07/11
E a glória de viver de novo expressa
O tanto que se quer e não viera
Deixando para trás a primavera
A vida no vazio vai sem pressa.
A sorte se traduz e recomeça
Ousando acreditar na mesma espera
Que tanto seduzisse e sei quem era
Mordaz esta esperança, vã promessa.
E o peso de um passado em minhas costas
Sabendo da verdade enquanto apostas
Os dados sobre a mesa mentem tanto.
E sigo sem sentido e sem proveito
O tanto que pudera e não aceito
Gerando este vazio em vão quebranto.
2
Deixando para trás pedras diversas
A vida não traria mais o sonho
E quando alguma luz; inda proponho
Somente neste nada agora versas,
Vestígios das antigas e dispersas
Manhãs enquanto o tanto decomponho,
O verso se moldara mais risonho
E nisto já não vejo vãs conversas.
O rude delirar expressaria
Apenas o que possa a fantasia
Jogada noutro rude emaranhado,
Meu tempo se mostrara desvairado
E sei do quanto busco noutro rumo
E mesmo os meus enganos logo assumo.
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