quinta-feira, 26 de abril de 2012

SOU

SOU


Sou quase o que não fora se quisesse
Não somo nem distraio meus pecados.
Sou resto me mostrando em podre prece
À espera dos perdões anunciados.

Revisto minha pele com escaras
Deixadas pelas urzes mais ingratas
Sou pejo, sem desejo, não me encaras
Pois sabes dos perigos das cascatas.

As matas que se matam sem sermões.
Os ermos que erigimos nos desertos
Os cetros das incertas emoções,
Trazendo os meus sorrisos quase abertos

Cascalho que se rola em seco rio,
O canto que te alcança vai vazio...

MARCOS LOURES

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