
Decifro em tuas mãos tantas carícias
Contigo eu consegui tudo o que quis...
97
Eu peço, por favor, não mais prossiga
Sorvendo cada gota da esperança.
Por mais que a solidão ainda diga
Espero ver nascer nossa aliança.
Moldada na ternura tão antiga
Que traz a quem procura, a temperança.
No encanto deste sonho em que se abriga
A força mais sublime que se alcança
Alavancando um tempo em que viver
Não seja mais sinônimo de dor.
Permita-se querida e podes ver
O sol que nascerá em plenitude
Louvando com seus raios nosso amor
Trazendo a tão sonhada juventude...
Marcos Loures
98
Eu sinto o teu respiro junto a mim
E finjo estar dormindo enquanto chamas
Meu nome. Vou sentindo o quanto, enfim,
Desejas meus desejos, nossas chamas.
E quero adivinhar amor sem fim,
Que trazes e refazem fortes tramas
Na madorna que passo, sinto assim,
Vontades que em silêncio logo tramas.
Sorrio e mal disfarço este sorriso,
Percebo que tu chegas mansamente.
Teus lábios me tocando num aviso
Premissas de uma noite que envolvente
Aos poucos nos trará um paraíso
Promessas de carinhos, de repente.
99
Eu sinto esta presença
Do sonho predileto,
Ternura tão imensa
Caminho mais dileto
Aonde eu me completo
E tenho a recompensa
Do amor puro e discreto
No qual sempre se pensa.
Nas nossas poesias,
Nos versos que me fazes
Encontro as alegrias
Da vida em novas bases.
Amores, fantasias,
Querida, tu me trazes...
Marcos Loures
17500
Eu sinto a brisa mansa, em calmo vento
Mostrando um ar tão puro em dia claro.
Carinho nos tomando o pensamento
Servindo com firmeza de anteparo.
O quanto é necessária uma atenção
Permite que se vá com passo firme,
O vento em que se dá transformação
Sublime, sempre faz com que se afirme
O tempo que em outrora revoltoso
Agora em calmaria nos invade.
Sentindo este perfume tão gostoso,
Apascentando sempre a tempestade.
Não quero recompensa, eu te garanto,
Bastando que se entregue ao raro encanto...
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