sábado, 24 de setembro de 2011

24/09/2011

O canto das sereias me inebria
E deixo para trás o quanto eu quis
E sendo de tal forma mais feliz
A sorte se desenha em utopia.

O verso quase incauto não traria
O quanto se aproxima em cicatriz
Deixando no passado a tarde gris
Sem nexo sem ao menos poesia.

O manto se transforma em rude véu
E sendo sempre a vida tão cruel
Risíveis emoções trazem vazios.

Os sonhos que alimento, todos falsos
Apenas conhecendo tais percalços
Os dias seguem vagos e sombrios.

2

É pago por quem ama cada instante
Com toda a turbulência presumida
E sei que quando tenho uma saída
A luta no final nada garante.

O passo noutro tom mais inconstante
A sorte sem saber, desprevenida
A morte se anuncia e desprovida
Do norte que pudera doravante.

Apenas o sinal se aproximasse
Trazendo a solução de cada impasse
Navegador dos sonhos, nada resta

Senão a poesia em cada festa
Audaciosamente preparada
Sabendo que traria o mesmo nada.

3

Desejo? Não conheço quem o meça
Tampouco poderia acreditar
Na luta que cansei de desenhar
E nisto se renegue esta promessa

Premissa que deveras recomeça
Marcando com ternura este lugar,
Jamais inda pudera imaginar
Senão a solidão que se professa.

Encontro a mesma farsa sem saber
Do quanto poderia conceber
Sem ritmo sem sinal de paz ou luz,

Avisos do passado em sacrilégio,
O verso se moldara aonde em régio
Caminho cada passo não conduz.

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