VALEI-ME
Valei-me Satanás, pai destas sombras
E dê-me nova chance, pois cansado
Da luta sem sossego, duro fado,
Ainda não mais restam tais alfombras,
E quando em luz opaca tanto assombras,
O medo em cada olhar sendo estampado,
Apenas o vazio é teu legado,
Enquanto em pedras frias tu me alfombras,
Resisto aos mais diversos dos anseios
E adentro sem pudor teus turvos veios
Em ritos mais profanos e temíveis,
Os dias ao teu lado, pai eterno,
Levando o caminheiro ao sacro inferno,
Em sons tão tenebrosos e terríveis...
MARCOS LOURES
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