domingo, 25 de setembro de 2011

25/09/2011

1

Não tenho mesmo a sorte que buscara
Vagando sem sentido noite afora,
A sólida emoção que me devora
Expressa a vida dura e mesmo amara,

Não quero o que esta sina me prepara
Tampouco se vislumbra desde agora
A luta que pudera e não aflora
Tornando esta ilusão superna e rara.

O verso se desnuda no que um dia
Pudesse desenhar e não teria
Sequer qualquer momento em claro tom,

A lua dos meus sonhos, sertaneja
O mundo noutro passo se deseja,
Mas quando me aproximo, é de neon.

2

Cadenciando a marcha deste fato
Aonde o meu caminho não permita
A noite se tecendo mais aflita
Ao menos o cenário ora constato.

Redondamente o tempo mais ingrato
Expressa a solidão e em tal desdita
A senda preferida não reflita
O quanto poderia e não retrato

As dores do passado; ainda sinto
E quando imaginasse logo extinto
O preço a se pagar gerado em ágio

Tramando a solidão a cada infausto
A sorte se presume em holocausto
E traça desde já qualquer naufrágio.

03

Perene solidão domando o sonho
E sei desta fatal nomenclatura
Ainda quando a vida me amargura
O passo noutro rumo decomponho,

Meu mundo se pudesse ser risonho
A luta se desenha em noite escura
A morte a cada instante configura
O manto que tentara mais risonho.

Apenas destroçando esta esperança
No fundo este vazio que ora alcança
A velha sensação do nada em mim,

Um verso sonegando o dia a dia
E nada do que tente inda traria
Cenário se fazendo ora em festim.

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