quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21/09/2011


Alegra; do começo até o fim,
O gênero diverso do que pude
Marcando com terror o quanto ilude
Talvez seja somente este festim,

O verso se traduz e vejo enfim
O quanto na verdade nada mude
Ainda que se veja em atitude
Diversa o que versa sempre em mim,

Conheço cada palmo deste chão
E sei do quanto a vida segue em vão
Trazendo a mesma face dolorosa,

A luta sem sentido que antegoza
O fato mais dorido em noite escura,
Apenas atormenta e me amargura...


2



A festa que fizeste sem saber
Do quanto em minha vida nada resta
Senão a mesma face mais funesta
Marcada e modulada em tal sofrer,

O passo quando muito possa ver
Ousando penetrar em cada fresta
A sorte que buscara mais honesta
A luta noutro tom a se verter.

Não quero qualquer tom e nada sei
Somente desejasse a mansa lei
Que possa permitir uma esperança.

Mas quando sem sentido a vida segue
Ainda que deveras se renegue
O passo em privilégio audaz avança.

3


A sorte se propõe em todo instante
Gerando o meu anseio sem igual
E neste fato enquanto casual
O medo com certeza não garante,

A vida que pudera doravante
Vestir este cenário sensual,
Porém aonde a quis segue venal
E nada do que eu tente ora adiante;

Meu passo se perdendo em dor e tédio
Ainda quando busco algum remédio
Meu verso nada sente nem desnuda.

Monólogo onde eu mais quis a dialógica
A sorte contraria mesmo a lógica
A farsa se desenha mais aguda.

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