O RESTO DO QUE FUI
Ainda se mostrando em tom tão agressivo
O resto do que fui entranha a sala e toma
Cenário mais atroz e quando vejo a soma
Do pendular espelho ainda sobrevivo,
Mortalha que tecera a vida desde quando
O tempo transformado em treva e ventania
Gerara este demônio e nele se recria
A sorte desairosa; e a noite se entornando...
Ouvisse qualquer som em noite solitária
O mundo não teria a face desdenhosa
De quem sem ter saída ainda teima e glosa
Achando ser a morte espúria necessária.
Ecléticos, sutis, os dias são falazes
Diversos deste tanto; aonde o sonho trazes.
MARCOS LOURES
Um comentário:
Que obra fascinante...quanto mais eu leio, mais "mergulho" na mesma....
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