RECORDAÇÕES
Saudade desta casa onde nasci; em Minas...
O cheiro do café de manhã, bem cedinho.
A boca desdentada em formas femininas
De minha vó cansada... Um vôo, passarinho...
Olhando pra janela, abertas as cortinas;
Percebo há quanto tempo abandonei o ninho,
Em busca do futuro, alcanço minhas sinas,
Mas vejo que hoje estou, por certo mais sozinho...
O tempo foi cruel, venceu as esperanças,
Minas tão distante, a casa abandonada...
Mas inda ouço o barulho, o correr de crianças
Que fazem desta casa um manso cais...
Saudade é como um mar que leva para o nada,
Mas esse mar mineiro, agora diz: jamais!
MARCOS LOURES
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