22/09/2011
Nos braços do poder transformador
Não há quem não conceba a liberdade
E sei do quanto possa em humildade
Vencer o mais atroz cenário em dor.
A vida se desenha em tal ardor
E nisto cada passo sempre agrade
A quem deseja apenas claridade
E bebe cada gota em nobre amor.
A cota se expressando enquanto mude
O canto deixa além a juventude,
Mas nada se apresenta em temporais.
Os dias que virão decerto vejo
E sei do meu caminho neste ensejo
E os dias são decerto atemporais.
2
Deitando nas canções cada segundo
De um tempo que jamais retornará
Cerzindo este vazio aqui ou lá
Gerando o coração de um vagabundo.
E quando neste nada eu me aprofundo
Vestígio de outra farsa se fará
Terrivelmente busco o que virá
Marcando com terror o mundo imundo.
Não resta qualquer chance nem pudesse
Vencer o que talvez regesse a messe
De um hábito soturno e costumeiro;
Acalentando o sonho derradeiro
A luta sem sentido se obedece
Matando, na nascente algum ribeiro.
3
O coração de um velho camarada
Jogado sobre as pedras simplesmente
Marcando com horror o quanto mente
Deixando para trás a rude estrada.
Minha alma sem sentido e desgraçada
A luta se moldara ora inclemente
E o passo noutro engodo sempre tente
Vencer a solidão já demarcada.
Restando muito pouco para nós
A vida se aproxima e traz o algoz
Destituindo o sonho invés do passo,
E quando noutro rumo me anuncio
Bebendo o mais completo desvario
Apenas outro fim enfim eu traço.
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