quarta-feira, 3 de novembro de 2010

19201 a 19300

19201

Invadem as florestas, as queimadas
Ausência de controle, fúria e vento
E quantas vezes tento e até lamento
As horas mais doridas, desoladas,
E as sobras do que fossem tais estradas
O manto aonde o peso diz tormento
E quando no vazio eu me alimento
As sortes sem sentido, desfraldadas.
Percebo cada engano e sei bem mais
Do quanto poderia e já te vais
Ousando noutro instante ou mesmo até
Matando o quanto resta de esperança
E o verso sem sentido algum se lança
Marcando o que pudera em turva fé.

19202


A dor qual triste sina de quem busca
Vencer o desprazer a cada instante
E o passo na verdade não garante
Sequer outra alegria, espúria e brusca,
A morte se apresenta e logo ofusca
Ocasos dentro da alma e ser mutante
Presume o que deveras adiante
Aonde a frágua toca e me chamusca.
Não vejo sequer fleugma, sonho e flama
O corte pouco a pouco em vão se inflama
Flambando uma esperança em tom venal,
Apresentando o passo sem valia
O todo enquanto mundo moldaria
Transcorre neste engano virtual.

19203

Da vida desta diva sem proveito
O manto se transcorre em dor e nada
Da sorte tantas vezes desejada
No tolo caminhar o vão aceito.
O rio se perdendo em ledo leito
A noite não traduz uma alvorada
E a sombra noutra sombra desenhada
O amar já não seria mais direito.
Rescaldos do passado vivo agora
E o tanto quanto pude não aflora
Sequer desenha em paz outro caminho,
Viceja dentro em nós esta esperança
E a vida sem sentido algum se lança
Gerando este momento mais daninho.


19204

As lágrimas descendo pela face
O tempo se desdenha e nada dita
A porta se transforma e não permita
O quanto desejara e a morte trace.
Ainda que esperança vaga cace
O mundo se transforma em tal desdita
E o prazo terminando delimita
E o sonho noutro rumo se mostrasse.
Mortalhas que carrego dentro da alma,
Apenas o vazio não acalma
Quem tanto poderia e nada fez,
Arrisco cada passo e sei da queda
Aonde o meu momento se envereda
Marcando com total insensatez.

19205

Acabe sem por que nem direção
O tempo delimita o passo e vendo
O manto se presume em tal remendo
Matando estas mortalhas que virão,
O prazo se esgotando, a solidão,
O caos se presumindo onde desvendo
O temporal aos poucos percebendo
Além de qualquer chuva de verão,
Esgarça-se esperança e nada resta
Senão esta paisagem mais funesta
Findando sem saber qualquer partilha,
Ainda quando busco alguma paz
O cântico sem nexo a vida traz
E a estrela se escondendo já não brilha.

19206

A vida em alegria; meramente
Um sonho sem sentido ou mesmo escuso
E quanto mais deveras vá confuso
O tempo desenhando em turva mente,
O peso do passado agora sente
E o tanto quanto eu possa enfim eu uso
Espaços sem sentido algum eu cruzo
E sei do quanto possa plenamente
Acaso nada trague, me perdoe
Ainda que deveras não revoe
Por sobre este cenário em turbilhão,
As horas são nefastas, disto eu sei
E sigo sem sentido a velha lei
E os dias noutros cais desaguarão.

19207

São tantos os encantos e armadilhas
Aonde o meu caminho não pudera
Vencer o que talvez em primavera
Gerasse o quanto queres e palmilhas,
Escassa luz e nada além tu brilhas
Marcando sem sentido a dura espera
E o cântico mordaz, remete à fera
Mesmo que diste enfim, diversas milhas.
Esbarro nos meus erros, me aprofundo
O velho coração de um vagabundo
Um pária sem ter eira nem caminho
Ainda que deveras se prometa
A sorte desenhada na sarjeta
E um tempo mais atroz; mesmo mesquinho...

19208

Não deixe mais os medos nem as tramas
Moldarem o vazio enquanto estás
Resumos do que pude em sonho e paz
E nada do que tento; em vão reclamas
Esbarro nos meus erros, velhos dramas
O cântico se torna mais mordaz
E o todo transcorrendo deixa atrás
Apenas os cenários ermos, lamas.
O tétrico momento se adivinha
E a sorte que pudesse ser tão minha
Desdenha qualquer passo rumo ao gozo,
Caminho sem sentido ou direção
As horas noutras tantas me trarão
O quanto imaginara pedregoso.

19209

Surgirem quais fantasmas medos vários
E os cânticos louvando o fim de tudo
E quando a cada ocaso desiludo
Os dias são decerto imaginários,
Os erros são comuns e temporários
Os pântanos desenham e miúdo
Ainda quando eu tento me desgrudo
Estáticos momentos vãos cenários.
Aguço algum sentido e nada escuto,
Apenas se pudesse mais astuto
Vencer os desenganos tão frequentes
E sei do quanto possa e nada sobra
O amor se desdenhando em pútrida obra
Enquanto um novo rumo; busques, tentes...

19210

Por mais que te pareçam delirantes
Os versos quando tento novo rumo
E sei do passo a passo e já me esfumo
Ainda quando nada me garantes
Esbarro nos meus erros tão constantes
E sei do quanto possa algum resumo
Perdendo a direção, enfim me esfumo
E bebo destes erros degradantes,
Navego em oceanos desditosos
E sei dos meus caminhos caprichosos
Ousando noutro instante além do cais,
Os versos se desdenham simplesmente,
E o quanto noutro engodo se alimente
Traduz momentos rudes ou banais.


19211

São sentimentos lindos? Nada disso,
Esgoto o velho tema: solidão
E os dias na verdade me trarão
Cenário atormentado, movediço
E o peso do passado; nega o viço
Marcando com terror qualquer verão
E os olhos sem sentido embarcação
Aonde apenas paz; teimo e cobiço,
Mobiliando a morte com ternura
A sorte sem destino não perdura
Nem deixa qualquer sobra de esperança
Amortecendo a queda, apenas vejo
A marca de um terror onde o desejo
Em ato desigual, ao nada lança.


19212

Não perca este caminho nem precisa
Ousar além do nada aonde um dia
A sorte noutro tom desvendaria
O quanto se produz em leda brisa,
A morte traduzindo se matiza
E nisto ainda vejo a noite fria
E bebo o sortilégio em fantasia
O canto não me cura ou suaviza.
Esgarço cada verso em voz ativa
E ainda dos meus sonhos tudo priva
Medonhamente ouvindo este marulho
Na praia mais distante da esperança
A vista sem sentido algum avança
Enquanto cada ponto; em vão, vasculho.

19213

Causado por enganos costumeiros
O verso sem sentido não se traça
E vejo se perdendo na fumaça
O quanto poderiam ser luzeiros,
Meus dias sendo toscos; derradeiros
E o pântano tomando toda a praça
Ainda quando pude imaginar
O tempo sem saber de algum lugar
Escarifica o corte em leda chaga,
A morte se desenha tão somente
E quando outro caminho ainda tente
Apenas o vazio vem e alaga.

19214

Amor não se mistura com saudade
E gera qualquer porto aonde um dia
A sorte noutro rumo tomaria
E o canto a cada prazo enfim se evade
Escolho e não buscara a liberdade
E nada mais tivesse em utopia
Senão a morte astuta e mais sombria
Trapaça aonde o todo se degrade.
Espero sem sentido qualquer chance
E mesmo que em vazio já se lance
O passo sem proveito e direção
Acordo e nada tendo senão isto,
Aos poucos sem defesas não persisto
E bebo da fatal ingratidão.

19215

É feito de loucura o verso enquanto
Pudesse adivinhar a sorte e vendo
O passo sem sentido, nem adendo
Apenas o caminho eu não garanto
E sei do mar que tento e me adianto
Um dia se mostrasse em tal remendo
E o charco de minha alma se antevendo
O corte noutro rumo dita o pranto.
Esgarçam-se deveras os engodos
Do corte se aprofundam velhos lodos
E o manto se amortalha a cada engano,
O canto se aproxima do final
E o medo se mostrando mais venal
Enquanto sem caminho em vão me dano.

19216

Candura se mostrando em ar sutil
O prazo determina o fim de tudo
E quantas vezes tento e não me ajudo
Marcando o que decerto não se viu,
Ocasionando o caos onde partiu
Meu mundo sem certezas, tão miúdo
O tempo se mostrando em tom agudo
Agouro dita o fim em ato vil.
Escalo as cordilheiras da esperança
E sei que logo após o sonho cansa
E a morte se aproxima rutilante,
Navego pelos mares do vazio
E sei o quanto possa e desafio
Meu passo dita o nada doravante.

19217

Que invada toda a nossa noite ou trace
O risco de sonhar e ser feliz,
Ainda quando a glória contradiz
Não vejo de teu rosto além do impasse,
Acordo e se pudesse ou mal notasse
O todo que deveras bem mais quis
Redomas do passado, a sorte, atriz
Sinal do quanto pude e não mostrasse.
Escassas noites dizem do futuro
E quando no vazio eu me asseguro
Amordaçando a sorte em tom atroz
Já nada mais comporta o quanto resta
Senão a poesia em leda fresta
Calando desde sempre a minha voz.

19218

Tanta saudade eu sinto do jamais
E sei do quanto pude noutro rumo
E bebo do meu canto onde consumo
Os ermos de meus dias desiguais,
Esvaio noutros passos tão formais
E perco do caminho o todo, o sumo,
Não tento desenhar um novo prumo
Os dias sendo assim tolos, venais.
Escasseando a sorte mais ferrenha
A vida noutro rumo desempenha
Apenas a voraz loucura inglória.
E o vândalo cenário se alimenta
Do quanto poderia mais sangrenta
A sorte renovando a velha história.

19219

Rainha deste céu, divina lua
Domando em prata a noite do sertão,
E os dias que deveras me trarão
Imagem da mulher sobeja e nua,
Ainda quando além ela flutua
E os cânticos trazendo esta explosão
Marcando com terror a direção
Minha alma sem sentido continua
Vagante solitária em turva imagem
Olhando para trás, tal paisagem
Esgarça o que inda posso e nada resta
Aplaco com ternura o verso rude
E sei do quanto tento e nada ilude
Senão a mesma sorte em turva festa.


19220


Procuro por seus braços, solidão
E entranho estas veredas sem sucesso
E quantas vezes teimo e me arremesso
Ousando noutros erros que verão
A falta de qualquer embarcação
A morte se desenha sem regresso
E o todo quanto o quis já não confesso,
Presumo sem sentido a marcação,
Esgarço cada verso em noite escusa
E o peso do meu passo não mais cruza
Sequer esta verdade mais afoita
O todo se desenha em ledo passo
E quando alguma luz deveras traço
Apenas ilusão a vida acoita.

19221

Não vejo nada mais senão tal fato
E bebo do passado, este licor
Ousando um colibri em cada flor
Apenas o meu manto em vão retrato,
Esqueço o que deveras não constato
E sinto o quanto pude num sol-pôr
Presumo cada engano e sem pudor
O rústico cenário eu sigo ingrato,
Esbarro nos meus erros e prossigo
Ainda que pudesse em novo abrigo
A vida se traduz em casamatas
E nada mais pudesse de repente
E quando o meu caminho se apresente
Ao nada sem sentido me arrebatas.

19222

A sorte de quem teve uma esperança
Amortalhando o caos dentro de mim,
O tempo se desenha e dita o fim
Aonde o meu cenário em vão avança
E o corte se desdenha em tal vingança
A morte se aproxima e sei que enfim
O mundo se apresenta sempre assim
Na paz enquanto o rumo ao nada lança
Estorvos costumeiros de quem tenta
Vencer a noite amarga e tão sangrenta
Atocaiada a cada nova esquina,
Meu prazo se extermina a cada engano
E o pêndulo produz enquanto dano
Amarga solidão toma e domina.

19223

Agora que aprendi o quanto pude
Sentir o vento esparso a cada passo,
E o nada aonde tento teimo e traço
Desenha este cenário turvo e rude,
Ainda que pudesse em plenitude
Marcando com ternura o meu cansaço
E o verso se desenha enquanto escasso
Momento se transcende em atitude,
Esgoto cada engano e nada tenho
Sequer o que pudesse em tal empenho
Emprenho cada verso em ilusões
E nada do que possa garantir
Expressa o meu momento em tal porvir
Gerando o que decerto não me expões.

19224


Amor em mansa e bela fantasia,
Apenas novo engano e nada além
O tempo se desenha e quando vem
Repleta o que talvez já não teria.
Uma expressão vulgar no dia a dia
O marco se aproxima do desdém
E o vândalo cenário sempre tem
A sombra da mais dura hipocrisia.
Esgoto o velho tema em liberdade
Anárquica loucura ainda brade
O peito sem sentido e sem proveito,
O mundo se aproxima do final
E o todo demonstrando um desigual
Momento aonde o todo quero e aceito.

19225

Eu perco todo o rumo, e vou sem nexo
Restauro cada engano aonde eu pude
Traçar o que se tenta em juventude
No pântano sem ter qualquer reflexo.
Meu canto se transforma e mais complexo
Transborda no momento ainda rude
E o peso se mostrando desilude
Quem tenta noutro canto um novo plexo.
Complexo desenhar em tolo escândalo
Ainda quando fora um mero vândalo
Batalhas sem sentido do passado,
E o medo se desenha em face escusa
E o passo se transforma e quando cruza
O pendular caminho enfim degrado.

19226


Sem ter o seu carinho simplesmente
A sorte não traduz felicidade
E ainda que deveras tente e brade
O pantanal decerto enfim lamente,
O prazo se apresenta plenamente
E o medo com certeza já me invade
Matando o que pudesse em igualdade
Nefasta realidade toma a mente,
Escusas são comuns a quem procura
A traça adia enfim a leda cura
E o vasto delirar agora diz
Do medo sem sentido e sem proveito
Ainda quanto tento e não aceito
Pudesse ser bem mais que este aprendiz.


19227

Meu verso se perdendo sem destino
Varais de uma existência em vã valia
O todo se transforma em agonia
E o peso transbordando em desatino
E quando sem sentido me alucino
A vida não trará e nem traria
Somente se traduz em agonia
O quanto na verdade mal domino.
Esgarçam-se deveras os meus ermos
E busco sem sentido os ledos termos
Das lavras entre cevas mais venais
Arados sem proveito em tal seara
A morte num segundo se prepara
Tocaias onde logo tu me trais.

19228


Formando em aquarela iridescente
Audaciosamente eu busco o fim
E o todo se transforma desde assim
E nada no final já se apresente,
Amordaçando o sonho incontinente
O carma se aproxima e traz enfim
O todo determina dentro em mim
O quanto não pudesse a clara mente
Apodrecendo o rumo sem valia
Ainda não termino o que teria
Arcaica imagem traça o medo em nós
E o peso pende sempre pro nefasto
E quando a cada engano mais me afasto
A vida se aproxima mais atroz.


19229

Não sobra no meu peito qualquer marca
De um dia solitário ou mesmo rude
Ainda quando o passo já transmude
O rumo no vazio não se embarca
A sorte se mostrara bem mais parca
E o todo no passado desilude
Matando o quanto resta em juventude
Deixando para trás a velha barca
Assiduamente vejo o nada em nós
E o passo se desenha mais atroz
Negando o meu momento sem sentido,
E o prazo determina o quanto tenha
Da vida aonde a morte dita a senha
E nela cada engodo eu dilapido.

19230

Aonde vou achar você? Não mais pergunto
E sei da derrocada deste sonho
E quando alguma voz teimo e proponho
O mundo se desenha noutro assunto
O corte anunciado leva junto
O prazo sem destino e mais bisonho,
Resumo deste fato em enfadonho
Caminho aonde o peso em vão ajunto
E sinto o dissabor de nada ser,
Ainda que pudesse amanhecer
Hostilizando o sol sem esperança
Açoda-me o vazio em desencanto
Aonde poderia um helianto
A voz ao mais sombrio em mim se lança.


19231

Nas noites entre estrelas te buscava,
Imagem redentora de quem tanto
Pudesse num momento onde garanto
A sorte que não fosse mais escrava,
Meu mundo neste todo se entranhava
E sei do quanto possa e não me espanto
Ousando muito além de um mero canto
Vencendo esta maré atroz e brava.
Mas nada do que eu queira se consome
Apenas o passado, o frio e a fome
Amordaçando o peito sonhador,
Estrelas salpicaste no caminho,
Mas sigo sempre em vão, ledo e sozinho
Na busca inconseqüente por amor.

19232


Paixão que nos domina plenamente
E nada mais permite senão isto,
O quanto deste encanto inda persisto
E a sorte desairosa toma e mente,
Olhando para trás, ledo demente
Não vejo mais sequer o quanto insisto
Arcando com meu erro, neste misto
De sonho e hipocrisia, corpo e mente.
Minha alma desfigura cada engodo
E o tanto se anuncia neste todo
Marcado por vergastas em senzalas
E ao veres meu olhar extasiado
Ainda quando tento ou mesmo brado,
Invariavelmente, à toa, falas.

19233


Vontade de contigo ser e estar
Vagando em noite clara, sonho farto,
E quando dia a dia eu me reparto
Ousando neste imenso navegar,
Ainda que distante deste mar
A sorte feito lua invade o quarto,
Amor se anunciando, dita o parto
E gera o que pudesse imaginar.
Vontade de sentir o teu perfume
E nisto toda a sorte me acostume
Ao gozo incomparável da esperança.
Mas sei do quanto é fútil cada passo
E aonde se perdendo nada traço
A vida sem sentido algum avança.

19234



Reflexos te tocando; lua e sol,
Ainda bebes sonhos mais fugazes
E quando esta esperança além me trazes
Reinando sobre todo este arrebol;
A sorte se desenha qual farol
E o tempo se desnuda em várias fases
E mesmo se deveras tu te atrases
O amor já não seria mais de escol,
E o caos gerado após a tempestade
Aonde cada instante em vão degrade
Apresentando apenas o sombrio
Cenário sem saber de alguma luz
E ao quanto nosso sonho nos conduz
Traduz o que pudesse e não desfio.

19235




Amigo; é bem mais fácil acreditar
Nas ânsias de quem sonha e busca a paz
Do que talvez saber do que se faz
Ocasos desdenhando algum luar,
Não pude nem quem sabe me entranhar
Ainda que pudesse ser voraz
Arcando com meus erros, vida traz
A sorte noutro rumo a se moldar.
Expresso em cada verso a solução
E sei dos meus anseios que virão
Ecoa dentro da alma a fantasia,
E o caos desola quem pudesse além
Do quanto na verdade não mais vem
E o mundo a cada instante mais adia.


19236

Criar da podridão cada momento
E ver após a morte outro cenário
Além do que pudesse imaginário
E nisto a cada passo eu me atormento,
No ponto principal, o desalento
O mundo noutra face, temerário
E o caos gerando em nós o risco hilário
Que tanto procurando, fútil, tento.
Esboço nestes versos o que inda resta
E o peso se aproxima e dita a fresta
Por onde se esvaíra uma esperança,
A morte se aproxima e ronda quem
Sabendo do vazio que convém
Aos poucos sem destino, apenas cansa.


19237

Precisa-se; entretanto, do passado
E dele cada rota se mostrara
Tomando sem sentido esta seara
Aonde vejo o tempo e teimo e brado.
Resumo vário verso em teu legado
E sei da juventude audaz e clara
Marcando o quanto pude em tal escara
No corte mais feroz, aprofundado.
Já nada mais prossegue dentro em nós
Sequer o que pudesse ser feroz
Nem mesmo o quanto resta em raro alento,
E sei do meu caminho imerso em cruz
E nisto se desenha e se conduz
Ainda quando o sonho audaz eu tento.


19238


Nas faces deformadas da verdade
O caos se transformando em tal constância
A vida não pudera em tal estância
Sequer o que talvez ainda agrade,
Não tendo do passado uma saudade
A morte se transcorre em discrepância
E o verso se adivinha desde a infância
De quem não mais pudesse ou se degrade.
Esgoto cada tema de tal forma
Que o nada sem sentido ainda informa
Do medo contumaz que se apresenta,
Negando cada passo rumo ao tanto,
Ainda quando possa ao fim me espanto
E a vida se desenha mais sangrenta.


16239

A morte agradecida pela presa
Servida em tal banquete, de bandeja
Ainda quando possa e se deseja
A vida não seria dela ilesa,
Aonde se vencesse a correnteza
O mundo a cada instante mais lateja
E a vida que buscara benfazeja
Expõe qualquer mortalha sobre a mesa.
A sorte se lançando no vazio
Meu mundo noutro enfado eu desafio
E tento acrescentar a liberdade,
Mas sei do quanto possa e nada vindo
O tempo se desenha e sei do infindo
Cenário enquanto o mundo além se evade.


16240

De todo misticismo ou mesmo crença
A sorte se desenha a cada engano
E sei que na verdade se me dano
A vida não se deixa nem convença,
Aos poucos se presume a desavença
E nisto cada passo dita o plano
Mergulho no vazio e desengano
O sonho em noite turva, dura e intensa.
Esgoto cada verso e morro aquém
Do todo que deveras nada tem
Senão cada momento em discrepância,
E o vértice dos sonhos se aproxima
Do quanto poderia e noutro clima
Já não comportaria nova estância.

19241

Na cama que criares fantasias
Gerando um sonho após o pesadelo
Momento tão difícil de contê-lo
Aonde na verdade o canto adias,
E vejo sem sentido as alegrias
E o tempo se anuncia em ledo zelo
Ainda que pudesse revertê-lo
As sortes são deveras bem mais frias.
Acossam-nos pavores de um passado
Enquanto do futuro enfim me evado
Gerindo cada passo rumo ao não,
Meu mundo desabando em tom sombrio
E quando este momento eu desafio
Encontro sem sentido esta estação.

19242

A lama das injúrias toca os mares
E sei do quanto possa em plenitude
Ainda quando o todo toma e ilude
Diverso do desenho que mostrares,
Resumo cada engodo nos altares
E sei do meu momento atroz e rude
Matando em nascedouro a juventude
Bebendo sem sentido em ledos bares.
Reparo cada estrela e nada mais
Voltando ao mesmo dia aonde esvais
Restando dentro da alma esta ilusão,
E o fardo sobrepesa em minhas costas
E quando no final já decompostas
As cenas de outros tempos que virão.

19243

Assim são feitos todos os meus passos
E sinto a cada dia o que pudesse
É como se no fim inda tivesse
Nos olhos os cenários mais devassos,
Esqueço a fantasia e sei dos laços
Que atassem que deveras busca a messe
Ainda que se perca em rumo e prece
Os dias mais doridos, velhos, lassos.
Esgoto o meu momento noutro rumo
E sei quando sem paz eu me consumo
Morrendo pouco a pouco em voz sofrida
Havendo qualquer tom inutilmente
Quem tenta na verdade, sabe e mente
Marcando com mordaças minha vida.



19244



Os homens mais perfeitos ou venais
Os dias são deveras doloridos
E sei dos meus caminhos resumidos
Além de qualquer rota, rumo e cais
Aonde na verdade tu te esvais
Marcando com terror os presumidos
Cenários entre fúrias e sentidos
Matando o que restasse em meus vitrais,
Num arabesco ou mesmo num mosaico
O todo se mostrara mais arcaico
Na laica sensação compartilhada
Dos erros do passado e do presente
Futuro noutra senda se apresente
E a morte com terror invade e brada.


19245


Capazes de traições mais vergonhosas
Os olhos tão audazes quão vorazes
E nisto com certeza nada trazes
Sequer o que pudessem flores, rosas.
E ainda que se vejam pedregosas
Estradas onde os passos ditam fases
Diversas das temidas ou mordazes
Em farsas tão sutis e caprichosas.
Já não comportaria dentro em nós
O rumo em descaminho e até veloz
Gerado pelos erros de quem tenta.
Mas sei do meu momento em turbulência
E a vida se desenha em ingerência
Deveras dolorida e tão sangrenta.

19246




Preciso destilar todo o veneno
De quem se fez serpente e na tocaia
Ainda que deveras sempre traia
Tramasse qualquer passo onde condeno,
Esgarço todo o sonho mais ameno
E bebo do passado aonde esvaía
A vida sem certeza e já contraia
A morte num cenário mais sereno.
Restauro cada engodo e sigo em frente
E quando a face escusa se apresente
Amedrontado canto se resume
E mesmo da planície, tosco vale
No quanto cada passo nada vale
Procuro inutilmente cada cume.


19247



Purificar a vida e crer no fato
Aonde o meu tormento me transforme
E sei do quanto possa até disforme
E o fim a cada instante ora constato,
Ainda que pudesse algum regato
Meu passo se mostrasse então enorme
E tendo cada engano onde conforme
A vida sem saber de algum maltrato,
Escassos sonhos chegam ao real
E o mundo se transcorre mais banal
Ousando sem sentido em passo esquivo,
Mas sei que apesar disso nada temo
E o quanto do meu mundo dita um demo
Apenas persistindo sobrevivo.

19248


Distante do que fomos no passado
A cena de um futuro sem sentido
Enquanto a cada instante dilapido
O sonho novamente desolado
E quando inutilmente eu teimo e brado
Vencendo qualquer forma em triste olvido
O risco se anuncia e presumido
Meu tempo se desdenha em triste enfado.
aprendo com meus erros e consigo
Adivinhar deveras o perigo
Que se apresenta além em curva e medo,
A rota mais feroz ou mesmo torta,
A vida se esvaindo pela porta
E sem sentido algum nada concedo.


19249

Apenas como fátua luz eu vejo
A face de quem tanto fade ou mude
Um rústico caminho e mesmo rude
Gestando o que pudesse malfazejo
Não tendo o quanto quis em azulejo
Ainda que o se faça algum açude
O todo no vazio desilude
E o canto se aproxima de outro ensejo.
Apresentando errático cometa
Invado cada sonho e se arremeta
Meu canto num momento mais fugaz,
Acolho as heresias de quem busca
Sabendo desta vida mesmo brusca
E o tempo após o tempo a morte traz.

19250

Limpando da memória este cenário
E nada mais se vendo senão isto
Ainda sem sentido algum persisto
Num passo em descaminho, solitário
O amor já não seria meu fadário
Tampouco se extraindo da alma um cisto
Escassa fantasia e não desisto
Portando cada verso imaginário.
Quedando sem sentido ou previsão
As horas mais terríveis me trarão
Pressentimentos vários e sem nexo
E o peso do passado sobre mim
Mudando a direção no escuso fim,
Apenas do meu mundo um vão reflexo.

19241

Na cama que criares fantasias
Gerando um sonho após o pesadelo
Momento tão difícil de contê-lo
Aonde na verdade o canto adias,
E vejo sem sentido as alegrias
E o tempo se anuncia em ledo zelo
Ainda que pudesse revertê-lo
As sortes são deveras bem mais frias.
Acossam-nos pavores de um passado
Enquanto do futuro enfim me evado
Gerindo cada passo rumo ao não,
Meu mundo desabando em tom sombrio
E quando este momento eu desafio
Encontro sem sentido esta estação.

19242

A lama das injúrias toca os mares
E sei do quanto possa em plenitude
Ainda quando o todo toma e ilude
Diverso do desenho que mostrares,
Resumo cada engodo nos altares
E sei do meu momento atroz e rude
Matando em nascedouro a juventude
Bebendo sem sentido em ledos bares.
Reparo cada estrela e nada mais
Voltando ao mesmo dia aonde esvais
Restando dentro da alma esta ilusão,
E o fardo sobrepesa em minhas costas
E quando no final já decompostas
As cenas de outros tempos que virão.

19243

Assim são feitos todos os meus passos
E sinto a cada dia o que pudesse
É como se no fim inda tivesse
Nos olhos os cenários mais devassos,
Esqueço a fantasia e sei dos laços
Que atassem que deveras busca a messe
Ainda que se perca em rumo e prece
Os dias mais doridos, velhos, lassos.
Esgoto o meu momento noutro rumo
E sei quando sem paz eu me consumo
Morrendo pouco a pouco em voz sofrida
Havendo qualquer tom inutilmente
Quem tenta na verdade, sabe e mente
Marcando com mordaças minha vida.



19244



Os homens mais perfeitos ou venais
Os dias são deveras doloridos
E sei dos meus caminhos resumidos
Além de qualquer rota, rumo e cais
Aonde na verdade tu te esvais
Marcando com terror os presumidos
Cenários entre fúrias e sentidos
Matando o que restasse em meus vitrais,
Num arabesco ou mesmo num mosaico
O todo se mostrara mais arcaico
Na laica sensação compartilhada
Dos erros do passado e do presente
Futuro noutra senda se apresente
E a morte com terror invade e brada.


19245


Capazes de traições mais vergonhosas
Os olhos tão audazes quão vorazes
E nisto com certeza nada trazes
Sequer o que pudessem flores, rosas.
E ainda que se vejam pedregosas
Estradas onde os passos ditam fases
Diversas das temidas ou mordazes
Em farsas tão sutis e caprichosas.
Já não comportaria dentro em nós
O rumo em descaminho e até veloz
Gerado pelos erros de quem tenta.
Mas sei do meu momento em turbulência
E a vida se desenha em ingerência
Deveras dolorida e tão sangrenta.

19246




Preciso destilar todo o veneno
De quem se fez serpente e na tocaia
Ainda que deveras sempre traia
Tramasse qualquer passo onde condeno,
Esgarço todo o sonho mais ameno
E bebo do passado aonde esvaía
A vida sem certeza e já contraia
A morte num cenário mais sereno.
Restauro cada engodo e sigo em frente
E quando a face escusa se apresente
Amedrontado canto se resume
E mesmo da planície, tosco vale
No quanto cada passo nada vale
Procuro inutilmente cada cume.


19247



Purificar a vida e crer no fato
Aonde o meu tormento me transforme
E sei do quanto possa até disforme
E o fim a cada instante ora constato,
Ainda que pudesse algum regato
Meu passo se mostrasse então enorme
E tendo cada engano onde conforme
A vida sem saber de algum maltrato,
Escassos sonhos chegam ao real
E o mundo se transcorre mais banal
Ousando sem sentido em passo esquivo,
Mas sei que apesar disso nada temo
E o quanto do meu mundo dita um demo
Apenas persistindo sobrevivo.

19248


Distante do que fomos no passado
A cena de um futuro sem sentido
Enquanto a cada instante dilapido
O sonho novamente desolado
E quando inutilmente eu teimo e brado
Vencendo qualquer forma em triste olvido
O risco se anuncia e presumido
Meu tempo se desdenha em triste enfado.
aprendo com meus erros e consigo
Adivinhar deveras o perigo
Que se apresenta além em curva e medo,
A rota mais feroz ou mesmo torta,
A vida se esvaindo pela porta
E sem sentido algum nada concedo.


19249

Apenas como fátua luz eu vejo
A face de quem tanto fade ou mude
Um rústico caminho e mesmo rude
Gestando o que pudesse malfazejo
Não tendo o quanto quis em azulejo
Ainda que o se faça algum açude
O todo no vazio desilude
E o canto se aproxima de outro ensejo.
Apresentando errático cometa
Invado cada sonho e se arremeta
Meu canto num momento mais fugaz,
Acolho as heresias de quem busca
Sabendo desta vida mesmo brusca
E o tempo após o tempo a morte traz.

19250

Limpando da memória este cenário
E nada mais se vendo senão isto
Ainda sem sentido algum persisto
Num passo em descaminho, solitário
O amor já não seria meu fadário
Tampouco se extraindo da alma um cisto
Escassa fantasia e não desisto
Portando cada verso imaginário.
Quedando sem sentido ou previsão
As horas mais terríveis me trarão
Pressentimentos vários e sem nexo
E o peso do passado sobre mim
Mudando a direção no escuso fim,
Apenas do meu mundo um vão reflexo.

19241

Na cama que criares fantasias
Gerando um sonho após o pesadelo
Momento tão difícil de contê-lo
Aonde na verdade o canto adias,
E vejo sem sentido as alegrias
E o tempo se anuncia em ledo zelo
Ainda que pudesse revertê-lo
As sortes são deveras bem mais frias.
Acossam-nos pavores de um passado
Enquanto do futuro enfim me evado
Gerindo cada passo rumo ao não,
Meu mundo desabando em tom sombrio
E quando este momento eu desafio
Encontro sem sentido esta estação.

19242

A lama das injúrias toca os mares
E sei do quanto possa em plenitude
Ainda quando o todo toma e ilude
Diverso do desenho que mostrares,
Resumo cada engodo nos altares
E sei do meu momento atroz e rude
Matando em nascedouro a juventude
Bebendo sem sentido em ledos bares.
Reparo cada estrela e nada mais
Voltando ao mesmo dia aonde esvais
Restando dentro da alma esta ilusão,
E o fardo sobrepesa em minhas costas
E quando no final já decompostas
As cenas de outros tempos que virão.

19243

Assim são feitos todos os meus passos
E sinto a cada dia o que pudesse
É como se no fim inda tivesse
Nos olhos os cenários mais devassos,
Esqueço a fantasia e sei dos laços
Que atassem que deveras busca a messe
Ainda que se perca em rumo e prece
Os dias mais doridos, velhos, lassos.
Esgoto o meu momento noutro rumo
E sei quando sem paz eu me consumo
Morrendo pouco a pouco em voz sofrida
Havendo qualquer tom inutilmente
Quem tenta na verdade, sabe e mente
Marcando com mordaças minha vida.



19244



Os homens mais perfeitos ou venais
Os dias são deveras doloridos
E sei dos meus caminhos resumidos
Além de qualquer rota, rumo e cais
Aonde na verdade tu te esvais
Marcando com terror os presumidos
Cenários entre fúrias e sentidos
Matando o que restasse em meus vitrais,
Num arabesco ou mesmo num mosaico
O todo se mostrara mais arcaico
Na laica sensação compartilhada
Dos erros do passado e do presente
Futuro noutra senda se apresente
E a morte com terror invade e brada.


19245


Capazes de traições mais vergonhosas
Os olhos tão audazes quão vorazes
E nisto com certeza nada trazes
Sequer o que pudessem flores, rosas.
E ainda que se vejam pedregosas
Estradas onde os passos ditam fases
Diversas das temidas ou mordazes
Em farsas tão sutis e caprichosas.
Já não comportaria dentro em nós
O rumo em descaminho e até veloz
Gerado pelos erros de quem tenta.
Mas sei do meu momento em turbulência
E a vida se desenha em ingerência
Deveras dolorida e tão sangrenta.

19246




Preciso destilar todo o veneno
De quem se fez serpente e na tocaia
Ainda que deveras sempre traia
Tramasse qualquer passo onde condeno,
Esgarço todo o sonho mais ameno
E bebo do passado aonde esvaía
A vida sem certeza e já contraia
A morte num cenário mais sereno.
Restauro cada engodo e sigo em frente
E quando a face escusa se apresente
Amedrontado canto se resume
E mesmo da planície, tosco vale
No quanto cada passo nada vale
Procuro inutilmente cada cume.


19247



Purificar a vida e crer no fato
Aonde o meu tormento me transforme
E sei do quanto possa até disforme
E o fim a cada instante ora constato,
Ainda que pudesse algum regato
Meu passo se mostrasse então enorme
E tendo cada engano onde conforme
A vida sem saber de algum maltrato,
Escassos sonhos chegam ao real
E o mundo se transcorre mais banal
Ousando sem sentido em passo esquivo,
Mas sei que apesar disso nada temo
E o quanto do meu mundo dita um demo
Apenas persistindo sobrevivo.

19248


Distante do que fomos no passado
A cena de um futuro sem sentido
Enquanto a cada instante dilapido
O sonho novamente desolado
E quando inutilmente eu teimo e brado
Vencendo qualquer forma em triste olvido
O risco se anuncia e presumido
Meu tempo se desdenha em triste enfado.
aprendo com meus erros e consigo
Adivinhar deveras o perigo
Que se apresenta além em curva e medo,
A rota mais feroz ou mesmo torta,
A vida se esvaindo pela porta
E sem sentido algum nada concedo.


19249

Apenas como fátua luz eu vejo
A face de quem tanto fade ou mude
Um rústico caminho e mesmo rude
Gestando o que pudesse malfazejo
Não tendo o quanto quis em azulejo
Ainda que o se faça algum açude
O todo no vazio desilude
E o canto se aproxima de outro ensejo.
Apresentando errático cometa
Invado cada sonho e se arremeta
Meu canto num momento mais fugaz,
Acolho as heresias de quem busca
Sabendo desta vida mesmo brusca
E o tempo após o tempo a morte traz.

19250

Limpando da memória este cenário
E nada mais se vendo senão isto
Ainda sem sentido algum persisto
Num passo em descaminho, solitário
O amor já não seria meu fadário
Tampouco se extraindo da alma um cisto
Escassa fantasia e não desisto
Portando cada verso imaginário.
Quedando sem sentido ou previsão
As horas mais terríveis me trarão
Pressentimentos vários e sem nexo
E o peso do passado sobre mim
Mudando a direção no escuso fim,
Apenas do meu mundo um vão reflexo.


19241

Na cama que criares fantasias
Gerando um sonho após o pesadelo
Momento tão difícil de contê-lo
Aonde na verdade o canto adias,
E vejo sem sentido as alegrias
E o tempo se anuncia em ledo zelo
Ainda que pudesse revertê-lo
As sortes são deveras bem mais frias.
Acossam-nos pavores de um passado
Enquanto do futuro enfim me evado
Gerindo cada passo rumo ao não,
Meu mundo desabando em tom sombrio
E quando este momento eu desafio
Encontro sem sentido esta estação.

19242

A lama das injúrias toca os mares
E sei do quanto possa em plenitude
Ainda quando o todo toma e ilude
Diverso do desenho que mostrares,
Resumo cada engodo nos altares
E sei do meu momento atroz e rude
Matando em nascedouro a juventude
Bebendo sem sentido em ledos bares.
Reparo cada estrela e nada mais
Voltando ao mesmo dia aonde esvais
Restando dentro da alma esta ilusão,
E o fardo sobrepesa em minhas costas
E quando no final já decompostas
As cenas de outros tempos que virão.

19243

Assim são feitos todos os meus passos
E sinto a cada dia o que pudesse
É como se no fim inda tivesse
Nos olhos os cenários mais devassos,
Esqueço a fantasia e sei dos laços
Que atassem que deveras busca a messe
Ainda que se perca em rumo e prece
Os dias mais doridos, velhos, lassos.
Esgoto o meu momento noutro rumo
E sei quando sem paz eu me consumo
Morrendo pouco a pouco em voz sofrida
Havendo qualquer tom inutilmente
Quem tenta na verdade, sabe e mente
Marcando com mordaças minha vida.



19244



Os homens mais perfeitos ou venais
Os dias são deveras doloridos
E sei dos meus caminhos resumidos
Além de qualquer rota, rumo e cais
Aonde na verdade tu te esvais
Marcando com terror os presumidos
Cenários entre fúrias e sentidos
Matando o que restasse em meus vitrais,
Num arabesco ou mesmo num mosaico
O todo se mostrara mais arcaico
Na laica sensação compartilhada
Dos erros do passado e do presente
Futuro noutra senda se apresente
E a morte com terror invade e brada.


19245


Capazes de traições mais vergonhosas
Os olhos tão audazes quão vorazes
E nisto com certeza nada trazes
Sequer o que pudessem flores, rosas.
E ainda que se vejam pedregosas
Estradas onde os passos ditam fases
Diversas das temidas ou mordazes
Em farsas tão sutis e caprichosas.
Já não comportaria dentro em nós
O rumo em descaminho e até veloz
Gerado pelos erros de quem tenta.
Mas sei do meu momento em turbulência
E a vida se desenha em ingerência
Deveras dolorida e tão sangrenta.

19246




Preciso destilar todo o veneno
De quem se fez serpente e na tocaia
Ainda que deveras sempre traia
Tramasse qualquer passo onde condeno,
Esgarço todo o sonho mais ameno
E bebo do passado aonde esvaía
A vida sem certeza e já contraia
A morte num cenário mais sereno.
Restauro cada engodo e sigo em frente
E quando a face escusa se apresente
Amedrontado canto se resume
E mesmo da planície, tosco vale
No quanto cada passo nada vale
Procuro inutilmente cada cume.


19247



Purificar a vida e crer no fato
Aonde o meu tormento me transforme
E sei do quanto possa até disforme
E o fim a cada instante ora constato,
Ainda que pudesse algum regato
Meu passo se mostrasse então enorme
E tendo cada engano onde conforme
A vida sem saber de algum maltrato,
Escassos sonhos chegam ao real
E o mundo se transcorre mais banal
Ousando sem sentido em passo esquivo,
Mas sei que apesar disso nada temo
E o quanto do meu mundo dita um demo
Apenas persistindo sobrevivo.

19248


Distante do que fomos no passado
A cena de um futuro sem sentido
Enquanto a cada instante dilapido
O sonho novamente desolado
E quando inutilmente eu teimo e brado
Vencendo qualquer forma em triste olvido
O risco se anuncia e presumido
Meu tempo se desdenha em triste enfado.
aprendo com meus erros e consigo
Adivinhar deveras o perigo
Que se apresenta além em curva e medo,
A rota mais feroz ou mesmo torta,
A vida se esvaindo pela porta
E sem sentido algum nada concedo.


19249

Apenas como fátua luz eu vejo
A face de quem tanto fade ou mude
Um rústico caminho e mesmo rude
Gestando o que pudesse malfazejo
Não tendo o quanto quis em azulejo
Ainda que o se faça algum açude
O todo no vazio desilude
E o canto se aproxima de outro ensejo.
Apresentando errático cometa
Invado cada sonho e se arremeta
Meu canto num momento mais fugaz,
Acolho as heresias de quem busca
Sabendo desta vida mesmo brusca
E o tempo após o tempo a morte traz.

19250

Limpando da memória este cenário
E nada mais se vendo senão isto
Ainda sem sentido algum persisto
Num passo em descaminho, solitário
O amor já não seria meu fadário
Tampouco se extraindo da alma um cisto
Escassa fantasia e não desisto
Portando cada verso imaginário.
Quedando sem sentido ou previsão
As horas mais terríveis me trarão
Pressentimentos vários e sem nexo
E o peso do passado sobre mim
Mudando a direção no escuso fim,
Apenas do meu mundo um vão reflexo.

19251

Aparando, bem fundo,
O corte mais atroz
Gestando dentro em nós
O fardo moribundo
E quando em vão me inundo
Do passo mais feroz
Resumo noutra voz
O todo onde aprofundo
O risco de sonhar
Meu canto sem lugar
Vagando em noite escura
Pudesse ter ao menos
Momentos mais amenos,
Mas nada se emoldura.

19252


Cortando as amarguras
Ou mesmo em nova poda
A vida tanto roda
E segue em tais molduras
E quando mais procuras
Ainda quanto açoda
A sorte dita a moda
E nisto trama as curas,
Arcando com castigo
Aonde não consigo
Vencer os meus enganos
Esbarro no passado
E sei do quanto enfado
Em dias desumanos.

19253

Fazendo, na verdade,
O verso como um totem
Ainda que derrotem
Meu mundo em nada brade
E o canto que se evade
Gerando o que denotem
Momentos que se notem
Ainda quanto agrade
O risco se anuncia
E mata a poesia
Em vaga solidão,
Resumos de outros fatos
E neles meus ingratos
Tormentos não verão.

19254



Para que possa após
Cada momento traz
Além do que é mordaz
A vida em turvos nós
Pudesse ser veloz
E tento o quanto atrás
Deixara para trás
O quanto vive em nós
Repare cada estrela
E quando posso vê-la
Assumo os erros meus
E os tempos mais audazes
Ainda em velhas fases
Enfrentam mesmos breus.

19255


Tua lembrança viva
Já nada sonegara
A sorte mesmo rara
Ainda vejo altiva
E o canto nada priva
Sequer o que separa
A vida mais amara
E a lua inda cativa
Quem tenta a solução
E o mundo noutro vão
Gerara a sorte mais dorida
E quando o mundo trama
Além do corte e drama
O todo dilapida.



19256

O perdão absoluto se tentara
Após a tempestade e nada veio
Somente este desenho aonde alheio
Meu verso sem verdades dita a rara
Vazão de algum alento em vã seara
Seguindo cada sorte e não rodeio
Nascendo deste mundo enquanto anseio
A sorte na manhã deveras clara
E o medo contumaz de quem pudera
Conter além do todo noutra esfera
A mão em tom feroz ou caricato
Reparo cada passo sem destino
E sei do quanto possa ou determino
O medo enquanto o nada enfim constato.

19257


Não deixa que eu polua a sorte ou trague
O mundo mais audaz e mesmo rude
No quanto não trouxera o que mais pude
Gerando do vazio o quanto afague
Uma ilusão apenas não alague
Meus olhos do caminho enquanto ilude
O rústico cenário nada apague.
Vasculho meus momentos e presumo
Sem ter o quanto pude em novo rumo
Vestindo a hipocrisia mais mordaz
Depois de certo tempo sem destino
Ainda quando muito me fascino
No corte que esta vida tanto traz.

19258

O amor que, na verdade não circula
Nas sortes mais ferrenhas e medonhas
O quanto são decerto o que proponhas
Gerando do passado a velha gula
Ainda quando possa a noite fula
Esqueço o que deveras não mais sonhas
E sei dos meus cenários nas tristonhas
Loucuras e por certo tu me engulas
Vespeiros da esperança são audazes
E sei desta mortalha onde me trazes
A sorte sem caminho ou mesmo rude
Sejamos mais felizes? Não mais creio
E sigo sem sentido e mesmo alheio
Ao quanto sem destino nada mude.

19259

Resiste aos cortes fundos da esperança
Meu passo sem sentido ou precisão
E os dias noutros tantos verterão
Enquanto a tempestade ao nada lança
Esqueço o que pudera em temperança
Ousando nesta mesma direção
E sei do meu caminho em tal verão
Gestando dentro em nós a confiança;
Explodo a cada instante e nada vindo
Apenas o momento e nele eu brindo
Em taças cristalinas, meu festim,
O trago sem sentido o manso porto
E o todo se moldara semimorto
Estio desafia este jardim.


19260

Mergulho no oceano em abissais
Momentos sem saber de alguma sorte,
Sem nada que deveras me conforte
Presumo cada instante onde te esvais
E sei dos tais tormentos desiguais
Sem medo do que possa e me comporte
A vida não traria novo norte.
Em passos tão sutis quanto venais
Vestígios pela casa em tom diverso
E o quanto poderia ser além
Do mundo aonde o nada sempre vem
Gerando a cada instante o mesmo verso.
Transcende o quanto quis e nada vinha
Da morte que talvez seja só minha.

19261

Expondo ao teu olhar meu pensamento
Vagando sem sentido vida afora
O todo sem saber não se demora
Gerando outro cenário em desalento,
Por vezes caminhando aonde eu tento
Sentir o quanto possa e não se aflora
Gestando dentro da alma ou indo embora
Trazendo mais liberto este momento.
Repare cada estrela e veja bem
O tanto quanto possa e não mais vem
Singrando este oceano desolado,
E quando a praia trama em preamar
O tempo se desdenha e sem amar,
Dos ermos de minha alma eu sempre evado.


19262

Buscasse a piedade e nada mais
Depois de inútil luta, em esperança
Meu passo sem destino algum se cansa
E morre entre momentos desiguais,
Ainda que pudesse em dias tais
Sentir o gosto doce da vingança
A morte quando ao fim invade e lança
Expressa os meus caminhos tão venais.
Arcar com os enganos, mas seguir
Na busca inusitada de um porvir
Vencendo os maremotos dentro da alma,
Após o temporal tão costumeiro
Dos barcos do não ser, um timoneiro
Cansado da batalha, enfim se acalma.


19263

Pondero da esperança cada fato
E tento após o nada algum momento
E sei do quanto possa em desatento
Caminho aonde o nada enfim constato.
Resumos de outros tempos, e retrato
A vida como busco e mesmo invento
Restauro cada dor no pensamento
No alheio desenhar, vago regato.
Entorpecido sonho revigora
E sei do quanto queira desde agora
Vencido pelos erros de um passado
Sem eira nem descanso, sem a paz
E o tanto que pudera não se faz
Enquanto uma ilusão; em mim, degrado.

19264

No quanto suspirasse inutilmente
Tentando perceber qualquer mudança
Da vida aonde o medo sempre avança
E a própria persistência doma e mente,
Não quero se deveras mais clemente
A morte preparando esta aliança
Qual fora qualquer forma de vingança
Rondando o que pudesse plenamente.
Esgoto cada verso e nada tendo
Ao menos poderia ser feliz
E sei do quanto possa e mais não quis
O olhar se perde ao longe, vago e horrendo.
Não tendo soluções, já me cansara
Da sorte enfastiada em chaga, escara.

19265


Dos males que se vêm imensa face
Arcando com os ermos de minha alma,
Apenas o vazio não acalma
E nada do que tento se mostrasse,
Restauro cada engodo neste impasse
E o tempo desenhando o medo e o trauma,
A lua se desenha bela e calma
Somente algum momento em vão se trace.
Exausto caminheiro nada resta
Senão tal velho tom sem esperança
E ainda quando a luz invade e avança
A sorte se mostrara mais funesta,
Desarmam-se cenários multicores
E nisto sigo fútil quando o fores.

19266


Na curta duração de cada dia
O tempo se renova e se repete,
O sonho, dos anseios um pivete
A morte a cada passo se veria,
E o porte sem sentido, fantasia
Ainda que talvez não me complete
A porta se fechando, o canivete
Ferindo sem defesas, agonia.
Esgarces da esperança, nada além
O mundo na verdade não contém
Sequer a menor chance, morro em vão,
E o tanto quanto pude miserável
Meu solo que julgara ser arável
Agora se transforma em tal sertão.


19267

E se entre versos tantos eu pudesse
Traçar alguma rota, algum caminho,
Mas sei do meu destino mais mesquinho
E tento ainda inútil tal benesse,
Engodo mais sutil se estabelece
E nele sem defesas eu me alinho,
Vestindo a fantasia, em puro linho
O rito sem ternura a vida tece.
Explode dentro em nós a paz e o canto
Ainda quando possa e mal garanto
O risco de sonhar já não persiste,
O velho trovador, um violeiro
Tentando num alento derradeiro
Seguindo o dia a dia amargo e triste.


19268


Encontramos alguns momentos onde
A vida não pudera e sem defesas
Ainda que tentassem mais ilesas
Apenas ao vazio corresponde,
E nisto cada passo em vão se esconde
Marcando com ternura as tais surpresas
Dos sonhos e delírios, velhas presas,
Aporto enquanto o nada me responde.
Esgoto a poesia e busco o pão,
Mas sei dos dias turvos que virão
Ousando ser somente mais feliz,
A morte se anuncia e nela traço
O rumo em desvario, em tempo escasso
Deixando para trás o quanto a quis.


19269

No raro festival do medo e dor
A marca da pantera adentra a pele,
E o nada sem sentido algum compele
Marcando com ternura e até furor,
Gerando dentro em nós o desamor
Sentido quando o tempo em vão se atrele
Toando o que decerto nos repele
Seguindo seja lá por onde for.
A vida se esvaindo pelos dedos,
Os dias são deveras turvos, ledos
E o pântano desenha este cenário
Não vejo soluções tampouco as busco
E o mundo se desenha em lusco fusco
O sol seguindo aquém, imaginário.


19270


Acredito em mortais cenários quando
O prazo determina o fim do sonho,
E quando renovável decomponho
O mundo se permite desabando,
Ainda que pudesse noutro bando
Acreditar num dia mais risonho,
O corte se anuncia em enfadonho
Momento sem limites, me tocando.
Escassamente a vida não me traz
Sequer o que pudesse em tom audaz
Gestar qualquer momento sem aborto
E nada mergulhara dentro em mim,
Vestindo este cenário já sem fim,
Distando do que fora simples porto.


19271

Não me fale ninguém deste passado
Sem nexo sem caminho ou qualquer cais
Ainda quando as noites são banais
O tempo sem sentido, fujo e evado.
O peso tantas vezes desvendado
Orgásticos cenários? Nunca mais.
E quanto de meus olhos são cristais
No fardo sem sentido desenhado.
Escassas luzes trazem cada engano
E de tal forma sempre ao fim me dano,
Matando alguma luz dentro do peito,
Jogado sobre os solos, morto embora
A noite quando muito vem e aflora
E o nada se desenha enquanto deito.

19272


Ascenda-se ao recesso da esperança
E tenta alguma luz onde não há
Sabendo do vazio e desde já
O passo sem sentido ao nada lança
A morte se desenha em tal pujança
Que nada neste mundo poderá
Ousar qualquer momento aqui ou lá,
Enquanto o tempo atroz decerto avança
Jogado pelas ruas do passado,
O corpo sem sentido, estraçalhado
Erráticos cenários em mosaicos,
Assisto à derrocada sem defesas
E sei das minhas dores, ledas presas
Atadas em momentos mais arcaicos.

19273


Parece-me impossível qualquer trilho
E nada mais se molda doravante
Ainda que outro rumo se adiante
Apenas o vazio ora palmilho,
Esqueço o meu passado e quando brilho
Resumo do que fora num instante
Esconde sob o sol mais escaldante
O sonho tantas vezes andarilho.
Escassa noite dita o meu futuro
E sei do quanto possa e me asseguro
Na fria decisão de um tempo além,
A morte se transcorre sem saber
Aonde poderia amanhecer
E o nada onde deveras se detém.

19274


Se o mundo consentisse alguma chance
E nada mais pudesse senão isto,
Ainda quando busco e não desisto
Somente a voz ao nada enfim se lance,
Respaldos onde o tempo sempre avance
Gerindo um querubim, anjo ou Mefisto,
No ser apenas quando ainda insisto
E o todo se desenha num romance.
Acordo e quantas vezes permaneço
Talvez me desenhando em adereço
Risonhos caminhares noite afora,
E o pântano que adentro lodo e lama,
A sorte na verdade toma e clama,
Matando o que pudesse e se demora.

19275

Querida, não me ocultes os segredos
Nem mesmo o que inda resta de nós dois
A vida não permite mais depois
Momentos mais audazes, mesmo ledos,
Escuto a voz do mar e nada tendo
Apenas o vazio de um instante
O quanto se pudera e me adiante
Cerzindo este cenário torpe e horrendo,
Acode-me a vontade de sonhar,
Esgoto cada verso inutilmente
E o tanto que pudera e sempre mente
Não deixa quase nada no lugar,
Espero qualquer luz que nunca veio,
Seguindo até quem sabe, mesmo alheio.

19276



Sinceramente busco algum alento
E sei dos meus momentos entre trevas
Ainda quando a noite intensa cevas
O sonho noutro tanto eu busco e assento.
Amordaçada vida em tal momento
E nela novas dores seguem sevas
Ousando no caminho dentre as levas
O risco se enfrentando a cada vento.
Perdoe se pudera ser assim
Meu mundo transformando tudo em mim
O prazo determina o fim do sonho,
E sinto a mais sutil disparidade
No tempo que decerto agora invade
E nisto a todo dia eu decomponho.

19277


Se na tua alma eu leio o meu futuro
Prossigo contra a fúria, mas não calo,
Ainda que pudesse ser vassalo
O sonho de uma paz eu asseguro,
O solo se desenha atroz e duro,
O mundo não permite num estalo
O rústico caminho e ao desenhá-lo
Percebo o quanto resta amargo e escuro.
Escasseando o verso em noite e bruma
A voz já não se tenta ou se acostuma
Vestindo cada infausta tempestade,
Arcando com enganos, sigo além
Do quanto se percebe e nada tem
Somente o que deveras se degrade.

19278


O quanto foi possível crer no fato
E ter apenas isso ou pouco menos
Ainda que pudessem mais serenos
Momentos onde o nada em mim constato,
Apresentando à luz de algum regato
Cenário bem diverso dos pequenos
Aonde os dias tramam seus venenos
E o passo sem sentido algum, resgato.
Meu verso se perdendo em noite escusa
A sorte na verdade não abusa
E busca um equilíbrio que não vem,
Escarifica a vida em leda chaga
E o quanto do passado ainda afaga
Trazendo no final diverso alguém,


19279

Aonde se pudesse em tal escolha
Fazer ou mesmo crer na sensação
Dos dias que deveras mostrarão
O todo se perdendo ao ar, qual folha
E cada novo verso que recolha
Mudando com certeza de estação
Sangrando sem conter o coração
Ainda que esperança em vão se encolha,
Escarpas e falésias, mar e caos
Distante dos meus sonhos velhas naus
E o fardo se acumula sobre nós,
O pranto não se seca nem prossigo
Bebendo do temor em desabrigo
E sei do quanto fora mais atroz.


19280

Bisando cada passo rumo ao nada
Espero após a curva alguma sorte
Sem nada que decerto me conforte
A morte noutra face desenhada,
Escuto a voz do vento e nesta estrada
Ainda que pudesse e não comporte
Ourives do passado sem suporte
A rota dos meus passos já se evada.
No canto em dissabor, noites inteiras
E quanto mais deveras tu me queiras
Maior a minha queda após o não,
Lacrimejando o sonho sem proveito
E quando no vazio enfim me deito
Os dias mais doridos se farão.


19281

Crivando no começo a sorte e o pranto
Esqueço os desenganos ou pretendo
E sei do quanto dói qualquer remendo
E nisto sem defesas eu me espanto
Vestindo esta emoção nada garanto,
Meu tempo no vazio se vertendo
E o corte se anuncia num adendo
Diverso do que eu possa e não mais canto.
Apresentar desculpas não resolve
E o quanto da mortalha agora envolve
Quem tanto procurara algum bom senso
E sinto se esvaindo a cada passo
O todo que deveras tento e traço
Mostrando o quanto quero e não mais penso.

19282


Depois do temporal, quem sabe a paz.
Mas sei ser impossível cada sonho
E nisto todo o verso que eu componho
Explica o que seria mais audaz,
Ainda que pudesse e nada traz
O rústico caminho mais bisonho
E quando em teus cenários já me enfronho
Sorriso se mostrasse mais mordaz.
Ocasionando a queda e nada mais
Os olhos se mostrassem tão venais
E o canto em desatino simplesmente,
O parto se anuncia e sei do aborto
Aonde poderia algum conforto
Não vejo e o que inda resta teima e mente.

19283


Explicações diversas, nada além
De mera fantasia de quem ama,
Ao menos manteria alguma chama
E nada se desenha aonde vem
O mundo sem saber de novo alguém
Resumos de um passado que me clama
Vestindo a turva face deste drama
E nisto o meu caminho diz desdém.
A morte é necessária, disto eu sei
Ousando refletir na eterna lei
O velho renovar-se em ciclos tais
Apenas outros sonhos se trarão
E mude qualquer tempo ou estação
Os sonhos são deveras imortais.


19284

Fagulhas esparramam fogaréus
E a flama dominando cada parte
Do todo aonde o mundo não reparte
Sequer o que pudera em novos véus,
Os dias do futuro sendo incréus
As horas onde tudo negando a arte
Marcassem com terror um novo aparte
Gerando do vazio falsos céus.
Escárnios tão somente e nada além
Do quanto poderia e não convém
Ousando na palavra liberdade,
Ainda que se veja alguma luz
A sorte na verdade não conduz
Senão ao quanto resta e se degrade.


19285

Te peço não descanso, mas a paz
E sei do quanto pude e mesmo tento
Explicitando assim o sofrimento
Num ato tão feroz quanto tenaz.
A rústica presença que se traz
No fato mais feroz, velho momento
Eu sinto que decerto um excremento
Pudesse ser diverso e até mordaz.
Resulto do que um dia pude crer
E sei do quanto resta amanhecer
Na vida de quem sonha, um trovador.
Estrelas do passado, morte avisto
E o peso se desenha e quando nisto
Esboço as reações de um tolo amor.

19286

Que sei jamais terei alguma chance
Depois de tantas quedas vida afora
Ainda quando o tempo se demora,
O nada noutro rumo ora me alcance,
Vencido sem saber onde se lance
A morte se escancara e logo aflora
Minha alma sem certeza alguma chora
E o peso se moldando aonde avance.
Somando o que não tenho e não teria
Apenas resta em mim a fantasia
De um tempo que jamais conhecerei.
Escassa luz em forma de abandono
E quando do passado inda me adono
A morte traz ditame e faz a lei.

19287

Te peço não teu brilho nem teu céu
Apenas um momento de emoção
E sei dos dias turvos que trarão
A vida como fosse um carrossel.
Cansado de seguir decerto ao léu
Buscando sem sentido a direção
Ousando noutro passo, sempre em vão
Tal lealdade fora mais cruel.
Apresentar meus erros e seguir
Vencendo qualquer dor que no por vir
Trará somente o caos e nada além,
Dos tantos e diversos caminhares
Aonde no final ao me notares
Verás o que deveras me convém.

19288


Que trama tantas dores; não duvido.
Apenas sei dos vórtices que enfrento
Seguindo com terror o pensamento
Há tanto noutro engodo resumido,
Esqueço o mais audaz e dolorido
Caminho renovando outro momento.
Ainda que pudesse esquecimento,
Meu mundo noutro caos já sem sentido.
Aprendo com enganos, mas prossigo
Vencendo o que pudesse em desabrigo
Ousando sem resposta o quanto eu quis.
Vagando sem saber do medo ou glória
A vida não traria na memória
O quanto se perdera em cicatriz.

19289


Te peço não seguir a velha rota
Aonde em desconexa realidade
O todo num momento já se evade
E o corpo noutra senda se desbota,
A face mais atroz ora denota
A vida sem valor ou claridade,
No quanto valeria a liberdade
Traduz o que pudesse ser derrota.
A queda em abissais já determina
O tanto quanto pude em erma sina
Sabendo ser da vida um parasita,
A morte não trouxera qualquer brilho
E quando no vazio hoje eu palmilho
A sorte sem sentido invade e grita.


19290

Pois sei que não trarás sequer o riso
E o fardo se acumula dia a dia
E quantas vezes tendo ou poderia
Viver o que deveras mais matizo,
E sei do quanto possa sem aviso
Marcando com ternura a melodia
E o medo na verdade não teria
Sequer o que inda possa em vão granizo.
Escalo as cordilheiras da esperança
E o passo sem destino sempre avança
Matando alguma luz dentro de mim,
Ferrenhas madrugadas, solidão
O peso traduzindo a negação
Acende da explosão ledo estopim.


19291

Te peço não lembrança tão somente,
Nem mesmo alguma luz ao fim de tudo
E quando na verdade inda me iludo
A sorte se mostrara plenamente,
Ainda que deveras busque e tente
Sentir o quanto possa e se me mudo
Do vago caminhar ao ermo e mudo
Cenário tanta vez impertinente.
Escuto este marulho feito em festa
E ainda que pudesse ou mesmo resta
Resquícios de um momento mais feliz,
A vida não desenha qualquer tom,
Marcando o meu destino em novo dom
Traçando o quanto possa ou mesmo eu quis.


19292


A vida se perdeu solenemente
E nada mais se vira após a queda
Meu passo no vazio se envereda
E o todo se apresenta enquanto eu tente
Vestindo o meu anseio plenamente
A sorte sem saída não mais seda
Quem tanto procurara esta moeda
E nela outro cenário se apresente.
Esqueço cada passo e sigo além
Marcando o dia a dia quando tem
Somente alguma luz ou mesmo até
Vencendo os meus temores costumeiros
Os dias esfalfando nos canteiros
A sorte por somente ser quem é.

19293

Te peço não aurora, nem o sol
Apenas a manhã mesmo brumosa,
A sorte se desenha majestosa
Tomando já de assalto este arrebol,
O olhar embevecido, este farol
Transcende ao que pudera ser a rosa
E gera nova vida caprichosa
No amor que é sempre feito além e em prol.
Nas ânsias de quem tenta ou mesmo vê
O sonho de aproxima e sem por que
O tempo não pudera ser assim,
Escalo com ternura tais montanhas
E quando este infinito sonho ganhas
Acendes da esperança este estopim.


19294


Das guerras e dos medos as tempestas
Geradas pelas ânsias costumeiras
Ainda quando muito tu me queiras
O sonho sem defesas, tu me emprestas
E adentro em precisão diversas frestas
Tentando na esperança tais bandeiras
E sinto as dores várias, costumeiras
Enquanto no passado quis as festas.
Respaldos que imagino em novo dia
Mudando o quanto pude e mais queria
Ousando na palavra mais sutil,
Depois de certo tempo, nada havendo
O olhar tão vaporoso quanto horrendo
Apenas o passado inda reviu.


19295


Te peço não a vida nem o sonho,
Apenas prosseguir haja o que houver
E sei das armadilhas da mulher
Aonde o meu caminho eu não proponho
Escassas noites dizem do medonho
Cenário enquanto o todo que vier
Trará novo viver e se puder
Vibrando consonante o céu risonho.
E resolutamente a vida traz
O olhar mais atraente mesmo audaz
Restaurações diversas, luz e medo,
Ainda quando muito sem proveito
No fim a cada instante onde me deito
Ao sonho sem porvir eu me concedo.


19296


Vencida por distância, uma esperança
Jamais conseguiria a liberdade
E o todo quando possa ou já degrade
Ao nada noutro rumo ora se lança
E segue o que pudera em temperança
Marcando com terror a claridade
E nisto este vazio ora mais brade
Negando qualquer luz, mera aliança
Restauro os meus caminhos, sigo aquém
Do quanto poderia e sei que tem
Somente em tal desgaste um mundo em vão,
Apresentando enfim minha falência
A vida não produz nem dá ciência
Dos tempos em suave direção.

19297

Te peço tão somente cada engano
E sigo cada rastro que deixaste,
A vida se apresenta em tal contraste
Enquanto pouco a pouco eu já me dano,
O rumo se desdenha em novo plano
Ainda que deveras; sonegaste
O parto anunciado em vil desgaste
Aonde se quisera soberano.
Jocosamente a mente mente traça
Além de meramente esta fumaça
Alçando no infinito um porto em paz,
Ocasionando a queda de quem busca
Vencer a solidão tola e velhusca
E sabe do que fora mais capaz.


19298


Sem ele, como posso ou mesmo vejo
Alguma luz embora seja cego,
Ainda quanto mais teimo e navego
O mundo se mostrara mais andejo,
O rústico cenário sertanejo,
O dia noutro dia quando emprego
A morte se trazendo aonde entrego
Meu canto sem destino, em tal negrejo.
Das minhas orações, caminhos tantos
E sei dos meus anseios, desencantos
Marcando a cada engodo novo fato,
Cerzisse tão somente a solidão,
Aonde os meus caminhos tocarão
E o nada a cada ausência em vão retrato.


19299


Nesta suavidade tez e lua
Rondando esta argentina noite bela
E quando a minha voz rompendo a cela
Ao todo noutro passo continua
Resumo cada verso onde cultua
A sorte mais feliz, e se revela
A porta se entreabrindo sempre sela
A imagem desenhada, clara e nua.
Audaciosamente vejo além
O todo que deveras sempre vem
Domando com terror momento em fúria,
E nada mais pudesse senão isto,
Ainda sem ter paz, teimo e persisto
Ousando na esperança em leda incúria.


19300


Meus olhos nos teus olhos, um reflexo
Do quanto dentro da alma eu apresento
E sei do meu caminho em sofrimento
Cerzindo este cenário mais complexo,
Ainda que pudesse estar perplexo
Bebendo a solução em catavento
O rústico cenário num lamento
Tramando sem sentido algum, sem nexo.
Escapo dos meus dias mais ferozes
E sei do quanto possa em novas fozes
Vencer as mais difíceis corredeiras,
E sendo de tal forma a vida ultriz
Não tendo na verdade o que mais quis
Apenas do vazio tu me inteiras.

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