SOBREMESA
Tantas vezes me perco de mim mesmo
Sem saber se terei outra resposta,
Outras tantas, em vão, eu me ensimesmo
Apenas me enganando. A mesa posta
Na sala dos meus sonhos mais antigos
Servindo uma esperança num banquete;
Esquece a profusão de tais artigos
Que o amor já me legou, sem ter confete.
Após tua saída desta festa
Restou-me ser o que não mais queria,
Apenas por que o mal, sem dó, me infesta.
Sobrando essa esperança, uma iguaria
De raro paladar em minha mesa,
Talvez, no teu amor, a sobremesa!
MARCOS LOURES
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