UMA ESPERANÇA
As existências todas repartidas
Nas residências mortas em batalha,
Nessas crianças quietas desvalidas,
Nos gumes mais cortantes, na navalha.
Nas ilusões sem par e combalidas
Na forca que nos toca enquanto atalha.
Na velhice do jovem, do skinhead,
Na mentira do sonho de futuro
Além do que se ganha e que se perde,
O nada está guardado atrás do muro.
Meu filho, que outro filho não mais herde
O dia que se escorre e vai escuro...
Ao nada que voltamos, na verdade,
Só resta uma esperança, uma amizade...
MARCOS LOURES
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