Retorno
O dia se nublando num repente
E o quanto se tentara agora morre,
Nem mesmo o meu anseio ora socorre
E a própria persistência também mente,
Ousando ser além de algum demente
Pousando no silêncio eu tomo um porre
E sei do quanto aquém do sonho morre
Amordaçando o todo fielmente,
Não mais que tantos ais que conhecera
A vida se derrete, leda cera,
Acendendo o pavio, solidão,
Meus olhos procurando algum detalhe,
Enquanto a sensação da dor retalhe
Os dias voltam sempre ao mesmo não...
Marcos Loures
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