27/09/2011
O vento quantas vezes traz num toque
Verdades esquecidas noutra senda
A luta com certeza não desvenda
Sequer o que pudesse e não provoque.
A lua se desenha e sem estoque
Apenas o vazio dita a venda
Certeza que deveras não entenda
O quanto sem sentido a vida enfoque.
Não pude e nem tentara ser alheio
E sei do quanto; a vida, eu devaneio
Vencido companheiro de outra queda
Tanta incerteza dita o dia a dia
E quando noutro instante poderia
Somente a solidão agora enreda.
2
Das horas que se foram noutro rumo,
Marcando a despedida deste sonho,
O frágil caminhar que decomponho,
Enquanto noutro toque não resumo,
Procuro uma esperança e sei do sumo
Que possa me trazer dia risonho
Ou mesmo no vazio não reponho
O quanto do passado ainda aprumo.
Não tento novo tempo, mas sei bem
Que a vida noutro passo nada tem
Senão a mesma face desolada,
Enquanto a fantasia ainda brada
Vagando sem descanso noite afora
A solidão deveras nos devora.
3
Lateja dentro em mim esta vontade
Do quanto se presume noutra farsa
A vida se renega e sem comparsa
Traduz o quanto trama em falsidade.
Ainda quando possa e não me agrade
O verso na palavra mais esparsa
Apenas o que possa já disfarça
E marca com terror a liberdade.
Marcando o dia a dia em tom atroz
Ninguém soubera quantos destes nós
Somente restariam dentro da alma,
Mas quando a solidão se faz presente
No bojo da questão inda se sente
O quanto com certeza dita o trauma
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